Um bom garoto escrita por LC_Pena, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 4
Capítulo 4 Fingi de morto


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo, fic curtinha, coisa fofa... Enfim.



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Capítulo 4. Fingi de morto 

— E então? Gostou do piquenique? - O dia estivera muito bonito até o meio da tarde, quando Marlene fugiu das amigas para se encontrar com seu amigo canino, porém agora era só chuva e lama, infelizmente. – Me refiro a parte antes da chuva, porque depois eu admito que o merengue da torta se tornou um desastre... 

O cachorro deu dois latidos, saindo da cobertura improvisada da marquise em que estavam abrigados da tempestade, convidando sua amiga humana para brincar na chuva com ele. 

— Hã-hã, nem pensar, Wulver! Vem já para cá! - O cachorro continuou pulando alegremente pelas poças na acidentada rua principal de Hogsmeade, onde poucas carruagens se atreviam a encarar os caminhos enlameados da vila. Marlene sorriu para a teimosia do peludo. – Vem aqui, menino! 

Finalmente, depois de perceber que a humana era tão cabeça-dura quanto diziam as lendas sobre escoceses, o cachorro de pelos escuros desistiu de convencê-la a sair para lhe acompanhar na farra. Deu uma última sacudidela nos pelos molhados, espalhando água e latidos ao vento. 

Marlene riu da bagunça, se abaixando para falar com seu amigo mais do que inusitado. 

— Ei, garotão! Bom menino... Sabe, Wulver, estou pensando em te levar comigo para casa no verão, o que acha? - Continuou coçando atrás da orelha do cachorro molhado, que estranhamente não cheirava mal a, bem, a cachorro molhado! – Dormiria na cama comigo, mas só depois de um bom banho e tosa, porque vamos combinar, agora, nesse estado, nenhuma garota se atreveria a.... Espera! Aonde você vai? Wulver, volta aqui! 

Tarde demais, o cachorro havia disparado rua abaixo como se tivesse ouvido um chamado que não podia ignorar, deixando Marlene abaixada olhando para o nada meio perdida e ligeiramente molhada. 

—  Para onde é que esse cacho... - A sonserina estava bem disposta a ir atrás do animal, podia muito bem usar um feitiço para secar as roupas depois, mas antes que tomasse o mesmo caminho, um vulto apareceu no meio da chuva incessante. 

A garota se abraçou e deu alguns passos para trás na fachada da loja fechada, tentando passar despercebida pelo estranho solitário. Já tinha passado da hora de voltar ao castelo, havia perdido a noção do tempo quando o dia virou noite muito cedo, por conta da tempestade. 

O estranho parou embaixo da marquise, se sacudindo como um cachorro sem modos meio desparafusado das ideias. Marlene se abraçou um pouco mais e fez uma careta, pensando que essa era uma péssima hora para ter dispensado a segurança da companhia de suas amigas. 

A insegurança da garota durou apenas até o estranho tirar os fios negros da frente do rosto, porque ela reconheceu o sorriso ladino no segundo seguinte em que ele se formou nos lábios de seu dono. 

— Sirius Black! Oh, minha Morgana plena de razão, nunca fiquei tão feliz em ver um rosto conhecido na minha vida! - Falou sem pensar e depois ficou em dúvida se ria ou se saía na chuva para tentar se afogar na primeira poça que visse pela frente. Optou pela primeira opção, já que o garoto bonito a sua frente aumentou o sorriso. – Soou tão desesperado quanto eu ouvi na minha mente?  

— Um pouco. - Sirius respondeu divertido, a garota o olhou em dúvida. – Bem pouquinho mesmo, eu quase nem notei. 

Marlene riu da tentativa sincera de fazê-la parecer menos patética e Sirius achou bem legal finalmente vê-la rir de algo que ele respondeu de verdade, não só uma coisa que sua mente muito criativa inventou.  

— Acabei perdendo a última carruagem, estou feliz de ter encontrado uma companhia até o castelo, embora... - Ela não completou a frase, se lembrando de Wulver e sua saída nada sutil. – Embora deva ficar triste, porque, na verdade, eu fui abandonada ao léu! 

Marlene constatou para si mesma que isso era verdade, afinal Wulver havia deixado mesmo ela a própria sorte naquela rua deserta, provavelmente para correr atrás de uma cadelinha mais atraente ou, possivelmente, correu atrás de restos suculentos do jantar de outrem. 

— Levou um bolo? Quem em sã consciência seria capaz de dar um bolo numa garota como você? - Sirius falou sincero, mesmo que soubesse que o brilho de diversão na expressão contrita da garota se devia ao fato de que tinha sido abandonada por um verdadeiro cachorro. Literalmente!  

Ela tinha senso de humor. 

— Olha, ficaria surpreso, Black, a começar por aqueles que nem se dignam a aceitar meus convites tão bem intencionados... - Ele franziu o cenho, porque depois de dizer isso,  McKinnon o olhou com suspeita e então com um sorriso. – Vai me dizer que você não sabe do que eu estou falando? 

