O Pretendente escrita por M Phantom


Capítulo 1
O pretendente


Notas iniciais do capítulo

Olá fãs de Inuyasha! Esse é um pequeno oneshot há muito tempo esquecido, nem lembrava que tinha escrito ele, e fuçando em uns backups encontrei.

Tem um smut leve para o final, era para ser um hentai, mas achei melhor deixar como está.


Boa leitura e Desculpem os erros.



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Capitulo Único

O pretendente

Era um fim de tarde. O sol estava querendo desaparecer no horizonte e pela colina subia uma jovem de cabelos longos negros, com o rosto vermelho e uma caixa fechada com um laço de seda na mão. Ela entrou na pequena cabana da amiga que tinha acabado de colocar o bebê para dormir. Assim que Sango avistou o objeto na mão de Kagome abriu a boca perplexa.

— Outro? — Falou baixinho após cobrir o filho e caminhar até a menina.

— São dele de novo, o que eu faço? — Sango pressionou os dentes um nos outros sem resposta.

— Se o Inuyasha sonhar com isso... — A sacerdotisa afirmou no mesmo instante.

— Tentei dizer ao Sr. Himura para parar de enviar, também tentei dizer que... Bom eu não sou totalmente descomprometida, mas ele se recusa a me dar ouvidos e vovó Kaede me pediu para tentar não enfurece-lo, já que vai ter o festival da primavera e precisamos do máximo de quimonos possíveis. — Explicou.

— É bem possível que se você o recusar ele pare de nos vender os quimonos... — Comentou a outra pensativa. — ...Já tentou dizer que seu companheiro é um yokai nada amigável. — Kagome sorriu de lado negando.

— Preferi deixar esse detalhe de lado, a questão é que amanhã o Inuyasha e o Miroku chegam e... O que eu vou fazer? Tem prendedores de cabelos, quimonos, perfume e brincos de ouro lá em casa e agora isso... — Abriu a caixa e minha nossa... Era mais um presente nada barato.

— Que quimono lindo... — As cores azul escuro se destacava com as lótus brancas no tecido. O tecido era macio e delicado, algo que não tinha nem mesmo em sua era.

— Ah talvez eu consiga convencer o Inuyasha a não matar ele até todo mundo conseguir fazer um negocio com ele. — A frase saiu tão incerta quanto o pensamento. — Toma. — Entregou a caixa com o presente dentro.

— O quê? Não, eu não posso aceitar! — Kagome se dirigiu para a saída da casa.

— Nem eu, mas faça assim como eu. — Fechou a porta com cuidado vendo das gêmeas brincarem ali fora.

Não é como se Kagome nunca tivesse tido um pretendente desde que chegou a era feudal, ao contrário, muitos jovens do vilarejo tinha uma certa devoção por ela, porém todos eles conheciam a fera por trás da bela, então deixavam a paixão morrer platonicamente.

Mas o Sr. Himura era diferente, ele ignorava os alertas dos aldeões, todos já deviam ter mencionado sobre Inuyasha para ele, ainda sim parecia mais encantado do que quando foi salvo pela jovem na entrada. A forma graciosa com qual lançou a flecha, o jeito meigo que sorriu e a personalidade divertida fazendo uma piada logo após o incidente.

Takumi Himura não tinha mais do que vinte e cinco anos, estava passando pelo teste árduo da família de vender três mil peças de quimono antes de liderar os negócios. Era tradição, somente aquele que vendesse essa quantidade no período de um ano poderia herdar a liderança. E estava indo muito bem, faltava muito pouco, provavelmente no vilarejo mesmo terminaria sua cota.

Mas queria levar mais do que o crédito, talvez uma sacerdotisa.

— Conversei com o Sr. Himura, pedi a ele para parar de assediar você. — Disse Kaede num timbre zombeteiro.

— E o que ele disse? — A velha sorriu.

— Não. — A menina tornou a suspirar. — O que posso fazer? O rapaz está obstinado!

— Vovó Kaede você melhor do que ninguém conhece o Inuyasha, como pode permitir isso? — A velha fez uma careta concordando.

— Eu sei, eu sei, aquele rabugento não sabe levar isso como nós. — A fitou com um sorriso de orelha a orelha. — Mas é tão bonitinho o jeito que ele fala de você, os olhos do rapaz chega brilham. — Kagome rosnou no mesmo instante.

— Ah os do Inuyasha também vão brilhar quando descobrir que a senhora está me empurrando para cima desse rapaz. — Revidou nervosa.

— Deixe de ser pessimista, dê comida a ele que nem vai reparar em nada, sabe que é assim. — Ela cruzou os braços. A ideia não era ruim, se entupisse o hanyou de comida tudo se amenizaria.

— Ele não gosta muito da minha comida... — Murmurou fazendo um beicinho desanimado.

— Aposto que o Sr. Himura iria adorar! — Quando rosto da menina ferveu ela teve que sair.

Foi até a casa de uma das aldeãs que tinha certeza que era melhor na cozinha do que ela. Não demorou muito para Umi descobrir as intenções por trás do pedido. A enorme quantidade de comida só podia significar ganhar o estomago de um yokai.

