Marinette andava de um lado para o outro dentro do quarto, deixando sua kwami nervosa.      

— Mari, para com isso, você está me deixando nervosa! Se continuar andando pra lá e pra cá, vai abrir um buraco no chão.

— Desculpa Tikki, é que eu queria dar um presente especial pro Adrien. Mas não sei o que posso dar.

— Uh, um presente especial pro Adrien? – a kwami disse com uma voz sugestiva. – a azulada sentou em frente à mesa e encarou a tela do computador, cuja proteção de tela eram as fotos de Adrien.

— É. E não é só porque eu gosto dele. Hoje ele disse pra mim, Alya e Nino que o pai dele sempre viaja nessa época do ano e deixa ele passando o Natal sozinho com a assessora. Ele não gosta de passar sozinho, mas Nathalie, que é o nome dela, tem uma família e não passa o Natal com eles porque fica com o Adrien. – baixou a cabeça enquanto falava, sentindo-se triste pelo amigo.

— É bem triste. Quem não gosta de passar o Natal em família? – a azulada levantou rapidamente com uma ideia brilhante em mente.

— É isso Tikki! Você me deu uma ideia. Só não sei como vou colocá-la em prática.

***

— Vamos lá Marinette! Você consegue!

— É, eu consigo. – respirou fundo e saiu de trás dos arbustos enquanto sua kwami se escondia na bolsa.

— Ué, você chegando cedo? – Alya riu.

— Pois é. – coçou a cabeça envergonhada. – Hey, Adrien. Será q-que posso f-falar com você um instante? – Alya entendeu o recado e deu um sorrisinho.

— Nino, lembrei que preciso te mostrar algo. Vem rápido! – saiu puxando o garoto, deixando os amigos sozinhos.

— Claro, o que você quer falar? – ele sorriu amigável.

— Então, eu estive...

— Adrien! – Chloé chegou gritando. – Eu fiquei pensando em algo e preciso te contar... – a Bourgeois saiu puxando o loiro pelo braço, enquanto o mesmo pedia desculpas à Marinette com o olhar.

— Não se preocupa, você fala com ele na saída. – Tikki a consolou e deu um sorriso amigável.

— Tudo bem. – Marinette também sorriu e entrou para a escola. Assim que sentou em seu lugar, Alya insistiu em saber de tudo – Eu ia falar com ele, mas a Chloé o puxou pra longe.

— Ah, aquela desgraçada! – a morena fez menção de levantar, mas Marinette a segurou.

— Na saída eu falo com ele.

— Certo. Vou fazer com que a Chloé não se intrometa novamente. – na visão de Marinette, a careta que Alya fez era preocupante.

— Por favor me diga que não vai fazer algo que te faça ir presa.

— Relaxa, não vou. – as duas riram.

***

Na sala de aula, só havia ficado Marinette e Adrien por último, já que Alya deu um jeito de fazer com que Chloé saísse antes.

A azulada terminou de guardar o material e quando olhou para frente, viu que o garoto não estava mais ali, então correu até saída.

— Adrien!

— Ah sim, o que foi Marinette? – sorriu amigável.

— Posso falar com você rapidinho?

— Claro. Tenho que esperar aqui dentro mesmo, já que está chovendo e meu motorista está preso no trânsito.

— Esse é um dos assuntos também. Aqui está seu guarda-chuva, que você me emprestou no primeiro dia de aula. – entregou para ele.

— Ah, não precisava devolver.

— Não, eu faço questão. Aliás, muito obrigada. – ele assentiu sorrindo. – Agora s-sobre o o-outro assunto, bem e-eu... – respirou fundo e tomou coragem – Queria saber se você não quer passar a noite de Natal comigo e com minha família?

— Eu? Passar o Natal com vocês?

— S-Se você quiser. Minha mãe sabe fazer uns biscoitos ótimos. – o loiro sorriu por Marinette ter a ideia de fazer algo tão legal para ele.

— Eu acho uma boa ideia. Obrigado.

— De nada. Podemos ir agora... Se você quiser.

— Certo. Vou ligar para o meu motorista e avisar.

Depois de avisar o Gorila e Nathalie – que ficaram felizes por Adrien e felizes que poderiam passar a noite com seus familiares –, Marinette e Adrien andaram até a casa da garota, dividindo o guarda-chuva.

Chegando lá, o jovem Agreste foi muito bem recebido pela família Dupain-Cheng e se sentiu em casa – na verdade, considerando a sua situação atual, a casa de Marinette era mais aconchegante que a sua própria casa.

— Obrigado pela noite. Eu me diverti muito. – Adrien agradeceu, enquanto encaravam a vista da sacada do quarto de Marinette. Tinham subido para jogar uma partida de video game antes da ceia.

— Não precisa agradecer. – a garota sorriu envergonhada.

— Preciso sim. O que você fez foi muito especial para mim, o melhor presente que ganhei. – a garota sentiu suas bochechas queimarem.

— Que bom que gostou. – Adrien ficou de frente para Marinette e a envolveu em um abraço.

No começo, Marinette não soube como reagir, porém logo apertou seu braços ao redor do loiro também. E assim ficaram por um bom tempo, abraçados, calmos e tranquilos naquela noite de Natal silenciosa e abençoada.

Adrien queria que seu pai entendesse que ele não precisava de muito, precisava só daquilo que tinha no momento na casa de Marinette, que era se sentir parte de uma família.

Agradeceu silenciosamente por ter a garota em sua vida. Pois sem ela, sua noite seria silenciosa e triste, porém no momento, era silenciosa e aconchegante. Tudo que ele poderia querer.