Touch me and you'll BURN escrita por Romanoff Rogers


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

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— Esses óculos são ridículos. - Natasha diz, arrumando as armações vermelhas combinando com seus cabelos. Estávamos vestidos se civis normais, ambos de capuz preto e óculos de grau falsos.
— Se concentre, Natasha. - digo, olhando o dispositivo cujo esqueci o nome, só sei que era para captar um sinal "diferente".
— Não acho que tenha nada aqui. É sério, tá super cedo... E sem falar que o sinal tá fraco.
Mais cedo Nick captou um sinal de energia perigosa, algo que ele usou termos científicos para explicar que iria explodir. Mas agora, o dispositivo indicava que o sinal mudou de lugar. Estava a quilômetros de distância.
— É estranho. O sinal estava aqui agora, e do nada está em outra cidade? Não faz sentido algum. - Coço o olho, sentindo o peso de noites mal dormidas. Isso ela entendia.
— Você está bem? - Nat pergunta, completamente alienada ao possível perigo de o shopping explodir.
— Estou. Só não dormi muito.
— Eu também não. - ela dá de ombros. Tinha tantos problemas de sono quanto eu. Demônios. Talvez mais mortais que os meus. Eu só tenho medo de que eles a engulam. E espero que ela saiba que estou aqui pra ela tanto quanto ela, que passou noites acordada me ouvindo desabafar. Se não fosse por ela talvez eu já estivesse caído.
— Então. O que vamos fazer? - Pergunto, largando o dispositivo na mesa.
Ela não me responde. Seu olhar está perdido atrás de mim. Aliás, está focado em algo. Me viro e vejo que o algo é alguém. Um homem de preto completamente careca e com mais músculos que o Hulk passava andando nervoso entre as pessoas que paravam para olha-lo.
— Entendi. Vamos seguir o homem estranho. - digo, vendo-a se levantar e passar por mim.
Ela segura minha mão, como se fôssemos um casal, e meu corpo arrepia. Acho que ela sente também e me encara por meio segundo.
— É só uma mão, Rogers.
Eu rio, a seguindo no outro corredor, sem nunca perder o homem de vista, o observava atento e discretamente.
— Essa bolsa é maravilhosa. - Ela diz, e por um instante acredito que ela estava realmente parando para ver a bolsa vermelha na vitrine.
— Vou te dar no seu aniversário.
— Ah, pode dar sim.
O homem atravessa o enorme shopping, andando sempre com pressa, e quando se encontra com outro homem grande, tenho a certeza de que algo estava muito errado.
— Merda. - Natasha resmunga, vendo outros dois homens se juntando a eles, e tentando achar alguém na multidão. Seus olhos param na gente, e num movimento rápido Natasha agarra meu casaco e me beija, e seguro sua cintura com força por impulso, mas o impulso funciona, e ela acaba passando os braços pelo meu pescoço para manter o equilíbrio. Eu acho que foi pra isso.
Eu estava em choque, sentia meu coração palpitar e ameaçar falhar. Minhas mãos tremiam sobre seu quadril, e eu tive que repetir para mim mesmo milhares de vezes que estávamos em missão, e não era hora de pegação. Porque eu poderia fazer isso o dia todo.
Meu pulmão quase ardia, competente sem ar, e seus lábios se afastam dos meus, mas não muito. Ela estava tão surpresa quanto eu, mas era questão de tempo antes de soltar uma piada.
— Toda vez que viemos no shopping nos pegamos pra afastar algum cara malvado. Temos que marcar de fazer isso sem missão. - Ela sorri, se afastando de mim, e me deixando com um perfeito "O" na boca.
— V-Você...? - Pergunto por impulso, e ela agarra minha mão. Natasha sorri fracamente.
— Steve. A missão.
Droga, a missão.
Balanço a cabeça, deixando os pensamentos saírem.
Os homens se deslocavam, dessa vez mais rápido, olhando um relógio freneticamente.
— Natasha. - Agarro seu pulso para faze-la parar, e ela me encara como se fosse me dar um soco.
Aponto para mais homens de preto no segundo andar correndo em direção a saída. Todos eles. Correndo, fugindo de algo maior que eles.
Ela me encara, e eu vejo a cor sair de seu rosto. Nat pega o comunicador, e vejo suas mãos tremerem.
