Shot At The Night escrita por Nalu ta na lua


Capítulo 1
Primo


Notas iniciais do capítulo

Primeira história que estou levando a sério, por favor, não façam sabatina.



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Las Vegas a cidade do pecado. A cidade em que a palavra limite não consta no vocabulário local. Tudo é possível em Vegas, como se fosse um fragmento de um universo paralelo ilimitado. As maiorias das pessoas que procuram essa cidade mitificada para fugir da monotonia da vida, do círculo vicioso da rotina. Bom, a maioria das pessoas. Não eu.

Para mim a monotonia está na grande Vegas. Na sua agitação e ostentação constante. Você provavelmente deve estar se perguntando o porquê do meu desprezo. Para falar a verdade, é simples, eu vivo para limpar a sujeira dos outros.

As grandes festas privadas, em luxuosos quartos de hotel, as bebedeiras de Armand de Brignac, a quantidade enorme de comida, a falta de roupa, os banheiros sujos de qualquer substância inidentificável, ou até identificável até demais. Yuck.

 Quem limpa todos os dejetos da magia de Vegas, sou eu.

Por quê? Eu sou uma camareira do hotel Bellagio. Você deve reconhecê-lo do filme "Onze homens e um outro segredo", o qual uma das últimas cenas aparece uma fonte gigante em frente ao prédio ao som de Debussy ou qualquer filme em que parece um lago gigante e fontes de água “dançantes”.

Empurrei meu carrinho de limpeza pelo corredor. Tudo no Bellagio parece estar revestido de muitos $$$. As paredes são revestidas em um papel de parede listrado em dois tons pasteis. Essas, sobre as luzes das luminárias de parede, postas em pares, adquiriam o tom brilhante e fascinante de ouro.

  O luxo escorria da percepção dos olhares, e cada investidor de hotel sabia que ela deveria permanecer nos olhos dos seus hóspedes. Desde o momento que ele sai do carro ao quarto, e principalmente, quando pisa os pés no cassino.

Penso na linha tênue que separava diferentes realidades e como elas convivem entre si. Por exemplo, a minha vida e a do casal que está se agarrando na minha frente, supostamente bloqueando a porta quarto que eu deveria limpar.

 Aparentemente eles tiveram uma noite regada a diversão e ostentação das possíveis férias ou final de semana prolongado. Essa noite eles riram demais, beberam demais e perderam muita grana. Porém, no final, nada disso importa, pelo simples fato, da mulher carregar um anel azul de neon com muito gliter no dedo anelar. O que mostra que eles fizeram uma pequena visita a capela do outro lado da rua e fecharem negócio com algum Elvis.

 A ressaca, a falência e uma possível gravidez indesejada, não eram de grande magnitude, comparado ao cachê dos advogados que eles teriam que pagar para conseguir uma anulação rápida.

Por outro lado, estou aqui. Trajando um uniforme com as cores do hotel preto e dourado, que me faziam parecer um hibrido de aeromoça com a estatueta do Oscar. Meus sapatos de salto ortopédicos achatados afundam no carpete, a cada passo, o que fez meu andar mais lento.  Isso tornou um pouquinho difícil ultrapassar o as duas pessoas que tentavam se fundir na porta do quarto, enquanto tentavam erroneamente achar a fechadura da porta. 

 Logo que passei pelo meu, am, obstáculo, passei a andar como normalmente, um zumbi funcional. Sorri simpática para cada hóspede que passava, ao meu lado, mas fora isso a feição usual era de alguém que foi lobotomizado.

As portas brancas passavam como um borrão pela minha visão periférica enquanto eu me preocupava em fazer uma lista mental do que eu deveria fazer ao largar o trabalho:

—Comprar comida para o gato

—Dormir

E acabou por aí.

Ao parar no quarto 5001 , tirei meu cartão magnético do bolso frontal do meu uniforme e entrei no quarto. As luzes coloridas dos cassinos iluminavam o quarto, como se fosse uma boate particular.  Um barulho estridente agoniou meus ouvidos.

O som, que parecia vindo direto de uma mocinha de filme de terror, agoniou meus ouvidos. Me apressei para enfiar o cartão no dispositivo na parede para ligar as luzes. Ao fazê-lo vi os lençóis de finos revirados. As entranhas dos travesseiros estavam pelo chão, como se o Natal tivesse chegado aqui primeiro. Mas o mais chamou atenção foi o macaco agitado dependurado no lustre. 

Ele olha para mim e berra.

—YAAAAAAAAAAAAAAAAAAAY!

—Essa será uma longa noite.


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Notas finais do capítulo

Ei, pessoal, eu sou a Nalu-a, vou ser bem youtuber no Nyah, então se você gostou deixe um comentário bem legal, ou na verdade só um comentário falando "Legal", é o suficiente para que eu ganhe meu dia.
Um xêro



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