(In)Segurança escrita por MidorimaNailss


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Estou revendo Yu Gi Oh, por causa do jogo: Duel Links! E aí, acabou que lembrei de um casal que eu amava e estava esquecido na minha mente: Joey e Mai. Então, é, acabei escrevendo sobre eles. Espero que gostem! ♥
Obs: se quiserem me adicionar no jogo, é só mandar uma mensagem no privado.
Boa leitura ~ ♥



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(In)Segurança

— Joey Wheeler. — Inclinou a cabeça para a direita, com um semblante carregado de dúvida. — O que faz aqui?

— A Téa pediu para avisar que não vai conseguir vir. Está doente. — Desviou o olhar, colocando as duas mãos no bolso. — Bom, recado dado. Vou indo. Até mais, Mai. — Virou de costas para ela, pronto para partir. No entanto, assim que deu o primeiro passo, sentiu o seu corpo cair para trás. Estava sendo puxado pela gola do seu casaco verde.

— Ninguém dá o bolo em Mai Valentine e sai impune. Você vai me acompanhar! — Joey não conseguia ver, mas a loira carregava um sorriso malicioso no rosto. — Você vai às compras comigo! E como um verdadeiro cavalheiro que é, vai carregar as sacolas para mim. Talvez até possa comprar algumas coisas de presente, não é mesmo? — Joey começou a se debater,  mesmo sabendo que era impossível fugir das garras daquela mulher: depois que Mai decidia algo, dificilmente mudava de ideia.

“— Eu sabia que isso não ia dar certo! Téa, você está me devendo uma!”, pensou o jovem Joey, exalando fúria e insatisfação. Tamanha era a sua raiva que fez até a bela Téa Gardner, que dormia tranquilamente em seu quarto, acordar com uma dor no peito, sem saber ao certo do que se tratava, mas tinha o pressentimento de que estava relacionado com o Joey. De qualquer maneira, ela voltou a se deitar, ficando abraçada a seu travesseiro e torcendo para que seu plano desse certo.

Téa não estava doente. Ela só estava cansada de ver o Joey e a Mai reprimindo os sentimentos de cada um, então resolveu fazer os dois terem um encontro, ainda que indiretamente — as chances de darem errado eram enormes, mas ela tinha que tentar. Aos poucos, foi pegando no sono, sem parar de pensar em como gostaria e torcia para que tudo fosse bem.

— Mai, o tempo passa e você nunca muda! Vou te contar, viu... — Ela olhou com desprezo para o rapaz.

— Para que eu mudaria? Adoro o jeito que eu sou. E os homens também. — Joey jogou a cabeça para trás e começou a rir descontroladamente. — Qual o problema? Não disse nada de errado. Sinto muito se você não confia no próprio taco. — Piscou para ele, enquanto ajeitava o cabelo. Estavam parados em frente a uma loja de roupas, Mai analisava se iria entrar ou não.

— Devo admitir, você é meio irritante as vezes. Certo. Mais do que as vezes, quase sempre. No entanto, que fique entre nós, sua confiança é algo que admiro e até invejo. — A mulher estava virada contra ele, então Joey não pode ver o sorriso que ela deu. Ao invés disso, precisou ouvir:

— É, eu sei. Muita gente gostaria de ser como eu. O que é quase uma tarefa impossível. Continue tentando, talvez daqui a vinte anos você chegue lá. — Joey se arrependeu instantaneamente de se abrir com ela. Caramba, que mulher impossível. Ele cruzou os braços, esperando pelo próximo passo dela.

— Vem, vamos entrar. Acho que vou levar algumas roupas daqui. — Assim fizeram. Ele sentou no sofá, enquanto ela pegou alguns conjuntos e entrou no provador.

Joey já estava entediado – e tinham se passado somente alguns minutos. Ficou tamborilando os dedos no sofá, além de não parar de balançar a perna. Talvez pudesse sair dali? Quer dizer, Mai estava no provador, ele estava sozinho...

E então, Mai saiu. Trajava um vestido tomara que caia, da cor preta. Era justo no busto, com um pequeno decote em V, sendo que a saia era um pouco curta e também balonê, ou seja, ficava toda soltinha.

— Ficou ótimo. — A loira olhou para ele, meio sem graça, meio agradecida. Um olhar que Joey desconhecia, deixando-o constrangido.

As palavras simplesmente saíram. Ele sabia que não havia dito nada demais, acontece que ele estava elogiando a Mai, de uma forma muito natural, então é claro que isso o assustou e também deve tê-lo assustada, pela cara que havia feito.

— Estava em dúvida se levava ou não. Obrigada. — Voltou ao provador, nos pés, usava uma bota preta de cano curto. Combinava com ela.

Depois de algum tempo, eles foram embora da décima terceira loja do dia. Joey já carregava umas mil sacolas, sendo que no rosto dele havia uma expressão de desespero e cansaço.

— Vem, vamos comer. Eu pago. — Os olhos do Wheeler brilharam.

— Mai, você é demais! – A garota suspirou, jogando seu cabelo para trás.

— Francamente, Wheeler. É muito fácil corromper você. — Joey já não estava mais escutando. Sonhava acordado com as possibilidades de comida e bebida que poderia pedir. Pizza, hambúrguer, milk-shake! E tudo isso sem gastar nada. Era um sonho sendo realizado...

Ao entrarem no restaurante, já encontraram um local para sentar e ali se acomodaram, largando todas as compras no chão.