— Nick. Eles vão explodir tudo. Você estava certo. - Ela fecha os olhos, tocando a testa. - Não podemos deixar as pessoas aqui, Nick. Vamos fazer o possível, não dá tempo para uma equipe. E... Só mande alguém para limpar os destroços. - Ela diz, com um sorriso fraco. - Nós vamos ficar bem.
Ela me olha. Vejo o medo em seus olhos, e toco seu ombro, pensando no que fazer. Tudo passou em câmera lenta.
Meu coração acelerava a medida que eu via todas as milhares de pessoas andando de um lado ao outro, sem preocupações. A primeira coisa que vejo, faço.
Aciono o alarme de incêndio, e as pessoas começam a correr.
— Steve. - Natasha diz, com um horror explícito nas lágrimas que se formavam, mas a única frase que vinha a mente na minha mente era "proteja Natasha". Ignorei tudo. Todas as pessoas que tinha que salvar, mas eu simplesmente não podia deixa-la morrer. Simplesmente não dava. Em hipótese alguma.
E eu seguro sua mão, já começando a correr como se fosse morrer naquele momento. E é o que aconteceria se ficássemos.
Mas uma explosão acontece ao nosso lado, e vejo Natasha voando junto comigo. Vejo tudo acontecer. Os destroços voando, junto com o barulho ensurdecedor de várias pessoas gritando e explosões acontecendo.
Natasha. Natasha. Merda.
Ela atravessa o vidro na minha frente, o mesmo que nos separava de uma queda de vários metros até o primeiro andar. Tudo bem. Iríamos morrer agora. E não pude deixar de admirar a beleza de seus olhos refletida na luz do fogo. Seus cabelos voando em câmera lenta.
Sua mão alcança a minha no meio de tudo. Dizia "está tudo bem".
E o momento passa num baque que damos no quiosque de blusas de super-heróis e Star Wars.
Caio em cima de algumas caixas cheias de blusas, completamente desorientado, e com tudo doendo.
Natasha. Natasha. O nome martelava em minha cabeça enquanto me erguia às pressas para acha-la. Tudo girava, provavelmente devido ao corte no qual jorrava sangue em minha testa. Me analiso, achando manchas de sangue na camisa e na calça jeans que usava. Tinham destroços para todo lado, tal como fogo que tomava conta das lojas rapidamente. Graças a Deus não era o caso dessa.
Vejo Natasha no chão, desacordada. Com metade do corpo em cima de um espelho completamente estilhaçado, e a outra metade em caixas de blusas.
— Santo Deus. - minha voz falha, e vou até ela, virando seu corpo para cima. Só via sangue para todo lado. O cheiro de ferro me deixava atordoado, e as lágrimas mal me deixavam enxergar. Apertei os olhos, fazendo-as correr, e segurei seu rosto.
— N-Nat. Natasha, por favor. - Cheguei o máximo de cacos que consegui para o lado, e a coloquei em meu colo com o máximo de cuidado que pude, a examinando.
Seus braços estavam todos cortados em diferentes direções. Graças a Deus ela havia os usado para proteger o peito. Por incrível que pareça, nada tão fundo e preocupante, mas ela perdia sangue. Seu rosto também estava com vários cortes grandes e pequenos.
— Natasha - Eu digo, acariciando seu rosto. - Romanoff, não ouse me assustar desse jeito, por favor acorde. Natasha!
Eu grito, desesperado, com lágrimas começando a se formar aos montes. Meus braços tremiam, e eu desejei que eu tivesse caído sobre aquele espelho, do fundo do meu coração. Devia ter sido eu, não ela. Era como se estivéssemos no inferno, e o corpo de Natasha, imóvel e sangrento em meus braços fazia cada célula do meu corpo doer.
Até que ela abre os olhos.
(...)
Tudo doía. Não tinha uma parte de meu corpo que não doía. Tudo estava embaçado, e eu via o teto em chamas, relances de pessoas correndo e ouvia gritos. Estava no inferno.
Mas um anjo de olhos azuis como o céu me encarava, e por um segundo achei que estava morta. Espera. Ah, era Steve. Espera, era Steve, Rogers estava bem, e vivo...
— S-Ste..? - Balbucio, sentindo o mundo começar a voltar ao normal. Normal entre aspas, porque tudo queimava. Mas talvez esse seja nosso normal.
— Nat, Senhor, v-você está..?
— Tudo menos morta.
