Essa é a história de um gato. escrita por Juni CatMoun


Capítulo 3
Capítulo 3 - Pensativo


Notas iniciais do capítulo

Peço que por favor ouça essa música antes de ler o capítulo! Espero que goste! https://youtu.be/-vW06zSpGig



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A doce brisa batia em meu rosto. Respirei profundamente e continuei minha caminhada. Estava quase anoitecendo. Estava voltando para casa após um novo dia de estudo, a esse ponto eu tinha dez anos de idade e mal podia esperar pra voltar pra casa. Como não há quase nenhum estudante que mora na mesma direção que eu, a rua estava quase deserta. Eu me preocupava bastante com isso, apesar de nunca ter acontecido nada comigo. Ouvia só o barulho de meus passos. De repente, ouvi o barulho da lixeira se mexendo. Isso me assustou, senti um estremecer vindo das minhas pernas até a cabeça, meu coração começou a bater bem forte e olho instantaneamente para trás.

“Miaaauu...”

Eu vi um belo e doce gatinho preto que parecia só. Ele estava revirando o lixo. Ele era ainda bem bebezinho. Meu rosto ficou levemente vermelho e meu peito se aqueceu de uma forma bem esquisita. Uma doce sensação de alegria. Eu sempre amei gatos, mas meus pais odeiam. Então nunca pude ter um gatinho. Eu realmente não entendo bem porque eles não gostam de gatos. Céus, nosso sobrenome tem a ver com gatos! Nekoyama, “montanha de gatos”! Suspirei levemente. E tentei me aproximar do gato e ele rapidamente arqueou suas costas, eriçou os seus pelos, colou suas orelhinhas para trás, mostrou seus dentinhos e repuxou seus lábios, emitindo um silvo alto. Dei um passo para trás.

Aparentemente ele ficou assustado. Será que alguém já o machucou? Fiquei com essa preocupação na cabeça. Pensei um pouquinho e me lembrei que eu tinha uma maçã na minha mochila. Rapidamente eu tirei minha mochila e cacei pela maçã em minha mochila. Lá estava ela. Uma metade perfeita de uma maçã. Eu não tinha nenhuma faca comigo, por isso eu botei na boca para cortar em pedacinhos menores e me virei novamente para o  gatinho e coloquei os pedacinhos no chão. O gatinho silvou novamente. Coloquei um pedacinho da maçã na palma da minha mão e lentamente aproximei do gatinho. Ele parecia ainda um pouco assustado. Cheirou de leve, sem se aproximar muito.  Levemente, sem fazer movimentos bruscos, deixei o pedacinho da maçã bem pertinho dele. Ele se aproximou dela e comeu de uma forma meio desconfiada.

Eu dei uma risadinha e logo o vi se aproximando  dos outros pedaços de maçã que deixei no chão. Ele parecia estar com muita fome! Eu fiquei tão feliz, mas tão feliz vendo o gatinho se alimentando! Resolvi arriscar colocar a mão na cabeça dele pra fazer um carinho. Mas acho que isso foi um erro...  Ele arregalou seus olhos e silvou, arranhando minha mão. Ele começou a fugir, de forma meio desengonçada. Eu acho que ele realmente foi maltratado por alguém. O arranhão em minha mão não foi muito profundo, mas começou a sangrar. Esse arranhão foi como um arranhão não só físico, mas também no meu coração. Pobre gatinho... Dias seguintes, eu continuei olhando para aquela lata de lixo, cheguei até a esperar um pouco pelo gatinho aparecer. Mas eu nunca mais o vi.

Hoje completa uma semana que estou na casa dos meus avós no Brasil. Já estou praticamente bem acostumado com o ambiente. Aprendi muito sobre eles! Todo o dia meu avô acorda cedinho para caminhar. Em torno de uma 7 horas da manhã e só volta umas 9 horas. Depois disso ele toma banho, faz todas as suas limpezas diárias e sai para ver os amigos dele. Eu não sei exatamente o que ele faz lá, mas também acho que seria falta de educação perguntar. Não quero ficar xeretando a vida dos meus avós. Ele volta para almoçar às 1 da tarde e depois sintoniza em um canal japonês da TV por assinatura, parece que a transmissão chega bem atrasada para que os brasileiros que possuem o canal possam assistir a programação diurna do canal em um horário mais apropriado. Me sento às vezes com ele no kotatsu para assistirmos juntos. Mais tarde ele entra na sala “misteriosa” e sai de lá só de noite.

