Keep Holding On escrita por Naokii


Capítulo 18
Tea




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Chá

O GRITO DO Fullbuster escoou pelo local. As Bigs comemoraram enquanto parte do salão abriam um sorrisinho de felicidade ao ver a pobretona ser desmascarada. Num canto isolado, Sherry sorria, feliz da vida. Seu plano estava dando certo. Gray certamente odiaria Juvia depois dessa.

— O que EU fiz com você? Não sei se percebeu mas EU que estou sendo acusada injustamente. Todos aqui estão me xingando, e além disso NÓS não temos na... – Gray delicadamente colocou o dedo indicador sobre os lábios de Lockser, num sinal pra pedir silêncio. A garota o olhou confusa. Os olhos dele pareciam querer dizer alguma coisa.

— Ai, sério! – ele bufou e fez um biquinho. Estava tão fofo que alguns suspiros puderam ser ouvidos. Deu um sorriso de lado antes de continuar. – Eu não acredito que você deixou NOSSA foto juntos ser publicada desse jeito! – o salão inteiro gritou de pânico. – Tudo bem que você está linda e a iluminação fez parecer que estou ruivo, mas você negou nosso namoro e agora nos expõe desse jeito? 

— NAMORO? – Chlóe gritou, desesperada.

— EU NÃO ACREDITO NISSO! – Anastácia desmaiou.

— É claro que não fui eu! Do que você está... – a azulada começou a falar, mas o Fullbuster piscou um de seus olhos e segurou sua mão.

— Então foram vocês, seus ridículos? – ele voltou a olhar a todos com raiva. Era um olhar penetrante, assustador o suficiente pra deixar as pernas de algumas dúzias de pessoas bambas. – Eu não quero ninguém falando ou sequer PENSANDO nessa foto íntima de Juvia e eu.

Quando eu descobrir quem foi o desgraçado que publicou nossas intimidades, essa pessoa vai se ver pessoalmente comigo! Essa foto só diz a respeito a mim e a minha namorada. 

Algumas pessoas desmaiaram tentando engolir a notícia.

— ELE ESTÁ COM ELA?!?!

Tinha sido informação demais pra Juvia. Ela ainda não tinha conseguido digerir.

— Gray, você tá ficando lou... – o moreno segurou o rosto dela com as palmas das mãos e lhe deu um beijo. Juvia arregalou os olhos. Inicialmente, o moreno havia feito isso apenas para disfarçar. Ok, talvez ele também quisesse tirar uma casquinha porque ele também era filho de Deus, tá legal? E além disso, ele nunca teria coragem em qualquer outra situação. Era agora ou nunca. Ele imaginava em lhe dar só um selinho, como da outra vez, quando se beijaram por acidente, mas na hora em que ele fez menção de se afastar, Juvia colocou uma mão na nuca dele, o puxando mais pra perto. Da parte da azulada, ela simplesmente não sabia o que estava fazendo. Quando sentiu seus lábios serem tocados mais uma vez pelo líder do F4, sua única reação foi ficar paralisada, como uma protagonista de dorama. Seu coração batia muito forte, seu rosto queimava de vergonha, mas por incrível que pareça, ela havia gostado.

Não sabia por que, mas queria mais. Queria que eles avançassem um pouco, por isso tomou a decisão de aprofundar o beijo. Os segundos que aquilo levou pareciam minutos, horas, dias, meses, anos, décadas, até mesmo séculos. Gray imaginava que o salão estaria em total confusão, mas ele não conseguia ouvir mais nada a não ser seus próprios batimentos cardíacos descompassados e seus próprios gritos mentais. Ele abraçava a azulada pela cintura, como se quisesse ter certeza que aquilo era real, se aquilo estava mesmo acontecendo.

Se afastou à contragosto, pois além do ar que lhe faltava, sabia que se passasse mais um milésimo de segundo fazendo aquilo, perderia seu auto-controle (e olha que ele já não era muito).

— T-Tirem... – começou a dizer corado, mas logo seu rosto ganhou uma expressão séria. – Tirem logo essa foto daqui. Vocês com certeza não vão querer saber o que eu vou fazer se eu ver isso novamente. – agarrou-se em uma das mãos da menina, estática e saiu correndo com ela.