[...]

 

O cheiro agradável invadiu as narinas sensíveis do meio-yokai. Entrou junto com o monge que se surpreendeu com o banquete a espera dos dois, virou o rosto no rumo da esposa que acenou no mesmo instante para dançar conforme a música. Era simplesmente os alimentos que o hanyou mais gostava, com um sorriso largo de orelha a orelha assentou a mesa e devorou cada pedaço de carne que ali tinha.

Como Kaede havia previsto, não ia ter tempo para perguntas ou desconfianças, talvez nem percebesse que tinham um visitante no vilarejo.

— Gostou? — Perguntou depois que ele parou de comer. A encarou com aquele sorriso malvado afirmando.

— Não foi você quem fez, não é? — Kagome fechou o sorriso no mesmo instante.

— Seja gentil Inuyasha, afinal ela teve todo um trabalho para preparar isso para nós. — Amenizou o monge pegando uma das gêmeas e com a outra nas costas. — Obrigado Kagome, estava uma delicia.

— Disponha. — Ela iniciaria uma discussão com o meio yokai, mas achou melhor guardar os nervos para depois que o tal for embora do vilarejo. — Bom, se já terminaram, vou juntar tudo, me ajuda? — Perguntou a Sango que afirmou no mesmo momento.

— Claro. — Pegou as vasilhas e começou a caminhar para longe dali. — Acha que...

— Sshhh! — Interrompeu apontando para a cabeça e recordando que o Inuyasha tinha uma ótima audição. — Acho que eles gostaram sim da comida. — Respondeu, embora seu olhar queria dizer que ‘sim’, a ideia da comida tinha dado certo.

Por enquanto.

Foi só passar por aquela porta e o sorriso bobo de quem comeu até quase passar mal sumiu. Seu olfato poderia deixar muitas coisas passarem, mas aquele cheiro logo na cabana da sua Kagome, não, aquilo realmente tinha que ser investigado. Farejou, farejou e a primeira coisa que encontrou foi um vidrinho esquisito com um cheiro doce... MUITO doce, na sua opinião, mas por cima dele estava aquele cheiro que lhe incomodava ainda mais.

Voltou a vasculhar e novamente achou outro objeto com o mesmo cheiro incomodo, dessa vez algo que ele conhecia mais ou menos... Um quimono, e não era qualquer um. Quando Kagome entrou já deu de cara com Inuyasha abaixado no chão procurando alguma coisa pelo olfato.

— Posso saber o que está procurando? — Ele levantou a cabeça junto com as orelhas que foram no rumo dela.

— Não sei exatamente, é possível que alguém tenha entrado aqui. — Kagome suspirou, a comida não fez efeito, ele já tinha percebido.

— Por que diz isso? — Deu uma de desentendida para ver se podia estar enganada.

— Não sei dizer, mas... Vários objetos com o cheiro da mesma pessoa, e... Não é um cheiro normal é... Cheiro de... Macho. — Ela apertou os olhos estranhando.

— Deve ser coisa da sua cabeça, você vai dormir aqui na cabana comigo ou... — Ele andou até o quimono e o suspendeu no ar.

— Quem deu isso para você? — Ela passou o cabelo por trás da orelha engolindo em seco.

— Um amigo. — Revidou. Ele a encarou bem e depois arregalou os olhos.

— Você está mentindo! — A jovem negou no mesmo instante.

— Não, não estou! — Protestou. Ele jogou o tecido no chão e avançou contra ela.

— Consigo saber que está mentindo só pelo pulsar das suas veias, e você mentiu! — No nervosismo ela desistiu. Ele estava muito próximo e já não tinha desculpas e não queria realmente começar a mentir.

— Ahhh está bem, está bem! Eu conto! — O fitou séria. — Eu ganhei esses presentes dessa pessoa que você está sentindo cheiro. — Ele franziu o cenho confuso.

— Por que ele te daria presentes? — Ela mordeu os lábios buscando resposta.

— Por que ele me pediu em casamento e eu recusei, então ele deve pensar que me enviando presentes pode me convencer. — A primeiro momento ele só escutou atentamente, quando seu cérebro reformulou cada palavra o típico rosnar deu inicio e o que vinha depois ela não poderia esperar.

— Inuyasha, calma! Eu já disse que recusei... — Ele começou a dar voltas pelo cômodo.

— Se isso fosse o suficiente não estaria lhe dando presentes. — Kagome suspirou.

— Ele quer ser gentil, me agradar e... — O meio yokai se virou para ela no mesmo instante.

— Por que está aceitando? — Quando a pergunta veio ela respirou fundo se preparando.

— Por causa do festival da primavera, Kaede pediu que eu não fosse... Grosseira, para que todo mundo pudesse fazer negócios com ele. — Obviamente isso não fez o menor sentido na cabeça dele. — Inuyasha o vilarejo recebe poucas visitas de comerciantes de quimonos, imagina só se esse se recusar a vender para nós.

— Que coisa mais idiota! — Rosnou.

