Remição escrita por Bia Milani


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, tudo bem?

Bem-vindos!

Espero que vocês gostem e deixe comentários!

Boa leitura!



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Milene Garth

Dois dias antes do Natal - Manhattan

— MAX! – grito desesperada pegando minha bolsa.  Vejo o meu jovem assistente pálido e nervoso em minha frente! Ótimo! É tudo que eu preciso agora! – Quantos minutos ainda tenho?

— 2 minutos Senhorita! – respiro lentamente e em minha cabeça só passa um desejo: acabe logo!

— Calma!  É só um final de ano em família – Max observa meus passos lentos colocando as malas dentro do carro.

— Você nunca passou um Natal com a família Garth e ainda em Belmont, então não de palpite! – ralho fazendo-o engolir seco – Ah, antes que eu me esqueça, anote todos os recados e me mande a planilha, o contrato e a data da reunião remarcada com o Senhor Stark, ok? – pergunto antes de fechar a porta.

— Sim Senhora! – dou partida no carro e respiro fundo! Lá vamos nós...Belmont!

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Depois de algumas horas de viagem estaciono em frente ao  Café D'Angelo, na pequena cidade italiana em Bronx, a tão doce... Belmont! Meu pesadelo pessoal! Olho pela janela e ignoro as risadas de alguns fofoqueiros de plantão. Desço rapidamente e entro no café do vovô Matteo, que logo  me recepciona com um apertado abraço ao me reconhecer.

 - Minha filha, você veio! – vovô me abraça e retribuo o carinho.

— Sim. O Senhor me ligou inúmeras vezes – respondo tentando ser delicada.

— Só assim para lembrar que ainda estou vivo – responde-me rindo me levando até uma mesa. Dou um sorriso sem graça e me preparo para as perguntas.

— O Senhor sabe por que não venho aqui! Todos me odeiam! – falo baixo tentando não chamar atenção dos clientes.

— Exagero minha menina! – Vovô acaricia meu cabelo e dou um beijo em sua mão.

— Vovô, depois que minha empresa conseguiu a liberação para a demolição da pousada dos Parker´s sou a inimiga número um.

— Já se passou um ano filha – vovô fala calmamente –  Eu tenho muito orgulho de você, aos 24 anos é diretora executiva da Manhattan Co, uma das maiores construtoras de Nova York. Sua mãe estaria muito orgulhosa pequena!

— Obrigada vovô!- desvio o olhar na tentativa de segurar a emoção. Mamãe faleceu em um acidente de carro quando eu tinha 10 anos de idade.  Sempre fui mais avançada que as outras crianças, quando tinha 16 anos já estava na faculdade cursando Administração e depois Comércio Exterior..e aos 23 anos cheguei ao cargo máximo na Companhia. Antes de ir embora me relacionei com o primo distante dos Parker, Steve Rogers e ai o inferno começou.

Primeiro que nem conhecia direito, veio junto com uma parte da família que mora no Queens. Nos relacionamos, ele sumiu ai depois voltou e me pediu em namoro, sumiu novamente e ai fui embora. Há um ano tive a infelicidade de vê-los novamente, Rogers, Peter...quando consegui a liberação de demolição.

Meus pensamentos são interrompidos com o barulho irritante dos sininhos da porta. Olho para trás e vejo as últimas pessoas que gostaria de rever na vida...May e Peter Parker. Peter arregala os olhos quando me vê e aproxima-se rapidamente.

— Oi Milene – falou timidamente.

— Olá Parker – respondo sem graça e olho para sua tia acenando que retribui o gesto.

— Veio passar o natal aqui querida? – May me pergunta carinhosamente.

— Sim e vocês?  - pego Peter analisando minha roupa. Será que estou feia? Olho rapidamente para meu jeans escuro e vejo se por acaso a minha flare está rasgada, manchada, minha blusinha branca e o meu terno rosa claro.

— Também! – retorno a olhar May que sorria animadamente.

— Olha só quem está aqui! – me viro em direção à voz e dou de cara com Marie Parker, dona da pousada.

— Olá Senhora Parker! – respondo educadamente e meu avô veio ao nosso encontro.

— Marie! – vovô cumprimenta ironicamente.

— Não é que a destruidora de lares e sonhos está aqui! – aproximou-se parando ao lado de Peter.

— A Senhora ainda não entendeu que trabalho para Manhattan Co – encaro – Sou funcionária assim como qualquer outra e ainda não foi destruída– aproximo quase colando nossos rostos.

