Gaara Chibi escrita por LaviniaCrist


Capítulo 19
Décimo Nono


Notas iniciais do capítulo

Fim?



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PAÍS DO VENTO, SUNAGAKURE, ESCRITÓRIO DO KAZEKAGE – DIA ESPECIAL – 19:44.

 

O escritório finalmente havia voltado a seu normal. A planta em cima da mesa estava verde e vivida novamente, não havia nenhum sinal de poeira, os amontoados de papéis que se juntaram durante dias já estavam em ordem, custou muitas noites em claro, mas o Kazekage havia posto tudo em seu devido lugar.

Naquele dia em especial, talvez pela falta de trabalho acumulado, Gaara julgou que tinha tido poucas coisas para fazer e que conseguiria chegar mais cedo em casa e finalmente começar a repor o sono perdido.

Engano o dele!

O cansaço havia falado mais alto (gritado) antes que ele conseguisse terminar de rubricar o ultimo documento, fazendo com que ele pegasse no sono ali, sentado, com a caneta que usava ainda sobre o papel, começando a manchá-lo com tinta. Por ele dormir assim, sem dificuldade alguma de se manter na mesma posição como se fosse uma estátua, que Baki quase sempre se assustava ao entrar no escritório, como agora:

— Ga-Gaara? — após bater três vezes na porta e não ter tido respostas, o homem julgou justo que entrasse no escritório — Você só está dormindo? — a pergunta foi mais um pensamento alto do que realmente algo que necessitasse resposta.

Era sempre o mesmo processo: Baki entrava na sala achando que teria acontecido alguma coisa, se deparava com o Kazekage dormindo como se estivesse morto, demorava minutos até ele se certificar de que Gaara estava bem e, por fim, acorda-lo.

— Gaara! — o mais velho falou, deixando cair alguns papéis sobre a mesa para fazer barulho.

— Sim? — agora os olhos verdes e indiferentes encaravam Baki.

E, como sempre, o Kazekage acordava e conseguia agir como se nada tivesse acontecido. Ele não bocejava, não se espreguiçava, como se houvesse apenas fechado os olhos por alguns segundos, parecia que até mesmo que era uma brincadeira de mal gosto onde ele fingia que estava dormindo para deixar o sênior preocupado e depois agir com indiferença.

— Ebizo aceitou o pedido para retomar o lugar de chefe do conselho. — ele aponta para toda a documentação que tornava o pedido e a aceitação oficiais — Isso é tudo. — ele diz sério, se virando para a porta.

— Tenho algo em especial para pedir a você também, mas preciso saber se aceita antes de dar mais informações. — a fala calma e séria indicava que era algo premeditado.

— Seja o que for, se acha que minhas capacidades são as necessárias, eu aceito. — Baki responde, olhando novamente para Gaara.

— Não é uma missão ranqueada, mas tem seus riscos e preciso que cumpra da melhor maneira possível, já que eu mesmo não tenho tempo para lidar com isso... — toda aquela seriedade estava deixando o ambiente pesado.

— Investigar os conselheiros e sobre a tal reforma no País do Vento? — mesmo sabendo que para isso teria que se afastar do conselho, Baki estava disposto em se redimir por não ter descoberto o culpado antes.

— Não, eu deixei que Kankuro cuidasse disso, pretendo dar um cargo novo a ele e este será o teste perfeito para verificar se ele é capaz... — a voz era calma, Gaara tinha os pensamentos imparciais e jamais daria um cargo, nem mesmo para os irmãos, sem julgar que fosse algo justo.

— Seja o que for que eu deva fazer, farei o possível pelo sucesso! — Baki se mantinha sério, se era algo que o Kazekage em pessoa estava disposto a fazer e não era nem mesmo ranqueado, com certeza seria uma missão praticamente suicida.

— Ajude a Temari com o que ela precisar para os preparativos do casamento. — nem mesmo a voz fria de Gaara conseguia deixar aquilo com um aspecto de seriedade.

— Mas...! — ele se cala, não poderia contestar uma vez que já havia aceitado.

— Kankuro e ela iriam discutir o tempo todo, e estas discussões acabariam chegando até a minha sala. — os olhos verdes agora encaravam a janela, como se Gaara conseguisse imaginar a cena naquele momento — Você tem certo grau de familiaridade e sabe lidar com ela...

Apesar de parecer um pedido totalmente pessoal, Baki conseguia entender a preocupação de Gaara em colocar alguém de confiança para ajudar a irmã. Como irmã do Kazekage e guarda-costas do mesmo, ela era conhecida não só em Suna mas em toda a União Shinobi, além disso, ela assumiria o papel de embaixadora em Konohagakure além de começar a fazer parte de um clã prestigiado de lá, os motivos para tentarem um ataque contra Temari eram vários, ainda mais usando-a para atingir Gaara.