— É, coisa de humanos, será que, por favor, você pode não ser agressivo com ele até ir embora? — Inuyasha levou a pergunta como ofensa. Ela fechou o espaço que restava e tocou seu rosto delicadamente o abaixando até que suas testas se encostarem. — Por mim? — Kagome notou que naquele momento as linhas zangadas do seu rosto se suavizaram.

— Vai devolver os presentes? — Ela girou os olhos e depois acenou que sim.

— Vou dá-los a outra pessoa, o que acha? — Se distanciou concordando.

— Serve. — Caminhou até a porta e parou perto dela. — Mas que isso termine aqui. — Bateu a porta.

[...]

Era tentador, muito tentador. O cheiro que passou a odiar em poucos minutos assim que chegou estava forte e MUITO próximo. Fechou o punho segurando a vontade quase insana de ir naquele ser e cortar sua garganta, mas parou a poucos metros indo no rumo de outro lugar. A casa de alguém que também queria matar, porém sua vontade era menor por respeito.

Assim que entrou encontrou a velha de costas preparando umas ervas para remédio.

— Oh, olha só quem voltou! — Ele semicerrou os olhos enraivecido. — Imaginei que não fosse demorar muito a descobrir, Kagome não ia conseguir mentir para você. — Completou num timbre brincalhão.

— Diga a ele que tem até amanha para sumir daqui. — Avisou autoritário.

— Inuyasha, acredite, todos os avisos já foram dado, nós já até sentamos com ele para conversar sobre você e ele simplesmente ignorou tudo, pior, a cada alerta ele fica mais fascinado disse que quanto mais difícil uma mulher é mais valor ela tem. — O que ouviu não o agradou, mas principalmente o fato dela estar rindo com tudo isso.

— Qual é a graça? Acha que não vou fazer isso? — Ela o encarou negando.

— Se você o machucar Kagome vai ficar zangada, e não é um zangada que vai conseguir se livrar no dia seguinte, sabe disso, então, não, não acho que vai fazer algo. — Rosnou mais zangado ainda.

— Neste caso não me resta outra solução, vou levar ela daqui. — A velha se surpreendeu e logo sorriu.

— Para onde? Deixa disso, o festival é daqui duas semanas! E Kagome não trocaria você por outro, ou trocaria? — A pergunta veio num timbre cheio de maldade, embora a intenção dela fosse apenas causar medo. Existia certos hábitos no hanyou que ele tinha que mudar, a começar o jeito nenhum um pouco cavalheiro que tinha com a menina.

Inuyasha rosnou tratou de sair logo dali antes que acabasse assassinando a velha. Era de se esperar aquela atitude. Não faz muito que ouviu ela conversando com outras aldeãs sobre ele não ser bom para Kagome e que a menina devia urgentemente encontrar alguém da sua espécie.

Ele estava tentando. Do jeito dele, mas estava tentando, superando uma barreira por dia.

Mas não importava o que fizesse, não parecia ser suficiente diante a questão, ainda o achavam o hanyou indesejado desperdiçando a vida da sacerdotisa. Deu uma volta por ali e onde quer que ia conseguia ouvir os aldeões dizerem que seria um alivio ela ficar com o rapaz dos tecidos ao invés dele.

Fez uma carranca e começou a dar voltas e voltas sem chegar a lugar nenhum. “Eu salvei todo mundo!” dizia para si mesmo furioso. Por fim, a lua tomou posse do céu e ele resolveu que enquanto aquele macho estivesse por perto o correto seria ficar o mais perto da garota possível.

[...]

Kagome soltou um longo suspiro ao ouvir o pisar do companheiro no lado de fora. Já imaginava o que tinha acontecido e até o que estava para acontecer. Já cogitava que Kaede ao invés de ajudar tinha é piorado a situação – Era o novo passa-tempo dela, provocar o meio-yokai – e se tratando do Inuyasha, ele com certeza ficaria dando voltas na cabana ou encarando ela firmemente como se estivesse em perigo.

— Argh... Isso fede... — Resmungou abrindo a porta. A sacerdotisa tinha acabado de abrir o vidrinho de perfume e inalava o aroma do produto.

— Não fede, é doce, tem cheiro de flores... — O rapaz rosnou. — ...Não gosta? — Negou se sentando no chão abraçado a espada.

— É fedorento, joga isso fora, bem longe daqui. — Respondeu esfregando o nariz e rosnando em seguida. O ciúme deixava o perfume mais fedido do que realmente achava, e o fato dela estar de olhos fechados apreciando o cheiro o deixava mais insuportável ainda.

— Não vou jogar fora, concordamos que eu daria o perfume à outra pessoa. — Apenas apertou a espada se contendo. — Seja razoável, ele irá embora em breve. — Completou guardando o vidrinho em uma caixa.

— Não estou nem aí. — Virou de costas infantilmente. Típico. Ela colocou a mão na boca para segurar o riso. Lentamente andou até o hanyou e o abraçou pelas costas.

— Senti sua falta... — Ele até pensou sobre deixar se levar pelo afago dela, porém, ao sentir o cheiro do perfume nas mãos dela, rosnou.

— Está fedendo a aquela coisa... — Kagome segurou fortemente a vontade de soltar um grande “SENTA”, engoliu a raiva, desfez o abraço e se levantou.

