As circunstâncias do Natal na minha banheira. escrita por Mestre do Universo dos Vermes


Capítulo 1
Feliz Natal.


Notas iniciais do capítulo

Presente de Natal para a LittleHobbit!

E eu escrevi tudo dentro de 24 horas para variar... Não tem jeito, deixar pra cima da hora faz parte de quem eu sou!

Mas ficou bem legal!

E, se você não conhece Orenchi No Furo Jijou, mas clicou na história mesmo assim, bem... Eu posso resolver seu problema em 4 minutos!

https://www.youtube.com/watch?v=n8BvvczcO5I

(diz aí, tem algo mais legal que um anime cujos episódios duram 4 minutos cada?)

Sem mais enrolação, eis a história:



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— Wakasa, che...guei. — Tatsumi hesitou ante o caos que estava seu banheiro: havia água e decoração natalina por todos os lados em uma bagunça molhada e, na banheira, Wakasa e Takasu estavam numa discussão acalorada enquanto Mikuni tentava, sem sucesso, apaziguar a situação e Maki, no canto da banheira, murmurava para si mesmo comentários negativos e autodepreciativos.

Em resumo, era mais um dia normal.

— Ah, Tatsumi, bem vindo! — Wakasa pareceu esquecer a briga e sorriu para ele, mas isso não durou muito... — Pode dizer para esse polvo idiota que ele colocou muito dourado e pouco vermelho e que as guirlandas estão muito juntas?! — Exclamou irritado enquanto gesticulava para os enfeites do banheiro.

— Ora, está criticando meu senso de decoração?! Tem dourado na medida certa! Você é que não tem nenhum estilo! — Takasu retrucou no mesmo tom.

— Como ousa?! Eu tenho muito estilo! Você é que....

A discussão teria se estendido muito ainda se não fosse por Tatsumi, que se pôs no meio deles com os braços cruzados e uma expressão séria demais. Os dois trocaram um olhar e, engolindo em seco, fecharam a boca.

— Agora — O tom de voz de Tatsumi era perigosamente calmo, uma aura negra emanava dele. — quem vai me explicar o que aconteceu aqui?

— Bem... Já que é Natal e tudo o mais, decidimos vir fazer uma visita... — Takasu começou.

— Sim! E até trouxemos enfeites! — Mikuni sorriu e exibiu uma bola colorida de pendurar em árvores.

— Eu disse que era uma ideia ruim... — Maki resmungou de dentro da concha. — Eu entendo se você quiser me expulsar, afinal, quem gostaria de alguém tão minúsculo e insignificante numa data como essa e...

— Não, tudo bem, vocês podem ficar. — Tatsumi respondeu já num tom normal, mas, antes que tivessem tempo de comemorar, completou: — Só arrumem essa bagunça.

Os quatro congelaram por um segundo e observaram o estado do banheiro: a discussão de Takasu e Wakasa fez com que mas da metade da água da banheira fosse jogada em várias direções. O chão estava encharcado, assim como boa parte das paredes e, é claro, os enfeites de Natal estavam molhados e alguns haviam caído ou mesmo quebrado no chão. Um caos.

Por sorte, eles tinham Takasu...

— Pode deixar comigo! — Ele afirmou e, num piscar de olhos, seus tentáculos habilidosos recolheram a decoração, secaram o chão e as paredes e jogaram fora os enfeites quebrados.

Tatsumi não pareceu impressionado. Era só mais um dia normal...

— Ótimo, agora eu vou preparar a ceia, fiquem aqui e se comportem ou não vão ganhar presentes.

A última parte da frase realmente teve o efeito desejado. O banheiro ficou em silêncio e, assim que Tatsumi saiu, o bater da porta pareceu tirá-los do estado de choque.

— Sem... Presentes? — Wakasa repetiu devagar. — Não podemos ficar sem presentes, certo?! Quer dizer... Já é Natal e tudo o mais, não dá mais pra cancelar... Dá?

— Não, não dá... — Takasu respondeu sem convicção alguma. — Quer dizer, eu acho que não...

— Eu não quero ficar sem presentes. — Mikuni murmurou.

— Quem se importa? Eu não devo ganhar nada mesmo. Seria só mais uma decepção na minha vida. — Maki comentou negativo.

— Precisamos de um jeito de garantir os presentes! — Wakasa declarou confiante, ignorando o comentário. — Então... Alguém sabe como fazer isso?

— Pelo que eu entendi, temos que ser bonzinhos para o Papai Noel trazer presentes pra gente. — Mikuni explicou.

— Não seja idiota, Papai Noel não existe. — Takasu cruzou os braços. — É só uma lenda feita para manter as crianças quietas.

— Ah, mais uma mentira nesse mundo de ilusões... — Maki murmurou.

— O quê? Claro que não! Mentiroso! — Wakasa gritou e, depois disso, outra discussão acalorada foi iniciada...

Quando Tatsumi voltou com os pratos, o estado do banheiro estava, mais uma vez, caótico. Depois de outra bronca e outra limpeza feita pelos tentáculos ágeis de Takasu, Tatsumi serviu a ceia — salpicão, arroz com passas e, claro, um peru — e depois de comerem, o motivo da discussão foi explicado.

