Os Sete Reinos - A Guerra de Calígo escrita por Junior Pokety


Capítulo 10
Moneagles - (Novo)




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— O sol pairava sobre o Ninho das Aves, não se tinha mais a brisa fria que percorria o inverno, o frio já tinha se retirado, a primavera já estava sobre o ar, e nisso os jovens rapazes do Ninho saíram cedo de suas camas para treinarem sobre o ar puro e na grama macia, havia ainda alguns restos de neves e possas de água do lado de fora das enormes torres que os prendiam nos invernos. Mas mesmos nos dias gelados os Moneagles sempre treinavam dentro de casa, sim é claro quebrando uma cama aqui e um vaso logo ali.

— Nossa o dia está perfeito – fala Theagon, de cabelos negros, e de pele branca igual aos pais, olhos escuros e com um corpo composto para um lutador. Erguendo os braços para o ar e respirando fundo.

— Um belo dia para você perder, não é mesmo meu caro primo – Uma voz grossa e rouca é ouvida logo atrás de Theagon.

     Risos são ouvidos e logo outra voz mais vibrante logo mais a traz em alto som diz – Vou ter questão de esfregar as caras dos dois na grama – diz Daniel, cabelos escuros e olhos profundos o irmão mais novo de Theagon com vestimentas bem cortadas, mais já gastas pelo tempo, com braços fortes e com a espada já em mãos aponta para seus aliados.    

     Risos são ouvidos novamente e logo Luan se vira respondendo ao primo – Dani! Sério? Você vai ser o primeiro a cair de face ao chão – Theagon dá uma risada. E logo Daniel corre em direção ao primo Luan com a espada em mãos, Luan ergue sua espada rapidamente erguendo ao alto, a lamina brilha aos finos raios de sol. – Vamos lá – fala ele.

     De cabelos encaracolados, negros e de uma pele parda igual ao pai. “Kevim” era o comandante do Ninho da Ave considerado o Rei das Torres, mesmo que os Moneagles nunca tiveram governado Calígo e nem uma outra cidade. Os Moneagles seguiam costumes diferentes, seguiam leis antigas de seus ancestrais, dizem vir dos primeiros homens.

     As espadas se chocaram e as veias nos braços logo apareceram em ambos, Daniel faz forçar a lamina rangendo o metal contra metal, fazendo sair pequenas faíscas no momento. Theagon assistia a seu irmão e o seu primo duelarem.

     Na janela da torre esquerda. Kevim aparece com um olhar de ódio e ao mesmo tempo de orgulho, Theagon percebe sua presença, vendo o filho e o primo duelando, mas rapidamente desvia o olhar fingindo que não tinha percebido sua presença.

     Logo o filho mais velho aparece ao lado do pai, vestidos com trajes sedosos e bordados à mão com fios de ouro. De pele parda e com cabelos encaracolados iguais aos do irmão Thiago Calebe aparece com um sorriso sutil.

— O que o senhor acha de seu filho do meio meu caro pai – Pergunta Thiago Calebe.

— Ele é um forte guerreiro, admito, mas se fosse para uma batalha de verdade, eu iria ter questão de enterrar os restos mortais dele, ou melhor, jogar os restos em uma fogueira de um metro de altura e depois vender suas cinzas a algum feiticeiro vândalo – Argumenta o pai com um sentimento de prazer em cada palavra dita.

     O filho se assusta com as palavras do pai e logo se queixa – Eu poderia saber o por que de tanto ódio de Luan meu pai? De seu próprio filho – Kevim desvia o olhar para Thiago Calebe; e no mesmo momento Theagon já estava duelando com Luan, mesmo Theagon sendo o mais alto dos três ali presentes, Luan tinha uma força extrema e Daniel uma resistência implacável.

— Um dia meu filho, você saberá quando estiver no comando, ou em alguma posição de alto poder, e quando tiver filhos – Kevim redireciona o olhar para o filho e cospe ao ar. Os olhos do comandante se despede da imagem verde e florida ao lado de fora que logo entra para dentro, fazendo os tecidos azuis das grandes mangas longas balançarem sobre o vento que percorria ali no alto.

     Thiago Calebe na janela continua assistindo o irmão e os primos duelarem e diz em alta voz – Quero saber quem irá ganhar essa em – E logo se retira. Thiago Calebe não era de Duelar muito, antes quando era mais novo fazia seus treinos com frequência, mas logo percebeu que seu lugar não era ao meio de tantos homens a frente em um pelotão de Guerra. E sim ao lado de seu pai como o sucessor do Ninho, era um príncipe das Torres da Ave, herdeiro das minas de ferro.

     Depois de um longo tempo duelando entre si, os três já estavam ao chão deitados, sem suas vestes de cima, suados e cansados logo surge uma sombra, de tecidos azuis claros e leves com cabelos cacheados castanhos até a cintura, com pequenas tranças sobre a cabeça imitando uma pequena coroa.

— Olá, achei que estivessem com sede, trago-lhes um pouco de água fresca – diz Jessie, a filha mais nova do Comandante, irmã mais nova de Luan e Thiago Calebe.

