Filhos de Marttino - Doce do Amor(DEGUSTAÇÂO) escrita por moni


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Gente eu coloquei o primeiro capítulo errado desculpem. Mas já arrumei, então quem não leu pode voltar lá sinto muito, foi uma confusão.
Sobre esse capítulo NÃO SHIPPEM!!! É apenas uma brincadeira entre Stefanos e De Martino. ´Só para matar a saudade



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Matteo

─ Mochila nas costas, Matteo. – Luigi resmunga quando ligo os motores. – Não helicóptero para tudo que é canto.
─ Quando foi que virou essa velha reclamona, Luigi?
─ Quando coloquei a mochila nas costas achando que ia caminhar pelo mundo e descobri que ia sobrevoar.
─ Se podemos chegar mais rápido, por que não aproveitar? – Eu não entendo isso.
─ Não quero chegar a lugar nenhum, lembra? Só quero... o caminho. O que vai acontecer, entende?
─ Sim. Em meia hora estamos em Creta. – Ignoro os resmungos, ele faz careta.
─ Não vamos ficar o tempo todo na tal mansão Stefanos, vamos sair e ver gente. Ouviu? Piscina e cerveja tem na sua casa, não precisávamos sair de Florença.
─ Sim senhora, vovó. – Ele me empurra. – Vou derrubar o helicóptero. Se comporta.
─ Chegamos, deixamos as mochilas e sairmos. Entendeu? A casa está vazia, não precisamos ficar lá. Só... só voltar para dormir, no caso de alguém ter a infeliz ideia de dormir. No caso você.
─ Sim senhora.
─ Para de me chamar de senhora. Ah! Esquece restaurante, come qualquer coisa pela rua. A viagem não é sobre culinária.
─Saudades meu melhor amigo. – Respondo e ele suspira.
─ Sou o diretor de entretenimento, você é no máximo o nutricionista do projeto vamos conhecer o máximo de lugares que conseguirmos em trinta dias alucinantes. Já se foram vinte dias.
─ Foi intenso, sabe disso, quase fomos presos em Paris, nos perdemos por dois dias inteiros em Nice. Ficou bêbado em Monaco e só foi ficar sobreo em Chipre.
─Levei duas, duas gatas lindas para o quarto e dormi. – Ele nunca vai se perdoar por isso. – Culpa sua que quis provar aquela bebida estranha e forte em Atenas, minha cabeça ainda está explodindo.
─ Na Grécia como os gregos. Eu gostei, bem forte, mas muito saboroso. Levei uma garota só para o quarto e garanto que não dormi, aliás não dormi ainda. – Me concentro nos instrumentos enquanto sobrevoo o mar Egeu em direção a ilha de Creta. Os amigos dos meus pais ofereceram a casa por uns dias. Nem sei por que aceitamos, um hotel seria bem melhor, mas o Luigi adorou a ideia, por conta da lancha e dos jet-ski.
─ Duas noites em Creta, depois vamos pegar o helicóptero, voltar para Atenas e vamos de trem para Istambul, o resto da viagem do meu jeito.
─ Sim, Luigi, como combinamos, vamos de Istambul até Florença por terra. Parando sem destino.
─ Não vamos ficar nem dez minutos na tal mansão. Deixar as mochilas...
─ Ta repetitivo, senhora.
─ Se continuar engraçado assim vou acabar passando mal. Sabe que por dentro estou tendo um ataque de riso do tipo que falta ar. Por que somos melhores amigos mesmo?
─ Por que sou o único que aguento esse seu jeito irritante de quem não consegue ficar parado dois minutos.
─ Cinto de segurança me prende. Papai Conan me entende. – Luigi realmente tem esse lado que lembra meu tio Kevin. Ele odeia avião, carro e tudo que o faz se sentir preso, gosta de ar e espaço. Luigi é assim. – Nunca seria capaz de ficar horas voando por aí como você. Salvei sua vida do tedio sendo seu melhor amigo. Você é bem paradão.
─ Ok, cala a boca. – Ele ri de mim.
─ Tal pai, tal filho. – Luigi resmunga. – Ali Creta. – Ele aponta como se eu não estivesse pilotando exatamente nessa direção. – Deve ser aquela mansão ali. Vamos descer nela?
