Complicated escrita por NathyYellow


Capítulo 7
Capítulo 7




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And life's like this, you

You fall and you crawl and you break and you take what you get

And you turn it into

O ultimo recurso. Ela orou mesmo sem precisar fazê-lo. Ela pensou vejo você logo Leo, desculpe pai, mãe, Helana, Hisato e Truce.

E então invocou. A estatua de Zeus, junto a uma replica do raio mestre. Aquilo acabaria agora. Ambos morreriam ali.

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Dário parou em frente a porta do acampamento e estava prestes a entrar ali, mas ele se lembrou, lembrou que já perdera gente demais, não que se importasse antes sobre as vezes que abandonara as pessoas, para ele aquilo era o certo. Mas não naquele momento. Naquele momento ele não sentia que era certo. Ele não queria abandoná-la. Ele fez porque ela pediu e o empurrou. Depois de beijá-lo.

Um beijo de despedida.

Ela ia morrer.

Ele a deixara para morrer.

O filho de Hades nunca tinha sentido aquilo antes, um desespero, culpa.

Ele se virou e entrou de volta no portal. Ele não seria responsável pela morte dela, ele não a deixaria morrer daquela forma, não para aquele monstro horrível, não depois de tudo o que passaram. Ele ia salva-lá, não importava o que custasse ele iria salva-lá como fizera naquela missão, como fizera naquele telhado. Foda-se o que tinha prometido sobre deixá-la. Ele não cumpriria aquilo.

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Celine lutava com literalmente tudo o que tinha, mas ainda não era o suficiente, ele desmoronava a própria estatua de Zeus, e os ferimentos que a replica que o raio mestre causava não eram o bastante para impedir seus movimentos, ela sentia a cada minuto que ficava naquela forma a própria energia da alma ser drenada.

Não tinha ponto de retorno a partir daqui, ela avançou contra o peito dele.

Ele atravessou a barriga da garota com uma luz de energia pura junto às garras. A jogando em direção ao solo em seguida, enquanto ela perdia aos poucos a consciência, não tinha forças para voar. Iria morrer em queda livre. Parecia uma boa morte para alguém que amava o ar.

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Dário a viu caindo no momento que chegou, ele abriu um portal de sombras para pegá-la antes que fosse tarde. Já é tarde.

Ela não se movia, mal respirava. Ele podia sentir sendo filho do senhor do submundo. A morte a levaria em pouco tempo.

Ele ficou furioso. Aquilo não era justo. Aquilo passava longe de ser justo, não. A única pessoa em tempos que ele se importou, que ele voltou para salvar, morrer assim. Não. Ele se recusava a acreditar naquilo.

As sombras ao redor dele ficavam mais densas enquanto ele apontava para o monstro, uma esfera gigante de vácuo ia pelo ar, arrastando pessoas, animais e plantas tudo para dentro daquela escuridão, o monstro já estava fraco pelos golpes de antes, e a fúria total de um filho de Hades o arrastou direto para a escuridão.

Mas aquilo consumiu toda a energia vital de Dário. Ele desmaiou ao lado da garota quando se esgotou, sentia a própria vida desvanecer enquanto pensava que fora um tê-lo, pela primeira e ultima vez... Ele se arrependeu de ter abandonado alguém.

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Ele acordou. Estava numa cama de hospital, um soro implantado na mão, tentou levantar, mas estava fraco. Uma enfermeira veio até ele com um sorriso, filha de Apolo. Ela falava termos técnicos. Dias que ele havia apagado.

Cinco dias. Ele não sonhara com nada, mas ele se levantou rápido da cama, ainda tonto pelos medicamentos.

— Cadê ela? — Ele perguntou a enfermeira. — Cadê a Celine? Filha de Zeus? Insuportável, que se acha e eu tenho que salvar a pele dela. Onde ela tá?

— Por favor, Dário... Você quase morreu, precisa descansar. — A enfermeira fazia uma cara impassível, cara de quem estava escondendo alguma coisa. — A senhorita Helana veio vê-lo todos esses dias.

— E a Celine? Ela foi ver ela também? Ela está viva!?

A enfermeira suspirou e então só depois de fazê-lo acalmar e se deitar que ela prometeu contar.

— Celine está... Viva. Mas não sabemos por mais quanto tempo, usamos ambrosia, o pó de dragão, mas a mente dela... Alguns filhos de hipnos tentaram ir aos sonhos dela, mas é um labirinto. Quebrado. Ela não parece ter vontade de viver, portanto... É só questão de tempo. Ela possivelmente não vai acordar.

Dário só ouviu aquilo. Quebrado. A culpa era dele. Aquele sentimento, ela não tinha vontade de viver...

Ele não ia aceitar aquilo. Ele se levantou e passou correndo pela enfermeira, foi de quarto em quarto seguido de médicos.

— É por minha causa! Vocês precisam me deixar falar com ela! Nem que seja nos sonhos ou qualquer merda! Ela tem que acordar! — Ele discutia quando dois dos médicos o seguravam.

—... O deixem tentar. — Truce a amiga de Celine saia de um dos quartos. As olheiras dela eram ainda mais claras do que costumavam ser. —... Não tem nada a perder não é? Eu não consegui, mas talvez... Talvez você consiga, ela gostava... Gosta de você.

Os médicos o soltaram, Truce o guiou pelo caminho até o quarto dela, estava enfaixada, mais magro... Sem nada da garota que brigava com ele, parecia mesmo quase um cadáver ligado as maquinas, as únicas coisas que a mantinham viva naquele momento.

