Reerguer o Mundo escrita por Dreamer N


Capítulo 1
Capítulo Único - Reerguer o Mundo


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, sei que eu sumi (por vários motivos), mas de repente eu precisava dizer algumas coisas, reerguer o mundo e como não posso, fiz com que Emma e Regina fizessem isso por mim! Espero que gostem (apesar de provavelmente estarem me odiando pelo meu sumiço)! ♥



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Regina estava em sua sala na Prefeitura, com a atenção voltada a alguns papéis que ela assinava rapidamente, afinal amanhã seria seu casamento e ela queria deixar tudo organizado para aproveitar sua lua de mel. Porém sua atenção foi desviada ao ouvir a porta abrir, e após a secretária anunciar, Emma entrou com as mãos nos bolsos e agradecendo a moça.

— Emma, pois não? – voltou à atenção para a loira, mas sem largar os papéis.

— Regina – os lábios da loira abriram e se fecharam diversas vezes sem que ela conseguisse falar. – Você não pode se casar.

— Como assim, Emma? – deu um riso fraco e abandonou o que fazia, retirando os óculos em seguida.

— Eu descobri algo. – a loira permanecia com as mãos nos bolsos, mais tímida do que a morena já havia a visto em toda a sua vida, e também mais abatida do que nunca.

— Emma, não sei o quê você descobriu sobre o Robin, mas posso garantir que o conheço...

— Não é sobre o Robin. – a interrompeu sem conseguir fixar seus olhares.

— Aconteceu algo com o Henry? – se levantou e veio até a frente da mesa com o semblante preocupado.

— Não é sobre o Henry também – e pela primeira vez a olhou nos olhos. Regina podia jurar que eles brilhavam cheios de lágrimas. – É sobre mim.

— Emma, eu não estou entendendo.

— Quando eu recebi o seu convite de casamento, eu senti algo muito estranho me invadir, algo indefinível, mas que trazia desconforto ao meu peito e eu não conseguia parar de pensar nisso, mas só ontem, quando minha ficha caiu e eu percebi que seu casamento será amanhã... Eu passei a noite toda pensando em você e no porque eu poderia estar sentindo isso, e eu descobri que eu gosto de você muito mais do que como a outra mãe do meu filho, muito mais do que amiga, Regina...

— Emma – a morena sentia que as palavras haviam a abandonado. – Eu não sabia, mas... Eu sinto muito, eu...  – tentava escolher as palavras certas.

— Você não pode se casar porque você sente o mesmo por mim – a loira parecia a beira de desmoronar em lágrimas. – Eu vejo isso em seus olhos.

— Emma, eu respeito muito seus sentimentos, mas sinto muito, eu não posso correspondê-la – se dirigiu até a porta e a abriu. – Eu sinto muito!

A loira parou em frente à porta aberta e novamente seus lábios se moveram, mas palavra alguma saiu, e antes que não fosse capaz de segurar as lágrimas, saiu sem dizer nada. Regina fechou a porta e engoliu em seco sentindo um nó se formar em sua garganta. Se ao se declarar o sentimento estranho que invadira o peito de Emma se aliviara, a morena podia jurar que agora havia se instalado no seu.

***

O zíper subia fechando o vestido branco rendado, longo e colado ao corpo de Regina, enquanto esta se olhava no espelho colocando pequenos fios de cabelos, que haviam se soltado, ao lugar. Enfim chegara o grande dia, mas o peito da morena permanecia com a sensação estranha.

Desde que Emma entrara em seu escritório no dia anterior e se declarara, em sua forma sutil e natural, Regina passara a questionar seus próprios sentimentos, embora estivesse certa de que iria até o altar onde Robin a esperava.

Mary que já mexera no vestido inúmeras vezes, agora fitava o reflexo pensativo de Regina no espelho, que ao perceber sorriu para a mulher.

— Está nervosa?                                                              

— Muito! – Regina virou-se passando as mãos pelas dobras inexistentes do vestido. – Emma não veio?

— Ela acordou se sentindo enjoada e com muita dor de cabeça, disse que ia tomar um banho e um remédio e chegaria um pouco atrasada. Peço desculpas por ela. – emendou ao perceber o semblante da morena se franzir, preocupada. – Você precisava de algo dela?