─ Vamos. Será que é essa? Tive a impressão de que disseram que ficava do outro lado da ilha, mais em direção a Kirus.
─ Só pode ser aquela, Matteo, é a maior e mais bonita, os caras são bilionários. É essa, desce logo.
─ Luigi, Kirus está do outro lado.
─ Você só quer ficar sobrevoando e sei lá, curtindo ai seu trabalho de piloto. Nem sabe onde fica Kirus. Tem dez mil ilhas iguaizinhas, qualquer uma pode ser Kirus.
Luigi nunca pilotou e não entende nada do que estou fazendo, mas como eu realmente não tenho certeza e a mansão é mesmo muito bonita acho que no fim, ele pode ter razão.
Quando descemos no heliponto cinco grandões vestidos de terno surgem cercando o helicóptero, eles têm fones e um deles parece armado.
─ Disseram que não tinha ninguém, e somos recebidos pelos homens de preto. – Saltamos depois que desligo os instrumentos. Eu e Luigi achando graça do exagero, bem coisa de gente importante.
─ Bom dia, terráqueos, viemos em missão de paz! – Luigi diz muito tranquilo.
─ Parados os dois, vocês não têm permissão para pousar aqui. Essa é uma residência privada, mais um passo e vamos ter que impedi-los.
─ Estava querendo emoção, Luigi, aí está! – Resmungo. – Somos convidados do Senhor Stefanos.
Um dos homens fala no microfone que ele tem preso ao rosto junto ao fone de ouvido. Eu e Luigi trocamos um sorriso. Viemos atrás de mais liberdade, isso parece exagero.
─ Belo truque, mas não vai funcionar.
─ Posso telefonar e falam diretamente com o senhor Stefanos, ele vai...
─ O senhor Stefanos não pode convidar pessoas para vir a mansão do ministro.
─ Você é muito burr... você sabe, eu disse que estávamos no lugar errado! – Luigi dá de ombros.
─ Quem mandou me dar ouvidos? Você é o piloto, devia saber onde estávamos indo. Idiota.
─ Por favor, sabem onde fica a mansão Stefanos? – Digo aos homens que se olham.
─ Do outro lado de Creta. – O homem anuncia. – Vamos acionar as autoridades.
─ Podemos só ir embora. O que acham? – Eu pergunto.
─ Se tentarem descer de novo na mansão serão presos por invasão. Tem dois minutos para partir.
─ Foi um prazer. – Digo acenando e caminhando lento de volta ao helicóptero. Luigi podia me ajudar, mas está tendo um ataque de riso. Prende o cinto de segurança e acena para os homens enquanto levanto voo e viro o helicóptero na direção oposto.
A mansão surge dois minutos depois, realmente linda, com um iate e dois jet-ski ancorados. Desço enquanto Luigi ainda está rindo da cara surpresa e confusa dos seguranças de algum ministro grego.
Que porcaria de mal-entendido que podia ter acabado com nossas férias, meu pai iria amar ter que nos resgatar no meio de incidente internacional. Culpa do Luigi. Por que ainda escuto ele?
Quando descemos no heliponto, não vem ninguém, não tem seguranças ou qualquer pessoa para nos receber. Trocamos um sorriso.
─ Agora sim. Deixar a mochila e sair. – Luigi salta levando sua mochila. Faço o mesmo. Tem muita natureza, verde e azul. Paredes brancas e entramos por uma porta lateral que está aberta. Uma música toca alta quando abrimos a porta de vidro e passamos para dentro. Definitivamente não estamos sozinhos.
Caminhamos por uma sala de cinco ambientes, muito bem decorada, ladeada por paredes de vidro que dão vista para o aceano azul e tranquilo. É magnifica, a arquitetura de pé direito alto e cômodos amplos, uma escadaria de mármore e a iluminação de paredes e teto são perfeitas para luz o dia todo.
As colunas laterais e o os espaços de troca de ambientes aproveitados com decoração moderna e plantas.
Uma voz feminina soa vinda de algum lugar, outra voz também feminina responde e eu e Luigi nos olhamos.
─ Literalmente falando grego! – Digo a ele que sorri. A conversa entre as vozes femininas continua até duas lindas garotas surgirem na sala e acabarem a conversa de modo abrupto.