Um dos filhos de hipnos estava ali, ele instruiu a Dário a fechar os olhos e ele faria o que tinha de ser feito. Ele tinha somente uma hora antes de ficar preso. Era mais do que o suficiente.

Why do you have to go and make things so complicated? (hey, hey)

I see the way you're

Acting like you're somebody else, it gets me frustrated

And life's like this, you

You fall and you crawl and you break and you take what you get

And you turn it into

No, no, no

Ele entrou, e viu... Era pior que no submundo, memórias de tristeza passavam por ele, era vazio, e cada passo ele sentia como se andasse sobre gelo fino.

Aos poucos ele encontrou uma porta onde deu numa sala de aula do primário , no meio dela havia uma garotinha. Uma garotinha de olhos azuis a qual ele reconheceu bem, a garotinha gritava e uma sala ao redor entrava em curto circuito, algumas coisas explodiam, e um incêndio começava.

Ela parava ali chorando, mas não se movia, ela estava ali, esperando a morte.

— Celine! — Ele gritou, mas quando tentou se aproximar o fogo o impediu. — Regina! —Ele tentou a irritar, parecia uma ideia idiota, mas se chamasse a atenção dela. — Que merda você ta fazendo princesinha? Ta esperando ser salva de uma torre pelo príncipe encantado? Acredita em mim, ele ta fora.

Ele conseguiu fazer com que ela o olhasse, o fogo diminuiu, e ele se aproximou um passo. Ela ainda não falava nada.

— Que merda de protagonista é você? Você mesmo me disse que eles sempre ganham no final, não importa o quanto apanhe não é?

— Você não sabe o que está falando... Não dá... Eu não aguento mais! — A garotinha cresceu, era uma pré-adolescente agora.

— Lógico que eu não sei, odeio ser a merda do protagonista, mas ou você sai daí, ou você vai morrer! O que vai fazer quando deixar a sua amiga aqui? Ela ta chorando horrores! E Helana? Ela tem te visitado todo o dia. E o seu pai?

Agora ela se transformara numa adolescente mesmo, pouco mais nova do que era, o fogo aos poucos se acalmava e ele se aproximava dela devagar.

—... Eu estou tão... Tão cansada... — Ela falava voltando a derramar lagrimas, aos poucos virando a Celine que ele conhecia, o fogo apenas em brasas, mas ela desaparecia em frente aos seus olhos.

Ele correu e a abraçou com força, o que não a fez sumir.

— Eu sei. Mas você sabe que não ta nessa merda sozinha... Vai parecer hipócrita da minha parte, pedir justamente isso, mas... Por favor, não os abandone... Não me abandone. Eu nunca me preocupei com alguém assim, então... Não vai. Um monte de gente precisa de você aqui. Incluindo eu.

Ela sorriu para ele, e então desapareceu em fumaça. O deixando ali no vazio, ele não sabia o que sentia, se era raiva, se era tristeza, ele gritou o nome dela sem resposta. Muitas vezes, ele batia no chão, e tremia.

Foi quando ele notou, um isqueiro na mão dele. O isqueiro dela, ele o acendeu por impulso, e tudo se iluminou, mas antes que pudesse ver algo, ele despertou.

.

.

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 — E ai!? Você conseguiu!?? — Truce perguntava ansiosa. Ele não sabia dizer, por isso não respondeu. Ele apenas levou a mão a dela, a expressão impassível.

Truce ‘apagou’ aquilo. Ela era otimista a maior parte do tempo, mas estava perdendo as esperanças, ela segurou a outra mão da amiga.

— Cê, você pode acordar quando... Se sentir melhor a gente vai estar aqui por você. — Ela sorriu, Dário não sabia o que sentir ou o que falar naquele momento.

Foi nesse instante, que Celine abriu os olhos devagar, o olhar perdido um segundo, contrariando a todos os médicos naquele momento.

— ... Vocês dois estão com uma cara péssima. — Ela falou, Truce literalmente brilhou e abraçou a amiga.

— Olha quem fala, você parece um cadáver. — Dário retrucou, mas não escondeu o sorriso que deu.

—--

Dias depois eles ainda estavam se recuperando, não conseguiram identificar que merda era aquele monstro, e aos poucos eles iam se entendendo. Brincando que vaso ruim não quebra tão facilmente.

Celine pela primeira vez sentiu que apesar de tudo as coisas estavam se tornando boas para o seu lado, sentiu que não perderia pessoas importantes e nem ela os abandonaria também.

O que viria dali para frente, era um mistério para ela, mas, se sentia pronta para enfrentar qualquer medo que viesse, e sobre Dário... Ela não via porque não dar uma chance de tentar arriscar.


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Notas finais do capítulo

EEE chegamos ao fim, nem acredito que consegui terminar.
Quero agradecer a Steph por eu ter ficado enchendo ela no pv de perguntas.
Agora vamos aos creditos
Truce pertence a Nathy Ferry, a dona do presente.
Dário pertence ao Henrique Henriques, que disse que ia me ajudar e ajudou... Em uma parte.
Janis pertence a Mariana Simões
Helana pertence a Clara Matos
Gerard pertence ao Matheus Rangel
Hisato, que só foi mencionado, pertence ao Matheus Amaro.

Espero sinceramente que tenha gostado Nathy, foi com todo o amor que fiz ♥ E desculpem qualquer ooc sobre os persongens.



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