O garoto da Casa ao lado escrita por Almofadinhas


Capítulo 25
Piano




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/750470/chapter/25

Uma semana depois do jogo contra a Lufa-Lufa, a Grifinória iria enfrentar minha Casa na final de quadribol.

— Boa sorte, Henry - Jane disse beijando seu namorado.

— Eu amo o Arthur, o Travis e o Brice, mas ganhe essa Taça para nós - disse a ele.

— Pode deixar.

Henry seguiu em direção ao campo para se preparar para o jogo.

— Vou encontrar Arthur. Guarde um lugar pra mim na arquibancada, ok Jane?

— Pode deixar. Vai lá ver o seu capitão.

Eu segui para direção oposta do campo, onde a torcida da Grifinória começava a chegar. Assim que Arthur me viu, veio em minha direção.

— Achei afrontoso você vir com esses acessórios da Corvinal me desejar um bom jogo - ele disse sorrindo.

— Aqui é 99% Corvinal e 1% Grifinória - falei - Boa sorte.

Ele me puxou pela cintura e deu um beijo na minha testa.

— Obrigado, Wood. Te amo.

— Também te amo. Tenha um bom jogo, mas não tanto.

Ele me encarou, parecendo ofendido e me deu um último beijo antes de sumir.

Eu encontrei com Jane na arquibancada e sentei ao lado dela.

— Que ansiedade - ela disse.

— Pelo menos seu namorado não é da outra Casa - falei.

— É verdade, você se ferrou bem mais.

Quando os jogadores entraram em campo, havia uma certa tensão no ar, literalmente.

Foi a Corvinal que marcou o primeiro ponto, porém depois de muitos minutos de jogo. Era um jogo dificílimo. Todos estavam dando seu máximo, balaços e a goles voavam para todos os lados que nem o locutor dava conta de narrar o jogo como sempre.

Travis estava defendendo quase todas as goles, assim como o goleiro da Corvinal. Um balaço quase atingiu Henry, que desviou no último segundo.

— Se esse balaço o atingisse, eu ia matar ele - Jane disse.

Depois de uma hora de jogo, o placar ainda estava 40x30 para a Corvinal.

— Cadê esse pomo? - falei - Não aguento mais essa tensão.

Mais vinte minutos de jogo e Arthur empatou o jogo. Depois de duas horas e 11 minutos, o jogo terminou com a Iris apanhando o pomo para a Corvinal ao mesmo tempo que um balaço a atingia no braço.

— A CORVINAL É A GRANDE CAMPEÃ DA TAÇA DE QUADRIBOL DESSE ANO. GRIFINÓRIA EM SEGUNDO LUGAR, SEGUIDO DA LUFA-LUFA E SONSERINA.

A Corvinal não teve muito tempo de comemorar com os jogadores, pois todos saíram correndo com Iris para a Ala Hospitalar.

— Nós ganhamos!!! - gritei abraçando Jane.

— AEEEEEE!!!!

Depois do jantar, havia muita comemoração na sala comunal da Corvinal, então eu decidi sair e conversar com Arthur, que estava me esperando na Torre de Astronomia.

— Não precisa dizer nada, sei que você está feliz por sua Casa - ele disse assim que me viu - Só me faça companhia, por favor.

Eu sentei ao seu lado em uma das janelas da Torre.

— Você sabe que você foi um capitão incrível, seu time também sabe - falei - Segundo lugar não é tão ruim e vocês têm o ano que vem! Eu não quero que você ache que tudo está perdido, ok?

Arthur não respondeu, apenas soltou um suspiro. Nós ficamos uns minutos em silêncio enquanto eu acariciava seu braço.

— Você é incrível, Chloe, não sei o que eu fiz de tão bom para te merecer.

— Eu também não sei - respondi séria.

— Nossa Wood, assim você me magoa.

Eu ri.

— Eu estou brincando com você.

Ele suspirou.

— Você também tem a impressão de que a gente está juntos há uma eternidade?

— Está reclamando da minha companhia?

— Nunca

Eu ri.

— E sim, eu tenho essa impressão. Se contar ano passado, é um ano te aturando, praticamente.

— Ano passado não conta, você só me dava fora.

Eu concordei rindo.

— Não era bem um fora, mas tudo bem.

— Era o que então?

— Eu também não sei, eu acho que no fundo eu sabia que eu gostava de você, só não admitia pra mim mesma. Depois eu comecei a gostar de você mas nas férias que eu passei na Irlanda... eu meio que esqueci de você.