Ficamos os quatro um momento em silencio nos encarando. Não acho que elas nos esperavam.
─ Fico com a ruiva de olhos azuis. – Luigi sussurra ao meu lado.
─ As duas tem olhos azuis e são ruivas. – Eu respondo e ele dá de ombros. – Desculpe, não falamos sua língua. – Aviso e elas sorriem.
─ Vamos todos falar em inglês? – Luigi resolve o problema.
─ Ótimo. Eu sou a Rafaela e essa é minha irmã Larissa. – Elas trocam um sorriso. – Gêmeas. – Dizem juntas.
─ E sincronizadas. – Luigi brinca. – Eu sou o Luigi, esse é meu primo e melhor amigo, Matteo.
─ Ah! Sabemos como é. Primos gêmeos. Temos alguns pares na família.
─ É um jeito de ver as coisas. – Comento. Elas são realmente muito bonitas, por volta de dezoito anos.
─ São os De Martino? Italianos, não é? – Rafaela questiona, a irmã é mais calada, ela parece bem animada.
─ Sim. Viemos para o fim de semana, eu... não sabíamos que a casa estava ocupada, podemos encontrar um hotel. – Digo para não constrangê-las.
─ Não podemos não. – Luigi protesta. – Vão deixar dois rapazes abandonados e sem teto num país estranho? – Como ele apela. As gêmeas sorriem.
─ Podem ficar, viemos ontem à noite para um aniversário, decidimos ficar para o fim de semana, ouvi o helicóptero e achei que era o Theo, meu irmão, achei que tinha vindo nos buscar, eles são meio surdos quando dizemos coisas como, vamos ficar sozinhas todo fim de semana. São gêmeos também, Theo e Eros.
─ Duas gatas, eles têm razão. – Luigi é bem esse tipo. Ciumento e possessivo com Beatrice. Giulia tem sorte de eu ser um bom irmão mais velho. Muito liberal.
─ Só viemos deixar a mochila e...
─ Matteo, nem chegamos, não seja indelicado!
─ Eu? Me perturbou a viagem toda e agora...
─ Agora temos companhia, vão nos mostrar Creta? – Elas trocam outro sorriso. – Quer calar a boca, Matteo. – Luigi sussurra.
─ São bem-vindos. Eu estava preparando um sanduiche, se estiverem com fome. – Larissa oferece, os cabelos presos num rabo de cavalo e um biquíni por baixo de uma camiseta gigante, a irmã usa apenas um short mínimo e a parte de cima de um biquíni.
─ Mostro os quartos e podem guardar as mochilas, já voltamos gêmea.
Seguimos Rafaela pela mansão, passamos por vários cômodos, tudo é bem alegre, colorido, a clássica decoração da sala destoa do tom alegre do resto da casa.
─ Olha isso! – Luigi me chama e o encontro em uma sala toda de vidro com uma televisão gigante, videogame e o principal, um escorregador que vai pelo lado de fora até a piscina.
─ O lugar preferido do papai. – Rafaela nos conta. – O escorregador é claro. Tem outro num salão lá em baixo, mas termina numa piscina de bolinhas, ficou pronto quando eu tinha oito anos.
─ Seu pai deve ser bem legal! – Luigi comenta e me lembro de tê-lo visto uma vez na loja de doces da tia, acho que brinquei com os irmãos dela, depois não sei se tivemos mais algum encontro.
─ Ele é. Venham. – Ela insiste e sinto a dor de Luigi por não descer pelo escorregador. Essa casa vai ficar toda molhada, já posso ver onde ele vai passar a fim de semana.
São dois quartos, um ao lado do outro. Rafaela avisa que nos espera lá em baixo e entramos. Deixo a mochila no chão me visto mais confortável e quando estou saindo dou de cara com Luigi já pronto para um mergulho.
─ Pelo visto trocou as gêmeas pelo escorregador. O que aconteceu com a ideia fixa de explorar Creta.
─ Já exploramos, é só uma porção de terra cercada por água de todos os lados e... vamos logo, as garotas estão a nossa espera.
─ Ok, Luigi, mas não esquece que são filhas dos Stefanos, meu pai se junta com o seu pai e o tio Vittorio e nos mata.
