Minha vida em Crepúsculo escrita por Sboolock


Capítulo 11
Boston - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Ola docinhos, como estão?
Como prometido, aqui está o capitulo, espero que gostem.

Boa leitura!



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    POV Olivia

Tinha chegado a Boston tarde da noite, eram exatamente oito e meia, e neste exato momento eu estava no táxi a caminho da minha antiga casa. Assim que cheguei em Boston, eu pensei seriamente em não ficar na casa e me hospedar em alguma pousada perto, mais logo essa ideia foi apagada da minha cabeça, pois por mais difícil que seja voltar pra lá sozinha eu tinha que passar por essa situação de cabeça erguida e ser a garota forte que meus pais me criaram para ser, por mais que doa, era bom voltar pra casa. Meus pensamentos são interrompidos com a voz do taxista.

— Moça, já chegamos. - ele avisa, olho pela janela e vejo a frente da minha antiga casa.

— Ok, quanto deu? - pergunto pro taxista o olhando.

— São vinte e sete dólares. - ele responde, o pago, pego minha mochila e saio do carro, quando vejo a minha mala já está do meu lado. O taxista se despede e vai embora.

Só depois que vejo o táxi fazendo a curva no final da rua é que decido olhar novamente pra casa a minha frente. Não era uma casa muito grande, depois que entra pelo portão da frente tinha o jardim com um caminho de pedras que levavam até a porta da frente, do lado ficava a garagem onde ficava o carro do meu pai, que agora é meu. Dentro da casa tinha uma sala, uma cozinha, dois quartos suítes e um banheiro. Na porta dos fundos tinha um quintal grande com uma árvore que tinha uma casa na árvore que meu pai construiu quando eu era pequena.

Entro pelo portão e a primeira coisa que vejo são as rosas, que minha mãe costumava cultivar, mortas. A grama também estava um pouco alta, estava batendo na altura dos meus joelhos para ser mais exata. Minha mãe costumava, sempre depois do café da manhã, cuidar das rosas, era como uma terapia pra ela. Ela sempre fazia isso, antes de ir trabalhar no próprio consultório de psicologia, ela dizia que sempre a deixava de bom humor.

Sigo pelo caminho de pedras até a porta, entro e dou de cara com a casa escura, ascendo a luz e a primeira coisa que vejo são os moveis da sala cobertos por lençóis brancos. O resto dos cômodos estavam do mesmo modo, afinal a casa não era habitada a quase dois meses. Eu ainda, com a ajuda do meu tio, pagava as contas que aparecia, mais eram poucas, só uma ou duas, pois eu não queria me desfazer da casa em que vivi todos os meus anos de vida, mais no fundo eu sabia que tinha que dar um jeito nessa situação.

Dou um longo suspiro e vou até o meu antigo quarto, não sem antes parar em frente a porta do quarto dos meus pais, eu até penso em entrar nele, mais logo desisto, eu ainda não estava preparada pra isso. Entro no meu quarto, e percebo que ele estava do mesmo modo que a sala da casa. Deixo minha mala e mochila num canto, puxo os lençóis da cama, escrivaninha, do pufe roxo, abro também a porta do closet para dar uma arejada, abro a janela. Vou até a cozinha pego vassoura, pano e um balde de água e vou limpar o quarto.

Com o quarto já limpo, o que durou quase uma hora para limpa-lo e ao banheiro do quarto, eu olho ao redor e gosto de vê-lo limpo. Eu troco a roupa de cama por uma que eu trouxe da casa do meu tio e concluo que o trabalho está feito, pelo menos meu velho quarto e banheiro, o resto da casa eu limpo amanhã. Pego algumas coisas de higiene na mochila que trouxe e vou até o banheiro, tomo um longo banho quente e relaxante. Depois do banho eu visto uma calça moletom roxa, uma blusa de alcinha, calço minha pantufa e vou pra cama tentar dormir, afinal já era tarde e amanhã eu tenho muitas coisas pra fazer.

