~ Hugo ~

O dia chegou. O dia em que eu vou por em prova todo o meu conhecimento. O dia em que vou ser humilhado ou exaltado pela minha irmã. O dia da prova de História.

Tecnicamente, a sala toda já sabe do meu incrível azar para matéria de Humanas. Eu sou de Exatas. Emma é totalmente o oposto de mim, e sempre tenta colar de mim nas prova de matemática. Já eu nunca colei dela, só dela, em nenhum momento da minha vida.

Eu e minha irmã atravessamos o portão da escola. Louis por algum motivo havia faltado.

— Eu não vou conseguir. - Resmunguei.

— Você estudou o fim de semana todinho, claro que vai conseguir, até ficou doente por causa disso - Emma disse e em seguida espirrou - Viu, vou morrer porque você me passou gripe.

— Você lutou na chuva, não é minha culpa. - suspirei - Eu queria ter lutado com a alquimista. - choraminguei.

— Thalia - Emma gritou. Olhei na mesma direção que ela estava olhando e vi a menina de cabelos curtos. Só que ela estava diferente. Ao invés da saia do uniforme feminino, ela usava a calça do uniforme masculino.

— O que aconteceu? - Perguntei quando ela se aproximou.

— Não quero falar sobre isso, Cheng. - Ela falou ríspida. Levantei as mãos, em sinal de derrota e exclamei um " Não está mais aqui quem falou"

Olhei em volta procurando por Elizabeth. Talvez se eu pedir para ela me ensinar a matéria, eu posso ficar mais perto dela. Era muito difícil de se aproximar dela, já que ela é da turma C e eu da A.

— Ei! Agreste - Emma, Thalia e Leo (que eu nem sabia que tinha chegado) me chamaram.

— Vocês sabem que eu odeio esse nome - Resmunguei. Além da minha família, e dos nossos padrinhos, Thalia e Leo são os únicos que sabem que Adrien Agreste é nosso pai biológico. - O que é que vocês querem, bando de retardados?

— O sinal tocou e você ficou olhando o lugar onde a Elizabeth estava, igual a um idiota. - Thalia explicou. E Leo saiu me puxando.

— Vamos nos atrasar pra prova.

Mal entramos e a professora passou a prova. Sinceramente, porque temos que saber coisas que aconteceram no passado? Isso não faz sentido pra mim. Seria bem mais fácil se eu tivesse a memória de todas as Ladybug's, pelo o que Tikki me disse, tinha uma em cada época importante da história.

Pouco a pouco, os meus colegas iam saindo da sala. Isso incluia Thalia e Emma. Leo eu sabia que tinha dificuldades mais na gramática francesa, do que na História em si.

Pouco antes do fim do segundo horário, só estava eu e a professora no local.

— Hugo, você tem cinco minutos restantes. Falta muito pra você acabar? - Ela me olhava preocupada.

— Não, professora, Eu já acabei. Eu acho - Claro que essa última parte eu sussurrei.

Nem sai da sala. Esperei a próxima aula lá mesmo. Aos poucos o restante do pessoal foi entrando.

— Como foi a prova, ô do boné? - Minha incrível irmã mais velha ( por minutos apenas) perguntou quase rindo.

— Deixa chegar o dia da prova de matemática, pra ver quem vai rir - falei e ela me olhou indignada.

— Hugozinho, ninguém aqui está rindo da sua tentativa falha de tirar uma nota boa em História - Ela falou debochadamente, se é que essa palavra existe.

— Ninguém aqui te perguntou nada, destruidora maníaca por queijo. - falei.

— Você sabe muito bem que essa não é a verdade. Eu sou alérgica a queijo, E eu não sou destruidora- Eu ri.

— Falou a que cheira a Camanbert.

— Não tenho culpa se Plagg só come queijo. - Ela falou e Leo riu. Tinha me esquecido que ele e Thalia estavam aqui.

— O seu gato só come queijo? Coisa mais estranha de se ouvir. - O latino falou

Thalia revirou os olhos.

— Juro que não sei como aguento esses dois há três anos.

O professor de matemática entrou. Algo me diz que eu estou esquecendo de alguma coisa.

— Alunos, espero que já estejam prontos para apresentar os trabalhos - Aí está o que estava esquecendo.

Emma olhou para mim desesperada. Pude ver esse sentimento transbordando nos seus olhos azuis.

— Por que você não lembrou, Hugo? - Ela me sacudiu.

— E por que você não lembrou? - rebati.

