Juntas na Calma Wonderland escrita por Borboleta Negra
Acordei olhando para o teto de vidro que ficava em minha imensa moradia. Sentei-me e vi o que estava fazendo ontem... Um boneco de vidro... Ele estava inacabado, somente faltavam... Detalhes.
Fui até o mesmo e o toquei com os dedos, delicadamente para ele não quebrar.
_Samantha!_Gritou a mulher que entrava no quarto._O que está fazendo? Você quebrou todos os vidros da casa!
_Não..._Eu disse chocada e olhei para cima._Aqueles não estão quebrados..._Minha voz era sonhadora.
_Samantha..._Ela disse encantadoramente._Não faça mais nada que sabe que eu não gosto que faça, está bem?_Ela tocou em minhas mãos._Samantha, suas mãos estão machucadas.
Olhei com dificuldade para minhas delicadas mãos, agora cortadas por causa daquele precioso transparente...
_Sim... Estão machucadas... Mama, pode me deixar sozinha?_Perguntei olhando para o nada através da janela despedaçada do meu quarto.
_Não faça nada de errado.
_Sim mama..._Eu caminhei até a janela sonhadoramente e ouvi o ruído quase inaudível da porta levemente enferrujada se fechando. Toquei o vidro afiado e vi um dos coelhos do meu jardim saindo de seus aposentos.
Fiquei observando-o até ele cair em uma falha do chão, em um buraco escuro e úmido... Olhei para trás e vi as xícaras que eu tanto gostava.
_No, no, no, minha pequenita._Ouvi uma voz atrás de mim.
Me virei e vi um homem. Ele usava roupas antiquadas e um relógio no bolso. Seus cabelos eram bagunçados, com um chapéu longo e olhos eram hipnotizantes.
_Preciso das xícaras._Respondi olhando vidrada para ele.
_Eu preciso mais._Ele levantou seu dedo.
Gesticulei com a boca alguma coisa e peguei minhas adoráveis xícaras.
_São muitas._Eu disse.
_Me dê, vou lhe ajudar Samantha.
_Como sabes o meu nome?_Perguntei.
Ele sorriu.
_Sua mãe disse-me que se tivesse uma filha, esta se chamaria Samantha...
_Minha mãe?_Perguntei._Mas... Ela morreu._Eu disse olhando perdidamente para o jardim._A mulher que cuida de mim...
_Sh, sh, sh._Ele disse e sorriu._Vamos levar essas xícaras para Wonderland e lá você verá sua mãe.
Levamos as xícaras pelo imenso jardim e ele caiu no mesmo buraco que o coelho.
_Tio?_Perguntei para o buraco.
_Venha pequenita Samantha, venha comigo.
Segurei as xícaras firmemente e pulei. Era escuro, úmido, vazio... O ar era gélido, nada agradável, meu vestido voava para cima como meus cabelos longos e loiros.
_Ora!_Parei no meio do fundo buraco sendo segurada pelos meus fios macios._Olhe esses cabelos..._Levei meu olhar para cima e vi que uma mão me segurava.
Essa mão foi saindo mais da terra, até que um ser me segurava.
_Quem é você?_Perguntei inocentemente.
_Eu sou seus pesadelos, pequena Samantha._Disse.
Esse horrível ser era como raízes... Seu corpo era magro, era inseguro, era feita de ramificações de arvores. Sua boca era como um risco no meio do rosto e seus olhos estavam no seu tronco, muitos olhos. Não tinha cabelos.
_Vou pegá-los para mim._Ela disse._Me dê!_Ela puxou meu cabelo com suas mãos sujas de terra.
Olhei para os lados.
_Eu não preciso deles._Lembrei._Pode pegar._Olhei para a criatura.
_Humpf!_Ela disse com sua voz anasalada._Não quero nada com gentilesa!_Me jogou novamente no fundo buraco.
Caí com as xícaras firmes junto ao meu corpo. Em cima de um piano.
_Tio do chapéu, onde estás tu?
_Estou aqui pequena Samantha._Ele disse numa das enormes portas.
_Aí está tu._Conclui andando na ponta dos pés até a magnífica porta.
_Sua mãe não estava conformada por só podermos entrar por aquela porta._Ele disse apontando para uma que somente cabia dois dedos meus._Então ela fez esta.
Eu sorri e entrei. Caminhamos por caminhos estranhos até estarmos em uma grande mesa.
_Chapeleiro, chapeleiro, chegastes de tuas investigações no mundo estranho?_Uma bela mulher perguntou colocando chá em todas as xícaras.
_Cheguei, cheguei e aqui está um presente minha cara.
Ele me empurrou.
_Por que me empurrastes Chapeleiro?
_Esta é tua mãe minha pequenita. Alice.
Olhei para a minha mãe. Ela usava um vestido azul e seus cabelos loiros estavam segurando um chapéu coco.
_Filhinha._Ela disse._Não sabia que tu vivias naquele mundo.
_Ela deve ter sido levada pelo coelho._Sussurrou o chapeleiro.
_Eu sei, eu sei. Ele ainda não passou para buscá-la? Era apenas nove anos que ela deveria sair daqui, mas pensei que ela seria levada para Lucis, como o coelho disse.
_Ele não sabe o caminho, mas passou pelo mundo estranho hoje.
_O mundo estranho é aquele lá de cima?_Perguntei curiosa.
_Sim, sim, agora sente-se para beber teu chá.
Sentei-me numa das magníficas cadeiras e senti algo pontiagudo em minhas costas. O sangue escorreu pelo meu vestido branco. E eu senti a insuportável dor dentro de mim.
_O que está acontecendo?_Perguntei enquanto as imagens se dissipavam.
_Samantha!_Ouvi a voz de Anabeth, a minha mãe postiça me chamando.
Pov’s Anabeth
Assim vi a pequena criança em minhas mãos sentindo a dor da morte, seus olhos começaram á se fechar e vi o vidro que atravessava seu pequeno corpo se tingir de sangue. Seus olhos perderam sua vivacidade de antes e tudo se foi por causa de uma breve brincadeira... Como a brincadeira que sua mãe fez, a morte pelos vidros, as duas se acidentaram com aqueles preciosos transparentes. Sua mãe tinha 31 anos quando morreu e sua filha morre do mesmo jeito, com 9 anos e agora elas estavam juntas... Juntas na calma Wonderland.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
primeira one-shoot x.x' desculpem pelo final confuso, mas... Enfim. aushasuhas, reviews?