─ Eu sei, vou me comportar. Prometo. Ruivas, cara. Ruivas!
As duas estão no balcão da cozinha quando chegamos, estão diante de quatro pares de enormes sanduiches e bem que sinto fome.
─É uma velha receita da nossa tia, se chama sanduiche de tudo que tem na geladeira. Espero que não se importem.
─ Está ótimo, nem esperávamos por uma recepção tão amigável depois que fomos recebidos pelos seguranças do ministro.
─ Que?
─ Descemos na casa errada. – Aviso sem graça. Rafaela cai do banco alto num ataque de riso, Luigi a apoia salvando do tombo.
─ Minha gêmea não é o tipo que tenha compaixão. – Larissa se desculpa. Do de ombros.
─ Tudo bem, deve mesmo ser engraçado. Na hora realmente não foi, quase terminamos presos. – Eu aviso e Rafaela ri ainda mais.
─ Não nos damos muito bem com o Ministro, Makolos é um homem bem hipócrita. – Rafaela comenta sem conseguir conter o riso. – Disseram que estavam vindo para cá?
─ Sim.
─ Vão adorar essa história. Como foi? – Rafaela quer os detalhes, deixo para Luigi se vangloriar do nosso engano enquanto me divirto com o sanduiche.
─ Se quiserem beber temos... sei lá, acho que cerveja e o vinho de vocês, ninguém costuma beber. Papai diz que não é boa ideia se não tem ninguém para segurar a cama. Mamãe concorda.
─ Está ótimo o refrigerante. – Me apresso. Não é boa ideia beber demais já que elas estão conosco na casa. Luigi concorda.
Seguimos para piscina, eu e Larissa, Luigi e Rafaela decidem chegar em grande estilo e vão para o mega escorregador. Luigi desce e Rafaela o segue, Cai por cima dele na água e os dois afundam, sobem rindo e troco um olhar com Larissa.
─ Eles se deram bem. – Eu comento.
─ Minha gêmea parou de crescer aos sete anos. Emparelhou com o papai e o Theo. Todos com sete.
─ E você?
─ Puxei a mamãe, menos as mãos, as mãos de dinossaura ficaram com a Rafaela.
─ Ah! – Não tenho ideia do que está dizendo. Ela não parece interessada em explicar e voltamos os olhos para a água onde os dois brincam com uma bola.
─ Vamos jogar. Dá para ser dois casais. Eu e o Luigi e vocês.
O dia está mesmo quente e pulamos na piscina. Eu e Larissa nos divertimos no jogo, já os dois se divertem entre sí, com provocações e se tocando o tempo todo. Conheço meu primo e sei bem dos seus planos.
No meio da tarde saímos da água, depois de um banho me reúno aos outros, elas estão lindas, as duas são diferentes e ao mesmo tempo, muito parecidas. Cabelos cobre e olhos azuis, sorriso largo, bonitas e diferentes nas características. Rafaela é o Luigi, expansiva e engraçada, a irmã é mais quietinha, tímida talvez.
─ Vamos sair. – Luigi me avisa. – Elas vão apresentar Creta.
Seguimos de carro, Rafaela vai dirigindo e claro, Luigi corre para se sentar ao seu lado, vou atrás com Larissa e vamos falando sobre as belezas do lugar, arquitetura e turismo, os dois estão ocupados rindo de tudo.
Nos reunimos num bar com um grupo de outros jovens, não demora para me sentir enturmado e acabo tomando uma cerveja.
─ Pilota faz tempo?
─ Um pouco. Três anos, dois eu acho.
─ Meus irmãos também, eu estou aprendendo.
─ São lindas paisagens. Fiquei encantado. Conhece Istambul?
─ Muito, temos amigos por lá. Estão indo depois?
─Estamos, a viagem que sonhamos tem um tempo. Desde quando éramos meninos. Precisam ir a Vila De Martino na época da vindima.
─ Acabei de convida-las, Matteo, já posso ver os cabelos vermelhos combinando com a pisa da uva, a imagem é de deixar tonto. – Luigi diz tocando os cabelos de Rafaela que sorri.
