Resolvendo um Crime - Versão Bela e a Fera escrita por JWHFhiiii


Capítulo 1
Introdução




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Havia alguns mumurinhos por aqui, o cara da blusa xadrez parecia ser o legista, ele colocou uma luva e se abaixou do lado do corpo no chão branco encardido do laboratório.

Alguns policiais enluvados passavam andando de um lado para o outro colocando faixas amarelas de isolamento.

Eu nunca tinha estado em uma dessas cena de crime antes, parecia emocionante e até um pouco... Triste.

O corpo sem vida era de uma mulher, começava a inchar os dedos e os lábios, os olhos abertos estavam esbranquiçados. Havia um pequeno corte na garganta sujo de sangue coagulado.

O legista pegou o copo descartável no chão e o colocou na direção da luz, o analisando, ele tinha o olhar tão preocupado enquanto fazia isso, com vincos profundos na testa que dava para entender o porquê da careca precoce. Foi quando passos rápidos chegaram pelo corredor até a sala do laboratório onde estava o corpo.

Provavelmente ninguém esperaria isso de uma moça tão jovem e bonita, mas aquela era a detetive encarregada do caso. Ela olhou para o policial na porta, pelo menos dez centímetros mais alto do que ela e retirou seu distintivo se apresentando.

Detetive Catherine, ela disse, exalando confiança e se esgueirando por ele para entrar na sala.

O legista se levantou e apertou a mão dela.

— Então? – Questionou a detetive de longas mechas escuras.

— Parece envenenamento. – Ele respondeu indicando o copo em sua mão e levando até o nariz para cheirar.

Catherine olhou para o corpo por um instante e depois olhou ao redor, seu olhar se focou por tempo demais na janela de vidro, o que me preocupou um pouco. Mas então desviando o olhar, Catherine coloca rapidamente uma luva e se vira para a mesa de granito ao lado do computador. Havia uma pilha de documentos impressos. Artigos de estudos com uma linhagem celular HeLa. Ela olhou demoradamente, passando os olhos de um por um e depois abriu os cadernos pretos com folhas contadas. Estavam todos completos de experimentos, nenhuma folha sobrando, pareciam velhos e muito usados.

Se virou para o computador e assim como na noite passada, fiz as luzes piscarem e ele se desligou. A detetive tentou religá-lo sem sucesso. Foi quando um vulto passando lá fora pela janela a fez se virar imediatamente.

Catherine correu até a janela de vidro e a abriu apressada.

— O que houve detetive? – O policial de quepe se aproximou perguntando, mas Catherine parecia concentrada demais para responder.

Ela reparou que a janela dava para um corredor interno, olhou para os dois lados lá fora e a pulou, sacando sua arma e correndo até a esquina. Os policiais assustados a seguiram, também puxando seus revólveres.

Então ela viu a silhueta pulando a janela no fim do corredor, correu novamente até o parapeito, estava no primeiro andar, era muito alto, mas seus olhos focaram um homem encapuzado caindo sobre a grama e se colocando a correr dando a volta no prédio.

Ele iria fugir, se não fosse Catherine ali, ela parecia do tipo focada demais para deixar terminar assim. Não pensou duas vezes e passou as pernas pela janela, pulou para a grama caindo em um rolamento quase profissional.

Se levantou de imediato e apontou a arma para ele gritando:

— Parado! – No entanto ela provavelmente não podia disparar dentro de uma universidade em uma manhã de segunda. O homem obviamente não parou. – Merda. – Ela praguejou, se colocando a correr atrás dele novamente.

Os policiais pararam na janela olhando para aquilo, hesitando se iriam atrás ou não. Seus olhares admirados diziam que achavam loucura demais pular dali, se colocaram então a correr pelo corredor até uma escada, enquanto Catherine seguia o suspeito pelo lado de fora.

Ele corria muito rápido, não havia muitos alunos ali fora naquele horário, o suspeito veloz passou entre as mesas no gramado e se pôs a descer uma escada de pedra, como se conhecesse muito bem aquele local ou simplesmente fosse habilidoso demais para se atrapalhar com os obstáculos. Porém Catherine não estava muito longe disso também, pelo jeito ela deve ter se formado como uma das mais habilidosas estudantes em sua academia.