— Você poderia ter interferido, mas não quis ajudar. Eu tive que me virar sozinha, graças a Deus o processo está parado agora.

— Não! – respondo seca – Vai acabar o tempo de vocês. Não conseguiram comprovar que tem valor histórico até o momento.

— Você sabe que tem!

— A justiça não! – vejo Marie engolir seco e May ficar tensa.

— Não acredito que já estão brigando! – reconheço aquela voz de longe! Meu coração dispara!

— Steve! – acabo falando seu nome um pouco alto demais.

— Milene! – viro e vejo ele acompanhado de uma ruiva.

— Olá! – estendo minha mão para a mulher que corresponde rapidamente -  Prazer, Milene D´Angelo Garth.

— Prazer, Natasha Romanoff!

— Você está diferente Milene! – Rogers me abraça e sussurra em meu ouvido.

— Todos mudam Rogers! – respondo amargamente.

— Percebi! Quer destruir um patrimônio familiar – afasta-se com um sorriso no rosto.

— Não era para estar salvando vidas? – rebato sarcasticamente, deixando- o surpreso. É Capitão...eu sei seu segredinho.

— Você sabe? – Steve pergunta perplexo e olha rapidamente para ruiva ao seu lado.

— Chega! – Vovô percebeu a irritação em meus olhos – Preciso trabalhar e você descansar! – me abraçou – John é com você, por favor!

Vou em direção à mesa e pego minha bolsa saio sem dizer uma palavra, ligo o carro e tento me acalmar! Ainda preciso encarar a família D´Angelo que me espera!

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Estaciono o carro e olho para o jardim! Tenho boas lembranças aqui!  Observo a casa...nada mudou! Continua com as portas e janelas brancas e os tijolinhos ainda bem conservados. Minha tia Beth sai correndo da casa e vem em minha direção, em seguida sai meus primos Robert e Henrico.

— Que bom que você chegou! – minha tia me abraça tão forte que sinto um pouco de falta de ar.

— Mãe...solta! Vai matá-la! – Henrico brinca e me abraça me erguendo do chão.

— É minha vez! – Robert me abraça e beija minha testa – Bem-vinda sumida!

— Obrigada gente! – respondo envergonhada.

— Meninos peguem as malas dela e levem para o quarto ok? Vem querida, você deve estar com fome!

—-

— Não acredito! – meu primo esbraveja após escutar o que aconteceu no café mais cedo – Qual é a parte difícil de entender que a culpa não é sua?

— Calma filho! – minha tia repreende Robert fazendo Henrico rir.

— Não ligo mais! – falo calmamente.

— E o Steve? – Henrico pergunta travesso.

— O que tem? – desconverso pegando um pedaço de tiramisú.

— Sentiu o que quando viu ele?

— Ódio! – respondo rapidamente fazendo Robert engasgar com um donut. Titia corre e começa a dar tapinhas nas costas de Rob fazendo Hen rir mais ainda.

— Tudo bem? – titia pergunta preocupada.

— Sim! – Rob responde puxando o ar.

— De quem foi à ideia do tiramisú e donuts? – pergunto desconfiada.

— Minha! – Henrico responde todo orgulhoso.

— As minhas duas sobremesas favoritas!

Donut não é sobremesa Mi – titia fala divertida.

— Claro que é! – respondo contrariada fazendo todos rirem.

— Nem parece que é descendente de italianos – Henrico me provoca.

—  Mas, também sou uma norte americana! – respondo entrando na brincadeira!

— Ah vai começar! – Rob pega mais um pedaço de tiramisú  só para aumentar a confusão.

—--

Véspera de Natal -  Belmont, Bronx

— Max, como assim? O Stark cancelou o contrato? – pergunto nervosa e olho novamente para o notebook incrédula.

Na verdade foi uma tal de Pepper! — reviro os olhos com a explicação.

— Não quero saber quem foi. Qual a justificativa? – pergunto séria.

Falou que nossa construtora não é a mais adequada para a reforma da torre— percebo a voz de Max tremer do outro lado da linha.

— Isso não vai ficar assim! Só porque é o Homem de Ferro acha que pode fazer o que bem quiser – solto toda minha fúria e fecho o notebook bruscamente – Ninguém dúvida das minhas habilidades Max!

Eu sei chefe e tenho um grande medo disso.

— Vou dar um jeito! – desligo o celular sem ao menos deixá-lo responder. Pulo da cama e abro minha mala, nem arrumei nada ainda, ótimo! Amanhã estarei em Manhattan novamente. Me arrumo apressadamente e desço as escadas quase caindo.