Já deitada na cama, me viro de um lado a outro sem conseguir dormi, o que era um saco. Coloco meus fones, que estavam conectados ao meu celular, e coloco para escutar as musicas dos Beatles, que era a banda favorita do meu pai. Eu já estava encarando o teto a longos minutos e nada do sono vim, não que eu esperasse algo diferente, afinal desde que cheguei fiz de tudo para não pensar aonde estava realmente, agora que estou só deitada os pensamentos e lembranças vem contudo pra mim.

Me levanto da cama, pego o porta retrato que eu trouxe da casa do meu tio, nele tinha uma foto minha com meus pais, eu lembro daquele dia como se fosse ontem, nós tínhamos ido a um zoológico, não que já não tivéssemos ido a um antes, mais nesse dia foi diferente, pois meu pai, que era muito atrapalhado, acabou caindo no lugar onde ficava os macacos e assim que ele ia levantar, um dos macacos novos foi até ele e ficou mexendo nos cabelos dele, como se catasse piolhos, foi uma cena engraçada, que rendeu uma boa foto que estava guardada no álbum da família. Enfim, com o porta retratos em mãos eu vou até o pufe, o puxo até a janela, que ainda estava aberta, e me sento virada pra mesma. Olho pela janela e eu devo está louca mesmo, pois estou com uma sensação esquisita, como se alguém estivesse do lado de fora me vigiando, era paranoia minha mais a sensação não era nada agradável.

Olho pra foto e dou um longo suspiro cansado.

— Eu queria tanto que estivessem aqui. - sussurro, com os olhos cheios de lágrimas, enquanto olho pra foto - Seria tão mais fácil, parece que no dia que vocês se foram um buraco enorme se abriu no meu coração e está muito difícil ser a garota forte. - falo com a voz embargada - Eu amo tanto vocês. - dou um suspiro enquanto agarro o porta retratos contra meu peito e choro.

(...)

No dia seguinte, acordo com uma pequena dor no pescoço, afinal tinha dormido sentada e de mal jeito. Olho ao redor e percebo que o meu coberto estava me cobrindo e que o porta retratos com a foto dos meus pais estava em cima da cama. Ok, eu não lembrava de ter pego o cobertor e muito menos lembro de ter colocado a foto em cima da cama. Balanço a cabeça negativamente e acabo me assustando com o toque do meu celular, que também estava em cima da cama, para ser mais exata do lado do porta retratos.

Me levanto e atendo o telefone logo depois de ver que era o tio Charlie.

Oi tio.— o cumprimento logo depois dando um longo bocejo.

Querida eu te acordei? — ele perguntou do outro lado da linha.

Não tio, eu acordei a alguns minutos atrás. Como o senhor está?— pergunto enquanto me espreguiço ouvindo minhas costas estalarem.

Eu estou bem, mais quem devia está perguntando sou eu...— ele diz - Como está?— ele pergunta e pelo tom de voz ele estava preocupado.

Eu estou bem, não foi tão difícil quanto imaginei que seria.— minto para tranquiliza-lo - Mais o senhor não devia está na delegacia?— pergunto franzindo a testa confuso.

Querida eu estou em horário de almoço.— ele responde e eu arregalo os olhos espantada.

Quê? Como assim? Que horas é?— pergunto enquanto vou apressadamente pro banheiro.

São exatamente meio dia e trinta e cinco, você acordou agora não foi.— ele mais afirma que pergunta.

É, eu fui dormi tarde ontem, tive que limpar o meu quarto para poder dormi.— "e passei boa parte da madrugada chorando" completo internamente - Droga, eu não devia ter acordado tão tarde, perdi boas horas que eu poderia ter limpado e organizado a casa. — brigo comigo mesma.

Querida não se cobre tanto.— tio Charlie pedi, eu tinha até esquecido que ele estava no telefone, dou um suspiro - Sobre a casa, nós temos que c... — ele começa a falar cautelosamente e logo o interrompo.

