Por você, Baby Girl. escrita por Any Sciuto


Capítulo 27
Relógio.




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Penelope saiu pela primeira vez do sono que Morgan a deixou desde que eles chegaram de Nevada. A equipe toda foi ver ela naquele dia, mas ela não queria ver ninguém. Ela se trancou no banheiro e ficou por lá o tempo todo.

— Penelope. – Morgan tentou chamar, mas era inútil.

— Deixa ela Derek. – JJ o empurrou para a sala e tomou o lugar na tentativa de chamar Penelope. – Eu posso entrar?

Penelope abriu a porta e JJ entrou.

— Eu sinto muito por tudo isso. – JJ abraçou Penelope. – Estamos aqui para você.

— Eu não consigo entender. – Penelope se encostou em JJ.

— Sabe que a execução dele é amanhã, né? – JJ disse.

— Eu não quero saber. – Penelope falou. – Eu preciso esquecer que ele existe.

— Penny...  – JJ tentou argumentar. – Não precisa passar por isso sozinha.

— Eu tenho. – Penelope respondeu. – Porque se eu não passar eu vou viver num inferno.

— Não dê para ele o prazer de partir sabendo que você ficou deprimida. – JJ se levantou e pegou a mão de Penelope.

— Eu quero ficar aqui. – Penelope pediu.

— Então converse com Derek pelo menos. – Pediu JJ. – Dê a ele um espaço na dor. Ou no banheiro.

— Ele deve estar me odiando agora. – Penelope se levantou.

— Na verdade ele está sofrendo do mesmo jeito que você. – JJ afirmou. – Talvez devessem conversar sobre isso.

— Pode chamar ele para mim?  - Penelope perguntou.

— Vou chamar ele. – Falou JJ. – Conversem.

JJ foi até a sala. A conversa parou quando ela entrou.

— Qual o problema? – JJ quis saber.

— Henry Grace pediu a presença da Penelope na cadeia durante a execução. – Falou Hotchner. – É o último pedido dele.

— E o protocolo exige que seja cumprido. – Rossi falou com raiva.

— Ela não pode ir lá e assistir uma morte simplesmente porque esse psicopata pediu. – Falou Derek.

— Se ela não for eles terão que suspender a execução. – Respondeu Reid.

— Ela não pode simplesmente ir assistir uma execução e superar tudo ao mesmo tempo. – Derek argumentou.

— Ela quer falar com você, Derek. – JJ informou Derek.

Derek foi até o banheiro e bateu na porta.

— Ei garotinha. – Derek falou. – Baby Girl, sou eu. Derek.

Penelope abriu a porta. Derek deu um sorriso para ela e a pegou nos braços.

— Eu sinto muito, Derek. – Penelope falou sentando perto da banheira. – Eu ia te contar.

— Eu sei disso. – Derek a envolveu em um abraço. – Que tal tentarmos ter outro?

Penelope olhou assustada.

— Eu pensei que você me odiasse. – Penelope confessou.

— Por que eu iria te odiar? – Derek parecia surpreso.

— Por ter perdido nosso bebê. – Ela deu um olhar triste.

— Eu nunca poderia te odiar, garotinha. – Derek levantou Penelope com ele e deu um sorriso verdadeiro.

— Mas eu perdi o nosso bebê. – Penelope se aninhou em Derek.

— Vamos ter outro em breve. – Derek deu um beijo na testa de Penelope.

— Tem outra coisa que queira me dizer? – Penelope sentiu que Derek escondia algo dela.

— Vamos lá na sala. A equipe pode explicar para você. – Derek puxou Penelope para a sala.

— Estou com medo. – Penelope se aninhou ainda mais em Derek.

— Eu vou ficar o tempo todo com você. – Derek apertou a mão dela forte.

A equipe virou o olhar para ela. Penelope se sentou entre Rossi e Derek, sempre de mãos dadas a Derek.

— Pen. – Começou JJ. – Tem uma coisa que precisamos discutir.

— É sobre a execução dele. – Hotch foi direto. – Ele quer você presente.

— E porque eu? – Ela fechou os olhos.

— Talvez ele queira ver como você está depois de tudo. – Explicou Reid.

— O fato é que eles não podem matar ele sem cumprir o último desejo. – Rossi apertou o braço dela.

— E você, Penny é o último desejo dele. – Derek foi direto.

— Eu não tenho certeza. – Penelope olhou para Derek.

— Vamos estar com você. – Derek a tranquilizou. – Eu e Rossi.