─ Nunca beijei ninguém. – Rafaela conta do nada. A irmã parece querer fugir para os rochedos a beira mar.
─ Rafaela! – Ela reclama.
─ Achei boa ideia contar! – Ela dá de ombros. Luigi ri, ele também não acha nada demais. – Para o caso deles...
─ Rafaela! – A irmã reclama de novo.
─ Tudo bem! – Luigi diz tranquilo. – Legal saber disso, se quiser um professor.
─ Luigi! – Dessa vez sou eu a reclamar, ele suspira.
─ Esses dois deviam casar e ter filhos. – Luigi reclama. – Quer dar uma volta? Conhecer a praia? – Ele convida Rafaela.
─ No caso eu já conheço, mas achei a desculpa boa. – Ela completa e Larissa cobre o rosto.
─ No caso eu não conheço e se quiser pode me mostrar.
─ Muito melhor. Voltamos em meia hora.
─ Não demorem. – A irmã pede. – De noite quero estar em casa, sabe que o papai vai fazer chamada de vídeo e se não estivermos o lado esquerdo dele deve parar de funcionar.
─ Se fosse só o dele, mas ai os meninos tem o mesmo pequeno ataque. – Rafaela diz ficando de pé com Luigi. – Ah não, noite de sexta, estão em Atenas. Temos uma regra em casa, não se pode ficar com ninguém da ilha. Não é como se a regra funcionasse, não deu certo com o vovô, não deu certo com o papai, mas eles não desistem.
Luigi pega a mão de Rafaela e os dois seguem em direção a areia branca e fofa da praia.
─ Você...
─ Já beijei. – Ela se explica, depois cora e o rosto fica no tom dos cabelos. Sorrio achando graça. – Não vamos nos beijar, meio que gosto de uma pessoa, um garoto que trabalha com o papai. Um gênio da tecnologia que vive mergulhado num computador e nunca perdeu mais que uns minutos olhando em minha direção. É a vida.
─ Tudo bem, não estou mesmo nem um pouco interessado. – Ela ergue uma sobrancelha. – Não! Não que você não seja linda, é eu bem que te beijaria, mas é por que acabei de me formar e não estou querendo envolvimentos e você é uma garota Stefanos, não é boa ideia brincar com seus sentimentos, por que... bom o Luigi não leva isso em contar e acho... somos amigos. Melhor assim. – Ela suspira aliviada quando termino meu discurso e rimos. Larissa é uma garota bem legal. Uma nova amiga, mas apenas isso.
─ Arquiteto, não é? – Faço que sim.
─ Desempregado, mas eu acho qualquer coisa quando voltar. Não quero me apaixonar ainda, nem quero um romance agora, quero me encontrar.
─ As vezes acontece. Não pode ter certeza.
─ Tinha que ser uma coisa de me deixar tonto, não acho que possa acontecer.
─ Boa sorte! – Ela brinca, olhamos em direção a praia, não se vê mais o casal. – Pobre papai, ela vai chegar em casa e contar a ele e o monstro vai despertar, mamãe vai ter que fazer muito cafuné.

Luigi

Ruivas, ruivas e gêmeas, isso deve ser algum tipo de milagre do universo. Cabelo é um negocio que mexe comigo, é de longe o que primeiro reparo e os delas são cobre.
Rafaela ainda é bem engraçada, ruiva, linda e engraçada, precisando de um professor de beijos, eu tinha que preencher a vaga, Matteo que me desculpe, os Stefanos que me desculpem.
Ela tem mãos delicadas, andamos pela areia até o rochedo de mãos dadas.
─ Não vamos subir, estou descalça. – Ela me avisa e só então percebo que está sem sapatos.
─ Não está muito quente, não?
─ Nasci e cresci numa ilha na Grécia, acostumei, não me calço nunca, vovó está sempre reclamando. Meu pai me defende. “Deixa a Rafassauro ser feliz, mamãe” – Ela imita a voz do pai.
─ Rafassauro?
─ Todos dinossauros para o papai. – Ela brinca. – É como ele nos chama.
A água deve estar morna, o dia está terminando, mas é a Grécia e ainda está sol. O céu começa a alaranjar e me perco na beleza do momento.
─ Deve ser lindo crescer aqui. Mora em Kirus e passa os fins de semana em Creta. Sinto pena.
