Tanegin escrita por Marimachan, Fujisaki D Nina, Ginko13


Capítulo 1
Crianças deixadas na porta de casa são clichê até em anime


Notas iniciais do capítulo

Aeeee
Voltamos com Tanegin também, meu povo! Gintama chegou ao fim, mas nosso amor pela obra e por essas fics estão muito longe de chegarem! ^^
Pra quem é de casa, okaeri! Pra quem é novo na área, é paralela com "Redemption, mas vocês verão que as fics têm núcleos de enredo diferentes. ^^
Esperamos que amem tanto qt amamos escrever! E lá vamos nós... Boa leitura! ;)
~Marimachan
*~*~*
E aqui vamos nós, mas uma vez recomeçando esta história, após o final de Gintama (definitivo desta vez!! Sem mais trollagem do Gorila-sensei)
Pessoal, é ótimo estar de volta. Para o que já nos conheciam, bem vindos de volt! Juro pra vcs que agora vai kkkk
E para os novos leitores, sejam muito bem-vindos e espero que aproveitem esta história que eu, a Marima-senpai e a Ginko tanto nos empenhamos e nos divertimos escrevendo.
Beijos pra todos e aproveitem o cap!
~Nina
*~*~*
Opa meus consagrados, tudo bem com vcs? Se leram o mangá acho q não
Pois bem, venham, afoguem suas mágoas conosco
Aproveitem q o capítulo tá fofinho
Aos velhos leitores, é uma honra estar com vcs de novo, e aos novos, sejam bem vindas, pobres almas!
Boa leitura!
~Ginko da yo



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A noite estava clara e fresca. Era uma excelente noite de primavera aos olhos dele, que agora voltava para o lugar o qual havia aprendido a chamar de casa.

Não era tão tarde, mas também já não era mais tão cedo; o fato é que Shouyou voltava de uma caminhada noturna àquela hora. Gostava da sensação de caminhar por aí apenas para observar as coisas à sua volta, e o fazia tanto de dia quanto à noite; nesse último caso em particular, entretanto, ele preferia caminhar por volta daquele horário, quando as ruas já não estavam mais tão movimentadas e a maioria das pessoas já haviam se recolhido em suas casas.

Nesses momentos, gostava de ir aos parques e lagos, observar as coisas tranquilas e pensar sobre tudo: do que faria no café da manhã seguinte até seus questionamentos e constatações mais filosóficas e profundas. Era um hábito que sempre apreciara cultivar, independente da época ou da situação. E era um hábito que lhe fora muito útil nas últimas semanas, porque o ajudara a colocar alguns pensamentos em ordem. Pensamentos esses que convergiam em constatações e sentimentos bastante conflituosos.

Desde que acordara em meio a um bosque denso e populoso — haviam animais por toda parte —, no meio de um pequeno lago no qual ele mal cabia, banhado pelo luar alto e luminoso, teve apenas duas certezas: ele estaria fadado a morrer e voltar vida por toda a eternidade, e mais uma vez compreendeu o sentimento daquela personalidade em especial de querer destruir aquele planeta para que sua maldição chegasse ao fim; ele precisava encontrá-los, para então poder voltar a sentir o que sentira antes de sua última morte, o momento único de sua vida infinda em que desejara mais que qualquer outra coisa continuar vivendo.

Desse modo, nas semanas que levara para chegar à Edo, tornara a assumir sua forma adulta, na qual viveu a maior parte de seus séculos vividos e procurou por aqueles que precisava encontrar. Qual sua surpresa quando chegara ao lugar e descobrira que ele, a quem mais precisava ver, não estava mais na cidade há mais de 2 meses; abandonara tudo novamente, mas dessa vez sem qualquer aviso prévio ou despedida.

Suspirou, inspirando o ar fresco da rua deserta.

Aproximava-se da propriedade que era seu destino. Passeou com os olhos pelas árvores além dos muros, já no jardim de Otae. Sorriu. Fazia cerca de cinco meses que o acolheram ali, e sem dúvidas sentia toda a hospitalidade da casa e de seus moradores. Podia-se dizer que se acostumara rápido ao fato de também poder chamar aquele ambiente de lar. Caminhando mais um pouco, finalmente chegou ao portão, baixando seu olhar pela primeira vez desde que entrara na rua. E, céus! Qual não fora a sua imensa surpresa ao enxergar o que ali se encontrava.