— Que diabos de trabalho é esse, clones? - Thalia reclamou. Se nos esquecemos da existência dele, com certeza nos esquecemos de avisá-la.

— Nessas horas fico feliz de ter feito trabalho com a Clarisse. Pelo menos ela é responsável nesse ponto. - Leo suspirou.

— Por que você é o matemático aqui - Emma ignorou completamente os dois

— Agora você aprecia minha inteligência, né?

— Hugo, Emma, Thalia e Leônidas. Se vocês não sentarem agora, vou ser obrigado a retirar vocês de sala. - O professor gritou e nos resolvemos obedecer. Os grupos apresentaram normalmente e de vez em quando eu recebia um olhar mortal de Emma. Realmente, não sei como consigo ter ela como irmã.

~*~ Alya ~*~

— Tem certeza que não é abuso da minha parte? - Marinette perguntava pela quarta vez.

— Claro que não, afinal foi eu que me ofereci - falei empurrando ela pra fora do próprio apartamento - Agora vai logo para sua aula e tchau. - Fechei a porta na cara dela.

— Até que em fim ela foi embora. Se ela me pega aqui em casa, ela me matava - O tomatinho saiu do além me fazendo dá um grito - Eu sabia que eu sou feio mas não tanto assim, tia.

Ele fingiu está indignado, e eu dei uma risada. Ele estava pela primeira vez matando aula aos oito  anos, que orgulho, pra não dizer o contrário.

— Vamos indo ou então ele vai embora. - E seguimos em direção ao prédio.


~*~ Adrien ~*~

Acordei num pulo, Mas ainda estava muito cedo. Decidi ver a cidade enquanto não dava o horário. Arrumei-me rapidamente e em poucos minutos estava no carro.

Enquanto eu dirigia, eu pensava na vida, em mim; em My Lady ( que me dói muito em aceitar que não é mais minha); em LordBug e LadyChat, que com certeza eram filhos dela.

Olhei para o lado e vi a única escola em que eu estudei na minha vida. Os alunos estavam começando a chegar, e ao contrário de alguns anos atrás, os alunos estavam uniformizados. Os mais novos com uniformes vermelhos e gravata azul, e os mais velhos de uniforme azul e a gravata vermelha.

Decidi estacionar para ver o movimento, afinal ainda estava cedo. Fiquei olhando até que dois adolescentes chegaram na escada de mãos dadas. Lembrei de Marinette e eu, mas nesse caso, a menina era loira e o menino azulado.

Ela gritou por alguém, até que uma menina, de uniforme masculino, se aproximou. Elas ficaram conversando, enquanto o garoto de boné olhava pra qualquer lugar fixamente. Um menino magrelo se juntou ao grupo e deu um beijo na bochecha da loira e fez um toque de mãos com a morena. Ele tentou conversar com o amigo, mas esse não reagiu.

Fiquei vendo eles até que entraram na escola. Pode me chame de psicopata, mas algo me chamou atenção naquele garoto. Talvez a incrível semelhança dele com My Princess.

Liguei o carro e fui em direção ao local de encontro com o Locatário, que seria na porta do antigo prédio de administração das padarias. Chegando lá encontrei uma mulher morena conversando com uma criança ruiva.

— Desculpa o atraso. É que eu tava...ALYA!?

Realmente eu não estava vendo coisas. A minha ex-colega de classe estava lá. Provavelmente ela era a proprietária.

— Ah, você chegou. Não, você não se atrasou, nos que chegamos cedo. - Ela falou, forçando um sorriso.

— Você conhece ele, tia? - a crianca perguntou. Tia? Que eu saiba Nino não tem irmãos, e ele não parece ser filho das irmãs gêmeas da Alya.

— Sim. Ele é um velho conhecido.

Aproximei-me deles, cumprimentei Alya com um aperto de mão e em seguida me ajoelhei para ficar da altura do pequeno. Ele virou o rosto em minha direção.

Ele tinha um rosto bonito, não devia ter mais de sete anos, mas tinha cara de ser inteligente. O que me surpreendeu mais foi seus olhos cinzentos e sem vida, como se ele não enxergasse mas ao mesmo tempo olhasse minha alma.

— Oi, campeão. Qual é o seu nome? O meu é - fui interrompido.