— Você ficou com alguém na Irlanda?

— Não! Era só muita novidade naquele país. Quando eu voltei, descobri que você gostava de mim. Daí a gente começou a se ignorar e tudo aquilo aconteceu.

— Nem me lembre - ele disse - Foi a pior parte da minha vida nessa escola.

— Aliás foi nessa torre que eu descobri que você estava sob efeito da poção - comentei.

— Eu me lembro desse dia. Foi quando você me beijou pela primeira vez.

Eu sorri.

— Eu queria te espancar aquele dia.

— Você fez isso, Chloe.

— Ah é, tinha esquecido.

Ele segurou minha mão e começou a brincar com meus dedos.

— O dia que a gente se beijou, foi como se eu nunca tivesse beijado ninguém antes de você. Foi o beijo certo— ele deu um sorriso de canto de boca - Fora que eu queria fazer isso há séculos.

— Quando você começou a gostar de mim? - perguntei curiosa.

— Na minha primeira vinda a Hogwarts. Lembra que eu estava na cabine com você e Jane? Eu te achei a bruxa dos meus sonhos de 11 anos, mas depois eu nunca mais te vi e nunca mais conversei com você. No dia em que a gente jogou quadribol naquelas férias de Natal, eu voltei a ter 11 anos.

Eu sorri. Podia ficar ouvindo ele falar pro resto da vida.

— E quando você começou a gostar de mim? - ele perguntou.

— Nossa, mas aí você me deixa mal. Eu nem lembro de você desde os 11 anos. Foi no ano passado, acho, mas eu só me dei conta disso quando comecei a sonhar com você.

— Com o que você sonhava? - ele perguntou com um sorriso travesso.

— Ah, você não vai querer saber.

— Eu não sabia que você era dessas, Wood.

Eu senti meu rosto esquentar.

— Em minha defesa, nada de mais aconteceu... não desse jeito que você tá pensando. Mas uma vez eu sonhei que você estava beijando meu pescoço e eu acordei muito assustada.

— Você fica uma gracinha quando tá envergonhada. Tudo bem, eu também sonhei com você e uma vez a gente estava...

— Eu não quero nem saber o que a gente estava fazendo - falei rápido.

Arthur levantou e pegou minha mão.

— Vamos.

— Para onde? - perguntei desconfiada, levantando e o seguindo até as escadas.

— Eu quero te mostrar uma coisa.

— Devo ficar com medo? 

— Não.

Nós descemos até o primeiro andar, que a essa hora estava praticamente vazio, visto que era quase a hora do toque de recolher.

— Arthur, o que você está fazendo? E se o Filch aparecer?

— Relaxa, Chloe. Já chegamos.

Ele tinha parado na frente da sala de Estudo dos Trouxas.

— Mas o que...?

— Entre.

Eu entrei depois dele na sala e então ele fechou a porta.

Lumos. Ah, achei onde liga.

Ele acendeu a luz da sala. Eu não estava entendendo absolutamente nada.

Dentro da sala de Estudo dos Trouxas havia uma porta.

— Aqui ficam as coisas de trouxas que os alunos estudam. Entra aqui, Wood.

— Sério, o que você está fazendo? - perguntei impaciente.

— Te apresentando minhas habilidades. Olha ali - ele apontou para um canto da sala - Um legítimo piano.

— Você não podia ter dito antes?

— Hm, não.

Ele sentou no banco e abriu o piano, revelando suas teclas brancas e pretas.

— Vou tocar uma música para você. Conhece Ed Sheeran?

— Quem não conhece? Ele é um dos bruxos mais famosos da música!

Arthur respirou fundo e começou a tocar. Reconheci na hora que se tratava de All of the stars. Quando chegou no refrão nós dois estávamos cantando juntos.

So open your eyes and see, the way our horizons meet...

Quando a música acabou eu o abracei por trás e beijei sua cabeça.

— Isso foi maravilhoso, Arthur.

— Você achou? - ele perguntou virando para mim e levantando do banco.

— Óbvio! E um dia você tem que me ensinar a tocar!

— Um dia, Chloe, um dia.

Nós saímos da sala antes que nos encrencássemos e voltamos para os andares de cima.

— Boa noite, Chloe.

— Boa noite.

Nós nos despedimos com um beijo e quando ele estava indo eu falei:

— Ei.

Ele virou.

— Obrigada pelo dia de hoje.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O garoto da Casa ao lado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.