— Boa noite Inuyasha. — Disse seca. Nisso assoprou a lamparina se deitando no futon.

[...]

Kagome fechou os olhos por uns instantes, respirou fundo e bem sorrateiramente deu uma rápida olhada no rapaz escorado na parede dormindo. Estava ali novamente, diante sua porta e que Deus a ajude se aquele adormecido acordasse e visse a nova caixa com uma fita rosa delicada e um bilhete cheio de cortejo. Tinha que admitir, Sr. Himura era um homem corajoso e pouco sensato.

Pegou a caixa com cuidado e logo em seguida saiu correndo novamente para a casa da amiga. Sango já estava de pé terminando de arrumar as gêmeas que correram no rumo da menina dando um enorme abraço.

— Esse rapaz quer mesmo morrer? — Perguntou incrédula a vendo com a caixa na mão.

— Esconda! Ele não viu, deve ter pegado no sono só agora para não ter percebido quando colocaram. — Contou apavorada. Deu um beijo na testa das meninas e se aproximou da amiga. — Eu vou falar com o Sr. Himura... De novo, acho que ele ainda não se tocou que Inuyasha não tem bom humor para essas coisas.

— Tenho que aplaudir a persistência e a coragem dele, não é qualquer um que sabe que uma humana tem um relacionamento com um yokai e mesmo assim fica de gracejos com ela. — Comentou abrindo a caixa.

Tanto Sango quanto Kagome ficaram boquiaberta diante o novo presente. Dessa vez não era um simples quimono, o tecido de seda era todo branco junto a um lenço da mesma cor. Ambas sabiam bem o que aquele tipo de quimono significava. Era um Shiromuku, o quimono que a noiva usava no casamento.

— Ah minha nossa... — Murmurou Kagome perplexa.

— Ele está falando sério mesmo, sorte que o Inuyasha não deve saber que esse quimono é de casamento... — A sacerdotisa se virou para ela negando.

— Ele não precisa saber desse quimono assim como não sabe sobre o que eu te dei.

— Quem não precisa saber o quê? — Miroku apareceu onde elas estavam e viram as duas mulheres em torno de uma caixa aberta. — Ahh seu admirador secreto, nem tão secreto assim... — Brincou sorrindo, mas ao se aproximar e ver o conteúdo da caixa ficou boquiaberto também. — ...Oh céus... Ele não está brincando. — Comentou e a esposa fez que não.

— Inuyasha não sabe desse, então, shiu! — O rapaz fez que sim.

— Kagome-sama precisa dar um basta nisso, ele está exagerando. — Ela concordou se levantando.

— Vou fazer isso agora mesmo... — Ia indo no rumo da porta quando parou. — ...Miroku bem que você poderia ir comigo, talvez um monge reforçar o que eu digo o convença melhor. — Sango fez que sim.

— Acho uma ótima ideia, explique a ele que vai ter a garganta cortada se o Inuyasha sonhar que ele mandou um shiromuku para Kagome. — Ele suspirou indo atrás da menina.

— Deixa comigo.

[...]

Takumi Himura apertou a mão do último cliente que precisava. Era a peça que lhe garantia a liderança da família, então podia se dizer que aquele dia era especial. Pensou até em fazer uma visita a sacerdotisa de cabelos negros e sorriso vibrante se não fosse os aldeões o alertarem de que o que encontraria na cabana dela seria um meio-yokai nem um pouco simpático.

Suspirou longamente. “Pobre Kagome” cogitou consigo. Uma moça tão jovem e bela com a sina de ter que estar com um meio-yokai grosseiro. Mas ele mudaria a sina dela, ela merecia paz e tranquilidade, merecia alguém que a mimasse, merecia alguém que a amasse como mulher e não a abandonasse dia sim dia não. Os aldeões até mesmo disseram que de vez em quando o hanyou nem dormia na mesma cabana que ela.

Não! Ele não poderia permitir que alguém que encantou seu coração com tão poucas palavras em tão pouco tempo tivesse um destino cruel como esse. Himura estava mais do que decidido em leva-la consigo.

Uma mulher tão delicada, tão carinhosa, tão inocente, tão doce, merecia alguém que sabia apreciar tudo isso.

E o destino parecia estar a seu favor, foi sair da casa do cliente e lá estava ela com seu andar angelical e semblante calmo — Infelizmente acompanhada de outro homem.

— Bom dia Sr. Himura. — Disse gentilmente acenando com a cabeça. Até a voz dela fazia seu coração bater mais forte.

— Um belo dia Kagome-san, e já começou muito bem. — Respondeu o cumprimento galanteador. A menina corou sem jeito, fitou o monge ao seu lado que precisou rir. “Ele é bom” pensou Miroku.

— Precisamos falar sobre seu novo presentinho... — O rapaz deu um largo sorriso concordando.

— Só preciso de um ‘sim’, o resto é só deixar comigo. — Ela voltou a corar e negar.

— Sr. Himura eu já lhe disse que sou comprometida, Miroku explique a ele. — Pediu ao rapaz do lado.