Ainda com os olhos bem abertos em surpresa, Shouyou abaixou-se até a cesta em frente ao portão de madeira, dentro da qual se encontrava uma pequena criaturinha, embrulhada em vários cobertores. Sorriu docemente, embora o sorriso carregasse também um leve pesar.

― Hey ― chamou baixinho, abrindo um pouco das mantas para ver melhor o rostinho, que logo reconheceu como feminino. ― Acreditava ser impossível serem capaz de abandonar uma pequenina com um rosto tão adorável ― comentou para a recém-nascida, que mesmo que não estivesse dormindo e o ouvisse, não entenderia coisa alguma.

Analisando melhor a cesta, percebera que tinha uma carta em um canto, aonde provavelmente responderiam algumas perguntas. Pegando então a bebê nos braços, com cuidado para não acordá-la, Shouyou empurrou o portão com o corpo, enquanto com a outra mão carregava também a cesta para dentro. Não demorou muito a entrar na casa e na sala principal, na qual todos se encontravam, como sempre, numa conversa animada.

― Tadaima ― anunciou chamando a atenção de Otae, Shinpachi e Kagura, que tão logo responderam o cumprimento já se levantaram, admirados e surpresos com a companhia do professor.

― Hooo ― Kagura fora a primeira a se pronunciar. ― O que está fazendo com esse bebê, sensei?? Você teve um filho e nunca contou pra gente??! ― escandalizou-se, mas não demorou a receber um riso contido como resposta.

― Não, Kagura-chan. Os únicos filhos que eu tive já se tornaram bons adultos bons-em-nada. ― Sorriu fechando os olhos, enquanto abandonava a cesta vazia sobre a mesinha de centro. Logo o sorriso entristeceu-se um pouco, porém. ― Encontrei essa pequena preciosidade deixada em frente ao nosso portão.

― Mooh, abandonaram essa pobre criança à nossa porta? ― Otae repreendera a atitude, se aproximando do mais velho e da menininha.

― É o que parece... ― Shinpachi também se aproximou.

A Shimura mais velha pediu então para segurar a miúda em seus braços, para observá-la melhor. Não podia deixar de sorrir, mesmo que não soubesse nada sobre aquele bebê, ele era tão fofo quanto qualquer outro. Aquelas bochechinhas rosadas davam vontade de morder e aqueles ralos fios de cabelos prateados, que apareceram por a manta ter escorregado, eram-

 “Prateados?” ― O semblante de Otae ficou sério no mesmo instante, sua linha raciocínio mudando totalmente.

De fato, ela podia perceber que os poucos cabelos que cobriam a pequena cabeça eram de um tom meio branco prateado; um fio ou outro mais comprido já fazendo uma leve onda. Aquilo não poderia remetê-la à lembrança de outra pessoa que não...

― Anego? ― O chamado de Kagura a fez pular de surpresa, arrancando-a de seus pensamentos. ― Está tudo bem?

— A-ah... Sim, sim, Kagura-chan. ― Fez questão de voltar a sorrir. ― Só estava pensando no quanto este bebê é bonitinho.

— Bebê bonitinho? ― Entrando na sala naquele momento, Kondou só teve tempo de processar essas duas palavras. ― Claro, Otae-san, teremos quantos você qui- Pow!! ― Um soco bem dado de sua amada interrompeu-o.

— Que isso já sirva para você parar de falar bobagens, estou com as mãos ocupadas aqui ― alertou.

Recuperando-se do golpe, Kondou aproximou-se mais lentamente agora, um tanto surpreso ao ver a criaturinha que Otae segurava.

— Olha, tem um bebê mesmo. ― Piscou, analisando o rosto da criança. ― Não se parece com nenhum que eu tenha visto com as vizinhas daqui. De onde veio?