Não preciso nem dizer que a escola estava uma loucura, certo? Se por um lado, alguns comentavam no beijo que tinham visto, outros comentavam sobre as fotos. Alguns comentários eram positivos em relação ao novo "casal", mas a grande parte das garotas amaldiçoava o mais novo shipp da Fairy Tail. 

Sherry não estava de fora. Seu corpo todo tremia de ódio. Ela sentia seu corpo literalmente ferver. Seu olho esquerdo estava lacrimejando, seus lábios tremiam de raiva. As unhas de seus dedos estavam cravados nas palmas de suas próprias mãos causando feridas que sangravam. Ela estava totalmente dominada pela raiva e repulsa que sentia. Cuspiu num vaso qualquer espalhado pelo colégio e abriu um sorriso horroroso. Já sabia o que iria fazer.

Depois de correr um pouco, Gray e Juvia se encontravam no corredor da biblioteca, que graças aos céus estava vazio. Só soltaram as mãos quando perceberam que passaram alguns minutos em silêncio.

— Você é louco! – sorriu, socando fracamente o peito do garoto. Ele se limitou em dar um sorriso pra ela. – Cara... – disse antes de se encostar na parede e se sentar no chão. Ela cobriu seu rosto.

— Ei, está tudo bem agora. – o moreno disse, fazendo um cafuné na azulada. 

— Eu realmente não me importo com o que falam de mim, se me xingam ou fazem qualquer outra coisa. Mas fazer esse tipo de montagem dizendo que estive com um homem... isso é perversidade!

— Não se preocupe, nós vamos fazer de tudo pra descobrir quem fez isso, tudo bem? Depois nós vamos socá-lo e fazê-lo pagar pelo que fez, tudo bem? – disse depositando um beijo na testa da azulada.

Ela o olhou com ternura, mas logo desviou o olhar e mordeu os próprios lábios, antes de encará-lo novamente.

— Gray... sobre o que acabou de acontecer...

— N-Não precisamos falar disso agora. – sorriu tentando esconder o nervosismo que o dominava. – Temos outras coisas pra nos preocupar. Descobrir quem fez tudo isso, por exemplo. Tudo que aconteceu foi apenas encenação, certo? – disse apreensivo, torcendo pra que não fosse.

— Eu... – antes que pudesse terminar a frase, Erza chegou correndo junto de Jellal.

— Juvia, você está bem?

— Ouvimos o que acabou de acontecer, como você está?

— Bom, se for em relação ao beijo que eles deram, acho que eles estão muito bem, viu? – Natsu e Lucy se aproximaram.

— Inclusive estão aí sentadinhos e juntinhos por quê? – Lucy riu. O moreno e a azulada se levantaram rapidamente, se afastando.

— Isso não importa, o que importa é descobrir quem foi o patife que fez isso. Nós precisamos nos dividir pra descobrir quem é que fez isso. Precisamos procurar suspeitos. – Gray disse. 

— Eu e Jellal vamos procurar pelos arquivos de segurança da escola e ver pela câmera quem mexeu nos cabos conectados a tela que fica no salão de refeições. – Erza falou.

— Enquanto isso, eu e Natsu vamos ficar de olho em alguns suspeitos. Alguns dados podem ser descobertos na foto.

— E eu? – Juvia perguntou. – Não vou ficar de braços cruzados. – ditou seriamente.

Gray deu um sorriso bobo observando a garota. Por que tudo nela tinha que ser tão perfeito? Não só a aparência, mas também por dentro. Sua personalidade forte conquistava cada pedacinho do coração do moreno. Saber que ele tinha beijado aqueles lábios cheinhos da nadadora deixava suas pernas bambas. Seu cabelo, seu rosto, seu corpo, seus lábios rosados o deixavam louco e...

— Já pode parar de babar. – Jellal disse, apoiando-se no ombro do garoto.

— Hã? Hein? – o moreno saiu de transe. 

— Você passou os últimos minutos parado observando a Juvia. – disse o azulado. . 

