Segredos desse amor - Las Amazonas. escrita por Senhora Sandoval


Capítulo 1
Capítulo 1 - Esqueça o passado


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu... Além de postar minhas histórias na Pad, resolvi postar aqui também, espero que gostem e desfrutem. Las quiero!



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Ela olhava todos com atenção, a cabeça de Inês não estava mais naquela reunião, estava no marido. No belo marido que estava bem ao seu lado, ela se mexeu impaciente na cadeira demonstrando seu descontentamento com aquela situação.

Era uma das acionistas majoritárias, por isso tinha que estar ali. Não negava que amava o trabalho, que se dedicava em tempo integral a empresa e ao império da família, mas aquela reunião estava a tirando do sério.

Inês já estava cansada, sentia os olhos pesarem e a cabeça doer. A noite não havia sido nada agradável, novamente havia brigado com o marido, sempre por um mesmo assunto ou até mesmo por uma bobagem, mas como dizem por aí: O casamento é feito de fases.

Ele suspirou tirando a atenção dos sócios e a olhou de relance, amava aquela mulher e como amava. Por um rápido momento se perdeu nos olhos verdes de sua moreninha e soltou um sorriso discreto, mesmo com as brigas, seguiam cúmplices em tudo.

Era um casamento carregado de amor, apesar dos altos e baixos seguiam ali, casados e com dois filhos.

Ela sorriu de volta, não resistia ao sorriso dele, não resistia a um simples olhar. Novamente se mexeu na cadeira inclinando seu corpo para frente e passou seu pé delicadamente na perna do marido, subiu e desceu algumas vezes e o olhou. Ele engoliu a seco e pegou o copo de água, tomou um gole e olhou os homens que falavam. 

Ela estava brincando com fogo, mas queria aquilo, ela queria se queimar!
Quando finalmente ele deu a reunião por encerrada, depois de mais de quatro horas trancafiados ali dentro, ela finalmente soltou um suspiro aliviado e arrumou a saia, sentando melhor na cadeira. Sentiu o olhar dele sobre seu corpo e segurou o riso.

— O que foi? Hum? - aproximou sua cadeira de rodinhas do marido e colocou a mão na perna dele. Ele suspirou.

— Você... Você, Inês! - afrouxou o nó da gravata vermelha que a esposa havia escolhido aquela manhã.

— Eu o que? O que a pobre de mim fez agora? - se fez de desentendida.

— Nem começa com isso, porque você sabe do que estou falando, Huerta! - abaixou o tom de voz um pouco mais e se aproximou dela ao ver os olhos curiosos de alguns sócios. Inês sorriu de canto.

— Eu só queria chamar sua atenção, senhor Santos. - falou sem mais delongas e arrumou sua pasta. - Agora, podemos ir pra casa?

— Inês, chama a minha atenção normalmente, meu amor. - Victoriano suspirou, estava excitado. - Joga até uma bolinha de papel, mas não faz isso comigo e com o Vic Júnior.

— Tudo bem, senhor excitação, eu já entendi. - deu um beijinho na bochecha dele e se ergueu da cadeira. Estendeu a mão em direção um dos sócios e sorriu. - Até mais, senhor Santisteban.

— Até mais, Inês e Victoriano. - beijou delicadamente a mão dela e saiu da sala com os outros sócios.

— Até mais, Inês. - Victoriano imitou a voz do senhor e levantou com uma cara emburrada.

— Ciúmes, meu amor? - se aproximou dele, cheirou o marido e se envolveu nos braços dele em um abraço apertado. - Vic, eu estive pensando em sairmos, só nós dois.

— Sair quando? - guardou os papéis na pasta sem tirar o olhar dela. - Uma viagem, ou um jantar a noite?

— Uma viagem, a última vez que viajamos e tivemos uma lua de mel foi antes da Clarinha nascer, há três anos atrás.

— E foi nessa sua tão sonhada lua de mel que fizemos nossa porquinha. - falou sorrindo. A menina era a devoção dele, o amor da vida de Victoriano.

— Sim, meu amor... - suspirou olhando ele e deu mais um beijinho no marido.

— Você quer passar em algum lugar antes de ir pra casa, ou quer ir direto ver o estrago que a Clarinha causou lá em casa hoje?

— Eu quero ir pra casa, tomar meu banho e dormir, mas você comprou os remédios que te pedi? - se afastou pegando a bolsa e a pasta.

