Purity and Malice escrita por Moon Blanc


Capítulo 4
O Estranho, a Intrometida e a Tímida




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Inojin 22 anos e Himawari 18 anos

Estranho

Adjetivo e substantivo masculino.  Flexão do verbo estranhar. Composto por oito letras e três silabas. Definição: 1. Incomum; definido por ser excêntrico, extraordinário, fora do comum. 2. Estrangeiro; cuja procedência ou origem vem de fora.

Inojin se lembrava, e muito bem, daquela palavra escrita com tinta preta desbotada na secção E do velho dicionário com paginas amareladas que pertencia ao seu pai. E agora essa simples palavra definia com exatidão o que sentia ao retorna para Konoha, após sete longos anos ininterruptos de missões.

Viu o vento morno espalhar rebeldemente as folhas secas caídas dos topos das arvores, o Sol brilhar radiante ao lado das nuvens brancas como algodão doce, algo que remetia um pouco a sua infância, mas as mesmas já não eram mais motivos de admiração.

Agora, grandes outdoors luminosos anunciavam os novos lançamentos tecnológicas, como o moderno celular NinX, vindas diretamente de Kinigakere atraia a atenção dos pedestres.

O centro comercial havia se expandido, tinha novas butiques e restaurantes. Novas ruas e prédios residências se erguiam nos antigos espaços vazios. A vila estava mais cheia, com pessoas se esbarrando no meio das compras e crianças correndo pelas vias. A paz selada entre os cinco Kages, não só reduziu os conflitos, como também impulsionou a economia e o avanço tecnológico entre as nações.

O loiro tinha que admitir que a modernização tinha melhorado, e muito, a sua vida de shinobi. A utilização de ferramentas ninjas havia diminuído o risco de morte e recuperado diversos ninjas. E o melhor de tudo, com um simples toque, as missões são reportadas por e-mail.

Mas Inojin não era ingênuo, como dizia sua mãe, nem tudo são flores. Muitos não estavam satisfeitos com a aliança entre as nações, o que abriu espaço para o surgimento de diversos grupos criminosos. Sendo estes mais impiedosos que os de tempos outrora, como a antiga Akatsuki, abusam do terror para atingir os seus objetivos.

Inojin andou vagarosamente indo em direção da floricultura de sua família, devia uma visita para a sua mãe. Mas inconscientemente franziu as sobrancelhas, ele ainda estava incomodado.

 Era bizarro ver diversos rostos, ruas, prédios e não consegui reconhecer nada. Sentiu-se um completo estranho no ninho.

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Rapidamente a noite caiu em Konoha e, com ela, a brisa fria percorreu a vila.  Inojin soltou um pequeno suspiro satisfeito ao se sentar na bancada do grande bar, apesar dos muxoxos de Ino que tinha visitado durante naquela tarde, ele conseguiu tirar um tempo para si antes de retornar para o seu velho apartamento. Sem cerimônias, pediu uma dose de saquê e um espeto de churrasco.

O bar estava relativamente cheio e o publico era bem variado. Pelo canto dos olhos o loiro avistou um grupo de senhores jogando cadeado e nos fundos jovens competiam lançamentos de shurikens em um alvo. Inojin não conseguiu evitar o sorriso irônico formado em lábios ao assistir os movimentos torpes.

Inojin tomou um gole de sua bebida enquanto aguardava o seu espeto. Mas um gritinho histérico de uma garota, perto de si, que olhava para a entrada chamou a sua atenção. Curioso, fitou a porta para descobrir o motivo de tanta euforia.

Na entrada um rapaz alto e forte, com cabelos loiros cortados em estilo social e olhos intensamente azuis entrou acompanhado de duas garotas.

Boruto Uzumaki, sempre o centro das atenções... Pensou Inojin.

O trio se dirigiu para uma das largas mesas do lado oposto, alheios a presença do Yamanaka naquele recinto.

Inojin acompanhou o grupo a distancia, mas seus olhos verde-azulados pousaram demoradamente em uma das companheiras de Boruto.

A garota vestia uma calça negra e uma bata amarela que destacava as formosas curvas, com o quadril largo e os seios voluptuosos. Tinha longos fios azulados firmemente trançado, os olhos azuis grandes e brilhantes como o mar sereno. Os lábios pintados de rosa exibiam um sorriso doce e charmosos riscos estavam desenhados nas bochechas.

 Inojin arregalou o s olhos e franziu levemente os lábios, um pouco surpreendido.

Apesar das mudanças, ele reconheceria aquele sorriso em qualquer lugar do Universo.

Era Himawari Uzumaki

A linda garotinha que passava as tarde havia se convertido em uma bela mulher.

Estava tão absorto que não percebeu o prato com churrasco servido.

— Himawari— falou baixo, não conseguindo evitar um sorriso bobo que se desenhou em sua boca.

Bebeu mais uma dose do saquê, tomando coragem para se levantar e cumprimentá-los.

— Cuidado, os Uzumakis são especialistas em partir corações...

Inojin saiu dos seus devaneios e mirou a garota que tinha tomado a liberdade de sentar-se ao seu lado.

Ela vestia um vestido preto justo que contrastava com a pela alva. O cabelo negro preso em um alto rabo-de-cavalo estava ainda mais cumprindo do que a ultima vez que viu. O rímel púrpuro destacava os longos cílios e o batom vermelho contornava a boca com o formato de coração. Na sua mão direita segurava um copo com liquido âmbar.