— Está procurando briga com cachorro grande e nem um pouco humorado. — Falou dando um passo a frente. — Ouça meu conselho amigo, se Inuyasha colocar na cabeça que quer a sua, nenhum de nós poderá pará-lo. — Takumi suspirou colocando a bagagem no chão.

— Ouvi todo tipo de conselho Sr. Monge, mas ela não usa aliança, ele não permanece no vilarejo ao lado dela e todos os aldeões insistem em me dizer que ela não passa de uma substituta para sua antiga amante, então, eu não estou exatamente fazendo algo errado, estou dando uma melhor oportunidade a ela. — Explicou suavemente. — Tenho certeza que o yokai poderá encontrar outra substituta, mas eu não acredito que vou encontrar outra como você. — Disse dessa vez a encarando apaixonado. Kagome o fitou perplexa.

— Eles ainda falam isso? Que horror! É por isso que ele detesta ficar aqui... — Murmurou para si mesma. — Sr. Himura, não é como parece, não é? — Se dirigiu ao monge que piscou sem resposta.

— Tecnicamente... Ele tem razão, você não é oficialmente comprometida, então... — Ela negou.

— Ele não tem nenhuma razão, qual é? Você deveria estar do lado do Inuyasha. — Miroku cruzou os braços.

— Ah, claro! Me esqueci. — Se virou para o rapaz. — Insisto que siga meu conselho e...

Tarde demais. Inuyasha tinha acordado e feito uma analise brusca sobre onde a menina estava que não era na cabana e nem na da Sango. O cheiro dela vinha da aldeia e parecia muito, MUITO perto daquele que ele queria bem longe da jovem. Correu contra o vento já com as garras prontas para dilacerar o maldito se ele estivesse fazendo gracinhas.

Pulou bem no meio deles dando um rosnado feroz.

— Inuyasha para com isso! — Brigou a menina o puxando pela roupa. Takumi deu dois passos para trás um pouco amedrontado com a cena. Finalmente estava diante o rival. — Não me obrigue a dizer aquilo! — Ele se virou para ela rosnando.

— Cala a boca! Agora o assunto é meu! — Kagome franziu o cenho furiosa.

— Seu nada idiota! E não me manda calar a boca! Eu vou resolver aqui! — Inuyasha rosnou.

— Você não resolve nada! Só sabe falar, falar e falar! Esse tipo de coisa a gente resolve com força! — Vociferou diante ela.

— Nada aqui vai se resolver com força! — Esbravejou. Os olhos ambares dele chega brilharam de tanta fúria.

— Veremos humana maldita!!! — Kagome não teve outra saída e no fundo estava querendo muito dizer aquilo.

— SENTA! — E o meio-yokai foi ao chão com tudo. Não era suficiente, o rosto vermelho de raiva dela precisava de mais. — SENTA! — Esse foi pela noite anterior quando debochou da comida. — SENTA! — Esse foi por ela ter tentando amenizar a situação e ele ficar resmungando. — SENTA! — Este foi por ele insistir em ser ranzinza. — SENTA! — Esse foi pelo ‘humana maldita’. — SENTA! — O último foi só para dispersar a raiva.

Miroku olhou nostálgico para o garoto com a cara afundada no chão tentando se recompor, soltou um sorriso imaginando que Inuyasha sempre escolhia o pior jeito de enfrentar a garota. Mas o olhar surpreso de Takumi foi o que prendeu a atenção do monge. Era como se estivesse diante de uma mulher que não conhecesse, toda a ilusão de garota frágil e refém de um yokai perverso desapareceu.

Kagome não era indefesa e nem um pouco delicada. Se imaginou ao lado dela e tudo que conseguia ver agora no futuro eram as ordens dela sobre ele para se ‘sentar’ e calar a boca. Bateu queixo um pouco com medo daquela sacerdotisa que estava perto de si, talvez mais medo dela do que do próprio yokai.

— Ora sua... — Rosnou no buraco que o rosto fez no chão.

— Quer que eu continue? — Se sentou no chão limpando o rosto mais calmo negando. Se virou nervosa para o vendedor de quimonos e acenou. — Preste atenção! Eu estou com o Inuyasha, ele é idiota, é egoísta, é burro na maior parte das vezes, é ciumento, rabugento e não vou mencionar sobre o quanto é irritante quando quer...! — Disse extremamente séria e zangada. Inuyasha se levantou nervoso.

— Hey! — Ela o empurrou para trás.

— Mas eu amo ele assim! — Completou fazendo o meio-yokai calar a boca. — Então espero sinceramente que esse assunto se encerre aqui! — Ela não esperou ele responder. Puxou o meio-yokai pela roupa rumo a fora do vilarejo.

Sua paciência tinha se esgotado. Deus como ela tinha se segurado todo esse tempo, tentado não ser grosseira, tentando manter Inuyasha fora de cena para não fazer justamente aquilo. Mas não deu, disse a Kaede que evitaria isso, mas não conseguiu.

Agora o vilarejo teria muito mais o que falar e quem não conseguiu comprar o quimono, bom, isso já não seria problema dela. Se segurou para o bem de todos, mas acontece que ninguém estava cooperando muito com ela empurrando o rapaz para cima dela, então, em parte não é só culpa dela.