Ela perguntou irônica, avaliando se a chuva tinha cessado o suficiente para pelo menos os dois conseguirem atravessar o caminho para Hogwarts sem enfiar os pés em algum buraco de toupeira escondido em toda aquela lama. 

Sirius se sentiu confuso, será que ela sabia da sua... A olhou de soslaio, decidindo por não se entregar antes da hora. 

— Está falando do convite que você fez a... 

— Sim, do convite que eu fiz, que foi sumariamente ignorado, mas... Por que é que eu estou te falando isso mesmo? Você é Sirius Black! Não precisa ouvir garotas se lamuriando por garotos na chuva... - Ela olhou para ele com um olhar escrutinador, que o fez franzir o cenho. – A menos que você tenha vindo pessoalmente colocar um ponto final no assunto... É esse o caso? 

Do que diabos essa garota estava falando? Sirius não queria acreditar que ela estava mesmo considerando o convite para ele ir morar na sua casa como algo real e válido, porque isso deixaria subentendido que: 

Primeiro, ela sabia de sua animagia, o que por si só já era impressionante, isso sem contar com o fato de que ela nem ligou de nunca ter falado com sua forma humana, e... Segundo, que ela estava disposta a abrigar um traidor de sangue na sua segura e muito escocesa casa de campo! 

O que demônios ela estava pensando da vida? Eles mal se conheciam! 

— Olha, sinceramente, eu acho que você está se precipitando um pouco, porque eu não poderia... 

— Ah meu Merlin, ele não te pediu para me dar o fora, não foi? Isso é só coisa da minha cabeça, não é? - Ela colocou a mão na boca, dessa vez realmente horrorizada com o que tinha acabado de dizer, deixando o maroto ainda mais confuso. – É que eu vi vocês dois conversando no outro dia, você perguntando se valia a pena e eu pensei que... Oh, minha nossa, que vergonha! Não diga para ele que eu falei alguma coisa! Na verdade esquece tudo que eu falei, ok? 

Ele? 

— Espera um minuto aí, você está falando de Moo... Remus? - A incredulidade na voz do garoto fez Marlene se empertigar e finalmente o encarar por trás de sua cortina de vergonha e autocomiseração. – Está falando de Remus Lupin? É com ele que você quer ter uma chance? 

— Claro que estou falando de Remus Lupin, de quem você achou que eu estava falando? - O sotaque escocês saiu carregado na pergunta desconfiada, a expressão da sonserina parecendo do tipo que não aceitaria meias verdades. Ela abriu os olhos ao entender o que estava acontecendo. – Você achou que eu queria sair com... Ai, nossa! Olha, não me leve a mal mas...  É que você não faz o meu tipo. 

O tom de surpresa misturado com pena naquela voz falsamente gentil foi como um soco no orgulho do grifinório.  Sirius riu, maneando a cabeça com a peça que o destino havia acabado de lhe pregar.  

Bem que Moony disse que ele pagaria, só não imaginava que seria com juros! 

Tinha certeza que havia encontrado uma garota legal em meio as serpentes, uma que valeria a pena quebrar a regra que tinha instituído em sua vida logo depois de ter dado uma chance para a meretriz da sua prima mais velha, que literalmente partira seu coração... 

Ou melhor, nariz. 

Levantou a cabeça e apontou para o rosto da escocesa, que franzia o cenho para não rir da cara dele, mesmo sabendo que falharia miseravelmente, ele parecia a perfeita imagem do herói humilhado... 

— É por essas e outras que eu não saio com sonserinas! - Falou com raiva, mas assim que viu a confusão nos olhos dela, se arrependeu do tom usado. Ok, ela podia ser irritante, mas ainda era uma garota bem legal. – Mas vou interceder em seu nome junto a Remus, porque eu posso ser tudo, menos um mau amigo! 

Sirius deu por encerrada aquela conversa constrangedora - por que os humanos tinham que complicar tudo? - suspendeu a gola da sua jaqueta de couro e seguiu seu caminho em meio aquela chuvarada toda, que podia até não servir para muita coisa, mas ao menos estava massageando seu ego machucado. Antes de virar a esquina ainda ouviu o sotaque escocês soar uma última vez. 

— Hey, espera!- Sirius parou de supetão, irritado - ainda tinha mais, Merlin? - mas depois sorriu conformado, olhando para o céu invisível por trás de todas aquelas gotas pesadas de chuva. Esperou até que a garota lhe alcançasse com suas galochas fazendo um barulho engraçado na água. –  Que bom que me esperou. Sempre soube que era um bom garoto!  

— Você não imagina o quanto, McKinnon... 


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Notas finais do capítulo

Ei, eu meio q fiz o q vc pediu sem fazer o q vc pediu, pq temos o casal esquecido no churrasco (quase) e aquela trollagem pequenininha, tudo bem? Vc q pediu, rsrsrs

Feliz Natal, Maria Aparecida (e todo mundo q está lendo), espero q esse presente não tenha sido uma caixinha de chocolate de 5 contos no amigo secreto de 50 reais do escritório!

Bjuxxx



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