Sweet Pain escrita por Dobler


Capítulo 1
Sweet Pain


Notas iniciais do capítulo

Ain vou escrever tudo lá embaixo! espero que goste marida!



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 Nico nunca chegou a ter medo do escuro. Não, ele se sentia confortável, quase como um cego acostumado a não ver nada. Mesmo quando criança, sua zona de conforto eram as sombras. Ele gostava de acreditar que a escuridão era apenas um reflexo do desconhecido e imprevisível, e, para ele, era uma maneira de explorar algo inédito e único.

Mas naquela ocasião, seu desconhecido não era a falta de luz da calada da noite, mas sim Thalia Grace. E ele não se sentia confortável com ela, se sentia apavorado e a beira de um colapso. A cada toque, beijo ou sorriso entorpecente, Nico se via cada vez mais próximo de um precipício. Ela era o tipo de garota que mastiga seu coração depois cuspe. 

“Aquele tipo de amor era do tipo que matava

Escute-me

Só quero alguém que eu não resista”

Ele sempre agia com indiferença. A inexpressão era a única coisa que o impedia de a beijar sempre que a visse. Thalia amava a atenção. Nas festas, ela era a garota gostosa bêbada que todos olhavam, mas que ninguém conseguia tocar. Era uma doce tortura a cada pretendente. Parecia que quanto mais olhares e sorrisos recebia, mais os desprezava. E Nico não era do tipo que se arrastasse por qualquer garota, muito menos por alguém como Thalia Grace. E, aparentemente, não ter os olhos negros do di Angelo sobre ela a irritou profundamente a ponto de fazer tudo com o intuito de provoca-lo. E conseguiu.

Se lembrou perfeitamente da noite que os limites da Grace foram ultrapassados. Os olhos azuis estavam com as pupilas mais dilatadas que o normal. O cabelo estava úmido e as bochechas extremamente coradas e em contraste com as inúmeras sardas que ela possuía. Ela usava jeans justos e uma blusa preta solta, de amarrar atrás. Estava linda e Nico estava delirando por isso.

Ele não a tocava, não a olhava, apenas conversava com um amigo qualquer ignorando a presença da garota metros de si. Era a festa do começo do ano, era feita em um galpão de uma antiga madeireira na floresta californiana. Havia uma fogueira onde garotas dançavam e Thalia fazia parte desse grupo, um canto onde adolescentes se drogavam e outro onde casais se beijavam.

Todas as vezes, quem o procurou foi ela. Mas a observando daquele modo. Totalmente entregue a sensualidade da dança e incontrolável, foi impossível resistir aos seus encantos. Era quase como um canto de sereia que era feito para quebrar corações. E o de Nico já estava quebrado, e ele tinha mais do que certeza que não precisava de mais um caco.

Porém, quando percebeu, seus lábios já tinham chegado aos de Thalia, e ele soube tudo pela forma que foi beijado. Os lábios quentes, com sabor de álcool, nicotina e pêssego. Ele havia caído no precipício.

“É que o diabo está no seu beijo

Se nosso amor pegar fogo

É um fogo que não posso resistir”

Horas mais tarde, transavam no carro dela, no acostamento do quilometro 47, e Nico entendeu o que era beirar a loucura. Ver os lábios dela vermelhos e castigados por mordidas, os cabelos mais bagunçados que o normal e ouvir os sussurros e gemidos da garota o fizeram ver o paraíso enquanto cometia um pecado. Os olhos azuis claros, a pele pálida que ele teve o prazer de marcar, a aparência pós sexo eram capaz de fazê-lo se ajoelhar. E jeito que ela sorriu, não combinava com a situação. Era um sorriso puro demais para alguém tão sujo. Era um sorriso apaixonado. E Nico, com suas desventuras com o amor, não fazia ideia daquilo. Nem mesmo Thalia.

As vezes que dividiram a cama e provaram dos lábios um do outro foi o suficiente para todos constatarem que eram um casal. Mas para eles, na cabeça deles, aquilo não se passava de uma atração física disfarçada de relacionamento

Nico tinha constatado que depois de algumas semanas, provavelmente, Thalia não iria lembrar nem da sua existência. Como ela sempre fazia com os poucos que provaram do seu beijo. Provavelmente ele seria só mais um com o coração quebrado, que restou após a Grace passar. Mas ficou mais do que surpreso, quando, mesmo depois dele lhe dar toda a devida atenção, ela continuou o procurando.