— Quando devo começar? — o olhar se mantinha sério.

— Amanhã. — o olhar de Gaara era direcionado para o papel que ele não havia acabado de assinar e agora estava manchado. — Preciso falar com ela antes...

O ruivo solta um suspiro pesado, demoraria mais ainda para refazer aquele documento, tinha que revisar o que Baki havia trago, a conversa com Temari teria que ter uma cuidadosa escolha de palavras, eram coisas demais para fazer e pouco tempo de descanso.

— Se me permite, eu mesmo poderia falar com ela a respeito... — o mais velho conhecia aquele suspiro: era sono. Provavelmente quando ele saísse, Gaara dormiria mais uma vez.

— Obrigado. — ele respondeu sem nem mesmo olha-lo, estava focado em terminar logo tudo aquilo.

— Não é melhor ir para casa antes que algum conselheiro venha ter uma reunião importante? — um sorriso parcial se forma na face de Baki.

O olhar de Gaara agora era uma mistura de dúvida e aflição. Aquelas reuniões tinham ajudado para tirar o sono dele e atrasá-lo ainda mais em deixar tudo em dia, mas faltava tão pouco para finalmente deixar a mesa livre de papéis... Aquela dúvida entre ir para casa e fugir de uma possível reunião e ficar e dar tudo por encerrado só foi interrompida quando ouviram-se batidas na porta.

— Vamos. — a fala saiu séria enquanto Gaara se levantava da cadeira.

— Chegou em uma má hora... — a voz de Baki era calma, enquanto ele olhava um dos conselheiros na porta, Tojuro.

— Má hora? Mas eu preciso falar de um assunto importante, sobre... — ele começava a gesticular — É sobre... Lá fora... — ele é interrompido por um ruivo que estava saindo da sala.

— Estou de saída. Amanhã de manhã terá uma reunião. — foi tudo o que o Kage julgou necessário como explicação.

Antes de Tojuro conseguir falar qualquer coisa, Gaara já havia trancado a porta do escritório e estava andando pelo corredor, sendo acompanhado por Baki. Na visão dele, uma completa falta de respeito por parte do Kazeage.

 

PAÍS DO VENTO, SUNAGAKURE, ÁREA SABAKU – DIA ESPECIAL – 20:11.

 

Ao entrar na sala de jantar, Gaara se depara com os três ninjas de Konoha que ainda estavam em Suna: Mitsashi Tenten, Rock Lee e, quem ele julgava não ser surpresa estar lá, Shikamaru. Estavam os três sentados no sofá, olhando para ele e sorrindo. Era como se para eles fosse uma surpresa ver Gaara na própria casa e não o contrário.

— Algo aconteceu? — apesar do olhar apático, Gaara realmente não queria que algo aborrecesse as visitas.

— Nada. — Shikamaru quem responde, sem olhar diretamente para o cunhado.

— Nada? — o ruivo continuava olhando os três.

— Nada! Não aconteceu nada e nem vai acontecer nada, só estamos aqui por nada, nada nem vai... — Lee é interrompido.

— Nadinha! — depois de interromper o companheiro de time, Tenten dá um sorriso totalmente sem graça.

— Você sabe de alguma coisa, Baki? — os olhos verdes agora encaravam o conselheiro.

— Hoje é um dia especial. — ele se limita a dizer, tentando ignorar aquele olhar acusatório que recebia.

Vendo que não conseguiria mais respostas, Gaara vai em busca dos irmãos. Pensando sobre o dia, todos estavam sorrindo e o cumprimentando mais do que o normal, apesar de ele ter se trancado no escritório desde bem cedo e só saído agora. Kankuro e Temari não tinham ido falar com ele e não estavam ali também...

— Gaara! — Shikamaru quem o chama, estava um tanto sério — Você é o Kazekage e se esquece de coisas triviais como a data de hoje? — a voz arrastada só conseguia dar a impressão de que era algo extremamente obvio.

Aquilo foi o suficiente para prender a atenção de Gaara em uma longa lista, onde ele repassava todos os festivais do ano, as datas comemorativas, festivais em vilas aliadas, datas importantes como de acordos de paz... Datas de aniversário... Era o aniversário de alguém!

— ... Aniversário do Kankuro? — a voz não transmitia tanta certeza, ele realmente estava em dúvida.

— Ainda faltam meses para o aniversário dele... — Baki quem responde, tentando não rir pela confusão do Kage.

— ... Da Temari? — agora Gaara olhava para Shikamaru.