— Acho melhor entrarmos, parece que vai chover - Olhei para Alya e levantei uma sobrancelha. - Ah, o nome dele é Louis, ele é filho da proprietária dos cinco primeiros andares desse prédio, que como você pode ver tem dez andares. Foi ele que conversou com você por e-mail. - Ela deu um suspiro - Estou aqui fazendo um favor para a mãe dele. Por favor, não me estresse

— Seu pedido é uma ordem - Falei brincando e ela revirou os olhos.

Louis? Isso me lembra algo, mas agora não recordo do que é. Olhei o menino se afastar com uma bengala, acho que ele é deficiente visual.

— Aqui era a filial da empresa, no primeiro andar funcionava uma padaria e o restante eram os escritórios de administração.

Ela explicou entrando no local e eu a segui.

~*~ Quebra de tempo ~*~

Alya passou exatamente uma hora me apresentando o lugar e evitando da criança falar comigo. Até que o celular dela tocou.

— Só um minuto. - Ela se afastou para um canto e Louis acabou ficando comigo.

— E aí, Louis? Você era o pequeno chefe desse local?- Perguntei. Ele "olhou" em minha direção.

— Digamos que sim. A minha mãe é a verdadeira dona daqui, mas não era algo que ela gostava. - Ele falou e se virou de costas. - Você deve ser muito rico, já que nem pechinchou. Isso vai contra o meu conceito de compra e venda.

— Você é bem inteligente para sua idade. E sobre Isso, achei bem barato o preço.

— Foi o primeiro valor que veio na minha mente. - Ele se virou de volta para mim. Ele que botou o preço? - E respondendo sua pergunta, eu botei por que a mamãe deixou isso nas minhas mãos e nas dos meus irmãos, mas eles têm outra responsabilidade.

— Você lê mentes agora, pequeno chefe? - Perguntei rindo.

—Talvez - deu uma risadinha. Esse menino tem senso de humor. - A propósito, qual é o seu nome?

— Adrien Agreste- Falei e ele arquejou, mas depois levantou uma sobrancelha e deu um sorriso travesso.

— Entendo. Um ex-modelo loiro de olhos verdes, um exemplo de pessoa mas na verdade sua personalidade está mais para um gato de rua, e que sumiu sem deixar rastros. - Falou com um ar psicopata.

Ele me descreveu mesmo sem me ver, mas como ele sabe da minha verdadeira personalidade. Quando eu ia questionar, Alya chegou.

— Louis, seus irmãos e sua mãe vão passar aqui para te buscar pra almoçar. Ele já estão perto.

— Tá legal, tia.

— E aí? Já resolveu? - Ela perguntou pra mim

— Sim, eu vou comprar. Me interessei bastante.

Ficamos conversando mais um pouco, Alya visivelmente estava incomodada com a minha presença, mas ignorei, ainda mais depois do que eu fiz.

— Madrinha, Louis, Cheguei. -Uma voz chamou nossa atenção. Um menino, o menino que eu observava hoje de manhã, veio em nossa direção, e estava irritado. - Por que diabos você faltou aula hoje? Agora a mamãe tá pegando no meu pé - Ele olhava pro pequeno e depois se virou para a morena - E você é cúmplice, Lahiffe?

— Me poupe, Hugo - Os dois Reviraram os olhos

Apesar do garoto está com o capuz do casaco da escola na cabeça, consegui ver um par de brincos vermelho-escuro e minha mente deu um estalo.

O menino à minha frente era filho de My Lady. É o atual herói de Paris. Ele chamou Alya de Madrinha, e quem mais seria madrinha dos filhos da Marinette, se não ela? Se ele é irmão mais velho do Louis, quer dizer que ele também é filho dela.

Isso explica muita coisa. E só então me lembrei dos nomes que ela prometeu que iria botar nos futuros filhos comigo. Hugo, Emma e Louis. E pelo visto ela cumpriu a promessa, apesar de eles não serem meus filhos.

Minha cabeça tava para explodir.

— Ah, Olá, senhor. - Ele me comprimemtou, como se só agora notasse minha presença. - Meu nome é Hugo Du- Ele foi interrompido.

— Que demora é essa, Meninos? As garotas estão com fome - Uma voz conhecida. Me virei e vi Nathaniel. - Emma tá desesperada por queijo. Sinceramente não entendo aquela garota.

Emma? Queijo? Por que será que eu relacionei isso com Plagg?

Mas isso surgiu uma pequena dúvida na minha cabeça. Louis, que é filho da Marinette, é ruivo; Nathaniel é ruivo. Isso quer dizer que...

My Lady se casou com o cabeça de tomate?