— Onde vai menina? – vovô pergunta preocupado. Pego um pouco de café e uma fatia de pão e começo a comer desesperadamente.

— Lugar nenhum! Só estou nervosa! – explico.

— Hum...sei! – Henrico me analisa e eu reviro os olhos.

— Ocorreu um problema no trabalho e vou ter que voltar mais cedo – fico esperando a reação do vovô.

— Tudo bem! – responde-me entristecido.

— Desculpem!

— Tudo beleza Mi! – Robert me dá um sorriso forçado. Sinto-me tão culpada!

—  Preciso buscar algumas coisas – titia tenta melhorar o clima.

— Eu vou – levanto e pego a lista de suas mãos.

— Tem certeza? – titia  me olha amorosamente. Eu sei, ela entendeu! Ela sabe que preciso fugir...não aguento ver minha família assim.

— Sim! – suspiro e pego minha bolsa que deixei largada no sofá ontem à noite.

Abro a porta e aquele vento frio bate em meu rosto. Vou a pé mesmo, é pertinho. A rua está tão calma, sem movimento. Olho para os lados e não vejo nenhum sinal de carro, atravesso, mas antes que concluísse minha ação, sinto uma mão me segurando.

— Steve! – falo assustada com a respiração descontrolada.

— Desculpe! Não queria te assustar! – sinto um cheiro de álcool e me aproximo de sua boca fazendo-o ficar tenso.

— Bebeu? – pergunto mesmo a resposta sendo óbvia – Faz efeito em você?

— Não importa. Vem comigo! – fico estática no lugar.

— Não vou em lugar nenhum com você! – tento me soltar, mas Steve me pega no colo. Tento me debater, mas ele é tão forte. Os tapas não fazem nem cosquinha nele. Grito para que me coloque no chão, mas não me obedece. Bufo de raiva, cadê os fofoqueiros quando preciso? Sinto seu cheiro e algumas sensações voltam, fecho os olhos para uma lágrima não escapar. Steve me coloca no chão e abro os olhos rapidamente. Estamos na pousada?

— Na Pousada? Sério? – pergunto sarcástica virando para ir embora. Steve me segura pela cintura;

— Eu tenho como comprovar que é histórica! -  Steve vira meu corpo em sua direção. Sua respiração está tão perto da minha.

— Como? – me concentro para não fazer nenhuma besteira.

— Vem, vou te mostrar – Rogers me puxa para dentro da casa. Entro meio contrariada e olho ao redor em busca de alguém.

— Não tem ninguém – ele parece perceber minha aflição.

— Ok! – respondo seca. Steve vai em direção as escadas. Sigo os seus passos e vejo alguns retratos pendurados na parede.

— Encontrei uma foto do primeiro dono, ele foi uma pessoa importante para a cidade – entro no escritório e Steve me mostra uma foto, Anthony Rizzo.  Tento puxar em minha memória, mas não consigo. Não sei quem é!

— Não sei de quem se trata – respondo sinceramente e Rogers faz uma careta.

— Pelo jeito não vai ser fácil – suspira me olhando decepcionado.

— O que? – pergunto confusa.

— Te convencer – sua expressão não é das melhores.

— Não há o que me convencer Rogers – falo um pouco alterada. Não aguento mais isso.

— Você mudou muito – olho diretamente em seus olhos.

— Você também! – engulo o choro em minha garganta.

— Eu? Você sumiu! – Steve grita me assustando.Nunca vi ele assim.

— Você sumiu primeiro, cansei de esperar – grito de volta – É para isso que me trouxe aqui? Quer saber Rogers prometo que tentarei salvar a tão amada pousada – ironizo.

— Para Milene! – Rogers se aproxima segurando meu ombro.

— Me solta! – grito e me debato. Ele me solta e se afasta. Aproveito que está distraído e saio do escritório, vou em direção as escadas e sinto os seus passos atrás de mim.

— Onde vai? – Steve pergunta exaltado! Ótimo está bêbado ou é só ódio mesmo?

— Embora...não está claro! – respondo grosseiramente. Desço as escadas mais rápido que posso – Me deixa em paz! – grito furiosa.

— Milene! – Steve me chama, mas ignoro. Falta alguns degraus ainda, mas antes que pudesse pisar no próximo, sinto a madeira solta, me desequilibro. Sinto meu corpo indo pra frente e Steve tentando me pegar, mesmo assim sinto um impacto em minha cabeça, um cheiro de ferrugem..aos poucos não escuto mais nada, estou tão exausta...está ficando escuro...


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Notas finais do capítulo

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