O garoto da Casa ao lado escrita por Almofadinhas


Capítulo 21
O convite


Notas iniciais do capítulo

Eu queria agradecer a vocês que estão acompanhando a história, muito obrigada.
É muito importante para mim saber que tem pessoas lendo o que eu escrevo, então comentem o que estão achando, o que eu posso melhorar... essas coisas.
Boa leitura!!



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A semana seguinte foi muito tranquila.

Millie Wells recebeu uma detenção (assim como as amigas, por terem feito uso de uma poção proibida na escola) e também um berrador de seus pais. Agora ela não tentaria tão cedo dar a Poção de Amor para alguém.

Hannah e Jane ficaram loucas quando eu contei que eu e Arthur havíamos nos beijado na sala do professor Williams.

"Eu sabia que mais cedo ou mais tarde iria acontecer!" Jane disse.

Já Hannah ficou super empolgada e deu o maior apoio.

Para a tristeza das duas, eu e Arthur não voltamos a nos beijar.

Brice, Travis e Arthur voltaram a andar juntos e fazerem as mesmas coisas que faziam antes. Os dois sempre falavam algo como: "Você já estava ficando um pé no saco, Harris" ou então "Você foi na Casa de Chá de Hogsmeade, cara".

Os dias de Arthur agora pareciam se resumir à quatro coisas principais: ir às aulas, fazer os deveres, treinar o time de quadribol e tentar flertar comigo no corredor.

— Eu sei que você não vai aguentar muito tempo sem me beijar, Wood - ele disse, me bloqueando nas escadarias de mármore da escola.

— Você tem certeza disso?

Ele pensou bem e por fim falou:

— Não, droga.

Eu sorri.

— Agora me deixe ir para aula de Transfiguração ou eu mesma vou aprender a transfigurar você num furão - falei - Não é tão difícil assim.

— Você pode me transfigurar no que você quiser, Wood. Eu não ligo.

Revirei os olhos. Como aquela coisinha alta, loira e maravilhosa podia ser tão irritante?

— Ok, agora chega - falei e saí do bloqueio dele.

Travis e Brice, que agora apareciam no fim da escada, logo abaixo de Arthur, viram a cena.

— Ei, Chloe! - Travis falou - Precisa de uma ajudinha aí?

— Não, obrigada. Tá tudo sob controle - falei.

— Harris é um pé no saco mesmo - Brice comentou.

Me despedi dos três e dando um beijo na bochecha de Arthur (para seu desapontamento), eu segui para a aula de Transfiguração.

 

Na segunda-feira, desci com Jane e Henry para o café da manhã. Peguei minhas habituais torradas e comecei a passar geleia de morango nelas.

— Por um acaso você hipnotizou o garoto, Chloe? - Jane perguntou, se servindo de mais bacon.

Eu desviei meu olhar das torradas e olhei para trás. Na mesa da Grifinória - que ficava em uma das extremidades do Salão Principal, bem ao lado da mesa da Corvinal - estava Arthur, me encarando. Dei um sorriso para ele, que retribuiu.

— Ele é todo bobo por você, né? - Henry comentou enquanto lia o meu Profeta Diário que havia sido entregue essa manhã.

— Um pouquinho, talvez - concordei.

Nós esperamos, nas escadarias de pedra, os nossos amigos da Grifinória. Como todos nós ainda fazíamos aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, fomos todos juntos para a sala de aula.

O professor Morgan Patel mandou nós formarmos duplas. A aula de hoje era sobre alguns tipos de azarações e como se defender delas.

— É extremamente importante que vocês saibam se defender de azarações como essas! - o professor disse.

— E aí, Wood? - Arthur disse se aproximando - Quer fazer comigo?

Como Jane faria com Henry e Hannah com Travis, eu concordei com a cabeça.

Nas duplas, um lançava o feitiço e o outro se protegia, depois trocava. O professor foi andando pela sala falando coisas como "excelente" ou então "continue a fazer isso e em uma situação real estará encrencado".

A sorte era que Arthur se defendia bem, pois eu descobri ser realmente boa nessas azarações.

No fim da aula, nosso grupo se dividiu entre os que seguiriam para aula de Feitiços e os que voltariam para sala comunal no tempo vago. Assim que a aula do professor Flitwick acabou, eu fui direto para biblioteca, fazer minha pesquisa sobre os feitiços que ele ensinou.

No intervalo do almoço, eu estava subindo as escadarias de mármore de volta para a Torre da Corvinal, quando alguém agarrou meu punho.

— Ei - Arthur falou quando me virei para ver quem havia me agarrado - Posso falar com você?

— Claro - falei, um tanto quanto curiosa para saber do que se tratava.

Nós continuamos subindo as escadas, passando por vários quadros que nos encaravam ao ver a gente passar. Paramos no sexto andar, perto de uma das armaduras da escola, onde não havia nenhum aluno por perto.

— O que foi? - perguntei sem rodeios.

Ele passou as mãos pelos cabelos loiros, nervoso.

— Ok, vou falar de uma vez. Eu gostaria de saber se você quer ir ao Baile de Primavera comigo.

Dei uma suspirada, aliviada.

— Achei que você nunca fosse pedir - brinquei - É claro que eu vou ao Baile com você. Com quem mais eu iria?

Uma expressão de alívio se formou em seu rosto e então, sem nenhum aviso ele me agarrou pela cintura e me girou no ar, com um enorme sorriso estampado no rosto.

— Eu te espero na frente do Salão Principal no dia 20? - ele perguntou ansioso, me colocando de volta no chão.

Eu revirei os olhos, tentando manter a expressão do rosto séria.

— Seja cavalheiro, Arthur! Me espere na frente da sala comunal da Corvinal. Você vai me deixar descer seis andares de salto sozinha?

— Ah, certo - ele disse sorrindo - Esqueça a minha sugestão, se você quiser eu te levo o colo. Eu sou bem forte, sabia?

Ah tá, vou fingir que acredito - respondi rindo.

Arthur e eu nos aproximamos. Nossos rostos estavam separados por poucos centímetros agora. Não havia ninguém ali no corredor, a maioria dos alunos ainda estavam terminando de almoçar no Salão Principal. Sem parar para pensar muito, eu o beijei.

Ele me abraçou forte pela cintura e me beijou de volta. Quando nos afastamos, ele sussurrou no meu ouvido:

— Eu sabia que você não iria aguentar muito tempo sem me beijar, Wood.

— Ei, eu aguentei por mais de uma semana! - retruquei.

Ele franziu as sobrancelhas como se estivesse contando quanto tempo fazia desde o nosso primeiro beijo.

— É... você resistiu ao meu charme por mais tempo do que eu imaginei. Foi uma tortura.

— Ninguém te avisou que eu não era fácil?

— Pior que avisaram - ele me encarou sorrindo - Várias vezes. 

Ele enfiou as mãos nos bolsos das vestes e ficou me observando.

— Quer ir dar uma volta até dar a hora da aula da prof Wright? - ele perguntou por fim.

— Eu vou buscar meus livros. Espere aqui.

Entrei na sala comunal da minha Casa e busquei meu livro de Transfiguração para enfiar na mochila. 

— Vamos? - perguntei quando saí.

Ele estendeu o braço como se fosse um cavalheiro numa caminhada com uma donzela.

— Para onde a senhorita deseja ir?

Eu pensei um pouco.

— As árvores próximas ao lago me parecem uma boa ideia.


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