— Fazer acordos com você é o mesmo que falar com uma porta, não é? — Discutiu assim que chegou próximo a cabana.

— Você não pode realmente esperar que eu leve tudo isso numa boa! Esse humano vem cá, me afronta e eu tenho que baixar a porra da cabeça para ele? — Kagome respirou fundo.

— Não foi isso que eu te pedi... — Ele se aproximou dela nervoso.

— Para mim foi! Me pediu para ignorar o fato dele espalhar para todos os aldeões que é melhor do que eu e esfregar na minha cara o interesse dele por você e sair imune! — Ela até abriu a boca para brigar, porém parou quando se lembrou do que o Sr. Himura tinha dito. Talvez se a situação fosse inversa ela também não levaria numa boa.

— Tem razão, me desculpe.

— Eu não vou... — Inuyasha ia berrar de novo com ela. Mas também parou, primeiro por que ela não disse exatamente o que tinha imaginado e não tinha argumentos, segundo por que estava assustado pois não se lembrava da última vez que ela disse que ele tinha razão, principalmente por que na maioria das vezes ele não tem. E terceiro por que ficou sem graça diante o pedido dela.

— Não pensei que fosse chegar a tanto, e queria todo mundo feliz no dia do festival, mas eu não vou estar feliz se estivermos um de mal do outro, então podemos esquecer isso? — Ergueu a mão para ele para fazerem as pazes, no entanto, Inuyasha agiu teimosamente deixando a mão da garota no vácuo.

— Só por que você quer... — Resmungou negando. — ...E aquilo doeu! — Saiu correndo para o meio da floresta. Ela suspirou longamente.

Pelo menos ninguém acabou morto. Entrou na cabana e começou a fazer o que já devia ter feito desde o inicio.

Juntou todos os presentes que tinha ganhado e seguiu rumo a cabana da amiga.

— Ele te deu mais??? — Perguntou perplexa e Kagome tratou de negar.

— São os antigos, achei melhor dar a alguém e por que não para você? — Retrucou sorrindo sem jeito. — Aqui, sinta o perfume... — A caçadora se surpreendeu pegando o perfume.

— Não sei se devo... — Murmurou notando o marido entrar na sala junto com as gêmeas.

— Deve, aposto que o Miroku vai gostar e muito de ver você num quimono desses! — Disse Kagome encarando ele que afirmou no mesmo tempo.

— Principalmente se você topar ficar com as gêmeas nesse dia... — Brincou num sorriso.

— Miroku! — Brigou Sango com o rosto vermelho.

— O quê? Sinto falta de ficar um tempo só nós dois e um dia vamos fazer isso pelos dois. — Kagome corou sem jeito.

— Mudando de assunto, e o Inuyasha? — Perguntou Sango também constrangida.

— Ahh se enfiou mata a dentro, deve estar se acalmando me xingando para as arvores como sempre. — O casal acenou que entendia.

[...]

O sol cedeu lugar a lua que ficou brilhante no alto ao lado das estrelas. Kagome sentou se na porta da cabana observando as estrelas, na sua era elas não eram tão bonitas, então sempre tirava um pouco do seu tempo para admirá-las. Ouviu o toque no telhado, girou o rosto levemente, porém logo voltou os olhos para o céu novamente.

Conhecia aquele barulho muito bem. Fazia cinco meses que estava morando ali, passou a notar coisas pequenas que faziam toda diferença, como as varias formas que Inuyasha chegava e cada uma delas tinha um significado. Quando entrava pela porta de uma vez estava zangado, quando entrava pela janela estava com receio de algo e quando vinha cautelosamente pelo telhado significava que queria analisar Kagome antes de se aproximar.

Por isso deixava ele seguir sua rotina de como abordá-la. Devia estar lá em cima apenas a encarando e tentando entender o que se passava na cabeça dela ou escondia algo e estava um pouco constrangido, mas esta última opção era pouco provável.

— Ainda está zangado comigo? — Questionou depois de um longo período em que ele estava lá em cima. Se levantou do chão mirou o telhado sem conseguir vê-lo e resolveu entrar. — Boa noite, então. — Disse entrando e antes da porta ser fechada ele já tinha saído lá de cima e entrava junto com ela batendo a porta atrás deles.

— O tal foi embora. — Sentou no chão segurando a espada.

— É, vovó Kaede veio mais cedo me contar e dizer que eu não precisava me preocupar com os aldeões. — Contou a jovem o encarando. — Está satisfeito? Assustou ele como queria. — Inuyasha arqueou uma das sobrancelhas.

— Não foi o que ouvi. — Resmungou. — Quem assustou ele foi você, percebeu a burrice que estava fazendo a tempo. — Kagome o fuzilou com os olhos. Ia até dizer mais um ‘senta’, mas ficou com uma vozinha malvada no peito dizendo que é provável que o rapaz tenha ficado com medo dela.

— Que sorte a minha você ser burro... — Revidou com sarcasmo e respirando fundo para se acalmar. Apagou a lamparina e deitou no futon. A escuridão tomou conta do ambiente, mas Kagome ainda podia ouvir a respiração do hanyou no cômodo. — Dei os presentes a Sango, ela ficou contente. — Conseguiu ouvir um rosnar dele.