— Não. – respondeu rapidamente. – Eu apenas imaginei que se ela estivesse aqui, estaria nos ajudando também.

— Ah, a Emma é assim mesmo. – estendeu a mão para ajudá-la. – Pronta?

— Sim! – mas já não tinha tanta certeza se sua resposta fora honesta.

***

O Granny’s estava agitado, todos os convidados sentados em seu interior e a frente, em pé, Robin e Archie parados esperando a morena chegar. Mary entrou apressada dizendo que Regina estava pronta e após se acomodar as portas se abriram. O loiro sorriu ao ver a morena entrar sorrindo, segurando um buquê discreto e vindo em sua direção.

Ao chegar em frente ao noivo, entregou as flores para Mary e segurou na mão de Robin, sendo recebida por um beijo nesta.

— Estamos hoje reunidos para celebrar a união de Robin e Regina – Archie começou. – Que decidiram se unir em matrimônio pelo amor... – e as palavras foram ecoando lentamente pelo local silencioso.

Mas o som da porta se abrindo discretamente não passou despercebido pela morena que olhou rapidamente por cima do ombro apenas para constatar que Emma havia entrado, vestindo seus velhos jeans e sua jaqueta vermelha. No rosto, o mesmo que a morena carregava no peito.

— Se há alguém aqui hoje que queira impedir esse casamento, fale agora ou cale-se para sempre. – Archie finalizou e os noivos voltaram sua atenção para a voz tão conhecida.

— Eu! – era Emma que estava de pé no meio dos convidados. Regina podia jurar que seu coração saltaria de seu peito a qualquer momento.

— Senhorita Swan? – Archie questionou dado o silêncio que perdurou por alguns segundos. Regina impulsivamente olhou para Robin que tinha um semlante confuso no rosto, mas ainda segurava em suas mãos.

— Eu... – a loira engoliu em seco e enfiou as mãos nos bolsos.

— Emma? – Marry sussurrou para a filha, mas foi ignorada.

— Eu, como amiga do casal, acho que talvez fosse legal dizer algumas palavras antes da cerimônia continuar.

— Claro, Emma. – Archie se voltou aos noivos. – O quê vocês acham?

— Acho ótimo. – Robin esbanjava o sorriso enorme nos lábios. – Não é querida?

Mas Regina não queria responder, pelo contrário, queria fugir. Fugir principalmente dos olhos verdes que ela sentia fixados nela naquele momento.

— Claro – voltou-se para a loira. – Muito gentil da sua parte, Emma.

Mary sorriu para a filha em aprovação e de repente todos os olhares estavam voltados para Emma que não sabia o quê dizer, que naquele momento sentia como se tivesse acabado de acordar e se encontrasse em pé no meio de uma cerimônia de casamento.

— Bem, como eu conheço a Regina a muito mais tempo do que o Robin, eu só queria dizer que eu realmente espero que você seja a pessoa que ela sempre desejou ter ao seu lado. – as mãos enfiadas nos bolsos se remexiam, e a cabeça abaixou enquanto ela respirava fundo. Levantou o olhar de repente e o fixou no de Regina, e com toda a coragem e o sentimento que tinha em si continuou. – Regina merece alguém que a beije com vontade, não apenas toque em seus lábios como uma tarefa automática, alguém que a olhe e pense que escolheu a mulher certa para passar o resto da sua vida ao lado, que a segure pela cintura e lhe diga as coisas mais lindas olhando em seus olhos, alguém que saiba se ela gosta de canela no chocolate quente ou não, que saiba que não há nada nesse mundo que ela ame mais que o Henry, e que a leve para passear a cavalo porque ela gosta, alguém que faça amor com ela não por fazer ou para consumar algo, mas porque quer cuidar dela, quer amá-la, mas mais que isso, alguém que prefira tê-la apenas com a cabeça deitada em seu peito e a olhe nos olhos para dizer tudo que sente por ela, alguém que não a veja como uma segunda chance, mas como a chance de encontrar o amor e ser feliz, alguém que se importe sim com o seu passado, mas só para lembrá-la que hoje ela é a mulher mais incrível que existe. A Regina merece alguém que a ame, que a respeite, que a entenda, e que acima de tudo, a deixe ser ela da forma como ela é. – Emma não derramara uma lágrima sequer, assim como Regina, porém os olhos da morena pareciam querer transbordá-las a qualquer momento. O silêncio perpetuando por todo o local, como se aquele momento e aquela declaração devessem ser respeitados como algo de mais nobre que existe. – Eu espero que você seja essa pessoa, Robin.

