É impressionante como monstros nos adoram. Ou nos odeiam. Eles têm um obsessão por nós. É divertido, mas é meio paranóico. Da porta de vidro consegui ver duas Quimeras. Pude ver o fogo em seus olhos e fogo passando por suas narinas, correndo em direção à nós.

- Vamos, temos que ir lá pra fora! – Nico gritou. Me virei para ele e concordei.

- Ir em direção ao monstro? VOCÊ PIROU? – Lucy sussurrou com uma leve pitada de veneno mortal nas palavras.

- Eu não sei o que os mortais vão ver, e se vamos lutar, é melhor lá fora. Aqui tem muita gente, muito mais gente do que em NY. Vamos! -  Ninguém mais discutiu. Thalia, agora descansada, pegou Aegis, escudo dado por Zeus, seu pai. Annabeth saiu correndo,ainda que tinha uma leve marca branca do corte em sua perna.

Logo que chegamos perto das Quimeras, que não são nada pequenas, Annabeth ia pôr seu boné dos Yankees. Sussurrei para ela para que desse um jeito de distrair a Quimera para que pudesse matá-la. Eu via o fogo nos olhos da Quimera, que não saíam de mim. Logo eu, Annabeth e Clarisse estávamos dando um jeito na Quimera. Clarisse estava em cima da Quimera atrapalhando sua visão para que pudéssemos matá-la. Annabeth estava se protegendo do fogo que saía das narinas da Quimera rolando no chão. Ela nem se levantou e fez um corte enorme na pata da Quimera, o que deu tempo para que eu enfiasse ContraCorrente em seu ombro. Logo o que eu via era apenas fumaça e pó cinza.

Thalia estava usando Aegis para se proteger, enquanto Nico usava sua espada, que ganhou de Hades para dar um jeito na Quimera. Thalia distraiu a Quimera, e Nico quase conseguiu acertar seu peito, mas o acerto foi de Lucy. Uma flecha certeira no peito da Quimera fez-na cair no chão. Nico foi parabenizar Lucy, de um jeito um pouquinho mais íntimo, um abraço um pouco apertado demais, se posso dizer. Logo lembramos que não havíamos pedido a Quíron o nome dos meio-sangues que iríamos buscar. Resolvemos ir a um canto mais afastado para mandar uma mensagem de Íris para Quíron, para que perguntássemos à ele. Quando vi a imagem do centauro, ouvi gritos. O céu lá estava cinza, e vários raios tremeluziam o céu.

- O que aconteceu? –Berrou Quíron.

- Nós é que perguntamos! Precisamos do Nome dos Meio-Sangues que vamos buscar.

- Oh sim. Lena filha de Héstia, Yuri filho de Ares, Rafael filho de Apollo e Ranielly, a única filha de Hera com um mortal que eu já vi. Lena está aí em New Jersey.

- Obrigada Quíron, mas o que está acontecendo aí? – Perguntou Annabeth preocupada.

- O colar de Athena foi roubado, e ninguém sabe quem foi. Os deuses pensam que outro Deus mandou seu filho meio-sangue roubar. – A deusa da Sabedoria fazendo isso, pensei. – Athena acha que foi Poseidon, por causa de sua rixa. Mas não confirmamos nada.

- Se foi um meio-sangue, foi da última vez que fizemos uma excursão ao Olimpo, com certeza. Mas agora procurem os meio-sangues, se precisarmos chamamos vocês. - Sua mão passou pela imagem que desapareceu.

O colar de Athena. Símbolo do seu poder. Se os Deuses acham que foi outro Deus que roubou, isso causaria uma segregação entres eles. Uma briga gigantesca. Tudo o que Cronos quer. Temos que achar os meio-sangues e achar o colar de Athena. Antes que o Olimpo caia.

Contei a minha tese à Annabeth, que durante toda a minha explicação fez caras inexplicáveis. Acho que dúvida, afirmação e mais teses apareceram em sua cabeça de filha de Athena. Acho que Annabeth está ainda mais preocupada, pois o roubo foi com sua mãe, o que com certeza afetaria ela de um jeito ou de outro.

Pegamos um táxi com mais lugares, já que estávamos em 6 meio-sangues e uma bunda peluda. O taxista estranhou 7 jovens ( um usando um chapéu estranhamente grande com pequenas ondulações que parecem chifres) entrando em um táxi, mas não reclamou. Logo chegamos ao que parecia ser um condomínio pacato de New Jersey. Árvores bem verdes, cheiro de grama recém cortada e mães fazendo tortas de meio de tarde. Uma família comum.