— Tanto faz. — Retrucou apertando a espada. “Ele ainda está zangado” cogitou ela. “Não tem outro jeito... Ele não vai ceder mesmo...” pensou depois de um tempo de silêncio.

            Com as bochechas coradas, mas escondidas no escuro, Kagome saiu de dentro do futon e engatinhou tateando as mãos no chão para ter alguma noção do que tinha a sua frente. Quando finalmente encontrou a textura do tecido percebeu o meio-yokai desdobrar a perna e mostrar o caminho que procurava, bem entre os braços dele. Pousou as mãos sobre os ombros dele, porém assim que levantou o rosto bateu a cabeça no queixo do rapaz, que rosnou no mesmo tempo.

— O que está fazendo sua idiota?! — Falou no meio da escuridão. Kagome se sentou entre as pernas dele choramingando colocando as mãos em cima da cabeça.

— Doeu... — Choramingou baixinho. Ia se levantando para voltar ao futon quando foi puxada contra ele. — ...Me solta, eu vou dormir que é o melhor que eu faço. — Mas não foi liberta. Ao contrário a apertou mais ainda.

— Fica quieta.  — Danou a abraçando contra ele.

— Não me manda ficar quieta... — Retrucou esticando as pernas e recostando contra ele.

Levantou as mãos procurando o rosto dele, a primeira coisa que encontrou foram os cabelos depois o pescoço e por fim tocou lhe o queixo.

— Te machuquei? — Perguntou docemente, sabia a resposta, só não queria terminar o assunto ali.

— Claro que não. — Passou os dedos suavemente sobre a face dele e pode perceber pelo tato que ele arqueou uma sobrancelha. — O que você quer? — Kagome soltou um risinho abaixando as mãos.

— Desculpa, queria brincar com você, mas ainda está zangado, não é? — Quando estava de bom humor normalmente ele conversaria e permitia que ela o afagasse, mas o fato de estar questionando só poderia dizer que continuava zangado. Ia se levantar, mas as mãos na cintura dela se mantiveram firmes. — Vou ter que permanecer assim esta noite com você? — Ele não respondeu, no entanto a apertou. — Entendi. — Ele pegou a mão direita dela e levou até o rosto. Kagome riu diante a ação. — Você quer brincar? — Novamente não respondeu, mas acenou diante a pergunta.

Girou o corpo sem que o enlaço se desfizesse, sentou sobre os joelhos frente a ele e podia até sentir a respiração dele no seu rosto. As mãos dela tocaram seu rosto suavemente o trazendo para si num beijo terno.

O primeiro beijo foi por ter voltado. O segundo foi pelo ciúme com seu jeito de demonstrar que ainda sentia algo por ela. O terceiro foi pela falta que fez na noite passada. O quarto foram pelos dias que não estava. O quinto não foi terno, foi luxurioso até demais para uma sacerdotisa, ela chegou a morder o canto dos lábios dele provocando o inicio da tal brincadeira, enquanto ele jogava a espada de lado e avançava feroz contra ela.

Embora não fosse exatamente uma brincadeira, mas Kagome preferia chamar assim, era tímida demais para dizer que se tratava de algo nada inocente. Tinha vergonha até mesmo de questionarem sobre como andava o relacionamento dos dois a sós. Quando não havia nada era fácil, ela poderia ficar reclamando do fato dele insistir em dormir lá fora, porém desde que cismou que dormiria lá dentro não demorou muito para os dois descobrirem que beijinhos furtados as escondidas não era suficiente.

Numa noite ela estava literalmente brincando com ele, Inuyasha queria o objeto brilhoso e Kagome sabia que se colocasse na mão dele iria quebrar. Então ele ficou tentando tomar dela e ela tentando evitar daquilo chegar nas suas mãos. De repente o meio-yokai que não sabia brincar puxou o hakama dela e a fez cair no chão, ia direto ao objeto brilhoso se no puxão não tivesse quase tirado a parte toda de cima dela. Achou que iria ouvir no mínimo uns quinze comandos, mas Kagome faltava por pouco chorar de tanto rir, ria tanto e tão contente que lhe faltava o ar e nem conseguia perceber que estava com os ombros despidos até as primeiras curvas dos seios.

O objeto redondo e brilhoso escapou das suas mãos ao leva-las a barriga que doía. Inuyasha chegou a acompanhar com os olhos o objeto que rolava para debaixo da mesa. Mas se manteve imóvel ali, sobre ela com os olhos fixos em curvas que já tinha visto, mas sem nenhuma esperança de algum dia lhe tocar. Só que estava ali, diante si, com ela dando a mais vibrante gargalhada que já ouviu. Não recobrava quando foi a última vez que alguém riu tanto ao lado dele, corrigindo, nunca, ninguém fez aquilo, nem sua mãe, as pessoas não ficavam tão alegres com ele por perto... Exceto ela.

Ela, a exceção de tudo.