— Eu já sei o que eu quero! — Sorria, sem nem sequer ter olhado para o cardápio. A garçonete anotou os pedidos dele, bem como o da Mai. O primeiro queria dois hambúrgueres, bem como um milk-shake e um bolo de chocolate de sobremesa, enquanto Valentine pedira apenas um café.

— Nós somos tão diferentes. — Um sorriso tímido ocupava o rosto dela. — Mesmo assim, gosto de estar com você. Fico lembrando de tudo que já passamos. Eu, você, o Yugi, a Téa... — Joey jogou os braços para o ar, espreguiçando-se.

— Olha só quem chegou, a Mai sentimental! — Ela revirou os olhos. — Estou brincando! Eu me sinto como você! E também, por mais que eu não tenha gostado de te acompanhar, eu acho que valeu a pena. — Joey olhou para outra direção, sem ser diretamente para ela. — Você estava realmente muito bonita naquele vestido.

— Joey Wheeler! Não sabia que você era um pervertido. — O rosto dele ficou vermelho imediatamente. — Ahhhh, Joey, adoro implicar com você. Você é muito fofo quando fica desse jeito. Tão ingênuo. — Começou a rir, de forma amigável.

— E-Eu não sou pervertido! Só sei reconhecer quando vejo algo ou alguém bonito. E você estava, naquela hora. Na maior parte do tempo você é só uma baranga mesmo. — Mai se levantou da cadeira, já com um olhar fuzilante, e pegando, quase de imediato, com uma das mãos, o colarinho do rapaz, puxando-o para si.

— O que você disse? Repete se tiver coragem! — Gritou ela.

— Uma baranga! — Disse Joey, mostrando a língua.

— Eu vou acabar com você, cachorrinho! — Ela estava prestes a atacar, quando a garçonete chegou com os pedidos prontos, fazendo a briga cessar. Ambos estavam famintos e tinham todo o tempo do mundo para discutir depois.

Comeram em silêncio.

Mai pagou a conta.

E os dois foram embora.

Silêncio total durante o caminho.

Ela estava na frente, enquanto ele a seguia.

— Ei, Mai. — Murmurou.

— Que é. — Continuou andando a passos firmes.

— Ei. — Ela parou, ainda sem encará-lo.

— Desembucha. — Joey apoiou uma de suas mãos no ombro dela.

— Eu não te acho uma baranga. — Pegou uma mecha do cabelo dela, brincando suavemente. Estava tentando se distrair. — Na verdade, te acho a mulher mais bonita que já conheci. Não sei nem como um idiota como eu pode estar andando com alguém como você. — Mai virou o rosto em sua direção. Joey se aproximou, dando dois tapinhas de leve no ombro dela, meio que sinalizando para que Valentine se voltasse totalmente para ele – e assim ela o fez.

— Joey Wheeler. — Sussurrou. — Joey...

— É sério, olha para mim. — Enfiou a mão livre em um dos bolsos, como sinal de que se sentia intimidado. — E agora, olha para você. Mai, você é muito bonita. E não deveria se sentir ofendida por ser chamada de baranga. Você deveria saber que é mentira.

— Acontece que eu me importo com a sua opinião. Quero dizer, você é importante para mim, então o que você pensa, também acaba sendo. É quase que inconsciente isso. — Ela ajeitou o cabelo dele, rapidamente. — Desculpa. Eu sempre acabo fazendo ou falando besteira. Não queria que se sentisse assim em relação a mim.

— Não é em relação à você, somente. É com relação ao Yugi, à Téa, ao Tristan. Todos parecem mais capazes e melhores que eu. — Coçou a cabeça, enquanto refletia. — E eu fico feliz por vocês, de verdade. Mas as vezes, eu olho para mim e eu penso... — Mai colocou o indicador em frente à boca dele, fazendo com que parasse de falar.

— Joey. — Sussurrou, com um ar de pesar na voz.

A loira fechou os olhos. Aproximou os lábios dela dos dele. Joey entendeu depois de um tempo o que estava acontecendo e acompanhou o movimento – lentamente, fechou seus olhos e foi em direção a ela. Beijaram-se. Inicialmente, um selinho. Depois, suas línguas se encontraram, alternando entre momentos de lentidão a buscas mais profundas e até mesmo bruscas.

Joey deixou as sacolas caírem, envolvendo Mai em seus braços. Não queria que aquele momento parasse, de modo que a segurou bem — acariciava, com uma de suas mãos, as costas de Mai, vez ou outra brincando com os cabelos dela, enquanto a outra estava apoiada na bochecha da loira, afagando-a.

Mai Valentine havia se entregado, sem pestanejar. Era o jeito dela — não fazia nada sem se jogar verdadeiramente. E, por mais que não tenha admitido, seja para ela ou para seus amigos, e até mesmo Joey, esperava por aquele momento fazia um certo tempo. E nunca sequer tinha passado pela cabeça dela que seria nesse dia, daquele jeito. Que estariam a sós, e ambos com vontade um do outro.

— Mai. — Gemeu baixinho. Suas bocas e corpos ainda estavam praticamente colados. Recuperavam o fôlego. Podiam sentir a tensão no ar, misturado com desejo e o conhecimento de que não tinha como voltar atrás. Os dois queriam mais. — Eu quero ver você naquele vestido de novo. Eu preciso.

— Joey Wheeler. — Sua voz saíra quase inaudível. — Você realmente é um pervertido. — E então voltaram a se beijar, já sabendo que a noite seria longa e que não voltariam para casa sem companhia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da leitura! Não deixem de comentar ~ ♥



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