Ele ficou extremamente confuso quando viu que ela insistia. Ela esperava ter algo além? Por Deus, ele não entendia nada sobre amor!

“Agora me magoou

É, eu tenho que te contar uma coisa

Está rondando a minha cabeça

Garota, eu tenho que dizer

Nós somos cúmplices”

  Semanas mais tarde Nico percebeu que estava tão entregue a ela que chegara a passar a noite em claro, e no meio da madrugada, ir procura-la em sua própria casa, só para inquietar a mente. Ou quando teve um pequeno e discreto ataque de ciúmes e acabou socando o rosto de um cara que teve a ousadia de agarrar Thalia e oferecer um bebida quando o próprio di Angelo estava ao seu lado. Foi quando tiveram a primeira briga estilo Thalia Grace e Nico di Angelo.

  Eram tão teimosos, que quando discutiam, diziam coisas com o puro proposito de magoar um ao outro. Nico até apelou em chama-la de nomes grosseiros, mesmo que soubesse que ela não se assemelhava a nenhum. E ela apelou em dizer que não sentia nada por ele, mesmo que soubesse que não era verdade. Foi a pior sensação do mundo. Por um momento ele achou que Thalia teria sido a melhor coisa que aconteceu na sua vida, e, em outro, a pior.

  Quando percebeu estava preso em um relacionamento que ele tanto julgava: Passavam dias brigados e outros totalmente apaixonados, era um ciclo constante e instável. Ele odiava isso. Ter o coração partido e remendado tantas vezes pela mesma pessoa não fazia bem a qualquer um. Ele só não percebeu, que o mesmo acontecia com Thalia Grace.

“Agora não há sequer espaço para respiração

Entre o prazer e a dor

É, você chora quando fazemos amor

Mas deve ser a mesma coisa”

Lembrava-se quando seu melhor amigo descobriu que ele estava se relacionando com Thalia. Ainda se lembrava de suas exatas palavras: “Por Deus di Angelo! Essa garota será o seu fim!”. Percy Jackson não poderia estar mais do que certo. Era impossível ficar longe dela, era doloroso demais. Mas quando estava perto, parecia que essa dor piorava com cada olhar, sorriso ou toque. Ele havia chegado ao seu limite. Talvez devesse abrir o jogo e acabar com aquilo de vez. Colocar um ponto final naquela história tão conturbada. Ele planejava isso. Tinha em mente isso. A dor iria passar em algum momento, ele se convenceu disso. Ele não sabia o que esperar. Não iria se surpreender se ela apenas revirasse os olhos convencidos, desse um sorriso cínico e fosse embora, provavelmente para alguma festa ou se encontrar com alguém. Mas tudo o que viu na expressão dela foi raiva. Com o tempo que passou com ela aprendeu a arte de ler seus olhos. E, diferente de seu rosto, estavam tristes e abalados. Um tiro no peito teria sido melhor do a dor que ele sentiu.

“Eu estava chorando só para ter você

Agora estou morrendo porque te deixei

Fazer o que você faz me machuca”

Deveria ter passado um mês desde que seu coração sofreu a pior das rachaduras. Nem o álcool, nem a Nicotina, ou qualquer outra droga, seriam capazes de se igualar ao efeito de Thalia Grace. Se sentia como um viciado que não tivesse o acesso a sua droga favorita. Estava em abstinência. Nada teria o mesmo poder sobre ele como ela. Por Deus, deve ter cometido o pior dos pecados para merecer alguém assim. Ele estava certo que se separar dela foi a pior besteira que fez na sua vida. Com ela pelo menos, ele tinha um alivio de a ter naquela relação não saudável e nada convencional. Ali, deitado na sua cama e encarrando o teto só havia feridas para tratar. E ele se viu novamente na estaca zero.