— Errado, o dela já passou... — ele sorri de canto, vendo que a figura perfeita e inatingível que o Kazekage tinha talvez fosse apenas na mente dele, o cunhado mais novo era apenas uma pessoa normal, que até se esquece de datas importantes.

— De algum de vocês? — se o rapaz tivesse sobrancelhas, com certeza, uma delas estaria arqueada agora.

— Não... — a voz arrastada de Shikamaru parecia ter uma pitada de implicância.

— Não! — os outros dois respondem ao mesmo tempo, pareciam segurar as risadas.

— Nem o meu... — Baki se apressa em avisar, notando que Gaara estava começando a ficar incomodado.

— Seja lá o que for, não façam muito barulho... — Ele já se dirigia para a porta enquanto tirava o chapéu de Kage.

Ele realmente havia ficado irritado com aquilo, ainda mais por ter perdido tempo atoa, tempo este em que ele poderia ter aproveitado melhor dormindo. Enquanto Gaara levava uma das mãos até a maçaneta, ele nota a porta ser aberta de uma vez só, com duas figuras muito conhecidas entrando ao mesmo tempo.

— Feliz aniversário, irmãozinho! — Kankuro sorria, bagunçando os cabelos vermelhos.

— Parabéns! — Temari dizia sorrindo, o abraçando.

Em tempos passados, essa aproximação repentina teria como resultado os dois machucados agora. Entretanto, Gaara não era mais aquele monstro que todos tinham medo de se aproximar, apesar de em horas como essa, ele realmente não gostar de tanta aproximação assim.

— Não vai dar nem um sorriso? — a voz de Temari era animada, enquanto ela apertava uma das bochechas coradas do irmão mais novo.

— Não! — ele parecia irritado.

— Assim vai parecer que não está feliz, jaan... — o olhar de Kankuro era um tanto surpreso.

— E não estou! — Gaara realmente estava irritado. — Não tem o que comemorar hoje!

— Mas é seu aniversário... — Lee fala com sua voz de surpresa, vendo o ruivo se afastar dos irmãos.

— Por isso mesmo.  — em alguns segundos, Gaara havia ficado de péssimo humor, parecia até mesmo estar com raiva de algo.

— Mas é o dia em que você nasceu... — a Mitsashi não estava entendendo absolutamente nada, era a primeira vez que via alguém ficar irritado por fazer aniversário.

— Você estava bem até perceber que dia é hoje, o que tem de tão errado assim em ser o seu aniversário? — a voz de Shikamaru estava séria, ele havia notado como Temari e Kankuro estavam quietos agora.

— Não é só meu aniversário. — a voz de Gaara era séria, enquanto ele olhava para o cunhado.

— Achei que já tivesse superado isso... — Baki suspira.

— Não se trata de superar nada, não é um dia para celebrar algo, apenas de lamentar! — apesar das palavras irritadas, o olhar do mais novo parecia triste.

— Como pode falar algo assim!? — a voz irritada de Temari chamou a atenção de todos, ainda mais por agora ela estar segurando nos ombros de Gaara — Não somos só nós que decidimos festejar este dia! Todos se esforçaram muito para não te atrapalhar hoje para que pudesse se divertir agora!

— Você não notou porque ficou escondido no escritório desde que voltou ao normal, você só vem de lá para dormir, nem repara em nada a não ser trabalho, jaan. — Kankuro também estava sério, encarando o irmão.

— Todos de Suna se esforçaram como se fosse ter outro festival aqui, estão todos tão alegres... — a voz de Tenten era desanimada.

— É tão errado assim ficarem felizes por você? — Lee também parecia desanimado.

—  Eu não tenho o direito de ficar feliz hoje... — agora a voz não era irritada, era apenas ressentida e triste.

— E por que não? — Shikamaru olhava para a cena um tanto surpreso, primeiro Gaara estava indiferente, segundos depois irritado e agora parecia até mesmo que alguém havia morrido.

— Porque por minha culpa a mam... — ele é interrompido.

— Nem pense em acabar de falar esta frase! — dessa vez Kankuro quem chamou a atenção dele — Podemos até ficar tristes porque a mamãe morreu, mas não estamos triste por você ter nascido, jaan! — o irmão mais velho balançava o caçula, segurando nos ombros dele. — Qual o seu problema!?

— Como pode achar que colocamos a culpa disso em você!? — Temari faz com que Kankuro pare.

— É realmente uma pena que a Senhora Kurara não esteja aqui... — a voz calma de Baki roubou a atenção do ruivo — Porque acredito que ela iria tentar mostrar a mesma coisa que seus irmãos. — ele caminha até uma das janelas — Todos os moradores decoraram Suna, se desdobraram para deixar tudo em ordem, você, como Kazekage, deveria ao menos prestigiar os esforços deles... Eles querem comemorar o seu aniversário...