Pelo visto, a aparência da morena também passou por grandes mudanças.

Mas duas coisas continuam iguais. Pensou.

Ela não abandonava o jeito chato e sorrateiro de aparecer.

— Sarada — arrastou as palavras — Os Uchihas são famosos por seu orgulho, não seja tão despeitada — ele a provocou, olhando de soslaio para Boruto abraçado com uma garota de cabelos roxos. Ele lembrava, muito bem, da morena perseguindo pelos cantos o filho do Hokage quando ainda estudavam na academia.

Sarada Uchiha apertou os olhos e franziu o nariz, fazendo uma careta ofendida com a indireta.

— Saiba meu querido Inojin, caso euquisesse — falou devagar e melodiosa, ressaltando o “eu” — Boruto e você seriam conquistas fáceis.

A morena pausou o discurso para solver a bebida.

— e para sorte de vocês, eu gosto de grandes desafios— completou a morena, lhe lançando uma piscadela que se assemelhava como as da tia Sakura.

Inojin rodou os olhos, pelo jeito a Uchiha já deveria estar levemente alterada.

— Acho melhor você comer algo — as mãos cumpridas de Inojin empurravam o prato com pedaços de carne para a jovem — Nós não queremos ver a imagem de nenhum clã manchada por devaneios bêbados — comentou cinicamente.

A morena estreitou os olhos negros e tamborilou, irritada, as unhas vermelhas no balcão.

— Só quis te dar um pequeno conselho de boas vindas — falou a Sarada, se erguendo do balcão — E para constar....

Com um movimento mais rápido que uma piscada, a Uchiha tomou uma shuriken de um dos clientes que passava próximo de ambos. Sem pestanejar, atirou a arma que fez um grande arco no ar e aterrissou certeiro no centro do alvo.

— Estou completamente sóbria.

Inojin lançou um sorriso irônico para a morena, nada surpreso com aquela atitude, se absteve de qualquer comentário.

Sarada em pé alisou o vestido franzido, recebendo olhares embasbacados de alguns clientes, mirou diretamente o par verde-azulado que a encarava.

— Estou indo Inojin, mas se lembre— murmurou mordaz, a ônix brilhavam intensamente— Depois não me venha falar que não avisei sobre os Uzumakis.

Com um rodopio elegante, ela se afastou em direção a porta balançando os quadris.

Inojin engoliu a ultima gota da bebida, pensando na amiga.

Intrometida, não perde a mania de se meter nos assuntos alheios.

O loiro atirou algumas moedas de cobre no balcão e com passos largos caminhou até o seu objetivo.

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— INOJIN! — a voz rouca e estridente do rapaz chamava a atenção — Sente conosco!

Faltavam apenas duas mesas de distancia, quando Boruto, finalmente, percebeu a presença de Inojin e o chamou.

O loiro de madeixas longas foi calorosamente recebido por uma pancada nos ombros de Boruto. A companheira do primogênito dos Uzumaki, que reconheceu como a antiga representante, acenou animadamente com as mãos. E a sempre terna Himawari o abraçou fortemente.

Inojin lançou o corpo para uma das cadeiras ao lado da azulada.

O seleto grupo se divertia com anedotas de Boruto enquanto bebiam e comiam.

Inojin esticou o braço esquerdo para apanhar uma trouxinha de camarão,  quando sentiu  um leve aperto em seu punho.

Encarou a pequena Uzumaki, um pouco confuso.

— Você ainda usa isso — a azulada murmurou baixo, apontando para a pulseira de esfera.

Pelo canto dos olhos Inojin viu o casal entretido entre si, os ignorando. Mirou curioso para a garota que o encarava com os orbes azuis brilhantes.

— Bem, até agora me trouxe sorte — respondeu amavelmente.

As bochechas de Himawari adquiriram um tom levemente carmesim.

A boca de Inojin se derreteu, pela maneira doce da azulada.

— INOJIN! — Boruto falou, com a boca repleta de camarão, cortando os pensamentos do seu companheiro de geração e de sua irmã — Você deveria ir ao festival de fogos, vai ser a melhor de todos os... — o Uzumaki não conseguiu terminar a sentença, pois Sumire deu um forte beliscão no namorado que espraguejou sem entender o quê acontecia.

Novamente a conversa se dividia entre o casal de namorados e Inojin com a Himawari.

— Inojin — chamou baixinho, a caçula dos Uzumaki.

O loiro a fitou, com ouvidos atentos.

— Você gostaria de ir ao festival comigo? — Himawari pediu em um só fôlego, as bochechas estavam fortemente avermelhadas, as pontas de seus dedos se batiam um contra outro em um tique nervoso. Os olhos azuis miravam a ponta dos pés.

Inojin não se rememorava de ver a pequena azulada com a faceta tímida.

— Adoraria Hima.

O rosto da garota se enrubesceu ainda mais com a resposta.

Os lábios de Inojin se curvaram em um meio sorriso enquanto a encarava. Ela estava irresistivelmente linda.

Ele levou o pequeno petisco até boca, assistindo a Himawari iniciar uma conversa com a Sumire.

Bem, aquele semblante tímido era algo que ele adoraria apreciar mais vezes


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