O garoto da Casa ao lado escrita por Almofadinhas


Capítulo 23
Quadribol




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No dia após o Baile, só se ouvia comentários dos alunos do sexto e sétimo anos sobre a noite anterior pelos corredores.

— Quero que tenha um baile desses quando nós formos dos últimos anos! - disse uma garota do terceiro ano para a amiga.

Jane, Henry, Hannah, Travis, Arthur e eu sentamos em uma das árvores dos terrenos da escola que dava vista para o lago, onde Brice estava sentado conversando com a garota que havia ido com ele ao Baile de Primavera.

— Eu espero que eles fiquem juntos - Hannah comentou - Ela é uma boa garota e Brice merece.

— Brice gosta dela, mas não sei se dura muito - Travis disse.

Hannah olhou com indignação para o namorado.

— Por que você acha isso?

— Ele não é do tipo que namora - Arthur respondeu antes que Travis abrisse a boca - Você o conhece.

— E como você pode ter tanta certeza que dessa vez não é diferente? - perguntei enquanto passava os dedos nos cabelos bagunçados de Arthur, que estava com a cabeça apoiada nas minhas pernas.

— É, só ele sabe se vai querer algo sério ou não - Hannah concordou.

Nós passamos a manhã de sábado debaixo da árvore, trocando ideias.

— O Caerphilly Catapults perdeu feio para o Puddlemere United.

— Mas você não pode negar que o gol de James Yakes foi espetacular - Henry retrucou.

— Mas o Puddlemere é um timão! Se não ganhasse, eu iria estranhar - Arthur disse despreocupado.

Jane revirou os olhos para mim e Hannah.

— Vamos combinar que Holyhead Harpies é o melhor time, sem dúvidas - Jane comentou entrando na discussão sobre quadribol dos garotos.

— Você só está falando isso porque torce para elas - Henry disse.

— Óbvio. A única equipe totalmente feminina do quadribol - ela respondeu dando um tapinha na cabeça do namorado.

— E você, Wood? - Travis perguntou.

— 100% Puddlemere United.

— Por isso que ela se dá tão bem comigo - Arthur disse me abraçando e eu sorri.

Minutos depois. Hannah olhou seu relógio, dando fim a discussão de quadribol.

— Já está na hora de servirem o almoço. Vamos indo.

 

Na segunda-feira, na aula de Poções, Arthur ficou com o caldeirão do meu lado.

— Você acha que eu preciso colocar mais pó de asa de morcego? - ele perguntou.

— Não - respondi olhando seu caldeirão - Já colocou a essência de ditamno?

— Calma, Wood. Isso é só depois do pó de asa de morcego. Eu sei ler as instruções.

— Tá bom então - respondi dando de ombros e voltando para meu caldeirão.

Quando a aula de Poções acabou, nós rumamos para a biblioteca, onde nos encontrávamos todos os dias para estudar depois das aulas.

— Hannah, você que faz Herbologia também, me ajuda nisso - pediu Henry sentando ao lado dela na biblioteca.

— Artimancia está cada vez mais complicado! - reclamou Jane.

— Eu achei moleza a aula de hoje - Arthur comentou com indiferença.

— O que? - Jane retrucou visivelmente irritada - Você vai me ajudar com essa tarefa então, não quero nem saber, Harris. Chloe, vou roubar seu namorado por um momento.

Eu ergui meus olhos do pergaminho no qual fazia um longo trabalho de Transfiguração.

— Ele não é meu namorado, mas pode pegar - falei.

Arthur me deu um risinho de canto de boca.

Quando deu a hora do jantar, nós saímos da biblioteca e fomos para a sala comunal largar as mochilas antes de descermos para comer.

 

Na terça, após a aula de Trato das Criaturas Mágicas, eu tinha o resto do dia livre, pois não fazia História da Magia nem Estudo dos Trouxas ou Runas Antigas, por isso fui tomar banho e me dirigi à sala comunal, essa hora vazia.

Era importante colocar as matérias e deveres em dia, pois nas terças nós tínhamos aula de aparatação no período da noite.

Se quase não sobrava tempo de descanso para mim, para Arthur, Henry, Travis e Brice era ainda pior, pois eles ainda tinham os treinos de quadribol.

Eu ajudava os garotos sempre que podia, mas em geral eles terminavam de estudar de madrugada, na Torre da Grifinória, onde era impossível eu ir para ajudá-los ou então para ter mais momentos a sós com Arthur.

>>>

Na segunda semana de Abril, teve jogo da Corvinal contra a Grifinória. Era sempre os piores jogos de assistir, pois por mais que houvesse 3 pessoas com quem eu me importava demais no time da Grifinória (incluindo o capitão do time), eu ainda torcia para minha Casa.

