Ele era uma pessoa complicada. Muito, aliás.

            Tinha horas que parecia só querer sexo, mas logo vinha com algum carinho. Ele parecia ser tão frio quando o vi pela primeira vez. Porém, quando o conheci mais a fundo, descobri que ele não era tão frio assim. Percebi que ele era uma pessoa gentil, simpática e, apesar de sempre negar, carinhosa.

            Às vezes, não entedia porque continuar assim. Mas, se mudasse não seria ele mesmo.

            Suspirei, olhando para o céu noturno pela varanda do quarto, enquanto esperava ele sair do banho para irmos dormir, já que o relógio marcava quase duas horas da manhã e tínhamos ensaio no dia seguinte. Isso já tinha virado rotina. Chegávamos em casa pelas nove e meia da noite, e só íamos dormir depois da uma da madrugada.

            Perdi a noção do tempo ali, sentindo a brisa fresca em meu rosto, balançando levemente meus cabelos loiros. Eu o amava tanto... Apesar de que ele me fazia algumas coisas que me machucavam, às vezes me ignorando também, sempre tinha o perdão.

            Gostava de vê-lo com ciúmes, de quando ele me agarrava no meio do estúdio, após o ensaio. Porque eu o amava demais, independente de tudo. Podia ser um romance ruim e louco, como todos falavam, mas que ele continuasse até o fim de nossas vidas.

            Me assustei levemente ao sentir dois braços enlaçarem minha cintura, abraçando-me por trás. Sorri doce, me aconchegando no abraço de Byou, deitando minha cabeça em seu ombro.

            - Você demorou, Bi... – comentei baixinho, sentindo o outro dar leves beijos em meu pescoço.

            - Demorei? Eu estou parado te observando tem uns vinte ou trinta minutos – disse entre os beijos.

            - Poxa, obrigado por me deixar aqui, no frio... – ri leve, me virando para fitá-lo – Enquanto você podia estar me aquecendo, hm...

            - Vamos dormir agora e eu te aqueço – sorriu divertido, me guiando até a cama. – Amanhã você briga comigo por isso – riu baixo, se deitando.

            Deitei ao seu lado, me aconchegando nos braços dele. Era momentos como esse que faziam valer a pena cada momento estressante.

            - Se eu lembrar... Eu brigo – sorri divertido.

            - Vou torcer para não lembrar.

            - Bobo.

            Rimos levemente, logo trocando um selinho demorado.

            - Eu te amo, Kazuki... – acariciou meu rosto, dando aquele sorriso que eu tanto gostava.

            - Também te amo – sorri, o fitando.

            Ele colou nossos lábios, dando início a um beijo doce e calmo. Assim que o ar começava a faltar, rompeu o toque. Aconcheguei-me mais em seu abraço, deixando o sono chegar.

            É, no fim, não era um romance tão ruim assim.