— Oh, então era isso? Vocês já estão grandes o bastante para saber, Papai Noel na verdade — Ele hesitou ante os olhares de esperança — só passa quando todos estão dormindo, por isso, se querem receber os presentes, melhor dormirem. — Completou.

Um coro empolgado foi ouvido (ou um "lá vai você de novo me dando esperanças..." no caso de Maki) e os quatro, rapidamente, se ajeitaram para dormir. Tatsumi refletiu brevemente que, talvez, precisasse comprar uma banheira maior para o próximo ano... Era incrível que todos coubessem naquela.

Depois ele expulsou o pensamento, outra banheira seria um gasto desnecessário e, no momento, ele já precisava passar nas lojas para comprar presentes de última hora do "Papai Noel"...

*

— Ei, Tatsumi, veja o que eu ganhei do Papai Noel! — Wakasa agitou o presente na frente do rosto de Tatsumi como uma criança empolgada.

— Não! Olhe o meu primeiro! — Takasu interrompeu no mesmo tom.

— Eu gostei bastante do meu. — Mikuni comentou.

— Sim... O meu até que é bom também... — Maki murmurou num tom levemente otimista.

— É, que bom que todos gostaram do que ganharam... — Tatsumi disse enquanto esfregava os olhos. Ele estava satisfeito por ter conseguido deixar todos alegres tão em cima da hora, mas ainda era muito cedo, praticamente madrugada do dia 25, e ele ainda estava se recuperando do almoço em família que teve na véspera... Ele levou umas duas horas apenas para convencer Kasumi, sua irmã meio obsessiva, que ela não podia ir passar o resto do feriado com ele.

Quanto aos presentes, Wakasa ganhou sais de banho, já que ele gostava tanto de banhos de espuma; Takasu ganhou... Bem, não importa muito porque, assim que ele viu a caixa, o espaço pequeno e escuro, pôs a cabeça dentro dela e ignorou completamente o que estava dentro. Polvos simplesmente não resistem a espaços assim... Já Mikuni ganhou duas garrafas grandes de água mineral e Maki, uma escova ortodôntica para limpar seu casco (o motivo pelo qual ele não estava tão pessimista no momento...)

Foi só depois da agitação inicial causada pelos presentes que eles perceberam um detalhe importante:

— Mas, Tatsumi... E o seu presente?

— Ah, isso? — Ele deu de ombros, parecendo não se importar com o assunto. — Não é nada demais, acho que estou grande demais para essa coisa de Papai Noel...

Os outros hesitaram um instante pela afirmação e, logo depois, fizeram uma espécie de "reunião" rápida na banheira e começaram a murmurar entre si, deixando Tatsumi de fora. No meio da "discussão", Takasu usou seus tentáculos para pegar, rapidamente, algo no canto da banheira, e os quatro voltaram a sussurrar enquanto trabalhavam agitadamente em algo.

— Ora, você é o mais novo entre nós. — Wakasa sorriu por fim e colocou um gorro de natal na cabeça de Tatsumi. — Merece um presente.

— Sim, com certeza. — Os outros concordaram e Takasu entregou um papel para ele. Era um desenho, meio infantil até, de todos eles juntos, com Tatsumi no centro e todos em volta. Nos cantos da folha, cada um havia escrito uma pequena mensagem desejando um feliz Natal.

— Obrigado. — Tatsumi sorriu, meio corado. — Feliz Natal.

— Feliz Natal!

*

Foi só depois que todos foram embora, se despedindo e desejando boas festas, que Wakasa reparou um detalhe na decoração:

— Ei, Tatsumi, olha isso. — Ele apontou para algo pendurado no teto, logo acima da banheira.

— O qu.... — Tatsumi congelou quando viu o que Wakasa apontava.

Era um visco.

— Isso quer dizer que nós temos que nos beijar, né? — Wakasa indagou com um sorriso adorável e aproximou seu rosto do de Tatsumi.

— Uh... Não necessariamente. — Tatsumi ruborizou.

— Ora, vamos lá, é tradição... — Ele se aproximou mais e, num gesto tranquilo, tocou seus lábios nos de Tatsumi. — Viu? Nada demais. — Sorriu e se afastou.
Tatsumi provavelmente não conseguiria ficar mais vermelho...

— Você devia fazer isso com uma garota. — Ele comentou e passou as costas das mãos na boca. A pele de Wakasa era meio fria, úmida... Mas não de um jeito ruim, apenas diferente.

— Fazer o quê? Gosto mais de você. — Wakasa disse de modo casual e deu de ombros, deitando-se na banheira.

— Ei, vamos tomar um banho de espumas juntos mais tarde? Vai ser divertido!

— Hm, claro, por que não?


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Notas finais do capítulo

O que fazer quando vai dar de presente para sua amiga uma one-shot de um casal que você não shippa?

Resposta: escreva dois terços da história como uma comédia normal, dê um pretexto clichê para um selinho e chame isso de shounen-ai!

Mas, ei, ficou bem legal! Ainda mais considerando o tempo que eu levei!

Particularmente, não shippo Tatsumi e Wakasa... E olha que eu tenho muito ship estranho! Mas gosto bastante de Orenchi No Furo Jijou e, se não fosse pela LittleHobbit, eu nem conheceria o anime! Então achei um bom presente.

E, LittleHobbit, mesmo que eu saiba que você não dá muita importância para datas... Feliz Natal! ♥