A vovó acorda lá pelas 9 horas da manhã e começa a arrumar a comida com a televisão ligada. Ela costuma ver aquele “Encontro com Fátima Bernardes” e quando, como ela diz, “tá muito chato”, ela muda para aqueles canais japoneses do vovô para ela treinar o japonês dela. Depois que o vovô chega para almoçar, nós almoçamos juntos à mesa. E depois, enquanto o vovô tá vendo TV, ela começa a fazer algum trabalho doméstico. Eu assumi o trabalho de varrer a casa e passar um pano nos móveis para ajudar a vovó. Então ela agora tem um pouco mais de tempo livre que ela usa para cochilar um pouquinho mais do que o habitual. Vira e mexe algumas amigas da minha avó aparecem para conversar com ela um pouquinho. De noite, ela arruma a nossa janta e vai pro quarto com o vovô. Eles ficam acordados conversando, assumo que sobre o dia deles e então dormem.

A rotina dos meus avós parece até meio genérica, mas isso me deixa feliz. Até então eu só ficava sozinho em casa o dia todo quando eu não tinha aula. Ter meus avós quase o tempo todo ao meu lado me deixa um tanto mais satisfeito. Só fico um pouco curioso sobre a tal sala misteriosa. Em algumas ocasiões já tentei perguntar novamente sobre a tal sala, mas eles não querem falar sobre ela. E de nenhuma forma querem que eu saiba o que tem lá. Eu acho que eu devo respeitar a vontade de meus avós e parar de perguntar sobre essa sala. Mas cada vez que meu avô entra lá, minha curiosidade só aumenta!

Agora são aproximadamente 7 horas da tarde. O sol está bem amarelo e batendo forte na janela do meu quarto. Fecho a cortina e o blecaute, mas o blecaute é meio pequeno demais pro meu quarto enquanto a minha cortina é branca. Fica deixando um pouco do sol entrar no meu quarto mesmo assim. Suspiro bem alto e volto a terminar de passar um pano úmido para tirar a poeira dos móveis. Costumo passar por último no meu quarto porque daí já posso colocar alguma música no meu computador pra ficar tocando enquanto limpo. É mais confortável do que ouvir do meu iPod! Termino e vou para a lavanderia para lavar o pano que usei e deixar ele secando no varal. Eu ando meio distraído no caminho de volta ao meu quarto e tropeço em alguma coisa no chão. Olho para baixo e vejo vários grãos de ração espalhados pelo chão. Isso me estressa um pouco, mas me agacho para arrumar a tigela de ração.

Meus avós possuem um gato chamado Prince. Dentro dessa 1 semana que estou aqui eu nunca vi esse gato. Eu tenho muita curiosidade para conhece-lo, mas não entendo porque ele nunca está aqui! Minha mão está meio suja de ração de gato mas volto para o meu quarto sem lavar minhas mãos. É só ração, mesmo. Me assusto ao ver uma bola peluda se revirando em cima da minha cama. Me aproximo e vejo um belo gatinho preto. Ele aparentemente é um American Shorthair negro. Meus olhos se arregalam e eu fico em êxtase por ver aquele belo bichano ali. Como eu não o vi entrar em casa?? E por que raios ele veio parar bem em cima da minha cama?

O gatinho me olha e me estranha um pouco. De repente, se joga novamente na minha cama, de barriguinha pra cima. Isso é normal? Nunca vi um gato tão social assim. Até onde eu saiba, gatos não costumam ser tão sociáveis com pessoas que eles não conhecem. Passo minha mão na barriguinha dele e ele rapidamente ataca minha mão com uma mordida. Aii!! Isso dói! Que merda! Era uma armadilha!

— Seu safado! Você é cheio dos truques, não é, bolinha de pelos?

Ele parece até zombar da minha cara com seu olhar pelo susto que ele me provocou. Mas ele não fugiu, continuou ali na minha cama. Sorrio e arrisco outro carinho nele, o que ele desta vez ele aceitou de bom grado. Ele ronrona suavemente. De repente ouço alguns passos pesados. Logo identifico esses passos como sendo os da minha avó. Eu grito de dentro do meu quarto mesmo.

— Vovó! Vovó! Vem cá!

Lá vem a minha avó com a cara meio amassada depois de seu cochilo, coçando um dos olhos dela.

— O que houve, Akio?

— Esse daqui é o Prince? – pergunto mostrando o doce e levado gatinho que repousa em cima da minha cama.

— Ora, vejam só. Finalmente você voltou, meu fofinho! – a vovó dá um largo sorriso e se aproxima do Prince colocando-o em seus braços. O gatinho parece adorar carinho! Eu sorrio olhando a cena. – Você sumindo assim deixa a mamãe preocupada!

— Ele é muito fofinho, vovó! Eu nunca vi um gato ser dócil com um desconhecido e ele não se afastou quando dei carinho para ele. – digo isso, me lembrando de quando conheci aquele gatinho aos meus 10 de idade.