— Nossa, muito obrigado Lady Jessie – fala Daniel se colocando de pé com um sorriso charmoso para a bela moça que tinha por volta de dezessete primaveras. Em minutos os outros se colocam de pé a frente da jovem e pegam um copo cada um, envergonhada ela sorri tímida vendo os músculos dos primos e do irmão ali frente a frente.

     Jessie nunca namorou, mas não era por causa de pretendentes, seu pai Kevim a protege como a filha querida e já disse que a usara como uma aliança usando o evento do casamento. Jessie era a única mulher da família convivia mais com as servas e as empregadas das torres na cozinha, mesmo seu pai não gostando, ele preferia ela em seu quarto bordando e costurando vestidos. Jessie sempre conviveu com seus primos e seu irmão. (Mesmo ela achando que Luan não era seu irmão de verdade, Luan não se parecia com Jessie e Thiago Calebe), mas quando eles se tornaram homens feitos muita coisa mudou, é claro que ela era dessas que espionava seus primos tomarem banho nus, mas nunca via muita coisa, eles sempre banhavam no escuros e depois do por do sol para a tristeza da jovem.  

— Nossa, estava precisando mesmo em Jessie, obrigado prima – Diz Thiago, quando já tinha acabado de engolir toda a água do copo.

— Só queria ajudar – fala ela com um sorrisinho e logo se retira quando Luan coloca seu copo na bandeja de metal.

— Espere eu ajudo com os copos, te acompanho até a cozinha – fala Daniel, rapidamente colocando a camisa sem mangas e recolhendo o colete velho e a espada que ia na cintura formando um ângulo atraente, em seu corpo – Vamos – responde ela.

— Theagon – Chama Luan que já estava se retirando.

— Diga meu primo – responde Thiago se vestindo coberto se suor, levando as mãos aos cabelos negros.

— Você nunca pensou em ir à Flora do Vale? – Pergunta Luan encarando o seu primo.

— Sim, mas por que a pergunta? – Theagon arqueia a sobrancelha cortada.

— Há, sua mãe é de lá, sei lá, achei que você tivesse vontade de conhecer a terra dela – diz Luan com os olhos ao horizonte.

— Sim, mas meu pai também é daqui, então não tenho muitos motivos de querer ir para lá – responde de Theagon com a cara fechada já com tom na voz que não estava gostando nada da conversa.

— Há, primo só tenho curiosidade nas mulheres de lá, Tio Ericles mi contou algumas historias, inclusive de sua mãe com seu pai – Theagon dá de ombros e logo as costas ao primo e sai andando com a mão na espada.

— Primo, espere – diz Luan

— Não quero mais falar disso – responde Theagon caminhando em linha reta

— Cara, eu sei que irá ter um festival, uma grande festa lá só queria ir e poder conhecer pessoas diferentes, vê mulheres bonitas, beijar garotas de cabelos cor de ouro – (No Ninho da Ave não tinha mulheres loiras e muito menos homens) você mi entende? – fala Luan quando até que enfim conseguiu fazer Theagon para alguns metros de distância entre ele.

     Theagon se vira e com a face inclinada de lado fala em uma voz grossa e potente – E as leis da nossa família meu caro primo? – E logo continua andando, com certeza estaria indo em direção dos estábulos, a casa dos cavalos onde seu companheiro estava.

     Luan dá de ombros e sussurra ao vento – Foda-se as leis entre elas eu quero mais é conhecer esse mundo – e sai andando de lado contrário em direção as rochas no penhasco. 

     Na sala de Kevim, Daniel depois de deixar Jessie na cozinha segue para encontra o tio, batidas na porta são ouvidas, na sala somente Kevim e seu filho estavam.

— Entre -  fala Kevim que estava atrás da mesa de madeira em pé, em conversa com o filho mais velho.

— Olá, uncle, eu queria pedir permissão, para o senhor para ir até as minas – Fala Dani com uma essência de medo.

— E o que querer nas minas? – Pergunta Kevim comum olhar de curiosidade.

— Uncle Ericles mi prometeu que me levaria em uma viagem com ele, de entra de armas, ele me disse que poderia ir com sua autorização – explica Dani sendo o mais convincente possível.

— E porque Tio Ericles o levaria e não a mim Daniel? – Pergunta Thiago Kalebe com inveja.

— Pelo fato de ser uma entrega de espadas e lanças, ele mi disse que tem outros assuntos a tratar, mas não mencionou o lugar, caro primo – Responde Daniel frisando as sobrancelhas.

— Está bem, você pode ir! Chame Theagon também, mas meu irmão não se encontra nas minas hoje ele está em Pena Branca tratando de assuntos com nosso primo, mesmo que ele estivesse você só chegaria nas minas depois do pôr-do-sol, o que não seria apropriado – diz Kevim

— Tudo bem, então – Daniel da alguns passos se retirando da sala, mas antes de fechar a porta seu tio fala mais alguma coisa.

— Vou mandar um corvo para que Ericles retorne, estou ciente dessa entrega, mas ele só irá partir quando os carregamentos chagarem no porto das penas, em cinco dias eu acredito que será a viagem – Kevim sorri vendo o sobrinho fechar a porta com um sorriso.   


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