Deparamos-nos com uma casa amarela, que parecia um pouco antiga, mas muito bem cuidada. Árvores a circundavam e ela tinha dois andares, o que faziam dela uma quase-mansão. Clarisse disse que seria meio estranho irem todos para trazer a meio-sangue, então iria apenas eu, Annabeth e Grover.

Mal pudemos tocar a campainha que uma mulher baixinha e de poucas rugas a atendeu. O avental com cheiro de biscoito e mãos cheias de farinha combinadas com a cara confusa faziam uma cena particularmente engraçada até.

POV Annabeth

- Bom, meu nome é Annabeth, estes são Percy e Grover, Lena está? Precisamos muito falar com ela.

- Com quem? Com aquela bastarda mal-criada? Oh claro, devem ser da turma dela. Entrem logo, e saiam mais rápido ainda, ok?

- Kayla, não seja grossa com as crianças! Oh, são amigos da minha filha? – Ele disse olhando para nós – Podem entrar, entrem, entrem.

A casa por dentro parecia ainda maior do que de fora. Era muito bem decorada, vinda de uma arquiteta. A sala era ampla e pintada com tons pastéis.

- Precisamos falar com você e com Lena, é muito importante. – Falei olhando diretamente em seus olhos – Vocês são filhos de Deuses também? – ele sussurrou.

Assentimos com a cabeça.

- Do que vocês estão falando aí!? – Berrou Kayla, acho que madrasta de Lena.

- Nada, amorzinho! – Ele berrou – Não liguem pra ela – Ele sussurrou.

- LENA! – O pai dela chamou – VENHA CÁ!

Logo uma menina de cabelos ruivos bem brilhantes e olhos castanhos avermelhados desceu a escada. Era baixinha e um pouquinho, mas tinha certo charme.

- O que foi? E quem são vocês?

- Bom Lena, você sabe sobre Deuses do Olimpo, Zeus, Poseidon, etc..? – Percy perguntou.

- Sim, eu sei que eles existem, e que sou filha da Deusa do Fogo. – ela disse com cara de entediada.

- Puxa, isso foi rápido – Murmurou Grover. Grover tinha sentado no enorme sofá (estranho, porque pelo que percebi só moravam os três, mas a casa também é gigante) e estava encarando uma latinha que havia sido deixada na mesinha de centro.

- E agora você irá pro Acampamento Meio-Sangue, onde aprenderá a se defender de monstros, enfim.

- Ok, mas vamos logo ta? Quero me livrar logo dessa bruxa. – Sem vergonha nenhuma, Lena berrou a última parte. Logo Kayla veio bufando e dando mais medo que Hades na TPM (não sei o porquê, mas nessa hora me deu um frio estranho..).

- Olha aqui sua malcriada, veja bem como fala comigo! Você estraga essa família, sua bastarda! – Em um flash, eu e Percy tivemos que segurar Lena pra não bater em sua madrasta. Digamos que ela esquentou a cabeça um pouquinho.

- Kayla! Não fale assim com a minha filha! – Kayla ia comentar algo, mas fez um muxoxo e saiu.

- Bom minha filha, eu não sei o que dizer a você. Me desculpe por Kayla. Boa sorte no Acampamento, eu amo você.

- Também te amo pai.

Logo Lena subiu para arrumar suas coisas, e voltou tão rápido quando subiu. Ela deu um último abraço em seu pai e um último olhar mortal para sua madrasta. Não sei como ela ainda não havia queimado Kayla. Encontramos com todo mundo lá fora, e os apresentamos. Logo Lena já estava conversando animadamente com Lucy. Chegamos a entrada do condomínio e decidimos que dormiríamos em algum hotel e de manhã bem cedo sairíamos para buscar Yuri, filho de Ares. Pegamos um táxi e chegamos em frente à um hotel Médio, não muito luxuoso. Entramos e o hotel parecia exatamente o nosso tipo de lugar. Era pintado em cores vibrantes e quadros de Arte Moderna. Mas ainda aquele lugar me dava um certo arrepio.

- Boa Noite – disse uma mulher simpática, que reconheci pelo nome de Helena. – Quantos quartos?

Nos entreolhamos e decidimos que ficariam Thalia, Lucy, Clarisse e Lena em

um quarto, Nico e Grover em outro, e eu e Percy em um quarto.

Sozinhos. Esta última parte me fez corar fortemente. Olhe, eu estava pronta. Percy é o amor da minha vida e esta é a oportunidade perfeita. Nunca havíamos feito isso. Já havíamos chegado perto, brincado um pouco. Mas lá? Nunca.

Olhei pra ele e vi que ele estava mais rubro do que eu. Não sei se Grover estava balindo ou rindo. As meninas davam risadinhas e Nico assim que entendeu rolava no chão de tanto rir.

É, vai ser uma longa noite.