— E-Eu achei que v-Você estivesse.. Morta, e-eu... - Ele nega com a cabeça, completamente atordoado. Ele tinha batido a cabeça feio.
— Eu estou bem, Ste. - Tento apoiar os braços, mas cada célula grita junto comigo.
— Não toque em nada. - Steve manda, e eu olho para meus braços. Mal consigo contar quantos cortes tinham, todos mergulhados em sangue, e julgando pela quantidade de cacos de espelho ensanguentado no chão, meu rosto estava igual.
Ele pega duas toalhas da Princesa Léia, e enrola em meus braços, antes de pressionar minha bochecha com uma camisa com a cara do Harry Potter.
Seus olhos cheios de lágrimas me fitavam, e seus braços tremiam. Ele estava mal. Muito mal.
— Steve. - Abaixo seu braço da minha bochecha, e coloco a mesma camisa em sua testa. Ele fecha os olhos. Sei que é uma pergunta idiota de se fazer nessas condições, mas, lá vai: - Você está bem?
Ele assente, e eu toco sua bochecha. Esse sim era um não explícito.
— Não consegui proteger essas pessoas. - Ele diz, abaixando os olhos cheios de lágrimas.
— Fizemos o possível, Ste. Você acionou o alarme, muita gente já estava fora na hora da explosão. - Rogers ergue os olhos para me encarar. - Você me disse uma vez... Que nosso trabalho é proteger pessoas, mas isso não significa todo mundo. E mesmo assim... Não desistimos.
— É. - Ele diz, com a voz falhando. - E-Eu sei, eu só... Queria ter salvo você.
Eu tinha perdido o juízo, só pode. Sem ousar mexer os braços, juntei nossos lábios num beijo que parou o tempo e tirou cada dor que eu tinha. Ele usou os braços para segurar meu rosto, entrelaçando os dedos nos meus cabelos, e aperto sua perna, me lembrando que estava em seu colo.
Dessa vez não fizemos isso para despistar ninguém. Fiz porque amo Steve Rogers.
(...)
NARRADOR
Steve se separa dela, vendo seus olhos verdes refletindo no fogo.
— Vamos salvar essas pessoas. - Ele se levanta, antes de levanta-la. Seu corte tinha parado de sangrar, e os dela ficariam bem. Estava tudo bem.
Steve saiu do quiosque, vendo tudo. As lojas que continham bombas pegavam fogo, que estava congelado nos destroços de pedra e vidro para todo lado. O teto de vidro mostrava apenas a luz do dia sendo invadida por helicópteros.
Natasha foi até uma mulher que tentava levantar um cabideiro inteiro das pernas, para tentar sair, e a ruiva o ergue sentindo uma enorme dor nos cortes.
— Muito obrigada.
Ela xinga um palavrão, apertando os cortes.
Steve usava uma roupa da mesma loja para estancar o ferimento na perna de um garoto, e sua namorada chorava desesperada aos seus pés, com apenas cortes no rosto. Steve termina, e a o menino apoia na garota, e saem assim.
Logo Natasha já se via ajudando um garotinho chorando com um enorme corte no rosto que havia perdido a mãe. Ela o manda seguir a garota e o garoto, e logo ajuda uma idosa com sangue por toda a roupa.
— Steve! - Ela grita, e o loiro corre até ela, entregando um vestido roxo para a idosa colocar sobre o ferimento. - Temos que levar os incapacitados para fora rápido.
— Tive uma idéia.
O capitão corre até a grande maquina de encerar o chão do zelador, estacionada em um canto dos bebedouros, e o liga, indo até a idosa. Eles a colocam sentada no chão, e Steve vai limpando o chão desviando dos corpos e destroços, com Natasha ajudando as pessoas que podiam se levantar e caminhar, e as que não podiam, Steve colocava no carrinho. Assim que chegam na saída, os bombeiros já haviam aberto caminho entre os destroços, e a passagem estava livre para socorristas, e bombeiros.
— Tem mais pessoas lá dentro! - Natasha diz, ajudando os feridos a sair do carrinho, e logo Steve já estava fazendo esse caminho novamente pela terceira vez.
Natasha se abaixou, analisando a toalha que já fora branca que estava completamente vermelha e pingava sangue. A hemorragia recomeçou, tudo girava, e ela se sentia fraca. Tinha perdido muito sangue.