— Não foi bem isso, eu estava pensando... pensando... pensando no que fazer para descobrir mais rápido quem foi o imbecil que fez aquilo com a Juvia, só isso. – disse rapidamente.

— Muito obrigada a todos. Muito obrigada, Gray. De verdade. Eu não sei o que faria sem vocês. Muito obrigada. – abriu um sorriso caloroso, que foi o mesmo que um tapa na cara do Fullbuster. 

Com uma cópia da imagem, Natsu dava zoom pra tentar encontrar algo.

— Aproxima mais um pouco pra esquerda. – a loira pediu. – Tá vendo isso? o calendário no fundo diz que essa foto foi tirada ontem. Mas essa foto da Juvia parece que foi tirada anos atrás devido a aparência dela. O tom de azul dos cabelos dela estão como ela usava durante o ginásio. Além disso, ontem eu dormi na casa dela, então quem fez essa montagem não tem desculpa pra usar.

— Parece que tem um reflexo no porta-retrato. Deixa eu aproximar. Há. É o acessório de cabelo de alguém. Engraçado, parece que eu já vi em algum lugar. 

— Oh, não. – Lucy se levantou bruscamente. – Eu tenho quase certeza de onde vamos encontrar respostas. Vamos. 

Os dois saíram correndo em direção ao shopping. Se Lucy não estivesse errada, se entrassem em certa loja, encontrariam o que precisavam.

O local estava totalmente lotado, apesar de ser apenas 13:00 da tarde. Cheio de patricinhas e pessoas andando de um lado pro outro cheias de sacolas. Natsu pediu licença para ir ao banheiro e Lucy ficou o esperando na frente de uma loja qualquer. 

Uma movimentação chamou sua atenção. Um garoto alterado dava em cima de todas as garotas que passavam. 

Que escroto, pensou a loira, tomando um gole do seu suco de morango.

O adolescente se virou pra menina e ela identificou imediatamente de quem se tratava. Loke. 

— Lucy! Há quanto tempo! – a loira não respondeu. – Qual é? Tá se achando melhor que eu?

— Loke, se afasta. Eu não sou obrigada a falar contigo de novo. – disse tentando manter-se calma, pois algumas pessoas já estavam prestando atenção na cena. 

— QUAL É? Eu te dei atenção mesmo quando você era gorda! SEM EU VOCÊ É ESSA ENCALHADA, FEIA E...

Heartphillia jogo todo seu suco na cabeça do garoto.

— PONTO! – a voz de Natsu foi ouvida, junto com uma gargalhada. Lucy não se segurou e deu uma risada gostosa também. – Cara, eu amo minha namorada! – disse sem perceber, com um sorriso enorme. 

— Namorada? Vocês estão juntos? – Loke disse, raivoso.

— Te incomoda? – Lucy disse, abraçando o rosado. 

O ex da Heartphillia iria dizer alguma coisa, mas assim que olhou ao redor e viu que várias pessoas observavam a cena, deu as costas e foi embora.

— Me desculpa por ter te chamado de namorada, sei que não somos nada além de ami... – foi interrompido com um selar nos seus lábios.

— Está tudo bem. – deu um sorriso caloroso. – Acho que podemos tornar isso realidade. 

— Jura? – O rosado girou a garota no ar e a encheu de beijinhos.

Palmas foram ouvidas. 

— Ele não é um dos F4? – algumas pessoas sussurravam. 

— Ok, namorado. Temos que voltar ao trabalho. – pegou uma das mãos do mais alto e entrou no elevador.

Pararam em frente a loja que Lucy esperava e logo avistou o que suspeitava.

— Esses são... – começou Natsu.

— Os mesmo acessórios de cabelo que vimos na fotografia. Essa é a loja da família de Sherry, Blendy's Store. Ela é a única da escola que possui um desses.

— Você acha que...

— Vamos apurar mais um pouco. 

Entraram no estabelecimento e se depararam com um funcionário. Ele era lindo. Usava um terno aberto no peitoral, tinha cabelos loiros jogados sobre o rosto e um sorriso apaixonante. 

