Butterflies escrita por KL


Capítulo 1
Capitulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!

Eu devo admitir que estou um pouco nervosa, faz uns 84 anos que eu não escrevo nada fora de ShikaTema e, mesmo tendo o Shikadai como um dos personagens principais, ainda assim é fora do que eu estou acostumada a escrever hauhauhau'

Mas, minha queriada amiga Kelly pediu uma fics sobre o primeiro encontro do Shikadai de presente de aniversário, e eu não podia deixar de atende-la ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/749280/chapter/1

Chegar à conclusão que a garota que você gosta não te leva a sério é.... Problemático.

Foi com esse pensamento que Shikadai suspirou e tomou o rumo de sua casa, se sentindo derrotado.

Ele tinha finalmente conseguido tomar a coragem necessária para chamar Sarutobi Mirai para sair. Durante três anos tinha nutrido seu sentimento em silêncio, sabendo que a garota era algo perto do inalcançável: Quatro anos mais velha, guarda-costas do sexto Hokage e a protegida do seu pai. Tinham sido criados juntos, algo como primos. Ela o via como seu pequeno irmãozinho. Até os onze anos, ele próprio a chamava por “nee-chan”.

Mas Shikadai achou que agora que era um chuunin e estava perto de fazer dezesseis anos, ela pudesse o enxergar como algo mais do que o pequeno filho do Shikamaru-sensei. Seu melhor amigo, Boruto, única pessoa que ele tinha falado sobre aquela paixão, havia lhe desaconselhado, dizendo que ele estava confundindo as coisas, mas Shikadai não sabia como isso poderia ser possível! Enquanto ele via seus amigos começarem a se interessar por pessoas e sair, ele não achava graça em mais ninguém. Suas bochechas coravam, seu estômago parecia ter borboletas e ele se sentia meio bobo tão e apenas somente perto de Mirai. Quando ela apareceu com um namorado, um tal de Takada, um chuunin dali da folha mesmo, ele o odiou quando todo mundo, até sua mãe que não gostava fácil das pessoas, gostou do garoto. Para sua felicidade, e egoísmo, ele bem sabia, o namoro terminou menos de um ano depois e Mirai nunca mais apareceu com alguém.        

E ao chamar a garota para sair, próximo ao parquinho do centro da vila, gaguejando e sentindo que suas pernas viraram gelatina, ela tinha rido dele! Rido!

“Dai-chan, você quer um encontro comigo com que finalidade?”

Ele gaguejou mais ainda naquele momento e ela riu mais um pouco. Shikadai quis sair correndo, mas suas pernas não estavam cooperando. Ela o tirou de sua vergonha, ainda um tanto risonha, e passou a mão em seus cabelos como fazia quando ele era um garotinho.

“Certo, certo... Você passa lá em casa às 18h... Você tem horas pra chegar em casa?” ele gemeu uma negativa e ela riu de novo “Então às 19h., combinado?”

E como percebemos, ele não se sentiu feliz com a resposta positiva de Mirai. Ela simplesmente não o estava levando a sério!

E então, como que só naquele momento ele tivesse tomado ciência que Mirai tinha dado uma resposta positiva, ele estacou. Seus olhos se arregalaram e seu estômago se agitou terrivelmente. Ele não tinha pensado o que fazer depois do pedido! Ele não tinha a mínima ideia de onde a levaria, nem o que faria para ela entender que o que sentia não era apenas uma coisa de criança. Engoliu em seco, sua mente genial começou a trabalhar, mas, de repente, ela não pareceu servir para muita coisa, parecendo ter uma névoa que a obscurecia.

— Hey, Shikadai... — escutou uma voz conhecida e arrastada o chamar e se virou com pressa, quase dando de cara com o tronco de seu pai — Calma, garoto!

— Desculpe, velho... — ele murmurou, passando a mão atrás do pescoço.

Shikamaru o fitou com uma sobrancelha arqueada.

— O que há com você? — ele perguntou — Por que está parado aí a meio caminho para casa?

Shikadai desviou os olhos arregalados do rosto de seu pai, o nervosismo o pegando mais forte. Se perguntou o que Shikamaru diria se soubesse o que tinha acabado de fazer e se pegou com o pensamento estranho que, apesar dele ser seu pai, era também como um pai para Mirai.