— Seu remédio pra cólica, comprei o da Clara e também seu chocolate e um pote de sorvete com calda de cereja. - ele disse carinhosamente, sabia que quando ela estava naqueles dias precisava de maiores atenções e cuidados.

— Você é o melhor, Vic! - Inês entrelaçou sua mão a dele, e saiu da sala puxando o marido.

(...)

A casa estava em um silêncio total, tudo estava calmo, o que era pra ser normal em qualquer casa, não era naquela.

Marília, a mãe de Inês que era a responsável por sempre ficar com a neta estava louca atrás da menina, correu para um lado, correu para o outro. Revirou todos os cômodos da sala, o corpo já tremia e ela ficava nervosa. Mas tudo parou quando ela ouviu um riso baixo e sapeca.

Ela estava quietinha dentro do armário, não se mexia pra nada, só queria brincar com a avó e aos olhos dela, sim, aquilo era a melhor brincadeira que poderia existir.

Marília se aproximou vagarosamente do armário, se agachou e abriu a portinha, soltando um suspiro aliviado ao ver ela ali.

— Acho eu, vovó! - sorriu sapeca pulando nos braços dela.

— Clara, você quer matar a vovó, meu amor? - sentou no tapete e a beijou com amor.

— Não vovó, mata não, num pode. - mexeu os dedinhos de forma nervosa. - Calinha ama vovó!

— Vovó também te ama, meu amorzinho, mas não faz mais isso. - tocou os fios de cabelos loirinhos que ela tinha.

— Cadê mamãe? Eu tô com fuminha, vovó. - passou a mão na barriga e olhou a avó com olhos pidões.

— A mamãe já tá vindo, mas a sua sopinha já tá pronta, sabia? - levantou com ela nos braços.

— Sabia, maise eu num gosto, tem gosto de pipizinho. - falou colocando o dedo na boca e encostando a cabeça no ombro da avó.

— E você quer o que? Fala pra vovó. - entrou na cozinha e sorriu em direção as cozinheiras.

— Quelo tetinha de mamãe, leite de Calinha tá lá, vovó.

— Meu amor, lembra da nossa conversa? - sentou ela no balcão da cozinha e pegou a mamadeira, sabia que ela não iria tomar a sopa.

— Aham, lembo vovó. - mexeu nos cabelos dela e sorriu.

— Então, vamos falar mais uma vez... - sentou na cadeira e pegou ela a ajeitando em seu colo. - Você é o que?

— Uma mocinha... - puxou a mamadeira de forma agoniada. - Da a eu, dá!

— Calma que eu já vou dar. - agitou o leite e tirou a tampa da mamadeira colocando na boca dela. - E mocinhas não mamam no peito da mamãe, meu amor.

— Então... - sugou a mamadeira pensativa, os olhinhos verdes herdados da mãe foram ao encontro dos olhos da avó. - Sou bebê que plecisa do leite de mamãe pa fica forte.

— Meu Deus... - Marília não segurou o riso e beijou a testa dela. - Toma seu leite, meu amor.

Clara se aninhou mais ao corpo da avó e fechou os olhos sugando o leite com força, balançava o pezinho inquieta, não dormiria até a mãe chegar.

(...)

Inês desceu do carro com a ajuda dele, a cólica doía, incomodava e deixava ela mais branca que o normal. Sabia que seriam pelo menos, dois dias inteiramente de descanso, praticamente.

— Você deveria ir no seu médico, moreninha, isso não é normal, Inês. - entrou na casa.

— Isso é normal, fica calmo que sempre foi assim, meu amor. - ela falou tranquila, o remédio fazia efeito.

— Você tá sentindo falta de alguma coisa? - ele olhou a casa em perfeito estado e se assustou.

— Eu também me assustei quando cheguei, coroas. - Victor se aproximou dos dois e beijou o pai, e depois a mãe.

— Ela já dormiu? Diz que já, filho. - Inês falou cansada e acariciou a face do filho mais velho, era a cópia fiel do marido.

— Para talvez a sua tristeza, ela tá com a vovó na cozinha. - se jogou no sofá, estava suado e sem camisa. Exibia um corpo atlético e um belo tanquinho.

— Eu vou lá atrás dela, você converse com sua mãe que ela tem algo pra lhe falar. - Victoriano Deixou os dois a sós.

— Fala aí, mãe... Qual é o problema da vez?

— O primeiro problema é você estar no meu sofá fedendo a cavalo, Victor! Tira essas patinhas imundas daí, meu filho, pelo amor de Deus!

— Eu tiro, rainha da perfeição... - levantou e sentou no chão. - Pronto, mamãe, fala agora.