— Ele é o gatinho mais carinhoso do mundo! Toma aqui. – a vovó coloca o Prince em meus braços. – Ele gostou de você! Isso é ótimo! Não é com exatamente todo mundo que o Prince se simpatiza. Ele odeia a Judite! – ela ri colocando uma de suas mãos em sua boca, se lembrando de algum acontecimento que possa ter acontecido entre o Prince e a amiga dela.

A Judite é uma das mulheres que mais vem visitar a vovó. Ela tem quase a mesma idade da vovó, mas pinta o cabelo de um marrom cor de mel meio esquisito. Não parece nada natural. Nós vamos à lavanderia com o Prince. A vovó abre um saquinho de ração fresquinha e coloca para o Prince. Ele devora a comida! Fico impressionado com a voracidade do pequenino!

— Agora eu vou começar a preparar a janta. – ela se vira e vai em direção à cozinha.

Eu acompanho a vovó que está toda sorridente e liga a televisão e no canal está passando um filme que parece ser interessante. Mas já está no finalzinho, então nem me importo muito com ele.

— O que vamos ter para a janta hoje, vovó? – pergunta para ela, me encostando na parede, observando a vovó pegando as panelas. Ela adora cozinhar, então sempre faz as comidas fresquinhas.

— Arroz... Feijão... Repolho... E um filé de frango! Deixei cortado alguns filés para a nossa janta essa manhã. – ela responde, sempre sorridente.

Começo a ficar relembrando da comida lá da casa dos meus pais. Quase sempre era alguma coisa relacionada a cogumelos. Mas que raios meus pais têm com cogumelos, afinal? Me recordo que às vezes eu ignorava os cogumelos e jogava fora. Pelo menos três vezes na semana era cogumelo. Eles devem ter alguma tara especial por esse alimento.

— Akio, você tem recordações da sua infância? – a vovó me pergunta enquanto corta o repolho, ela parece estar bem focada em sua culinária, nem olhou para mim quando fez a pergunta.

Eu penso um pouco, mas não é muita coisa que vem à minha mente. O que eu me lembro da minha infância são meio que cenas embaralhadas. Tipo algumas das aulas de japonês que a vovó e o vovô me enfiavam goela abaixo. E me lembro de sempre ser muito apegado à vovó e ao vovô. Um carinho muito especial principalmente pela minha avó.

— Me lembro de vocês me ensinando japonês e de alguns momentos nossos juntos. – alongo um pouco meus braços, olhando para o alto enquanto eu tento me recordar de mais lembranças. – Por que a pergunta, vovó?

— Se lembra dos nossos gatinhos? – ela termina de cortar o repolho e começa a jogar tudo numa panela com água, ainda sem olhar para mim.

— Gatinhos? – tento puxar da memória, entretanto não consigo lembrar de nada relacionado a gatos na minha infância, além daquele evento com o gatinho de rua. – Não, vovó. Eu não consigo me lembrar disso... eu deveria?

A vovó dá um leve risinho e começa a ferver o repolho no fogão.

— Está tudo bem, Akio! – ela se vira e olha para mim – quando chegar a hora você vai entender tudo.

— Hora do quê? – me senti levemente desconfortável com isso.

— Segredo! – ela começa a dar outro riso e começa a preparar o arroz.

— Bem... – com esse desconforto, decido que é melhor ir pro meu quarto, então começo a me afastar coçando a parte de trás da minha cabeça com uma mão – estou indo pro meu quarto, vovó.

— Tudo bem! Eu te chamo quando a janta estiver pronta! – ela continua  toda sorridente e continua fazendo a comida.

Desço pelo corredor e entro no meu quarto. A esse ponto já vão ser quase 6 horas. Eu já terminei de arrumar as coisas todas então está na hora de entrar um pouco no computador! Sento na mesa do computador e vejo que o computador está do jeito que eu deixei. Com uma música pausada. Fuço um pouco o meu Facebook e assisto alguns vídeos. Por enquanto a maior parte das coisas que eu faço na internet é continuar checando as mesmas coisas que eu via enquanto estava no Japão. Embora eu prefira um tanto conversar em português, tenho amizades virtuais bem diversas. Converso ainda com alguns amigos japoneses, tenho uma amiga húngara com quem falo de vez em quando, um grupinho de amigos americanos e apenas acho que uns três amigos brasileiros. Acho que preciso começar a falar com mais brasileiros, já que eu vou ter que viver aqui mesmo, talvez eu encontre pessoas que moram perto de mim!

