Today And Always escrita por ca_kaulitz


Capítulo 4
Capítulo 4




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       Deitei na cama novamente, chorava mais ainda. Aline começou a bater na porta, mas eu não conseguia, não tinha forças para me levantar. Ela batia cada vez mais forte, mas eu nem ligava. Depois de alguns minutos ela parou de bater e não tinha mais luzes acesas. Decidi esperar mais um pouco para ter certeza de que ninguém estaria acordado.

        Era 00h46. Levantei da cama e fui até a porta, abri lentamente e comecei a descer as escadas. Fui até a cozinha, acendi a luz e olhei em volta. Ninguém estava lá. Abri a gaveta de facas e peguei a mais pontuda e afiada. Lembrei da noite que tentei fazer a mesma coisa. Eu teria conseguido se não fosse meu pai e não teria que passar por esse sofrimento novamente. Levantei a manga da blusa, olhei o corte e coloquei a faca em cima do mesmo:

-Pai, isso é por você – Falei. Apertei a faca sobre o punho, o sangue foi aparecendo. Apertei com mais força, quando puxaram a faca da minha mão.

-Garota você está louca, quer se matar – Olhei para trás era um garoto com tranças, uma faixa na cabeça, um piercing na boca e de roupas largas. Olhei para ele com raiva, depois de um tempo percebi o que tinha acabado de fazer. Sai correndo e subi para o meu quarto, nem me dei conta do quanto minha mão estava sangrando. Cheguei ao quarto e tranquei a porta, entrei no banheiro chorando cada vez mais. Olhei para minha mão, fui até a minha cama e rasguei um pedaço do lençol, passei em volta do punho para cessar o sangramento. Deitei na cama e fechei os olhos. Amanhã vai ser outro dia, pensei.

 

         Terça-Feira, 27 de janeiro, 10h20

Querido diário,

       Ontem foi o pior dia da minha vida, meu pai morreu, eu tentei me matar e hoje eu acordei enjoada e fico tonta toda hora.O pessoal saiu,eles queriam que eu fosse, mas eu não estou bem. Meu braço parou de sangrar mais ainda dói muito. Não sei explicar porque fiz aquilo, mas graças aquele garoto... Ele deve ser o Tom. Ele é lindo, parece um anjo. Se não fosse por ele...

   Guardei o diário, levantei da cama e tomei um banho. Como todos tinham saído, eu coloquei a minha camisola de seda vermelha que tinha ganhado do Alex de presente de aniversário. Fui até a cozinha pegar um copo de água. De repente senti enjôo e depois tudo começou a escurecer, minhas pernas cambalearam e eu cai.

 Parte narrada pelo Tom:

     Hoje eu fiquei em casa, to exausto, não devia ter ido para aquele motel com a Cris. Garota insuportável, ainda bem que era bonita porque se não... Não consegui dormir a noite inteira. Qual é o problema daquela garota? Ela é retardada, tentar se matar. Por causa da aparência não é, ela é muito linda. Bom, eu tava morrendo de fome, então fui para cozinha comer alguma coisa. Desci as escadas. Quando cheguei, aquela mesma garota estava lá, caída no chão, toda molhada, com aquela camisola curta de seda vermelha... CALMA TOM SE CONTROLA.

    Peguei a garota no colo e levei para o meu quarto. Eu tinha outras opções, mas essa foi a que eu mais gostei. A deitei na minha cama e sentei ao seu lado. Eu tinha que fazer alguma coisa. Lembrei que o Bill não tinha ido com o carro dele e o meu estava sem gasolina, então peguei emprestado. Precisava levá – la para o hospital. Aquele corte estava inflamado e se não fizesse alguma coisa rápido, poderia dar uma hemorragia. Peguei-a no colo e desci as escadas correndo, quase tropecei em um degrau. Peguei as chaves na mesinha de centro e levei-a até o carro. Deitei – a no banco de trás e sai deixando a porta aberta.

