Encontro em família. escrita por Takkano


Capítulo 6
Família perfeita, não existe!




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— Tsume, querida! - Mebuki se aproximou toda sorridente, dando dois beijinhos em Tsume, que ficou tentada em usar o jutsu de substituição. – Que surpresa, cheguei a ter certeza que você não viria! - a mulher se aproximou um pouco mais – Ainda mais com Kiba e o… Shino; juntos!

— Ué, por quê? - Tsume tentava, em vão, disfarçar a própria surpresa com a situação – Eu disse que viria, não disse; um Inuzuka nunca dá pra trás! - Tsume sorriu se sentindo vitoriosa depois de muito tempo. – Além disso, não entendi o motivo, não foi você mesma quem disse que o Kiba e o Shino estão sempre juntos?

— Sim, mas, eu não tinha bem certeza de que era “esse juntos”!

O sorriso no rosto da matriarca Inuzuka durou pouco. Sabia perfeitamente que o tom de Mebuki estava carregado de maldade em relação a Shino e Kiba. Porém, Tsume tinha que admitir, nem que fosse para si mesma, que se sentiu desconfortável também quando viu que Kiba escolhera Shino como companhia para aquela noite. Não que tivesse algo contra o garoto dos insetos, ou de sempre vê-lo na companhia do filho, mas sim, pela imagem que ambos passariam naquela noite; como namorados!

— Então, gostaria de beber alguma coisa; o senhor Hyuuga trouxe um vinho excelente e, a senhora Nara, também escolheu um bem suave, para as crianças. - Mebuki indicou uma garrafa longa, em cima da mesa, e uma transparente, com um líquido claro, que, provavelmente, seria para os menores de idade – Ou talvez, prefira um suco a base de frutas e flores; cortesia dos Yamanaka.

Tsume se sentiu horrível. Era a primeira vez jantando na casa de alguém e ela esquecia de levar a tradicional bebida de cortesia; imperdoável.

— Acho que Tsume-san prefere algo mais “selvagem”! - Shino apareceu abrindo uma garrafa estreita e longa com um líquido amarelo brilhante dentro – Licor de mel silvestre.

Shino serviu as duas mulheres direcionando um leve sorriso a Tsume que não resistiu em retribuir. Shino se afastou, com a mesma naturalidade com que apareceu ali, enquanto os outros convidados se reuniam para provar a bebida exótica.

Ainda surpresa com a atitude de Shino, Tsume foi se sentar para apreciar a bebida em paz. Ao se aproximar das cadeiras, Tsume até pensou em se sentar no meio, só pra mostrar o quanto estava irritada com a situação, pois, o fato de Shino ter trazido a bebida e salvo sua reputação, ainda não parecia o suficiente para deixar um Inuzuka feliz.

Olhou para Kiba que se jogou em uma cadeira próxima a Naruto, provavelmente para ficarem tagarelando a noite toda, já que Shino era do tipo caladão. Agora estavam ali, duas cadeiras restantes. Uma no meio, bem ao lado de Kiba, e outra isolada, perto de uma parede. Tsume sabia que se sentasse perto do filho, provavelmente o estapearia a noite toda. Se se sentasse ao lado de Shino, conseguiria maior apoio do rapaz para lidar com Kiba, e ainda tinha uma vantagem; Shino falava pouco e não a deixaria desconfortável. Porém, suspeitava que Shino quisesse mesmo muito se sentar ali, bem pertinho de seu filho. Avaliou Shino discretamente. O rapaz estava sereno e contido como sempre; parecia não oferecer perigo algum. Acabou cedendo o lugar a Shino, e se acomodou perto da parede. Ficaria de olho para que nada fora do normal acontecesse.

Shino se sentou entre os dois Inuzukas se sentindo bastante rejeitado. Deu uma espiada em Kiba, que conversava eufórico com Naruto, totalmente alheio a sua presença ali. Girou os olhos em direção a Tsume que mantinha um bico enorme e os braços cruzados sobre o peito; claramente chateada com algo.

— Desculpe se frustrei suas expectativas para o jantar, Tsume-san! - Shino sentiu a necessidade de falar aquilo.

— Não fique se culpando, Shino… eu conheço o filho que tenho. E parece que eu não fui a única, certo? - Shino não respondeu, coçou a bochecha e ajeitou os óculos. – Você conhece o meu filho; jantar a luz de velas com uma música melosa de fundo, não faz o estilo dele. - Tsume deu dois tapas “carinhosos” nas costas de Shino – Mais sorte na próxima, rapaz!

Shino não pode evitar sorrir bastante com aquilo. Tsume ficou se perguntando de seria pelo consolo ou pelas palavras “na próxima”; se dependesse dela, não haveria uma de qualquer forma.

A demora para que o jantar fosse servido estava deixando Naruto e, principalmente, Kiba, irritados. Mebuki só esperava pela filha e o namorado – ou praticamente marido, como ela gostava de esfregar na cara de todos –, para começar a servir.

Sakura chegou completamente irritada na sala onde todos aguardavam apenas a garota e sua companhia para o jantar. Seus olhos estavam inchados, e a face exibia uma raiva misturada a decepção. Embora muitos ali estivessem irritados com a demora do “casal da noite”, foi inevitável que todos acabassem se compadecendo pela situação.