— Uma pessoa misteriosa deixou aí na porta. ― Kagura foi quem explicou mais uma vez.

— Heim? ― Kondou olhou para ela, para o bebê e de volta para a ruiva. ― Como assim deixou? Alguém simplesmente abandonou essa criança aqui? Sem mais nem menos?

— Parece que sim ― Otae murmurou pesarosa, mirando com pena o rostinho adormecido.

— Mas por quê? ― Voltou a questionar o policial.

— Não sabemos ― Shinpachi declarou pensativo.

— De quem é esse bebê? ― Kagura repetiu a dúvida de todos.

Parecia que o silêncio iria reinar, com os quatro procurando alguma resposta, mas uma das portas sendo aberta de supetão acabou com essa possibilidade.

— Elementar, meus caros. ― Zura adentrou a sala calmamente, segurando um cachimbo e usando um chapéu de detetive. ― A resposta para esse caso do bebê é a mais simples que poderia haver.

— Você estava ouvindo tudo?! ― Shinpachi esbravejou.

— Pensem bem: um bebê desconhecido é abandonado, no meio da noite, por uma pessoa também desconhecida ― falava como um professor explicando o raciocínio do exercício. ― Mas o mínimo que essa pessoa tem de oferecer às pessoas com quem deixou o bebê, é uma carta dando as mínimas explicações. ― Olhou para Shinpachi e Kagura. ― Por acaso ele estava numa cesta ou algo assim?

― Sim ― a voz suave de Shouyou voltara a ecoar, com ele já com a carta em mãos. ― Você está certo.

— Ahá! ― o ex-Joui exclamou, surrupiando a carta e erguendo-a como um troféu. ― Aqui está a prova do crime!

— Não deveria ser uma pista? ― corrigiu Shinpachi, que novamente foi ignorado.

― Pode ler para que todos possamos ouvir, por favor, Kotarou? ― pediu, ao mesmo tempo em que se divertia com a situação.

Katsura não demorou a atender ao pedido de seu mestre.

— “Ouvi falar que Sakata Gintoki está”... ― E parou por aí.

Ao ler o nome de Gintoki, não só os ânimos de Katsura, mas os de praticamente todos naquela sala, pareceram morrer imediatamente.

Fazia muito tempo que sequer ouviam falar do samurai.

Como dito anteriormente, depois de meses, durante os quais as coisas pareciam ter voltado ao normal, Gintoki simplesmente sumira, sem aviso prévio, deixando um bilhete que não possuía mais do que poucas palavras, dizendo que estava deixando Edo e pedindo que não fosse procurado; sem mais explicações, sem mais nada além do adeus implícito e sua assinatura. Procuraram-no por toda a parte, é verdade, principalmente os dois jovens e seu cachorro, mas haviam sido buscas inúteis. E assim eles acabaram por se obrigarem a dizer adeus ao samurai que aprenderam a amar, sem sequer ter a oportunidade de dizê-lo realmente.

Todos sentiam por aquela partida repentina, mas ninguém sentia mais do que os membros restantes do Yorozuya. E era por isso que os três adultos não faziam nada além de mirar os rostos depressivos de Kagura e Shinpachi; já sabiam não poder fazer nada para animá-los nesse caso. E mesmo que algum deles fosse adquirir coragem para se pronunciar, não tiveram essa chance após Shouyou voltar a se pronunciar.

― Katsura ― chamou com calma, parecendo tirar os outros do transe ―, poderia continuar, por favor?

O de cabelos cumpridos acenou positivamente, pigarreando e então voltando a ler.

 “Ouvi falar que Sakata Gintoki deixara a cidade, mas que os outros dois jovens yorozuyas vivem nesse dojô. A quem possa interessar peço que, por favor, entregue este bebê a ele quando o encontrarem. Não tenho condições de criá-la e já quase fui demitida por não conseguir trabalhar direito nesses últimos meses. Ela nasceu há menos de uma semana, no dia 16 de abril. Digam o nome Bar Kanaoka e ele talvez se lembre de nosso encontro há nove meses. Agora está nas mãos de vocês encontrá-lo, e nas dele criar a própria filha.”.

