Flor do deserto escrita por Mrs Sociopath


Capítulo 39
Epílogo




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— Papai! Papai! Não estou com sono!

— Rosie, o papai precisa trabalhar. Daqui a pouco seus tios chegam!

— Conta uma história para mim então!

— Tá certo, só se você prometer ficar quietinha.

— Prometo!

A pequena Rosie pulava em sua cama, enquanto John tentava convencer a pequena a dormir. Ao ter a proposta da história aceita, ela sentou-se na cama, e puxou os lençóis para si. Watson perguntou:

— Que história quer ouvir? Algum livro especial?

— Conte algumas das suas aventuras com o tio Sherlock.

— Querida, você não vai querer ouvir de cadáveres antes de dormir.

— Sim! quero sim! Eles foram decepados?

John riu do entusiasmo da filha. O tio estava a estragando. John então lembrou-se de um fato ocorrido alguns anos atrás. Uma história que mudou seu amigo para sempre, algo que ele nunca ousaria postar no blog, mas levaria por toda sua vida. O semblante do sr Watson caiu, e ele disse para filha:

— Sabe, eu tenho uma história para você.

— Já ouvi essa?

— Não, ela é nova, preste atenção: Era uma vez um rei e uma rainha que viviam em dois castelos separados. Havia uma lenda que corria em todo o reino sobre um tesouro encantado. Esse tesouro, ninguém poderia achá-lo sozinho, mas a lenda dizia que só poderia ser achado por duas pessoas, e as duas pessoas que o achassem, estariam ligadas de uma forma especial para sempre. O rei e a rainha não acreditavam que isso era verdade, se recusando a acreditar na lenda. Mas certo dia, o rei e a rainha saíram de seus palácios e acabaram se encontrando no caminho. Resolveram seguir pela estrada caminhando juntos e conversando sobre seus reinos. Eles estavam tão distraídos com a conversa, que não perceberam que pegaram outro caminho diferente, mas esse caminho os levou para o tesouro encantado da lenda. Ao encontrá-lo os dois ficaram muito felizes pois, aquilo que não acreditavam que existia, viram que era real. Em comemoração, os dois pegaram dois anéis do tesouro e colocaram no dedo um do outro, como uma forma de se lembrar do que acharam. E, como dizia a lenda, os dois a partir daquele momento ficaram ligados para sempre, de uma maneira muito especial, como se o coração dos dois agora fosse um. Mas, em certo dia, um forte inimigo lutou contra o rei e a rainha. A luta foi feia e muito cansativa e, para salvar a vida do rei, a rainha morreu, matando também o poderoso inimigo. O rei ficou muito triste por ter perdido a rainha, e afundou-se em suas tristezas por muito tempo.

— Poxa papai, que triste. Porque a rainha teve que morrer? Ela deveria ser feliz para sempre com o rei.

— É verdade Rosie. Mas na vida real não é assim. Muitas vezes aqueles que amamos morrem.

— Como a mamãe?

Watson olhou triste para a filha, comentando:

— Sim, como a mamãe; mas me deixe continuar, ou você não quer saber como a história termina?

— Sim! Sim! quero sim!

— Certo...bem, o rei não estava sabendo lidar com a tristeza que sentia. Ficou triste por um dia ter achado o tesouro com ela. Resolveu então visitar o lugar onde eles acharam o tesouro. Ao chegar lá, ele lembrou-se de todos os bons momentos que viveu com a rainha, alegrando-se muito nisso e sentindo-se grato por poder ter se ligado à ela, graças a esse tesouro encantado. O rei não poderia levar o tesouro com ele, deveria deixá-lo lá para que outras pessoas também puder se envolver da mesma forma especial que ele se envolveu com a rainha.

— E como o rei ia se lembrar da rainha papai? Ele só lembrou por que viu o tesouro encantado.

— Verdade, mas o rei lembrou-se que carregava em seus dedos parte daquele tesouro.

— Os anéis!

— Isso mesmo. Depois da morte da rainha, o rei guardava os dois anéis no bolso. Ele resolveu então colocá-los num cordão e carregá-lo perto do peito. Então, sempre que ele olhasse para aqueles anéis, que representava o tesouro, ele sempre lembraria de sua amada rainha e todos os bons momentos que passou perto dela. Bom, e esse é o fim da história.

—Gostei papai. Obrigada!

A campainha foi tocada, John gritou do quarto “está aberta”. Os dois visitantes entraram. Molly apareceu na porta do quarto se desculpando pelo atraso e retirando o casaco. Logo em seguida apareceu Sherlock, perguntando se John estava pronto para ir. Ele fez que sim, indo pegar seu casaco, enquanto Molly se sentava na poltrona perto da cama, se preparando para ficar com Rosie aquela noite. “Titio Sherlock!” a menina disse, empolgada, levantando os bracinhos para cima. Sherlock pegou a menina dos braços, dando-lhe um cheiro da bochecha. Ela ainda em seu colo, comentou com o detetive:

— Tio, o papai me contou uma história nova essa noite.

— É? sobre o que foi essa história?

— Sobre um rei e uma rainha e um tesouro encantado.

— Parece interessante. Acho que já ouvi essa história antes.

— Pronto, podemos ir -disse Watson com seu casaco na mão.

Sherlock levou a menina para cama, e disse “Se comporte com sua tia Molly, enquanto eu e seu pai prendemos os bandidos”. Molly olhou para a pequena Watson e comentou com um sorriso “ela sempre se comporta, é um anjinho. Ela adora as histórias de autópsias que conto para ela”. A menina riu para a legista. John chamou Molly para mostrar na dispensa onde estavam as coisas, caso ela ou Rosie tivessem fome. Sherlock a cobriu com o lençol mas, antes de se afastar, a pequenina disse “quero outro abraço!”. Sherlock riu e foi em direção à pequena Watson, se curvando para a pequenina, ao que ela passou os bracinhos em volta do pescoço de Holmes, o abraçando. Com esse movimento uma corrente de prata escapou para fora da camisa do detetive, estando nela pendurada duas alianças de ouro. A pequena Rosie ao ver a corrente pendurada no pescoço do tio com os dois anéis de ouro, lembrou-se da história do seu pai. Ela arregalou os olhos e abriu um largo sorriso, sacudindo as perninhas e levando as duas mãozinhas à boca. Ela comentou baixinho: “Você é o rei…”. Sherlock fez sinal de silêncio e, com um sorriso brincalhão, respondeu baixinho colocando novamente a corrente para dentro de sua camisa “eu não conto a ninguém se você não contar”. A pequena Rosie sorriu empolgada e enrolou-se em seus lençóis. Logo Watson voltou para o quarto com Molly, chamando o detetive para ir, os dois amigos se despediram das duas damas e saíram.

Rosie dormiu depois de um tempo, pondo-se a refletir sobre esse tesouro capaz de modificar corações de reis. Tesouro esse que nem todos acham; mas aqueles que conseguem, tem suas vidas modificadas para sempre.


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Notas finais do capítulo

Bom gente, essa foi a minha fic.
Tenho que admitir que deu um trabalho danado, mas acho que no fim valeu a pena.
Quero agradecer a todos que a acompanharam a história, deixaram seus comentários e favoritaram.
Como escritora de primeira viagem, quero pedir desculpas por qualquer erro ortográfico (meu ano letivo começou e não tive tempo de consultar um beta).
De coração mesmo, espero que vocês tenham gostado, tenham se divertido, se emocionado e chorado.
Bom, até a próxima.
Bjus de sua amiga sociopata altamente funcional.