— Em segundo lugar, você precisa trabalhar, Victor... Eu não estou te expulsando de casa, nada disso, mas seu pai e eu precisamos de ajuda na empresa. - falou calma e passou a mão nos cabelos do filho.

— Mas é que... Bom, eu pensei que não queriam a minha ajuda, sempre foram o homem e a mulher de ferro, todos respeitam e admiram vocês lá, mãe.

— Mas nós dois precisamos de um tempo, filho, somos casados e isso exige uma necessidade especial de tempo, principalmente para satisfazer os caprichos do mimado do seu pai.

— Então, o problema não é primitivo? É derivado do velho, mãe? - sorriu, amava a ligação que tinha com a mãe e todo aquele contato.

— Sim, seu sapeca é derivado do seu pai, nós não saímos mais desde que a Clara nasceu, meu amor.

— Eu sei disso, também venho notado que você anda bem murcha, dona Inês. - tirou os sapatos da mãe.

— Eu, meu filho? - falou calma e ouviu o grito da filha. - Traz ela, Victoriano! - gritou.

— Sim, mas vai cuidar dela que hoje ela tá virada, mãe... Toma um banho, faz o que tem pra fazer e depois vai no meu quarto. - levantou e beijou a testa dela, sorriu ao ver o pai vindo com a irmã e subiu.

— Mamãe! Mamãe! - se mexia inquieta, amava o pai loucamente, mas o colinho de Inês era algo que ela não conseguia explicar.

— Eu tô aqui, filha, calma! - ela falou paciente e pegou a filha, cheirou os cabelinhos dela e sorriu boba com aquela garotinha.

Clara, diferente do irmão era loirinha, tinha os olhos da mãe e algumas sardas no rosto, tinha um rostinho angelical, mas não parava quieta.

— Sua mãe tá um caco, Inês, ela deixou a dona Marília maluca. - sentou ao lado da esposa segurando o bichinho de pelúcia da filha.

— Clarinha, o que fez com sua avó, sua porquinha? - sentou ela em seu colo e viu a mão da filha invadindo sua blusa. - Nem pensar, nada de peito.

— Mamãe, num fiz nada naum... - falou com uma carinha meiga e afundou o rosto entre os seios dela.

— Inês, seio novamente? Lembra do que falamos, amor? - sussurrava pra ela.

— Eu lembro, mas não dá... Vamos ter que conversar com ela mais uma vez.

— Convesa o que, mamãe? - tirou o seio dela e colocou na boca, sugando calmamente e apertando Inês.

— Victoriano, olha isso... Assim não dá pra negar nada. - passou a mão no rosto dela com cuidado.

— Vai ter que negar, porque ela já tá grandinha, amor. - deixou o ursinho lá e beijou a testa das duas. - Eu vou subindo, quero tirar essa roupa.

— Vai, eu vou daqui a pouco, deixa só ela dormir.

— Tudo bem, te espero lá em cima, não demora... - subiu as escadas.

— Da Oinc, mamãe... Da Oinc a eu. - pediu baixinho, enquanto mamava. Oinc era o porquinho de pelúcia que ela tinha desde que era uma bebê, não largava o bichinho por nada.

— Toma seu Oinc, meu amor... Agora, dorme. - entregou o bichinho a ela, que agarrou prontamente. - Você e seu pai com isso de Oinc.

— Pesente de papai, Oinc foi papai que deu a eu. - estava sonolenta e apertou o bichinho com mais força.

— Foi sim, foi presente do papai. - levantou com ela e sorriu em direção a mãe que saia da cozinha.

Marília sorriu de volta, quando viu que a neta já dormia se aproximou da filha.

— Boa noite, minha menina. - falou carinhosa, Inês era sua menina, a sua única menina, a princesinha da casa. - Eu já vou indo, seu pai deve estar doido atrás de mim.

— Obrigada, mãe... Obrigada também por ter me atendido na madrugada. - se limitou nas palavras e abraçou ela como pode.

— Você só precisa se acalmar, meu amor, já sabe que está segura,  esqueça o passado. - acariciou a face dela com amor. - Eu prometo que nada vai acontecer.

— Eu vou tentar, mamãe, Victoriano eu vamos viajar, eu acho. - ela não escondeu o sorriso.

— Isso vai fazer bem pra você, pra vocês dois... - ouviu o celular e beijou o rosto dela. - Qualquer coisa me ligue, amo você! Amo muito! - abençoou ela e correu ao ouvir a buzina do carro.


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