Era fato que enquanto ouviam as palavras lidas por Katsura, a expressão da maioria dos presentes na sala ia tomando proporções gigantescas de surpresa. O silêncio voltou a reinar após o fim da leitura, num momento aonde todos encaravam a garotinha, que agora estava acordada e de volta aos braços de Shouyou, sem saberem o que dizer ou mesmo o que pensar.

― Abandonada pela mãe e, acidentalmente, pelo pai... ― Kondou comentou com grande pesar.

― Parece que o destino não foi generoso com você, não é mesmo, pequena? ― Shouyou foi quem falou, olhando para a bebê em seu colo e expressando também pesar em seu sorriso.

― Shouyou-sensei... ― O chamado de Shinpachi foi quase um sussurro desesperado. ― O que vamos fazer agora?

O professor observou a menina por mais alguns instantes antes de responder, depois dela se mexer em seus braços e finalmente abrir os olhinhos, passando a encará-lo curiosa. Seu sorriso voltou a se tornar terno e gentil.

Desde que naquele lugar chegara, não sabia de fato como as coisas seriam dali em diante. Curioso como novamente ele se encontrava perdido, sem saber exatamente quais providências deveria tomar ou como viveria dali para frente. E mais curioso ainda saber que suas respostas sempre eram encontradas nele. Naquela época, tantos anos atrás, encontrara seu caminho naquele pequeno demônio fofo, que lhe devolveu seus anseios e sua esperança, mostrando que talvez ele realmente pudesse ter a oportunidade de aprender com os humanos e de amá-los de uma forma única. Agora, quando mais uma vez se encontrava perdido, sem saber por onde recomeçar aquela vida infinda, ali estava ele lhe mostrando a resposta novamente. E, finalmente, poderia retribuir ao seu pequeno samurai um pouco de tudo o que ele já fizera por ele até ali.

― Parece que sendo não tão feliz para esse pequeno ser adorável, o destino está sendo generoso comigo. ― Levantou seus olhos para encarar os presentes, mas logo voltou a olhar a garotinha. ― O que me diz, pequena? Permite que eu cuide de você no lugar do seu pai? ― questionou a bebê, como se ela pudesse entendê-lo.

E assim que terminou a pergunta, sentiu a pequena mãozinha enluvada agarrando uma mecha de seus longos cabelos, externando ruídos fofos, naturais de bebês recém-nascidos. Sorriu animado a seu modo, de olhos fechados.

― Vou entender isso como um sim!

― Então vamos ficar com ela? ― Kagura ajoelhou-se em frente ao mais velho, permitindo que a menina agarrasse seu dedo indicador.

― Sim ― respondeu, mas logo olhou para Otae. ― Caso ache que não seja possível criá-la aqui, Otae-san, gostaria que me dissesse. Não tenho problema algum em procurar um lugar para nós dois. ― Sorriu gentilmente.

― Oh! Jamais, sensei! ― Ela sorriu também. ― Claro que podem ficar conosco. E nós podemos ajudá-lo a cuidar dela ― ofereceu, também gentil.

― Obrigada ― agradeceu ainda sorrindo.

― Está tudo muito bom, mas ainda temos uma questão a ser resolvida! ― Katsura voltou a se pronunciar, com Kondou ao seu lado; ambos de braços cruzados e ar de importantes.

Todos os olharam curiosos, indagando silenciosamente o que seria.

― O nome! ― responderam em uníssono.

― É verdade! Não tem nome na carta... ― Shinpachi tomou o papel em mãos, para confirmar.

― Hum... Vejamos... ― Shouyou pôs-se a pensar, enquanto sentia os leves puxões em seu cabelo.

Olhou mais uma vez para o rostinho miúdo, analisando cada detalhe dele e então parou alguns instantes nos olhos abertos e aparentemente espertos. Eram de um amável castanho, tranquilo e doce. Sim, muito doce. Sorriu abertamente, novamente a seu modo, de olhos fechados.

― Ela se chamará Dango!


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Notas finais do capítulo

Esperamos que tenham gostado! Até o próximo, meus queridos. ♥



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