Ninguém ousou aplaudir, nem dizer nada. Robin a olhava fixamente com um ar confuso, e Regina ainda segurava as mãos do noivo, mas seu olhar estava fixo na loira, assim como seus pensamentos.

— Isso foi muito bonito, Emma. – Archie ajeitou os óculos e disse sem jeito.

— Eu realmente serei esse homem! – Robin apertou mais forte as mãos de Regina, e só então a morena voltou sua atenção de novo a ele.

Archie retomou suas palavras, e Regina soube que a loira havia partido quando ouviu a porta do Granny’s se fechar e sentiu o local ficar mais vazio.

— Robin, você aceita Regina Mills como sua legítima esposa, prometendo amá-la e respeitá-la por todos os dias da sua vida?

— Aceito! – sorriu confiante.

— Regina, você aceita Robert de Locksley como seu legítimo esposo, prometendo amá-lo e respeitá-lo por todos os dias de sua vida?

Mas a resposta parecia entalada em sua garganta, bem como o sentimento que habitava seu coração e já não era mais estranho.

— Não. – disse e a primeira lágrima caiu, assim como várias outras logo em seguida.

— Como assim, Regina? – o sorriso sumindo do rosto do loiro e o murmúrio aumentando no local.

— Eu não posso me casar com você, Robin.

— Eu não estou entendendo, Regina. Por que?

— Porque ela gosta de canela no chocolate quente e eu odeio. – riu sentindo a felicidade lhe invadir conforme afirmava não só para os outros, mas para si mesma o que sentia. – Isso não é perfeito e completo?

— Que brincadeira é essa, Regina? – soltou um riso fraco.

— Eu sinto muito. – a morena segurou a mão do loiro e a beijou. – Mas eu não posso.

E sem dizer mais nada, se virou e andou em direção a porta do Granny’s, e assim que saiu sentiu-se livre, não somente por estar a céu aberto, mas por saber o quê queria para sua vida e mais do que isso, por saber quem queria.

***

Regina correu pelas ruas de Storybrooke, procurando por Emma, desesperada para estar em seus braços. E foi no cais que a encontrou, de costas, os cabelos loiros se bagunçando por causa do vento. Caminhou em sua direção lentamente, deixando a barra do vestido se arrastar sobre a poeira do chão.

—Emma? – chamou baixo e a loira demorou alguns segundos para se virar, como se não conseguisse acreditar que era realmente aquela voz a chamando. Mas quando se virou lá estava Regina, sorrindo para ela, vestindo o branco rendado. E foi nesse momento que todas as lágrimas que Emma havia guardado transbordaram sutilmente.

— Uma vez eu falei que você ficava medonha nos terninhos da prefeitura, mas quando eu te vi pela primeira vez nas roupas de rainha má eu te achei mais medonha ainda. Só que nada se compara a você vestida de noiva – a voz começando a falhar. – Eu fico extremamente aterrorizada porque meu mundo inteiro despenca e eu não sou capaz de reerguê-lo, principalmente quando sei que esse vestido é para o seu casamento, com outra pessoa.

— Eu disse não. – e estendeu a mão enquanto terminava lentamente com a distância existente entre elas. – Vem reerguer o mundo junto comigo, Emma? – a voz embargada sumiu e deu lugar a um sorriso quando a mão de Emma se entrelaçou a sua e seus lábios se tocaram pela primeira vez em um, dois, tantos beijos em meio a sorrisos.

E o sentimento estranho que traziam no peito se dissipou no ar, e no lugar havia apenas amor.

 


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Notas finais do capítulo

Eu, que sou melosa de tudo, não usei a frase "eu te amo" durante a One toda, exatamente porque eu queria dizer que o amor não precisa ser dito em palavras para que exista e seja verdadeiro! ♥ Sei que não mereço, mas deixem um review para me alegrar, por favor! Obrigada! ♥



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