Logo percebendo que não conseguiria o alcançar dessa forma. Olhou para o lado e viu uma solução. Havia um mezanino de pedra ao lado com uma extensa horta universitária, ela subiu no mezanino, pulando o muro da horta e correu entre as plantas, quando chegou na beira do local, pulou para baixo caindo em cima do suspeito.

Ele caiu no chão e ela sobre ele, o imobilizou colocando uma perna de cada lado e apontando a arma para seu rosto. O homem possuía um maxilar saliente, de uma maneira forte, com uma pequena barba a fazer e olhos escuros. Foi só então que ela o encarou e olhando para ele, seus olhos se embaçaram com a visão que lhe veio à mente, ela parecia conhecer aquele rosto.

— Você... Foi a última coisa que eu vi aquela noite... Não pode ser, eu jurava que fosse um sonho... – Sua voz não era mais do que um sussurro.

Percebendo sua distração, o rapaz arrancou a arma de sua mão se desvencilhando dela e se levantando.

Catherine e Vincent ficaram um de frente para o outro, ele apontou a arma na sua direção, ela ainda atordoada piscou algumas vezes se colocando em alerta e levantando as mãos em defesa. Sem entender nada sua testa franzia levemente enquanto ainda o encarava em busca de respostas.

— O que você está fazendo aqui? Você é mesmo real, não é? Eu sei que você estava lá aquela noite, foi você que me salvou naquela noite que minha mãe foi morta, não foi? Disseram que não tinha mais ninguém, mas eu sei que tinha, era você...

Foi aí que o inesperado aconteceu, como respondendo aos seus questionamentos confusos, ele levantou as mãos também, deixando a arma se virar para o chão e ainda sem desconectarem seus olhares, ele lentamente se abaixou deixando o revólver no canto entre eles.

Então ouvindo passos se aproximando da escada onde eles estavam, Vincent a puxou a empurrando para ficarem agachados atrás de uma moita.

Catherine tentou olhar para trás de onde ouviram os barulhos, ele a puxou de volta para ele e ela o encarou:

— O que você está fazendo?

— Eu não vou te machucar, ok? Acho que você sabe disso. – Sua voz era baixa e grave, fez a pele da detetive se arrepiar.

— Quem é você?

— Você não pode pegar esse caso, se afaste daqui, é perigoso. – Ele a avisou.

— Do que você está falando? Eu sou uma detetive, estou acostumada com o perigo. – Disse impaciente.

— Não, você entendeu, é perigoso para você.

Ela o encarou por um instante mais.

— Por que eu ouviria você? – Catherine se desvencilhou das mãos dele e começou a levantar, buscando sua arma no chão ao lado.

Então Vincent a puxou novamente para olha-lo e depositou as mãos ao redor do rosto dela, parecendo realmente afetado por isso, mas a preocupação em seus olhos gritava mais alto.

— Sim, era eu aquela noite. Eu tentei salvar a sua mãe... Não pude, mas pelo menos consegui salvar você. Você não tem nada a ver com isso, desde então estou tentando te manter segura, me ouça quando digo para se afastar...

Os olhos escuros dele se acenderam como luzes amarelas quando vozes vieram de cima da escada:

— Detetive? Detetive Catherine?! – Os policiais armados desceram as escadas correndo em busca da detetive.

Em uma velocidade impressionante Vincent se levantou e contornou a parede ao lado para fugir, mas Catherine conseguiu segurar sua mão. Ele parou e se virou, os dois se olharam uma última vez e a única coisa que ela pôde dizer foi:

— Como eu faço para te encontrar.

— Eu vou até você. – Com aquelas palavras ele agilmente desapareceu entre as árvores do campus.

Catherine pegou sua arma no chão e contornou o prédio, indo em direção aos policiais para acalma-los. Levantou as mãos enquanto dizia:

— Estou aqui, estou bem... Ele fugiu, não consegui pega-lo, mas acho que temos um suspeito... Preciso ver as câmeras de vigilância.

— Detetive, er... Sobre isso que eu queria falar, Gerold, o legista, acredita que foi suicídio. Tinha um tipo de combustível no suco que ela bebeu.


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