Se sentia burro. Havia se esforçado tanto para não entregar teu coração tão facilmente. Mas era impossível resistir a ela. Ele se levantou, calçou seus tênis, e, quase como uma referência aos dois, saiu pelas ruas de madrugada.

 A casa branca, onde provavelmente todos os moradores eram propensos a odiá-lo, ficava apenas alguns quarteirões da sua. Zeus Grace realmente tinha motivos para o odiar, visto que ele dormia com sua filha e tinha o sobrenome do cara que, bem, Zeus também odiava.

Ele subiu a vidreiras presas na parede, até a sacada do quarto dela. E na porta de vidro, deixou quatro toques em sequência. Era assim que ela sabia sempre que ele ia a visita-la. Por um breve momento ele olhou para baixo, pensando se era muito tarde para desistir e ir embora. Porém a porta foi aberta e Thalia Grace o observava dela.

Ele nunca ficou tão aliviado de ver seu rosto. O cabelo estava desarrumado em um coque e os olhos azuis estavam tão elétricos e hipnotizantes quanto na primeira vez que a vira. O olhar estava duro e vestia somente uma regata justa e a peça intima de baixo. 

Nico suspirou ao vê-la assim. A garota olhou para os lados para ver se não tinha ninguém olhando, e bufou, enquanto o puxava pela mão pare dentro do quarto. O toque dela havia deixado um arrepio com sigo.

“Você tem aquele charme
O que você me dá
Me tira o fôlego”

Nico brevemente observou o quarto, com paredes claras. Tinha uma cama de solteiro em um canto, como uma cômoda e um guarda roupa. Todos eram brancos, e neles tinham pintado pássaros em diferentes cores. Certa vez, ela havia dito que sua mãe havia os pintados, e isso lhe dava boas lembranças sempre que ia dormir no cômodo. Sim, ela tinha coração também. 

—Te dou cinco minutos di Angelo.

Ela havia se sentado em sua cama e cruzado as pernas (aquilo definitivamente não havia feito bem para o psicológico do di Angelo) e o observava com os olhos gélidos. Nico não sabia o que falar. Não ele não planejou nada. O máximo que poderia acontecer era ser rejeitado. E isso era bem ruim.

Ele, se aproximou em passos cuidadoso e se agachou no chão a frente dela. Por fim a puxou para um abraço. Sentiu o corpo dela se enrijecer por surpresa por um momento. E depois se acalmar e hesitarem, para logo depois as mãos dela acariciarem seus cabelos e seu rosto. Ele não via seus olhos. Mas sabia que toda a armadura que ela tinha feito foi desmoronada. Ela sentia saudades também. A dor ainda estava lá. Dura e intensa. Agora que ele estava nos braços de Thalia, ele diria sufocante.

—Eu te amo Thalia. E você sabe mais do que eu o porquê de aquilo tudo. Mas entenda, eu não consigo ficar longe de você.

Ele sentiu ela o apertar mais contra si. Ele se sentia a beira de um colapso. E quando ergueu o rosto para o dela, viu finas lagrimas escorrendo pela sua expressão triste. Thalia parecia estar aterrorizada. Ela sempre dizia que nunca iria chorar por causa de relacionamentos, principalmente o deles. Era uma regra sua. E bom, Nico gostava de quebrar regras como aquela. Foi quase impossível para ela não o puxar e colar seus lábios no dele. Novamente, ele teve o prazer de provar da sua boca de pêssego. Foi algo calmo. Semelhante ao beijo de uma despedida. Mas na verdade era apenas o começo de um novo parágrafo, depois de um ponto final.

“Porque o que você tem dentro

Não é onde o seu amor devia estar

É, nosso amor, doce amor, não é amor

Até você entregar seu coração”


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Notas finais do capítulo

AAAAAA Espero que tenha gostado Marida! Fiz com coração pra vc Duda, eu não sabia se fazia baseada só na letra ou no clipe, então eu segui minha intuição e fiz do meu jeito, espero mesmo que tenha gostado! Amei esse casal socorro! Eu espero que esse ano tenha sido tudo de bom e que o próximo seja até melhor! Feliz Natal e Ano Novo meu bb!

Bjs sua marida, Livs ♥



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