Inuyasha nem se deu conta do que começou a fazer em seguida. Kagome precisou falar seu nome umas três vezes antes dele abrir os olhos com a língua para fora deslizando pela bochecha dela. Foi instintivo, um hábito da sua espécie de yokai quando se encontravam contentes ao extremo com quem gostavam.

O espanto veio por que isso nunca aconteceu com ele, estar num momento feliz e com alguém que gostava nunca aconteceu antes. Já esteve com Kikyo, mas os momentos não tinham tanta alegria para desencadear algo do gênero, normalmente ficava receoso ou cheio de perguntas sem respostas na cabeça. Já esteve feliz com coisas pequenas que aconteciam, mas não com alguém que gostasse.

Envergonhado se sentou de costas para ela. Kagome estranhou um pouco a atitude dele, mas riu disso também. O abraçou calorosamente de costas e resolveu imitá-lo para que não ficasse tão sem graça. Deslizou a ponta da língua sobre a bochecha dele e deu uma risada sem acreditar que fez aquilo. Meio irritado com a atitude dela ao meio de um riso, virou o rosto e devolveu a lambida bem úmida sobre o rosto. Era para Kagome se zangar, porém ao invés disso gargalhou alto e tornou a imitá-lo.

Inuyasha estava encabulado. Como poderia ela estar tão alegre assim?  Num típico espirito competitivo pensou em acabar com a alegria dela, lambeu sua bochecha, o nariz, o queixo, a orelha e não foi suficiente, ela continuava rindo e parecia estar gostando cada vez mais disso. Mas foi ele tocar a língua no pescoço dela e percebeu o riso cessar e o corpo dela estremecer por completo.

Tinha encontrado. Era ali, bem na curva do pescoço com o ombro. Um sorriso perverso desenhou no rosto dele, agora ela não ria mais, estava constrangida, ele havia vencido a brincadeira. Tornou a pousar a língua ali e esperar ela brigar com ele, mas ela não fez isso. Ao invés disso passou a sentir o odor dela mudar, ficar mais doce e forte.

O hanyou não era tão burro assim. Ele conhecia aquele tipo de aroma, sabia muito bem o que aquilo significava. As pupilas do meio-yokai se dilataram quando respirou fundo inalando o cheiro. Pensou até em recuar, só que a jovem tocou seu rosto com a mão e tornou a imitá-lo. E quem diria? Aquela área também era sensível nele, pois acabou arrepiando dos pés a cabeça.

E foi quando deixou de ser brincadeira para se tornar algo sério.

Mas Kagome ainda insistia em chamar aquilo de brincadeiras e ele tinha que confessar que era menos constrangedor pedir ela para brincar do que irem fazer algo que só o pensamento já o deixava corado.

E chama-la para brincar todas as noites o fazia se sentir menos pervertido do que realmente era, não queria cogitar que estava se tornando um Miroku na vida.

[...]

A luz do sol a acordou. Se levantou bruscamente tendo a vestimenta caindo de seus ombros para o colo com a parte de cima do corpo a vista. A puxou rapidamente até o pescoço olhando para os lados. As brincadeiras geralmente a deixavam zonza e com as pernas doloridas, principalmente por que um meio-yokai não se saciava tão fácil e a brincadeira não se repetia menos de três vezes por noite, quando estava empolgado, então, nem se fala.

E mesmo assim, ele não se cansava. Levantava cedo no dia seguinte e a melhor parte, de ótimo humor. Espreguiçou por alguns instantes, vestiu o hakama sujo, pegou um limpo junto a um sabão.

— Você está limpa... — Murmurou a voz que apareceu de repente quando saiu da cabana. Ela o encarou séria, sabia por que ele dizia aquilo, mas ela não considerava ter o suor lambido como estar limpa.

— Shippo-chan descordaria. — Ele rosnou em resposta. Se ela pudesse entender o quanto se enchia de orgulho cada segundo que passava com o cheiro dele impregnado no seu corpo, não se lavaria nunca. — Foi ao vilarejo? — Perguntou caminhando notando que ele a seguia.

— Sim, a velha Kaede estava me falando desse festival idiota. — Resmungou. — Disse para que eu não o estragasse. — Kagome sorriu.

— Como se você fosse... — Retrucou ela.

— Você não sabe! — Acompanhou os passos ao lado. Kagome tornou a rir.

— Claro que sei! Eu te conheço, vai procurar defeitos no festival, se afastar e de quebra me convencer a ir com você. — Chegou no rio e colocou o hakama limpo numa pedra. — Depois vai me arrastar para a cabana com uma desculpa esfarrapada. — Ele pensava em cada palavra. Realmente tudo parecia ser tão ele que ficou difícil contestar a previsão dela.

— E você vai dizer sim... — Comentou num resmungo. Kagome deu uma risadinha olhando para ele de relance.

— Talvez... — Disse num timbre bem significativo o vendo correr no seu rumo para brincar mais um vez.


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Notas finais do capítulo

Hey! Espero que tenham gostado e ao menos achado 'fofinho', a intenção era para ser essa kkkkk

Deixem reviews se puderem!

Até o próximo OneShot ou talvez uma longfic, o que vier primeiro xD

Bye!



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