— Eu não sei se consigo. – Penelope fechou os olhos com medo.

A última execução que ela assistiu foi do homem que tentou matar Reid e ela ficou doente com aquilo.

— Eu vou. – Penelope anunciou depois de pensar um pouco.

— Estarei com você. – Derek a puxou para ele.

Um dia depois...

Penelope chegou com Derek e Rossi para assistir à execução de Henry Grace. Ela se sentou na frente da primeira janela que dava diretamente para ele. Ela colocou o melhor sorriso que pode encontrar diante de tudo aquilo.

Quando a janela abriu revelando o homem na cama sendo preparado para a execução ela tentou não chorar. Morgan teve que ficar na fileira de cima então ela ficou sem poder recorrer ao abraço.

— Gostaria de dizer suas últimas palavras, Sr. Grace? – O diretor do presídio perguntou para ele.

— Vejo que você veio Penny. – Henry começou. – E vejo que está tentando ser forte, mas é tudo um fundo bonito para ninguém ver que você está morrendo internamente porque eu tirei seu bebê de você. Você é uma farsa Penelope Garcia. Você se protege nesse escudo de maquiagem e acessórios de cabelo porque tem medo.

Penelope viu o homem colocando a agulha dentro do braço de Henry Preparando o homem para sua execução.

— Eu vou voltar nos seus sonhos Penny. – Falou Henry. – Sempre que fechar os olhos eu estarei lá.

Ela fechou os olhos em protesto as palavras. Então eles começaram a preparação. Um a um os reservatórios de drogas iam sendo abaixados e ele começou a morrer.

Quando o monitor mostrou as linhas planas Penelope saiu correndo da sala em direção ao banheiro. Derek foi logo atrás e conseguiu ouvir ela vomitando em uma das cabines. Ele se aproximou e a abraçou por vários minutos enquanto ela chorava no ombro dela.

Hotch e Rossi estavam parados ao lado de fora, encostados na parede lateral do banheiro.

— Bem...  – Hotch falou primeiro. – Se ela estava se sentindo mal agora não vai ficar mais fácil.

— Talvez precisemos levar ela para longe por um tempo. – Rossi observou.

— Já conversaram sobre aquele assunto? – Hotch mudou de assunto.

— Com tudo o que está acontecendo não tive tempo. – Rossi falou, andando até o banheiro.

Derek apoiava Penelope que se sentia doente com tudo aquilo.

Morgan a colocou sentada na SUV e dirigiu o mais longe daquela prisão. Ela sofreu por ver um homem morrer uma vez porque ela deveria ver outro? Ela começou a chorar.

Derek queria parar o carro e a envolver em um abraço.

— Você está bem? – Derek colocou uma mão no ombro dela.

— Eu não quero mais voltar aqui. – Penelope disse.

— Eu sei. – Derek apenas falou.

— Eu sei que ele merecia, mas eu não sou treinada para isso. – Penelope encostou a cabeça na janela da SUV e tentou adormecer.

Derek sabia o porquê de ela sofrer. Ele sabia que ela não chorava pelo homem executado, mas por ter que assistir ele morrer e ainda ter que ouvir suas palavras ameaçadoras.

O celular de Derek tocou.

— Morgan. – Derek atendeu ao telefone.

— Oi. É o Hotch. – Hotchner disse assim que Morgan atendeu. – Pode vir para a BAU?

— Eu posso levar Penelope comigo? – Derek não estava disposto a deixa-la.

— Podemos deixar ela no quartinho com a cama. – Falou Hotch. – E deixo Reid com ela.

Derek dirigiu até a sede do FBI. Eles a manteriam segura dessa vez.

Derek a colocou no quartinho enquanto Reid a esperava.

— Eu cuido dela Derek. – Reid se sentou ao lado da amiga. – Não saio por nada daqui.

— Duvido que a sequestrem aqui. – Derek viu como aquilo soava estranho. – Mas não podemos arriscar.

´Derek deu um beijo em Penelope. Ele viria a cada duas horas ou quando sentisse necessidade de ficar com sua deusa.

— Qualquer coisa Reid me chame. – Falou Derek. – Por mais pequena que seja. Me ligue na mesma hora.

Reid assentiu com a cabeça.

— Se um desconhecido passar por aquela porta sem ser convidado eu atiro primeiro e depois pergunto. – Reid disse se sentando ao lado dela.

— Desse jeito Reid. – Derek disse. – Bem desse jeito.

Ele a deixou lá com Reid.


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