— Conversar, eu sei. - digo com pasta de dente na boca - Eu sei que a casa não pode ficar as moscas... — ele deu um suspiro cansado do outro lado da linha, eu sabia que ele também não queria falar sobre isso, pois era a casa do irmão dele e ele também estava sofrendo com a morte dele, lavo o rosto e volto pro quarto - Tio não se preocupe, vou pensar em algo e te aviso... eu só não quero vende-la.

Eu sei e nem te pediria isso. Agora eu tenho que ir, meu horário de almoço acabou.— ele diz.

Tudo bem... é tio eu queria dizer que talvez não der para mim ficar ligando pro senhor a cada três horas.— murmuro aquilo contida, afinal eu tinha prometido e não gostava de faltar com a minha palavra.

Mais você prometeu, foi nosso acordo. — ele retruca.

Eu sei tio, mais meu horário acabou ficando apertado, eu tenho um monte de coisa pra resolver, uma delas é sobre a casa e ainda tenho que visitar o túmulo dos meus pais, e eu só tenho até as duas horas da tarde de amanhã.— explico por alto - Olha eu prometo que ligo, mais nesses de três em três horas não dar, mais eu posso ficar mandando mensagens para dizer que estou bem, que tal?— pergunto nervosa, tudo que eu menos queria era decepcionar meu tio.

Tudo bem.— ele concorda um tempo depois - Me mande mensagens a cada três horas e me ligue quando tiver um tempinho pra dizer que está bem, e me atenda quando eu ligar se não vou atrás de você.

Eu concordo e logo nos despedimos. Largo o celular na cama, pego minha toalha e volto por banheiro. Faço minhas necessidades, tomo um banho rápido. Depois do banho eu visto um short de ficar em casa, uma blusa comprida e fico descalça mesmo. Prendo meu cabelo em um coque frouxo e decido arrumar essa casa toda antes de qualquer coisa.

Limpo a sala, cozinha, banheiro, limpo novamente o meu quarto e banheiro. Abro todas as janelas da casa para arejar, por incrível que pareça estava fazendo um solzinho do lado de fora. Duas horas depois eu estou em frente ao quarto dos meus pais, o ultimo cômodo da casa que faltava limpar. Dou um longo suspiro resignado e abro a porta. Nem paro para pensar, somente entro pegando os lençóis que cobriam os moveis do quarto. Abro o closet para arejar, abro a janela que era de vidro e ocupava quase uma parede inteira e deixo o sol entrar no cômodo. Limpo tudo o mais rápido que posso, enquanto escuto Led Zeppelin no celular.

Alguns minutos depois o quarto estava limpo, olho ao redor e dou um suspiro cansado. Tinha poucas coisas dos meus pais no quarto, a maioria estava guardadas em caixas na garagem, assim como algumas coisas minhas que deixei aqui, depois eu resolveria o que faria com essas coisas.

Quando eu era criança e tinha pesadelos eu costumava pedir pros meus pais para dormi com eles aqui. Nos aniversários do meu pai, eu e mamãe costumávamos acordar cedo só para acordar papai pulando em cima dele, eram lembranças felizes, mais quando lembro que isso não vai mais acontecer eu fico muito triste, como agora. Meus olhos se enchem de lágrimas mais não deixo cair nenhuma, pego o balde e a vassoura e logo saio do quarto dos meus pais.

(...)

Era por volta das cinco e meia da tarde quando eu sai para visitar os meus pais, eu já tinha limpado e organizado a casa, tinha também falado com o vizinho, que era jardineiro, para ver se organizava a frente de casa.

Eu resolvo ir a pé pro cemitério pois não tinha pressa para chegar lá, pois ele era daqueles que ficavam vinte e quatro horas aberto. Quarenta e cinco minutos depois eu já estava em frente ao cemitério, carregava em mãos rosas brancas e Peônias, que eu tinha comprado numa floricultura que ficava a um quarteirão do cemitério, que por sorte ainda estava aberta, para deixar no túmulo dos meus pais.

Depois que entro no cemitério, vou em direção aonde meus pais estavam enterrados, meu pai e minha mãe estavam enterrados lado a lado. Me ajoelho no meio e de frente a eles.