─ Mora em Florença e num vinhedo, não é de todo mal. – Ela brinca.
─ Não é. Definitivamente. – Toco os cabelos, são lindos. Formam ondas naturais e combinam com o rosto bonito e os olhos azuis. – Você é bem bonita.
─ Obrigada, vamos nos beijar?
─ Talvez sim. O que acha?
─ Que vai ser bem interessante beijar um estrangeiro. Você tem permissão para me beijar, mas não agora. Por que vai parecer algo mecânico, então vamos fingir que estamos distraídos e nos beijamos num momento romântico entre agora e a hora de você partir.
─ Um bom plano. Vamos nadar? – Ela afirma. Seguimos para o mar de aguas calmas, nadamos para o fundo.
─ Vamos brincar de tubarão. No caso você é o tubarão e eu estou fugindo, sabe brincar disso?
Depois de sorrir mergulho e vejo quando ela se debate e nada fugindo de mim. A garota é boa, mergulha e me lembra uma sereia nadando para longe. Nascida e crescida numa ilha, claro que me vence. Coloco força nas braçadas e toco seu pé. Ela grita de susto enquanto a puxo para meus braços e a garota acaba presa em meu abraço.
─ Peguei você!
─ Pegou! – Ela diz um segundo antes da minha boca cobrir a dela. Leva um segundo para que Rafaela compreenda e seus braços envolvem meu pescoço enquanto sua boca se abre um pouco e nos beijamos.
Um longo beijo que ela participa envolvida e quando nos afastamos um momento está sorrindo.
─ O que achou?
─ Não sei, me beija de novo para eu colher mais dados. – Rindo eu volto a beija-la. – Muito bom, esse negocio é mesmo bom.
Ficamos na água nos beijando até que a noite começa a cair e a correnteza nos puxar.
─ Vem Luigi, melhor irmos, a correnteza muda a noite, fica perigoso. Vamos beijar em casa.
─ Bom plano. – Quando chegamos, Matteo e Larissa continuam a conversar. Esse meu primo tem uma ruiva linda diante dele e está falando sobre sei lá. Nada deve ser interessante o bastante.
─ Finalmente! – Larissa reclama.
─ Estávamos beijando. – Rafaela conta a irmã. – Vamos... no banheiro comigo? – Já sei que é o velho código feminino e vão contar tudo uma para outra. Viro um copo de cerveja diante de Matteo.
─ Descobri que sou um ótimo professor de beijos, não que ela seja uma aluna ruim, aprendeu rápido.
─ Não quero saber no que isso vai dar. Não mesmo. Vai nos meter em encrenca.
─ Falou o cara que pousou o helicóptero no jardim do ministro e quase termina o dia com um tiro ou preso. O que é bem pior!
Voltamos para casa, dessa vez, Larissa dirige e eu e Rafaela vamos treinando os beijos, ela fica cada vez melhor.
Nos juntamos na cozinha para preparar o jantar, eu devia ter convidado as meninas para jantar num restaurante.
O celular de uma delas toca. É Rafaela a atender e encarar a tela.
─ Oi papai!
─ Tudo bem por aí? Quer que vá busca-las?
─ Não papai. Adivinha! Dois De Martinos estão aqui. – Ela vira o celular em nossa direção, Acenamos.
─ Rafassauro o que significa isso? Onde foi arranjar esses italianos? O mundo está girando. Dinossaura!
─ Papai! – Rafaela ri, Larissa também, já eu e Matteo trocamos um olhar preocupados.
─ Olha meu lado esquerdo formigando. Está paralisando aos poucos.
─ Oi meninas. – Uma voz feminina e as duas acenam para o celular. – Os rapazes chegaram bem?
─ Sim, mamãe, eles são bem legais, estamos nos divertindo.
─ Amanhã vamos almoçar com vocês!
─ Amanhã? Amanhã? Não, vamos almoçar com elas agora. Estou com muita fome. Dinossaura eles vão dormir e elas também e não tem um adulto por lá. Vou contar para vovó! – Ele diz as meninas.
─ Amamos você, papai. Boa noite! Tchau, mamãe! – Rafaela diz rindo.