Os olhos verdes pareciam confusos agora, por um lado ele queria se sentir tão feliz quanto todos queriam que ele estivesse, por outro, sentia culpa por nunca ter chego a conhecer a própria mãe que tanto amava. Aqueles pensamentos continuaram como se o prendesse em um transe, fazendo com que ele só acordasse quando os irmãos começaram a levar ele para fora.

— Temari... Kankuro... — ele não sabia ao certo por que estava deixando que os dois o arrastassem para fora, mas sabia que os irmãos só queriam o melhor para ele — me perdoam por não estar feliz?

— Só se ficar feliz, jaan. — Kankuro ri.

— Mas tem que ficar feliz de verdade. — Temari sorria.

— Eu não vou conseguir ficar feliz hoje, eu nem sei como pude esquecer um dia assim e... — ele para de falar quando finalmente chegam do lado de fora.

 

PAÍS DO VENTO, SUNAGAKURE, RUA PRINCIPAL – DIA ESPECIAL – 20:18.

 

Apesar de tantas pessoas na rua, o silencio era absoluto.

O vento frio balançava com delicadeza todas as luzes penduradas, não eram as mesmas do festival, estas eram em tons de azul claro e se misturavam com o brilho das estrelas no céu. Haviam mesas enormes com toalhas em tons esverdeados, comida farta e delicados arranjos com flores brancas decorando tudo. Havia também uma mesa separada, provavelmente para Gaara e os mais próximos dele, como os irmãos e os amigos que estavam ali. Ela era decorada como as outras e ficava no meio. Tudo parecia ainda mais bonito e alegre do que para o festival de dias atrás.

— Isso tudo é só por mim? — apesar de sentir o carinho de todos no festival, Gaara entendia como se aquilo fosse para o Kazekage, o líder de Sunagakure, mas agora era diferente: era uma festa só para o Gaara.

— Ainda tem dúvidas? — a voz arrastada era de Shikamaru, enquanto o moreno se aproximava deles.

— Todos se organizaram sozinhos, apesar de um pedido formal ter passado pela sua mesa, por sorte, você não deve ter notado a data e nem o motivo da comemoração — Baki sorri.

— Ainda acha que hoje é um dia tão ruim assim? — Lee pergunta, dando um sorriso brilhante.

— O esforço de todos não foi em vão, não é? — a Mitsashi sorria e esperava qualquer tipo de resposta de Gaara.

— O-Obrigado... — a voz baixa era quase um sussurro, enquanto ele ainda mantinha os olhos vidrados em tudo aquilo.

Aquela pequena palavra foi o suficiente para que todas aquelas pessoas começassem a vibrar de alegria por terem agradado Gaara. Ninguém ali, nem por um estante, ousou sentir algo pelo ruivo além de coisas boas como carinho e admiração.

— Ainda acha que culpamos você, irmãozinho? — o irmão pergunta baixo, agora apoiando uma das mãos nos cabelos vermelhos.

— Nós amamos você, a mamãe também amava você, todos em Suna amam você, praticamente... — a loira sorri, com uma das mãos no ombro do caçula.

— Obrigado! — os olhos verdes brilhavam novamente, como se fosse uma criança, enquanto ele sorria.

A comemoração durou por horas e horas, pessoas dançaram e fizeram números para tentar prender a atenção de Gaara, o banquete estava magnifico, até mesmo alguns conselheiros haviam comparecido e se divertiram também. Foi uma festa feliz e animada, pelo menos, assim que Gaara descreveria ela.

Uma das poucas coisas que o ruivo se lembrava antes de ser vencido pelo cansaço era de uma dança com leques que Matsuri e Yukata estavam fazendo, algo parecia ter saído do controle, os leques caíram no chão e uma acabou se batendo contra a outra, fazendo com que a maioria dos moradores rissem, pensando ter sido algo intencional. Até mesmo Gaara deu uma risada, discreta o suficiente para ninguém notar, antes de pegar no sono.

Ele havia sido acordado por Lee quando os moradores já estavam acabando de arrumar tudo, afinal de contas, no dia seguinte todos deveriam trabalhar normalmente, o que seria difícil. Temari e Kankuro haviam feito uma “competição” para ver quem conseguia beber mais, quem ganhou foi Baki, que agora dormia com uma das toalhas da mesa tampando o rosto.

 

PAÍS DO VENTO, SUNAGAKURE, ÁREA SABAKU – DIA SEGUINTE – 02:17.