— Oi papai, oi mamãe, eu prometi a vocês que ia vim visita-los e aqui estou eu. - começo a falar sem saber exatamente o que dizer - Trouxe rosas para você mamãe... - coloco as rosas em frente ao túmulo dela- ...e Peônias para o senhor... - coloco as Peônias em frente ao túmulo dele, agora me sento de frente e entre eles - Pela primeira vez eu não sei o que falar, é tão estranho está aqui nesse lugar e falar pro vento, mesmo eu achando que vocês estão sempre comigo e que aonde estiverem vão me ouvir. - dou um suspiro - Talvez vocês queiram saber o que está acontecendo comigo, bom, estou morando com tio Charlie, ele é um bom homem e está cuidando muito bem de mim. Comecei no colégio novo, é legal, fiz alguns amigos, mais em compensação esses dias no colégio não tem sido nada fáceis. Tem um garoto, e não papai eu não gosto dele dessa forma... - pelo menos eu acho - ...mais ele agi muito estranho comigo, é confuso, e nós só discutimos quando estamos juntos, o que é bem desagradável. A irmã dele é um amor de pessoa, muitas vezes, nesta ultima semana, ela me tirou dos meus momentos tristes sem nem mesmo saber, eu a considero uma amiga apesar de nos conhecermos pouco, já os outros irmãos deles dois, são três, eles me odeiam e eu não imagino porquê, afinal eu nunca cheguei a conversar com eles. - dou outro suspiro - Enfim, é complicado e bem confuso mais estou levando. Tirando isso não tem mais nada acontecendo na minha vida. - paro de falar e olho ao redor, vejo o visor do celular e vejo que já era sete da noite - Sinto falta de vocês, queria poder abraça-los... - digo uns minutos depois com a voz embargada, sinto uma lágrima solitária descer pelo meu rosto - ...Eu os amo tanto, não queria me sentir tão sozinha, mesmo com o tio Charlie, não é a mesma coisa, e eu me odeio por ser essa egoísta que só está pensando no próprio sofrimento e esquecendo o dele, mais doí demais e é tudo tão difícil. Enfim, eu ainda não sei quando vou voltar para visita-los novamente, mais prometo que será logo. - limpo o meu rosto que estava banhado em lágrimas - Tenho que ir, eu amo muito vocês. - fico de pé, coloco minha palma da mão em meus labios e deixo um beijo em cada lapide logo saindo dali sem olhar para trás.

(...)

Na volta para casa, especificamente no meio do caminho, eu tinha que passar por um beco e era onde eu estava no momento. Desde a saída do cemitério, eu estou com a sensação de que tem alguém atrás de mim e sempre quando olho para trás não vejo ninguém. Na verdade não tinha ninguém na rua, o que era esquisito pois sempre era bem movimentado, mesmo tarde da noite.

Caminhando pelo beco, sinto um vento forte passar ao meu redor e logo depois paro olhando pros lados. "Boa Olivia, belo momento para querer guardar dinheiro e não chamar um táxi." me recrimino. Volto a andar devagar, escuto um barulho as minhas costas e me viro dando de cara com o nada. Dou um suspiro aliviado e balanço a cabeça negativamente, eu devia está maluca mesmo. Quando me viro para continuar a andar e finalmente sair daquele beco, eu dou de cara com um homem, bem na minha frente. Ele era mais alto que eu, tinha um porte atlético de um cara forte, era claramente pálido igual aos Cullen, mais diferente deles, esse homem tinha olhos vermelhos sangue e exalava medo.

— Ola doce jovem. - ele falou com a voz querendo transmitir calma, mais aconteceu exatamente o contrario, eu fiquei apavorada, paralisada no lugar enquanto o ser na minha frente se aproximava devagar.

Só um pensamento me ocorreu naquele momento: "Eu estou completamente ferrada!"


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Notas finais do capítulo

* Imagem tirada do google.

Espero que tenham gostado, o próximo vai ser postado sábado ou domingo.
Nos vemos no próximo, beijos, fui!



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