─ Boa noite, papai, boa noite, mamãe. Até amanhã.
─ Não desliguem, vamos ficar numa chamada de vídeo até amanhã, me ponham aí apoiado na mesa.
─ Mamãe, faz alguma coisa.
─ Boa noite, meninas.
─ Dinossaura, não dá boa noite a elas, vamos... está ouvindo? É o monstro do ciúme, ele despertou.
─ Dorme, monstro! – Dizem, Rafaela, Larissa e a voz da mãe ao telefone e então elas desfazem a conexão. – Desculpem, esse é o papai. Ele tem um ótimo coração, que bate bem ao lado de um monstro que mora dentro dele.
─ Não se preocupem, o Luigi aqui conhece bem esse monstro, a irmã dele sofre com isso. – Matteo me acusa.
─ Já você não liga a mínima para sua irmã. – Luigi me acusa. – Elas são primas gêmeas como vocês dizem. Trigemeas. Tem a Manoela também.
─ Vamos cozinhar e esquecer disso? – Larissa pede.
─ É, vamos comer no jardim, perto da piscina, sempre quis beijar sob o luar.
─ Então vem, Rafaela, enquanto eles cozinham nós beijamos.
Deixamos Matteo e Larissa na cozinha e vamos para o jardim, está uma linda noite, quente e estrelada. Ficamos trocando beijos até os dois chegarem com a comida. Matteo não é e nunca foi um bom cozinheiro, mas ama comer e o cheiro está ótimo.
Não passamos de beijos, ficamos conversando, trocando beijos, dançando e rindo até quase o dia amanhecer.
Acordo com o som de um helicóptero e são sete da manhã. Volto a dormir quando o som acaba, pelas onze me levanto e tem uma pequena multidão de Stefanos à beira da piscina.
─ Então você é o beijoqueiro? – O pai de Rafaela me pergunta.
─ Não é nada sério. Só...
─ Luigi, não está indo bem. – Matteo me adverte. Uma mulher ruiva se junta ao marido.
─ Sou a Bia, mãe delas, não se preocupe com ele, venha comer e se divertir. Soube que vão embora no fim da tarde.
─ Dinossaura, não está me deixando ser um pai protetor.
─ Dorme monstro. – O dia termina com muitas despedidas, Matteo levanta voo e estamos seguindo para Atenas. Adorei Creta, os Stefanos e Rafaela. Não trocamos telefone e nem promessas. Foi bem legal, mas só isso, para os dois. Ela quer muitas coisas, mas nenhuma delas é um namorado e eu penso como ela.
Dormimos em Atenas, pegamos o primeiro trem para Istambul. Uma viagem muito bonita, longa também, mas com todo tipo de gente. Na estação, quando saltamos, tem muita gente indo e vindo.
Esbarro em alguém. A primeira coisa que vejo são cabelos pintados de azul e rosa.
─ Descu... – A garota se mistura a multidão e desaparece. – Que louca! Nem pediu desculpas. Ajeito a mochila e um colar preso a ela me chama atenção. – Que isso?
─ Espera. Enroscou! – Matteo desenrosca o objeto preso ao zíper. Me entrega. – Deve ser da moça de cabelo colorido.
Tem um pingente pendurado em forma de coração. Um relicário e abro. Tem uma foto de uma mulher.
─ Olha, Matteo. Deve ser importante. – Ergo meus olhos em busca dos cabelos coloridos. – Me ajuda a acha-la.
─ No meio dessa multidão! Nunca vamos encontra-la.
─ Podemos tentar. – Coloco a joia no bolso e caminhamos pela estação olhando em todas as direções. Um trem parte, outro chega, ela pode ter deixado a estação, pode ter entrado num trem desses, pode estar em qualquer lugar.
─ Vamos, Luigi, estamos caçando a garota há uma hora. Ela se foi.
─ Que pena.
─ Acha que é ela na foto?
─ Não vi o rosto. – Digo a ele. – Mas a mulher da foto deve ter uns trinta anos, então acho que não, também não parece uma foto atual. Vou guardar.
─ Tá, agora vamos explorar Istambul, temos menos de oito dias para chegar em casa. – Matteo me diz despreocupado.


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Notas finais do capítulo

BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS



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