— Eu... Eu... — ele gaguejou se sentindo perdido — Eu chamei uma garota para sair.

Ele não viu Shikamaru levantar as duas sobrancelhas em surpresa num primeiro momento, mas o silêncio de seu pai o fez finalmente olhá-lo.

— Que problemático... — Shikamaru enfim resmungou e Shikadai o olhou com uma careta de pânico. Seu pai levou a mão até o rosto e apertou a ponta do nariz. — Certo... É que... Bem... Eu e sua mãe achamos que você fosse gay, filho... — Shikadai arregalou os olhos novamente — Já tínhamos até um discurso de aceitação a respeito quando você resolvesse contar... Céus, eu não sei como agir com isso.

— Vocês...  O que? — Shikadai perguntou espantado.

Shikamaru suspirou.

— Você nunca se mostrou interessado por nenhuma garota. — Shikamaru se explicou, indicando para continuarem andando, a casa deles estava a não mais que um quarteirão — Eu e sua mãe só deduzimos que você... Bem, que você estava com vergonha ou medo de contar.

Shikadai continuou sem conseguir processar aquilo, mas começou a andar ao lado de seu pai. Chegaram em casa ainda em silêncio, retiraram os sapatos na entrada e Shikamaru o guiou até a sala, onde o fez sentar de frente para si. Não se preocuparam em anunciar sua chegada, Temari estava em Suna fazia alguns dias.

— Certo... — Shikamaru começou ao ver o desconforto do filho a sua frente — Ela aceitou?

— Sim. — Shikadai respondeu depois de um suspiro. Ele não se sentia nem um pouco seguro que o melhor era conversar com seu pai sobre isso, ao mesmo tempo que sentia que era tudo que ele precisava.

— E quem é ela? — Shikamaru continuou com sua sondagem, genuinamente curioso.

— Podemos pular essa parte? — Shikadai engoliu em seco, voltando os pensamentos para a parte problemática de ter chamado Mirai para sair.

— Shikadai... — Shikamaru começou, parecendo escolher as palavras — Pelo que eu pude perceber, você não tem ideia do que fazer agora. Eu quero... Te ajudar.

— Eu sei. — Shikadai soltou em um lamento — Mas é vergonhoso.

Shikamaru riu.

— Não precisa ter vergonha, filho. — Shikamaru disse — Todo mundo passa por isso... E, veja: Você tem alguém com quem conversar a respeito pelo menos.

Shikadai olhou para seu pai.

— Quando você teve seu primeiro encontro o vovô já...? — ele perguntou.

— Sim. — Shikamaru suspirou.

— Foi com a mamãe, então pai? — ele perguntou, surpreso — Seu primeiro encontro?

— Foi. — Shikamaru riu da surpresa do filho — Você tem que entender que as coisas eram diferentes, Shikadai. Minha geração cresceu em uma época de tensões políticas e a sombra da última guerra ainda em cima de nós antes que nós mesmo tivéssemos que enfrentar uma. Você, com quinze anos, está querendo sair, se interessando por garotas, e jogar videogame, apesar de ter responsabilidades. Sua mãe e eu, na sua idade, tínhamos outras preocupações que não romance, envolvendo a segurança de nossas vilas e de nossos entes queridos. Então, quando tudo se acalmou e nós finalmente tivemos tempo para isso... Bem, foi problemático.

Shikadai riu.

— Como foi que você soube que gostava da minha mãe? — ele perguntou curioso.

Shikamaru sorriu.

— Ela era mandona, agressiva e me dava medo. — ele disse — E tinha um sorriso que me deixava de pernas bambas.

Shikadai começou a sentir o nervosismo se esvair. Era fácil conversar com seu pai e escutar sobre como ele e sua mãe começaram a namorar.

— Mamãe é problemática. — ele disse.

Shikamaru riu.

— Eu também achava... — ele disse — E seu avô achava o mesmo de sua avó... Mas faz parte.

Shikadai riu um pouco, acompanhado de Shikamaru. Eles ficaram alguns segundos em silêncio até que Shikadai resolveu perguntar:

— Como foi seu primeiro encontro? — Shikamaru fez uma careta e Shikadai a refletiu em sua expressão — Tão ruim assim?