— Tenha um bom jogo - disse dando um último beijo em Arthur antes de ele ir para o vestiário com os outros jogadores.

Hannah, Jane e eu fomos seguindo a caminho do campo, com o resto dos alunos.

— A gente se vê no fim do jogo - disse Hannah indo para o lado da torcida vermelha da Grifinória.

— Até depois Hannah.

Eu e Jane fomos para a torcida da Corvinal e arrumamos bons lugares para sentar.

O jogo começou com a Grifinória passando na frente da Corvinal.

— E Julie Green perde a goles para Henry Bones da Corvinal. Ele avança e atira para os arcos. Travis Baker vai e... ui... por pouco! PONTO DA CORVINAL.

Henry passou voando e acenou para Jane na arquibancada.

— E Brice Cooper rebate o balaço de Will Karev. Arthur Harris avança com a goles, passa para Charlotte Decker... Defesa espetacular da Corvinal!

Quando o placar marcava 60 x 70 para Corvinal, Iris (apanhadora da Corvinal) e Kevin (apanhador da Grifinória), começaram a voar lado a lado, com uma vantagem quase imperceptível de Iris. Pareceu uma eternidade até que os dedos de Iris se fecharam sobre o pequeno pomo de ouro que reluzia a uns 13 metros de altura.

— IRIS APANHA O POMO, SENDO ASSIM A VITÓRIA É DA CORVINAL!

A torcida azul vibrou com a vitória da Casa. Com a derrota da Sonserina pela Lufa-Lufa e a vitória da Corvinal sobre a Lufa-Lufa também, agora só faltava o jogo da Lufa-Lufa com a Grifinória para decidir qual dos dois eles enfrentariam na final.

— A GENTE TÁ NA FINAL - Jane disse me abraçando - Vamos! Quero ir abraçar o Henry!

Nós duas fomos passando pelos torcedores e nos reunimos com o resto da Corvinal para parabenizar os jogadores.

Aos poucos a multidão foi se dissipando e eu fiquei lá fora, esperando Arthur sair do vestiário.

— Pode entrar lá - Brice disse para mim, passando com o resto do time - Ele só está terminando de arrumar as coisas.

— Obrigada - agradeci e entrei no vestiário do time.

Arthur estava sentado observando um quadro com as táticas do jogo.

— Oi - falei.

Ele virou para ver quem havia entrado no vestiário.

— Oi - ele respondeu.

Caminhei e sentei ao seu lado no banco. Ele parecia desapontado.

— Você sabe que não é o fim, não sabe? Ainda tem o jogo com a Lufa-Lufa e a diferença entre os placares era só de 10 pontos antes de Iris capturar o pomo.

Ele me encarou e passou as mãos pela cabeça.

— Eu sei. 

— Você é um ótimo capitão, Arthur. Não fique tão cabisbaixo.

Eu procurei sua mão e fiquei ali de mãos dadas com ele em silêncio.

— Você sabe que você é especial, não sabe? - ele falou depois de minutos, quebrando o silêncio.

— Eu sei - disse rindo.

Ele me encarou.

— Tô falando sério, Chloe. Você faz eu me sentir diferente, no melhor sentido. Você desperta meu melhor lado... e quando estou com você, eu não sei, é como se eu não quisesse estar em nenhum outro lugar do mundo.

Eu fiquei em silêncio absorvendo aquelas palavras. Eu sabia o que ele estava querendo dizer, porque eu sentia exatamente a mesma coisa sobre ele. A gente tinha uma conexão que era diferente de qualquer outra coisa.

— Você me deixa do mesmo jeito, Harris - falei - Eu não consigo me ver sem você; não agora que eu sei como minha vida funciona com você nela.

— E eu não pretendo sair tão cedo da sua vida.

Ele me olhou nos olhos e nós dois começamos a rir muito.

— Que meloso - eu falei entre risos.

— Totalmente - Arthur concordou rindo também - Nós não precisamos ser sempre assim, precisamos?

— Não!

— Graças a Deus.

Quando finalmente controlamos nosso riso, Arthur se ajoelhou na minha frente, sem mais nem menos.

— Aproveitando o clima meloso, você quer namorar comigo, Wood?

Coloquei a mão no peito dando um suspiro, fingindo estar aliviada.

— Achei que você estivesse me pedindo em casamento! É claro que eu quero namorar com você, Harris.

Ele se levantou e me agarrou pela cintura, me girando no ar.

— Eu te amo, Wood. E sinto lhe informar que agora você está formalmente amarrada a mim. Não há nada que você possa fazer.

— Não há nada que eu queira fazer contra isso, Arthur.


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