— Posso ajudar? – disse, abrindo um de seus sorrisos para Lucy. – Sou o Sting. O que a bela dama gostaria de comprar?

— Bom...

— Gostaríamos de perguntar sobre a filha dos seus chefes. – Natsu disse, sorrindo de lado.

— Oh, me desculpem mas eu não tenho muito contato com ela. 

— Mesmo? – Lucy o olhou de baixo pra cima. – E aquela foto que ela tirou de você noite passada? 

— Não sei do que estão falando. 

— Disso. – Natsu exibiu a foto. 

— Vocês vão me perdoar, mas nem a mesma cor de cabelo nós temos. – sorriu gentilmente. – Estão me confundindo com outra pessoa. 

— Eu não acho isso... –  Lucy afastou o cabelo do rapaz e deixou seu pescoço manchado de vermelho à mostra. – A tinta temporária não saiu completamente, não foi?

Sting ganhou uma expressão séria. 

— Escutem, ainda não sei do que estão falan...

— Não, escute você. Você me conhece. Meu pai tem uma das maiores empresas do país, além de termos museus famosos. Eu tenho milhões de seguidores e posso acabar com a reputação de qualquer lugar com apenas um tweet. – falou e o loiro engoliu em seco. – Se já não acha suficiente, pense em Gray Fullbuster. Sua família tem a maior empresa do país. Você já imagina a influência que esse cara tem, não é? Pois essa garota na montagem porca que vocês fizeram é a garota que ele gosta. Imagino o que os seguidores dele farão ao descobrir que um funcionário dessa loja fez tal coisa. 

— E então, vai nos falar ou não quem foi o responsável por tudo isso? – Lucy disse e deu um sorriso cúmplice pra seu novo namorado.

O loiro à frente dos dois parecia estar travando uma batalha mental consigo mesmo. No fim, cedeu:

— Tudo bem. Foi a Sherry. Ela está surtada. 

— Precisamos avisar a Juvia.

Da escola, Erza e Jellal acabaram de ver as câmeras de segurança e descobriram quem tinha armado tudo.

— LIGA PRO GRAY! – Erza ouviu o namorado dizer e começou ligar pro contato de seu irmão.

— Atende, atende... – dizia enquanto o moreno não atendia.

— Alô?

— GRAY! Descobrimos quem fez tudo! Foi a Sherry! A Juvia está com você?

— Puta merda! – Gray xingou.

— O que foi?

— Ela acabou de sair daqui pra ir pra casa da Sherry. Ela ligou dizendo que tinha pistas e a Juvia saiu correndo pra lá! Que droga! Eu vou atrás dela!

— Nós todos estamos indo pra aí! – Jellal gritou.

Gray saiu correndo, estava há poucas quadras da mansão da garota. Assim que chegou no local, antes que pudesse bater, sentiu uma pancada na cabeça e desmaiou instantaneamente. 

— Quer um pouco de chá? – Sherry ofereceu.

— Oh, obrigada. – sorriu, tomando uma xícara. – Então, o que você descobriu?

— Eu descobri que foi uma garota. – a rosada respondeu, simplista. – Você a conheceu há anos em sua antiga escola. 

— O quê? – Juvia fechou os olhos e tentou se concentrar pra lembrar de algum rosto que talvez fosse a causa dessa confusão toda. 

— Não consegue lembrar, não é? Talvez seu egoísmo seja tão grande ao ponto de não se lembrar da passagem dessa pessoa por sua vida. Do quanto você foi ativa na vida dela, a ajudou, a aconselhou e no final a traiu amargamente. – praticamente cuspiu as palavras.

Juvia estava confusa.

— O-O que tinha nesse chá, Cherry? Não estou entendendo...

— Estou cansada desse nome falso. Você me conhece bem pelo outro. Sou Chelia Blendy, ao seu dispor. E hoje eu vou acabar com a sua vidinha medíocre.

A azulada cambaleava pelo quarto, sentindo as pálpebras cada vez mais pesados. Seu estômago doía e sua garganta queimava. O sonífero fez efeito segundos depois e Lockser caiu no chão, derrubando a xícara.

A gargalhada de Chelia invadia toda a mansão. 


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