— Eu estava tão nervoso que sua mãe teve que me dar um sermão. — ele respondeu e Shikadai levantou as duas sobrancelhas — Ela disse que iria embora se eu continuasse agindo como um idiota e, bem, eu percebi que só precisava ser eu mesmo. Sua mãe não teria aceitado sair comigo se ela não gostasse do que eu era. Depois disso as coisas correram até bem.

Shikadai suspirou.

— Não é meu caso então, pai. — ele disse.

— Por que não? — Shikamaru perguntou franzindo o cenho.

— Ela é mais velha. — Shikadai respondeu o vinco na testa de Shikamaru se tornou mais profundo — Quatro anos. — Shikadai achou melhor completar.

— Apenas um ano a mais que a diferença entre eu e sua mãe. — Shikamaru observou.

— Mas ela não me leva a sério, pai! — Shikadai exclamou.

A expressão de Shikamaru se tornou mais confusa.

— Está querendo dizer que ela te vê como uma criança? — ele perguntou.

— Sim. — Shikadai respondeu.

Shikamaru se calou por um momento, talvez tentando achar uma solução para ajudar o filho.

— Você... Gosta dela, Shikadai?

Shikadai corou, olhando para as próprias mãos.

— Sim. — ele respondeu — Faz um tempo já.

— Então só seja você mesmo. — Shikamaru deu de ombro — Não tem outra forma de fazê-la ver que pode gostar de você também. Você pode ser jovem ainda, mas não o vejo como uma criança há algum tempo. Você é uma pessoa madura e responsável, mesmo que a preguiça seja sua principal inimiga — Shikadai sentiu um sorrisinho brotar e murmurou que a de seu pai também, fazendo Shikamaru rir — É, eu sei.

— Obrigada, pai. — Shikadai disse, sentindo-se mais confiante.

Ser ele mesmo era uma coisa que ele com certeza podia fazer.

— De nada, filho. — Shikamaru respondeu, mudando de posição. — Você não vai mesmo contar para seu velho quem é ela? — Shikadai arregalou os olhos e Shikamaru riu — Certo, certo. Vou esperar para saber.

Ele se levantou e passou por Shikadai, bagunçando o cabelo do filho no caminho. Shikadai nem mesmo reclamou, suspirando aliviado que Shikamaru não iria insistir na questão.

OoOoOoOoOoOoOoOo

Avisou para seu pai que estava saindo e rumou para a casa de Mirai, que ficava a alguns minutos de caminhada do bairro do clã Nara. Ele tinha decidido por seguir o conselho de Shikamaru e ser ele mesmo, mas isso não tinha servido para deixá-lo menos nervoso. Escondeu as mãos trêmulas nos bolsos da calça jeans enquanto caminhava, sentindo o suor frio descer pelo seu pescoço.

Ao chegar próximo a casinha amarela onde Mirai morava com sua mãe, ele pode notar a garota encostada no portãozinho. Ela não estava muito diferente do que ele costumava ver quando ela ia em sua casa em suas folgas, vestindo uma calça escura e uma blusinha azul, os cabelos curtos um pouco bagunçados como sempre estavam, mas mesmo assim Shikadai sentiu as famigeradas borboletas em seu estômago e travou por alguns segundos antes de se repreender em pensamentos e voltar a andar.

Mirai o avistou quando ele já estava próximo e acenou para ele. Novamente, seu estômago se agitou e ele acenou de volta, engolindo em seco.

— Boa noite, Dai-chan. — ela disse quando enfim ele estava próximo.

— Boa noite. — ele respondeu com uma careta. — Será que você podia parar de me chamar assim?

Mirai o olhou surpresa por um momento, mas depois levou a mão até a boca, contendo uma risada.

— Tudo bem. — ela respondeu.

Ele a encarou por um momento, esperando que ela fosse dizer mais alguma coisa, mas Mirai não disse, o fitando com aqueles olhos escarlates e brilhantes que faziam suas pernas tremerem.

— Então... — ela começou — Onde vamos?