       Acordei com uma forte dor de cabeça, levantei a cabeça e olhei ao meu redor, estava dentro de um carro, olhei para o banco do motorista. Quase enfartei, era aquele garoto que me “ajudou”. Esfreguei os olhos para ter certeza, infelizmente era ele. Olhei para baixo, eu estava de camisola e estava molhada, quase pirei quando notei.

-Finalmente você acordou – Falou me encarando. Levantei do banco.

-Pra onde a gente ta indo? – Perguntei.

-Eu vou te levar para o hospital, seu pulso esta inflamado.

-O que? Você está doido se pensa que eu vou para um hospital de camisola.

-Porque não? Suas pernas são lindas, não tem porque ter vergonha – Olhei pra cara dele. Ele começou a rir que vontade de arrancar aquele piercing e o fazer engolir – Chegamos – Olhei para a entrada do hospital, estava lotada de médicos e enfermeiras. Ele estacionou o carro e deu a volta para me pegar.

-Nem morta eu vou sair desse carro – falei cruzando os braços.

-Anda logo e sai do carro.

-Não – Ele entrou no carro e me puxou, me colocando em seu colo. Meu coração deu inicio a uma série de fortes marteladas. Meu Deus, ele era lindo. Bonito era um adjetivo fraco. Respirei fundo e me controlei – Me solta, não precisa me carregar – Ele me colocou no chão e fechou a porta do carro.

-Vamos – Falou colocando uma mão nas minhas costas, impedindo que eu voltasse. Nós estávamos próximos a entrada do hospital, reparei que vários médicos me encaravam e faziam comentários aos outros médicos. De repente eu travei, não conseguia andar nem pra frente nem pra trás.

-O que foi? – Perguntou me empurrando.

-Eu não posso ir – falei tentando voltar, mas ele me puxou pela cintura.

-Você não vai voltar.

-Olha o tanto de médico me olhando.

-É porque você fica irresistível nessa camisola, agora vamos que eu tenho mais o que fazer – Nessa hora eu queria matar e morrer ao mesmo tempo. Ele não iria me deixar ir embora, então respirei fundo e fui andando.

      Eu estava muito vermelha, ou melhor, roxa, nunca tinha passado tanta vergonha. Todos estavam me olhando, alguns até assobiavam. Chegamos à recepção

-Bom dia. Eu sou Tom kaulitz e essa é a...

-Anna Sinclair.

-Eu queria falar com o doutor Gustavo, é uma emergência – Olhei para o rosto do Tom. Emergência? Era só um pequeno corte.  

-Espere só um momento, ele já vai atende – los – Sentei entre dois homens e o Tom sentou – se do outro lado da sala. Os dois não paravam de me cantar e ficavam falando besteiras como “Queria que a minha mulher tivesse um corpo como esse”, “imagina ela sem essa camisola”. Tom percebeu meu desconforto e foi até mim. Levantei rapidamente e puxei-o para o canto da sala

-Tom, eu juro que quando sairmos daqui eu te mato – Ele começou a dar risada. Aquilo não era engraçado. Ele estava acabando comigo.

       Ficamos quietos durante a espera, eu estava com raiva dele, não, mais do que isso eu estava com ódio. Finalmente nos chamaram. Tive que passar por outro corredor, cheios de médicos. Eu estava andando calmamente e o Tom estava atrás de mim, quando um médico bêbado saiu de uma sala e tentou me beijar, eu corri e pulei no Tom, ele quase caiu, segurei no pescoço dele e ele me pegou pela cintura

-Tom me tira daqui, por favor – Meus olhos estavam marejados, nunca senti tanto medo de um médico, ele me olhou e me segurou com mais força

-Bem que eu queria, mas seu braço está muito machucado, Anna – Abaixei a cabeça e encostei-me no seu ombro, ele me pegou no colo e me levou até a sala do doutor.

 


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