— Sakura, o que houve? - Ino se levantou indo em direção a garota, mas, foi bloqueada por Mebuki que tentou contornar a situação.

— Não se preocupe querida, ela está bem! Provavelmente foi só mais uma briguinha de casal, né, Sakura!

— BRIGUINHA NADA! EU ODEIO O SASUKE E NÃO TO NEM AI SE ELE GOSTA DE OUTRA PESSOA; EU DESISTO! - a garota saiu chorando subindo as escadas que davam para o seu quarto.

— Parece que foi uma briga horrível! - Naruto se levantou decidido – Não se pode ficar só, depois de uma briga dessas; eu vou lá consolar!

— Na… Naruto-kun! - Hinata se desesperou ao saber que Naruto estava disposto a oferecer um ombro amigo a alguém que não fosse ela própria.

— O que é isso, ficou louco? - Hiashi se levantou irritado com a ousadia do rapaz. – Como pode dizer assim na nossa cara que vai atrás de outra.

— É querido, não se preocupe, a Sakura ficará bem. Logo logo, ele estará aqui, implorando, para eles voltarem.

— Ah não, eu estava falando do Sasuke! Ele deve estar arrasado! Depois você me conta tudo, Hinata! - Naruto pegou um canapé em cima da mesa e saiu, dando um leve aceno aos presentes.

— Poxa Shino, você viu isso? - Kiba ficou olhando surpreso Naruto se afastar.

— Sim, eu vi! Uma situação bem desagradável!

— Quê? Não, eu tava falando dos canapés… eu nem vi que tinha uns ali! - Kiba se levantou para se servir de alguns.

Nem mesmo Shino conseguiu evitar levantar uma sobrancelha estupefato com a indiferença de Kiba. Olhou para Tsume que parecia querer rir. A mulher percebeu a confusão no olhar de Shino.

— Ah? Ah não, é… eu to muito irritada com o comportamento do Kiba, mas… você viu só a cara de tacho que ficou a Mebuki, com a família perfeitinha dela?

Shino não disse nada. Sabia que Tsume tinha um bom coração e jamais desejaria algo ruim a quem quer que fosse, embora, Mebuki parecesse implorar pela antipatia da Inuzuka.

— Poxa, isso que dá tentar forçar a situação! - Mebuki olhou feio para Ino, claramente não gostando do comentário da garota. – Pelo menos eu e o Sai sempre conseguimos chegar a uma acordo!

— Como assim acordo? É assim que vocês chamam hoje em dia?

— Isso sempre foi um acordo! Eu ajudo o Sai com os desenhos de flores para a pesquisa dele, e ele me faz companhia nesses eventos chatos! - Ino ignorou a cara de indignação de Mebuki e o olhar constrangido de sua mãe. Sai continuou ali, parado sem expressar nenhuma reação.

Mebuki olhou em volta. Shikamaru dormindo, como se estivesse em casa. Hinata triste e Hiashi furioso. A senhora Yamanaka claramente dando uma bronca na filha, e Sai, avoado.

— Poxa, mais alguém? - é claro que Mebuki direcionou um olhar acusatório para a Inuzuka, que se encolheu na cadeira já terminando seu terceiro copo de bebida.

Shino pediu licença a Tsume e foi até a sacada respirar um pouco. Sabia que os jantares de Mebuki eram tachados como irritantes e presunçosos; agora entendia porque Tsume os evitava a todo custo. Se sentiu mal por Tsume estar ali, passando por aquela situação embaraçosa, com ele e Kiba juntos, como se fossem um casal. Por parecer ser tudo forçado e falso, como os outros pareciam; o que na verdade, não era. Talvez, Kiba devesse ter vindo só com a mãe, como fez o jovem Nara; com certeza, Tsume estaria menos chateada.

— Poxa não fica assim, Shino! - Kiba surpreendeu Shino com uma aproximação discreta e silenciosa, coisas bem contrárias a sua personalidade.

— Não se preocupe Kiba, eu to bem!

— Tá nada cara! Nem você e nem a mãe. - agora Kiba parecia bem chateado – Poxa, eu não queria deixar vocês desconfortáveis, juro! Eu só queria fazer a velha se sentir incluída sabe, mostrar pra ela que ela pode contar comigo nessas horas também. Mas acabei arrastando você junto! - Shino olhou surpreso para Kiba. Não imaginava que o amigo já tivesse percebido assim tão rápido tudo o que estava acontecendo.

— Não tem problema Kiba, eu gosto de estar com vocês; principalmente com você!

— Mesmo com todo esse circo que a mãe da Sakura armou; e toda essa mentira ai de… casal?

— Não precisa ser! - Shino levou a mão ao rosto de Kiba, fazendo um carinho bem de leve no rosto do garoto – Não precisa ser mentira, Kiba!

— Co… como não, Shino?

— Assim…

Shino beijou de leve os lábios de Kiba. A mão de Shino segurou a nuca do garoto com força, trazendo-o pra mais perto ainda.

Kiba não o afastou, mas, tampouco correspondeu. Ficou parado tentando forçar seu cérebro a processar o que acabava de acontecer. Shino percebendo a indiferença de Kiba encerrou o beijo, antes que o amigo pudesse chegar a uma conclusão.

A primeira reação de Kiba e Shino foi olhar pra a Inuzuka, que continuava parada, ao lado de Mebuki, olhando para a cena sem conseguir acreditar.

 


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