— Onde você quer ir? — ele perguntou de imediato. Ele até tinha um roteiro em mente, mas preferia saber o que ela tinha em mente antes.

Mirai acenou com a cabeça para que começassem a andar em direção ao centro da vila e Shikadai concordou.

— Eu pensei em irmos no Fliperama. — ela respondeu, olhando para ele enquanto andavam lado a lado — Faz algum tempo que eu não vou naquele lugar.

Shikadai olhou-a com uma sobrancelha arqueada.

— Você quer ir no Fliperama? — ele repetiu.

— Sim. — ela respondeu — Sei que você gosta de jogos.

Ele suspirou, concordando com um aceno de cabeça. Definitivamente, Mirai não estava levando aquele encontro a sério.

OoOoOoOoOoOoOoOo

O pensamento que Mirai estava tratando aquele encontro como uma saída com o irmãozinho mais novo fez Shikadai ficar um tanto mal-humorado, mas nem por isso Mirai deixou de falar com ele por todo o caminho até o centro da vila. Adentraram o estabelecimento de jogos e compraram suas fichas, Shikadai insistiu em pagar, mas Mirai não quis saber e pagou metade mesmo assim.

Mirai o puxou pela mão direto para um jogo de realidade virtual que simulava um mundo pré-histórico. Shikadai corou com o contato da mão da garota com a sua e gaguejou quando ela perguntou porque ele estava tão vermelho, rindo logo em seguida. Shikadai emburrou novamente, mas assim que entraram no carrinho do jogo e colocaram os óculos que simularia a realidade, ele esqueceu um pouco que estava chateado.

Depois de jogarem um jogo de luta, um de bola e Mirai o desafiar num jogo de estratégia e perder miseravelmente, Shikadai já não se sentia tão subestimado. Ele percebeu que Mirai estava se divertindo e que ele próprio também estava conforme as fichas iam se esgotando. Pegaram carrinhos diferentes em uma pista de carrinho de bate-bate, que era a novidade da vez do Fliperama, e passaram alguns minutos se perseguindo e se batendo, gargalhado alto toda vez que pegavam um ao outro de surpresa. Quando tinham fichas apenas para mais uma atração, Shikadai nem mesmo havia notado quanto tempo já havia passado.

— O que você quer fazer? — ela perguntou, ambos olhavam em volta.

— Não sei... — Shikadai respondeu, sentindo-se mais relaxado com toda a situação, mesmo que a sua ideia de encontro romântico tivesse ido para o ralo.

— Oh! — Mirai exclamou e Shikadai olhou para direção que ela apontava — Reformaram a máquina de Just Dance!

Shikadai levantou as duas sobrancelhas e gaguejou:

— Eu-eu não sei dançar, Mirai!

Mirai riu.

— Oras, Shikadai-kun! — ela exclamou e as borboletas no estômago de Shikadai se agitaram, o fazendo corar pela forma como ela o estava chamando — Você é um gênio como seu pai, aprende rápido! Vamos!

Mirai segurou seu braço e o puxou enquanto ele gaguejava negativas. Ele ainda tentou convencê-la a desistir da ideia na pequena fila, mas ela estava irredutível. Seu pai tinha razão: Ser problemática era parte das mulheres que os Naras gostavam.

Quando chegou a vez deles, Mirai exclamou alto em contentamento e ele sorriu, bobo. Subiram nas duas plataformas e Mirai escolheu uma música que ele tinha escutado algumas vezes quando estava na casa da Chouchou e o jogo começou.

Shikadai tentava acompanhar o ritmo da música com os pés, mas de repente ele sentiu como se tivesse dois pés esquerdos. Era de se esperar que um ninja conseguisse seguir simples instruções de onde pisar, mas não era o caso e, a cada nova sequência de movimentos, Shikadai se sentia um pouco mais perdido. E tudo só piorou quando ele resolveu espiar pelo canto dos olhos como Mirai estava indo e ele a encontrou pulando e risonha, balançando os quadris e com os braços para o alto. Naquele momento, ele desistiu do jogo e começou a movimentar os pés de qualquer forma, apenas para poder se focar na forma como Mirai balançava e dançava com a música animada.