— Nat. - Steve a segura pela cintura, a fazendo levantar. Ela ameaça cair, e Steve a pega no colo. - Você já fez o suficiente.
— N-Não, temos pessoas para...
— Shhh. - Ele pede, e ela cede, fazendo sua cabeça exausta cair sobre o peito de Steve. Ele avança com ela nos braços, passando pelos bombeiros que carregavam macas com vários feridos ainda vivos. Logo começariam a busca pelos mortos.
Steve saiu do Shopping, vendo a confusão lá fora. A polícia controlava os jornalistas loucos por informações, e vários carros de bombeiros faziam o possível para conter as chamas que ainda cresciam, junto com um helicóptero que derrubou uma carata de água na enorme construção.
— Que o pariu. - Hill se aproximou dos dois, assustada pela quantidade de sangue que manchava os dois. - Merda, vocês estão bem?
— Podíamos estar melhores. - Natasha resmunga, com dor nos olhos pela claridade. Ou talvez fosse ela apagando.
— Médicos, agora! - Sua voz gritou, desesperada, e homens da SHIELD trouxeram uma maca, na qual Steve colocou Natasha.
— Você vai ficar bem, Nat. - Ele segurou sua mão enquanto eles a imobilizavam e retiravam as toalhas, e colocavam gazes tentando parar a hemorragia.
— Eu sei. Só não me deixe. - Ela pede, sentindo tudo ficando escuro.
— Nunca. - Ele sorri, e eles levam a maca. Não demora pare ele seguir, e entrar na ambulância com o símbolo da SHEILD.
— Que merda é essa de "só não me deixe"? Ela bateu a cabeça muito forte, né? - Hill perguntou, ao seu lado.
— Acho que não. - Ele sorri, segurando sua mão.
— Mas que porr...
(...)
— Steve. - Tony chama o loiro encarando o noticiário sobre o incidente. - Vá dormir. Quando Natasha acordar eu juro que te chamo.
— Eu não posso sair do lado dela, Tony. Está tudo bem, descanse você.
— O que aconteceu entre vocês, hein? - Ele sorri, se sentando ao lado do Capitão.
— Nada que a Hill não vá te contar. - Ele sorriu, passando os dedos no curativo em sua testa.
— Você está bem? Quero dizer, sobre o shopping ter explodido sobre suas cabeças, a Nat quase morrendo, pessoas realmente mortas...
— Obrigado pelo consolo. - Ele sorri, e Tony pisca pra ele. - Vou ficar. Obrigado, Tony.
— De nada. Amanhã volto para ve-la, okay? Ela vai ficar bem, pensa numa pessoa forte? É a Natasha. Que isso, nem uma bomba derruba ela.
Steve ri, encarando-a. Ela ficava linda mesmo com mais cortes na cara do que dedos tinha na mão.
— Boa noite.
— Boa noite.
Steve se acomodou na poltrona, caindo de sono, mas mesmo assim manteve os olhos focados em Natasha. Pelo menos ela estava descansando, e esse era o consolo que o fazia ficar acordado tomando conta de seu sono. Ele desligou a luz, deixando um abajur da luz amarela iluminar o ambiente levemente, logo depois de desligar a televisão.
Até que ela se mexe, piscando os olhos, e o loiro se senta na beirada da cama.
— Steve? - Ela pergunta, se acostumando com o escuro.
— Sou eu, Nat. - Ele segura sua mão, acariciando-a devagar.
— Você está bem? - suspiro.
— Vou ficar ótimo. E você?
— Estou bem. Não estou sentindo nada. - Ela observa cada detalhe de seu rosto ferido e acabado, se lembrando de cada momento desse ataque. - Você não dormiu, não é?
Ele nega.
— Estava cuidado de você.
— Okay. Agora que sabe que estou bem... - Ela chega pro lado, se apoiando nos cotovelos, dando espaço para Steve se deitar.
Ele obedece, começando a relaxar depois de um dia simplesmente horrível, cuidando de pessoas feridas a beira da morte, explosões, e toda a emoção com Natasha. Eles seriam diferente a partir daquela experiência.
— Pegamos esses filhos da puta outro dia. - A ruiva sorri, e o loiro se acomoda fazendo-a deitar sobre seu peito.
— Olha a língua. - Ela sorri, e ele fecha os olhos, sentindo que apagaria em insantes.
— Boa noite, Rogers.
— Boa noite, Romanoff.


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