Penso um pouquinho e decido entrar em um grupo de Vocaloid brasileiro no Facebook. Isso deve ajudar. Assim que me aceitam, eu faço o meu primeiro post: “Oi gente! Meu nome é Akio Nekoyama e minha Vocaloid favorita é a Yukari! E sou novo aqui nesse grupo! Espero fazer algumas amizades!”. Anexo ao post uma fanart da Yukari para poder chamar mais atenção. Espero ser notado! Logo recebo alguns comentários de boas-vindas ao grupo. Fico satisfeito com isso e respondo aos comentários. De repente um ícone de um cachorro São Bernardo surge como mensagem privada no meu Facebook. Quem mais poderia ser? É o meu amigo de longa-data, Shinji.

♥♥♥

Shinji: Oi Akio! Quanto tempo!

Akio: Oie! Nem faz tanto tempo assim, moço, eu te dei feliz ano novo durante a virada, lembra?

Shinji: Aaaaa vdd. Eu tava querendo saber se vc já tá no Brasil.

Akio: Já estou aqui faz 1 semana.

Shinji: Sério? Nossa, o tempo passou rápido!

Shinji: Tá indo tudo bem? Sei que vc tá meio chateado ainda pelo lance lá dos seus pais terem te mandado aí.

Akio: É, estou bem. Não se preocupe.

Akio: Bem...

Akio: Obrigado.

Shinji: ....

Shinji: Pelo quê, man?

Akio: Por me ouvir.

Akio: Cara é difícil ter que me abrir assim. Eu já te falei, sabe. E, cara, obrigado por ter me ouvido.

Akio: Você é um dos melhores amigos que já tive.

♥♥♥

Isso é meio desconfortante de dizer. Eu estive mal por muitos e muitos tempos. E sei lá, eu não posso lhe dizer que eu a superei... Ichika... Não, eu não a superei completamente. Eu ainda penso nela quase todos os dias. Mas... O apoio de Shinji, o amor de meus avós, tudo isso está me ajudando pra caralho. Eu tenho medo, muito medo do meu amanhã. Deste mundo sem ela como minha namorada. Mas se posso dizer algo com certeza é que quero sempre manter amigos como Shinji por perto. Mesmo que ele more tão longe. De certa forma nunca moramos muito perto. Eu morava em Osaka e ele mora em Fukushima. Nunca nos vimos pessoalmente.

Continuo a conversa com o Shinji por um tempo. Mas logo me despeço, quero me deitar um pouco nada cama antes que a vovó me chame para jantar! Me jogo na cama e meus pensamentos voltam a se rechear de Ichika. Arrumo o meu celular para botar alguma musiquinha para embalar um pouco a minha solidão e de repente eu recebo uma mensagem pelo celular. Eu vou checar e, para a minha surpresa, é ela! Ichika!

♥♥♥

Chikachika149: Você está aí?

Nekonekoyama777: Estou. Precisa de algo?

Chikachika149: Nada. Eu só estou entediada.

Nekonekoyama777: Hehe sei como é...

Chikachika149: Eu não consigo dormir...

Nekonekoyama777: Alguma coisa está atrapalhando o seu sono?

Chikachika149: Ah, nada... Eu passei a noite toda em claro. Já são 7 horas da manhã e eu não consegui dormir. Isso é horrível, Aki...

Nekonekoyama777: O que é horrível? Eu não estou entendendo...

Chikachika149: É só...

Chikachika149: Nada.

Chikachika149: Bom... Tem uma coisa que eu gostaria de compartilhar com você.

Nekonekoyama777: Sou todo ouvidos.

Chikachika149: Estou namorando.

♥♥♥

Assim que ela me manda essa mensagem, eu engulo seco e respiro fundo. Eu sinto uma leve vontade de chorar, mas de repente uma sensação gelada me interrompe. Olho para o lado assustado e vejo Prince subindo na minha cama e deitado ao meu lado. Ele parece até notar que eu estou abalado e dá um leve miado, tentando lamber meu rosto. Eu dou uma leve risada com isso e desligo o meu celular. Isso dói e dói de verdade. Mas quero passar logo disso, eu preciso superar. Eu coloco o meu celular do lado e abraço Prince bem forte. Ele dá um miado e lambe meu rosto novamente, me fazendo um pouco de cosquinha. Logo minha vó me chama para a nossa janta. Eu grito “já estou indo, vó!” e dou um beijinho na cabeça de Prince que parece amar carinho.

Tudo me faz lembrar Ichika. Não pude deixar ela sair ainda completamente da minha vida. Mas existem, sabe, tantas pessoas que querem me ver bem. Eu preciso ir bem. Não só por mim, mas por toda essa ajuda que recebo. Eu vou. Eu TENHO que conseguir... Superar Ichika.


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Notas finais do capítulo

Ótimo! Espero que esteja gostando!



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