Quando a música terminou, sua vergonhosa derrota foi estampada em forma de números no painel e ele e Mirai desceram das plataformas.

— Ora, ora! — ela exclamou, esbarrando de leve o ombro no dele, os dois tinham a mesma altura, Shikadai não sabia dizer se Mirai já havia percebido isso. — Pelo menos em alguma coisa eu ganhei de você.

Ele riu, um pouco envergonhado, e coçou a nuca.

— Não se pode ganhar todas. — disse, mas não estava chateado por ter perdido. Ver Mirai dançando com certeza compensava qualquer derrota. — Quer comer alguma coisa?

— Soube que abriram uma lanchonete nos fundos. — ela comentou.

— Sim. — Shikadai respondeu — Os lanches são gostosos e o milk-shake não é doce demais.

— Você não gosta muito de doces, não é? — ela questionou enquanto caminhavam até o fundo do prédio, onde já podiam ver mesinhas distribuídas com alguns adolescentes e até mesmo uma ou duas famílias comendo.

— Não muito... Mas você também não gosta. — Shikadai observou olhando-a — Você gosta de chocolate meio amargo.

— Olha, você sabe é? — ela perguntou com um sorrisinho — Anda me observando?

Shikadai corou com a pergunta, arregalando os olhos de leve e desviando o olhar.

— Mirai, não faz as coisas ficarem tão problemáticas! — ele pediu.

— Shikadai-kun, você me chamou para um encontro e não quer conversar sobre isso? — ela resmungou, parecendo indignada, mas para Shikadai parecia que ela estava tirando barato da cara dele.

— Escolhe uma mesa. — ele disse, acelerando um pouco o passo e passando por ela — Eu vou comprar nossos lanches.

Mas Mirai era mesmo problemática e o acompanhou, não o deixando pagar novamente.

Sentara-se em uma mesinha um pouco mais afastada com as bandejas com os respectivos lanches e milk-shakes. Shikadai se permitiu ficar calado, sabendo que, apesar de ter sido divertido passar aquele tempo com Mirai, ela ainda assim não estava o levando a sério.

— Temos tickets o suficiente para algum prêmio? — Mirai perguntou depois de terminar de comer, dando os últimos goles no seu milk-shake.

Shikadai largou seu copo de plástico em cima da mesinha e esvaziou os bolsos.

— Acho que deve dar para alguma coisa... — ele disse, revirando os bolsos mais uma vez para ver se não havia sobrado nenhum.

— Vamos lá ver. — ela deu de ombro, juntando os tickets em um montinho e levantando.

Shikadai pegou as duas bandejas e levou até a área destinada. Mirai o esperou para seguirem até o balcão de prêmios, onde começaram a olhar pelo valor do que tinham em tickets, percebendo que divido por dois, não daria muita coisa.

— Escolhe algo pra você. — Shikadai sugeriu depois que chegaram à conclusão que para pegar um prêmio para cada um sairiam com no máximo um chaveiro cada.

— Não é justo. — ela disse — Você também pagou e jogou.

— Eu sei. — ele respondeu, corando — Mas você não me deixou nem mesmo eu pagar seu milk-shake. Deixa pelo menos eu deixar o prêmio pra você, que problemático!

Ela riu.

— Tudo bem. — respondeu e cruzou os braços, olhando pensativa para os brinquedos, bichinhos de pelúcia e quinquilharias, levou um dedo ao queixo — Hum...

Shikadai apensas a observou enquanto ela se entretinha com a tarefa de escolher seu prêmio, se sentindo de novo um tanto bobo. Ele suspirou, aproveitando que ela não prestava atenção nele, achando que mesmo tendo se divertido muito, aquele encontro não servira de muita coisa para mostrar para Mirai que ele não era mais um garotinho.

— Já sei! — ela exclamou de repente, o tirando de seus pensamentos. Mirai se adiantou, indo falar com o homem que conferia os tickets e entregava os prêmios — Eu quero aquele ali, moço, o número 23.

Shikadai esperou curioso enquanto o homem ia buscar o que Mirai escolheu. Ele se aproximou também, a tempo de vê-la receber do homem um pequeno cervo de pelúcia.

— O que...? — ele perguntou, levantando as sobrancelhas enquanto Mirai abraçava o bichinho.