 

Estavam todos na sala de jantar novamente, Gaara estava tentando se manter sério, imaginando Ryusa e Sajo ajudando Baki a voltar para casa, com uma toalha de mesa amarrada no rosto. Shikamaru estava com a noiva no colo, Temari não queria pôr os pés no chão de jeito nenhum. Kankuro havia ido apoiado em Lee, a todo momento ameaçando o “grilo gigante” caso tentasse fazer algo consigo e também ameaçando o cunhado, caso fizesse algo com Temari. Por fim, Tenten levava um pergaminho com vários presentes que Gaara recebeu, a maioria eram cartões simples com mensagens, mas devido ao volume ela achou mais prático guardar tudo.

— Acho melhor você ir dormir, Temari... — Shikamaru boceja após a fala arrastada, ele estava cansado.

— Me leva pra cama? — ela se abraça mais ao noivo, rindo, claramente a escolha de palavras com duplo sentido foi proposital.

— Nem pensar! — Kankuro aponta para os dois — Eu levo a minha irmãzinha linda, jaan... — a bebida pelo jeito o deixava mais carinhoso e bastante tonto, já que o dedo indicador ficava de um lado para outro, como se ele visse duas imagens ao mesmo tempo.

— Você vai acabar caindo se tentar levar ela... — o moreno suspira, tinha sido isso há pelo menos uma hora.

— Gaara, manda ele entregar a minha irmã! — Kankuro resmunga.

— Você também deveria ir para a cama, o Lee pode ir com você... — a voz de Gaara era calma, pelo visto ele não tinha notado o sentido ambíguo da fala da irmã e nem nas próprias palavras.

— Nem pensar! — o irmão mais velho se joga no sofá. — Só se eu for com a Tenten, jaan...

— Tenten? — Lee fala surpreso, olhando para a morena.

— Eu achava que ele gostava de você... — ela fala em defesa própria para o companheiro de time. — Tenho que tirar os presentes do pergaminho! — Ela se afasta deles, desenrolando um dos pergaminhos e tentando não rir por ter pensado aquilo de Kankuro todo esse tempo.

— Ah! — os olhos de Lee agora brilhavam enquanto ele tirava algo do bolço do colete — Eu tenho uma coisa para você, Gaara!

— Para mim? — o ruivo olha-o um tanto surpreso e curioso.

— Esta é a melhor roupa possível para treinamentos e... — antes de continuar a explicar as maravilhas da sua incrível roupa verde, Lee é acertado por um dos pergaminhos da amiga.

— NÃO SE DÁ ESSA COISA NEM PARA UM INIMIGO! — ela fala brava enquanto arrastava o amigo para se afastar deles também, antes que fizesse algo idiota com aquela roupa verde.

— Eu vou dar o melhor presente para ele! Eu vou fazer do Gaara um tio! — Temari fala sem nem se importar com o futuro marido completamente vermelho segurando ela. — O que acha, irmãozinho? — ela solta uma risada.

— Temari! — Shikamaru tenta repreender.

— E-Eu... — pela primeira vez, Gaara estava pensando realmente sobre o casamento dos dois, eles começariam a própria família e...

— Eu consigo dar uma ainda melhor! Eu vou fazer do Gaara um pai, jaan! — Kankuro encara o irmão mais novo, ficando de pé no sofá — Ei, Gaara! Você quer menino ou menina!? — ele realmente parecia feliz com a escolha do presente.

— Eu quero que seja a bebida falando por você... — o ruivo olha-o sério.

— Então eu posso... — Lee é interrompido.

— Quieto! — a Mitsashi o acerta com uma cotovelada — E você não pode dar um filho para o seu irmão! — ela fala irritada para Kankuro.

— Eu posso sim! — ele responde irritado.

— Não, não pode... — Shikamaru suspira.

— Eu vou ir dormir. — o ruivo fala dando um suspiro pesado.

Se continuasse ali, provavelmente iria pegar no sono do jeito em que estava, então ele deixou os outros discutindo sobre presentes e foi para o seu quarto, praticamente se jogando na cama e notando que o barulho não estava mais lá. “Este é um ótimo presente...”, ele pensou, se aconchegando melhor no meio dos travesseiros e pronto para ter uma noite de sono tão feliz quanto foi a noite do seu aniversário.


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Notas finais do capítulo

Estou admitindo que esta história se passe pouco antes do Gaara fazer 19 anos. Para quem chegou até aqui, vai entender o título do capítulo.
Nos dias 20 e 21 pretendo colocar dois capítulos extras.
Espero que tenham gostado!
Sugestões, dicas, críticas e observações são muito bem-vindas.



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