— Veja só: É um cervinho! Não é fofo?! — ela exclamou, contente — E eu vou chamá-lo de Dai-chan, já que você não me deixa mais te chamar assim.

Shikadai sentiu seu rosto esquentar por demais, sabendo que deveria ter adquirido uma coloração próxima ao cabelo de seu tio Gaara. Ele tentou gaguejar uma resposta enquanto Mirai o encarava com um sorrisinho e o bichinho de pelúcia em mãos.

— E-eu não sabia que você gostava de bichinhos de pelúcia. — ele conseguiu dizer algo por fim, desviando totalmente a atenção do fato que ela dera seu antigo apelido para o cervo de pelúcia, em uma alusão muito irônica a ele próprio.

— Eu gosto. — ela respondeu, e fez sinal para se afastarem do balcão, tendo mais gente para escolher os prêmios. — Meu quarto era cheio deles quando eu era criança.

— Eu acho que lembro. — ele comentou, forçando a memoria sobre a casa de Mirai de quando eram crianças. — Você tinha uma coruja gigante, não tinha?

— Sim! — ela respondeu — Dei para a Himawari-chan quando ela tinha uns três aninhos. Ela a adora.

Shikadai sorriu com a animação de Mirai e os dois começaram a se encaminhar para saída num acordo mudo. Mirai segurava o “Dai-chan” contra o peito como se fosse uma garotinha e Shikadai a estava achando adorável daquela forma. Mirai pareceu perceber que era observada e o olhou, fazendo-o desviar o olhar rapidamente e corar. Ela riu e ele coçou a nuca, sem graça.

Caminharam lado a lado o caminho de volta para a casa de Mirai em silêncio, a lua cheia visível no céu. Shikadai sentia seu coração levemente disparado e pensou mais de uma vez em segurar a mão de Mirai que pendia ao lado do corpo, mas achou que seria no mínimo constrangedor se ela se desviasse e então apenas continuou andando ao seu lado. Mais cedo do que ele gostaria, chegaram a casinha amarela.

Mirai parou em frente ao portão e o olhou, sorrindo.

— Sabe que eu só percebi agora que você está do meu tamanho? — ela observou, se aproximando e mostrando com a mão como a cabeça dos dois estava na mesma altura.

Shikadai corou e arregalou de leve os olhos.

— E-eu... É verdade. — ele disse, mas não se afastou. — Mas eu já tinha notado.

Ela continuou o olhando, perto, muito perto. Shikadai engoliu em seco e Mirai riu.

— Talvez tenha mais coisas que eu tenho que notar a seu respeito, Dai-kun. — ela fez um biquinho e riu, se inclinando e depositando um beijo estalado na bochecha dele, se afastando logo em seguida — Me diverti muito hoje, podemos sair mais vezes, certo?

Shikadai abriu e fechou a boca varias vezes, sem conseguir formar qualquer frase coerente. Mirai aguardou com paciência, mas risonha, até que ele finalmente conseguiu dizer:

— Certo.

Ela sorriu e soltou uma risada curta, acenando para ele.

— Vou entrar agora. — ela anunciou — Tchau, Dai-kun.

— Tchau, Mirai-chan. — ele respondeu e o sorriso dela se ampliou.

Mirai deu as costas e entrou em casa. Shikadai levou a mão ao rosto, até a parte da bochecha que ela havia beijado, parecia formigar pelo contato da boca dela. Aparentemente, alguma coisa havia mudado na relação dos dois depois daquele encontro e Shikadai não perderia a oportunidade de fortalecer aquilo.

Tomou o rumo de casa, as mãos nos bolsos, mas agora não estavam mais trêmulas. Seu pai tinha razão. Ele agindo apenas como ele mesmo poderia cativar Mirai e era o que ele iria fazer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mana, espero muito, muito que você tanha gostado da one! Escrevi com muito carinho com o que você me deu de tema!

Feliz aniversario, tudo de bom pra você!

Aos outros leitores, também espero que vocÊs tenham gostado! Por gentileza, comentarios *O* Ceis gostaram do shipp? Querem mais fics? hauhuhua'



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Butterflies" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.