Uma Potterhead em Hogwarts escrita por DudaMaluca


Capítulo 17
Cachorro, gato e fênix.




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Saímos da casa e passamos por aquele túnel (transformados, é claro!) e ficamos esperando, com bichento, até trás adolescentes chegarem com uma capa da invisibilidade. Voei até Rony e pousei na cabeça dele.
— Não é aquela fênix que nos vimos antes?
— Sim! Ela se parece co...— Mas Harry não terminou, pois bichento foi se aproximando.
— Bichento! — gemeu Hermione. – Não! Vai embora, Bichento! Vai embora!
Mas o gato se aproximava sempre mais...
— Perebas... NÃO!
Tarde demais, o rato escorregou por entre os dedos apertados de Rony,
bateu no chão e fugiu precipitadamente. De um salto, Bichento saiu em seu encalço, e antes que Harry ou Hermione pudessem detê-lo, Rony arrancara a Capa da Invisibilidade e se arremessava pela escuridão.
—Rony — gemeu Hermione.
Ela e Harry se entreolharam e correram atrás do amigo; era impossível correr com desenvoltura com a capa por cima; arrancaram-na e ela ficou voando para trás como uma bandeira, quando os dois saíram desabalados atrás de Rony; ouviram os passos dele à frente e seus gritos para Bichento.
— Fique longe dele... Fique longe... Perebas, volta aqui... Ouviu-se um baque sonoro.
— Te peguei! Dá o fora, seu gato fedorento...
Harry e Hermione quase caíram em cima de Rony; pararam derrapando diante dele. O amigo estava esparramado no chão, mas Perebas já estava de volta ao bolso;
Rony apertava com as duas mãos um calombo trepidante.
— Rony... Vamos... Volta para baixo da capa... — ofegou Hermione.
— Dumbledore... O ministro... Eles vão voltar para o castelo já, já...
Mas antes que pudessem se cobrir outra vez, antes que pudessem sequer
recuperar o fôlego, eles ouviram o ruído macio de patas gigantescas. Algo estava saltando da escuridão em sua direção, um enorme cão negro de olhos claros. Harry tentou pegar a varinha, mas tarde demais, o cão investira dando um enorme salto, e suas patas dianteiras atingiram o garoto no peito; Harry caiu para trás num redemoinho de pêlos; sentiu o hálito quente do animal, viu seu dente de mais de dois centímetros...
Mas a força do salto impelira o cão longe demais; ultrapassara Harry. Aturdido, com a sensação de que suas costelas tinham quebrado, o garoto tentou se levantar; ouviu o cão rosnar e derrapar se posicionando para um novo ataque.
Rony estava de pé. Quando o cão saltou contra os dois, ele empurrou Harry para o lado; e, em vez de Harry, as mandíbulas do bicho abocanharam o braço estendido de Rony. Harry se atirou para cima dele, agarrou uma mão cheia de pêlos do cão, mas o bruto foi arrastando Rony para longe com a facilidade com que arrastaria uma boneca de trapos... 
Sirius o arrastou até a casa dos gritos e eu fui junto. Rony ficava se debatendo, e quando chegamos no quarto, Sirius se destransformou e bichento chegou.
— Você consegue?— Ele perguntou para mim. Então eu assenti. Subi no calcanhar de Rony, derramei algumas gotas e então fiquei sentada na cadeira. Uns segundos se passaram e Mione e Harry chegaram.
Harry e Hermione correram para o amigo.
— Rony... Você está bem?
— Onde está o cão?
— Não é um cão — gemeu Rony. — Harry é uma armadilha...—
— Ele é o cão... Ele é um Animago...
Rony olhava fixamente por cima do ombro de Harry. Este se virou depressa. Com um estalo, o Sirius fechou a porta do quarto.
— Expelliarmus! — disse com voz rouca, apontando a varinha de Rony para os garotos.
As varinhas de Harry e Hermione saíram voando de suas mãos e Black as recolheu. Então se aproximou. Seus olhos estavam fixos em Harry.
— Achei que você viria ajudar seu amigo.  Seu pai teria feito o mesmo por mim. Foi muita coragem não correr à procura de um professor. Fico agradecido... Vai tornar as coisas muito mais fáceis...— Harry então foi para cima de meu pai, mas Mione o segurou antes.
— Não, Harry! — exclamou Hermione num sussurro petrificado; Rony, porém, se dirigiu a Sirius. 
— Se você quiser matar Harry, terá que nos matar também! — disse impetuosamente, embora o esforço de ficar de pé tivesse acentuado sua palidez e ele oscilasse um pouco ao falar.
Alguma coisa brilhou nos olhos de meu pai.
— Deite-se — disse brandamente a Rony. — Você vai piorar a fratura nessa perna. Ela já tentou te ajudar...
— Você me ouviu? — disse Rony com a voz fraca, embora se apoiasse dolorosamente em Harry para se manter de pé. — Você vai ter que matar os três!
— Só vai haver uma morte aqui hoje à noite — disse Sirius, e seu sorriso se alargou. Ele não ajuda em nada...
— Por quê? — perguntou Harry com veemência, tentando se desvencilhar de Rony e Hermione. — Você não se importou com isso da última vez, não foi mesmo? Não se importou de matar aqueles trouxas todos para atingir Pettigrew... Que foi que houve, amoleceu em Azkaban?
— Harry! — choramingou Hermione. — Fica quieto!
— ELE MATOU MINHA MÃE E MEU PAI! — bradou Harry, com grande esforço, se desvencilhou de Hermione e Rony que o retinham pelos braços, e avançou...
Então ele começou a bater em meu pai como se fosse a maior pessoa do mundo. Sirius não conseguiu pegar a sua varinha a tempo. Harry levou Sirius a parede e o prensou lá. Sirius-sem-consciência levou a mão livre ao pescoço de Harry.
— Não — sibilou ele. — Esperei tempo demais...
Seus dedos intensificaram o aperto, Harry ficou sem ar, seus óculos entortaram no rosto.
Então ele viu o pé de Hermione, vindo não sabia de onde, erguer-se no ar.
Sirius largou Harry com um gemido de dor; Rony se atirara sobre a mão com que Black segurava as varinhas e Harry ouviu uma batida leve...
Ele lutou para se livrar dos corpos embolados e viu sua varinha rolando pelo chão; atirou-se para ela mas...
— Arre!
Bichento entrara na briga; o par dianteiro de garras se enterrou fundo no braço de Harry; o garoto se soltou, mas agora o gato corria para sua varinha...
— NÃO VAI NÃO! — berrou Harry, e mirou um pontapé no gato que o fez saltar para o lado, bufando; o garoto agarrou a varinha, virou-se e...
— Saiam da frente! — gritou para Rony e Hermione.
Não foi preciso falar duas vezes. Hermione, ofegante, a boca sangrando, atirou-se para o lado, ao mesmo tempo em que recuperava as varinhas dela e de Rony. O garoto arrastou-se até a cama de colunas e largou-se sobre ela, arquejante, o rosto pálido agora se tingindo de verde, as mãos segurando a perna quebrada.
Black estava esparramado junto à parede. Seu peito magro subia e descia rapidamente enquanto observava Harry se aproximar devagar, a varinha apontada para o seu coração.
— Vai me matar, Harry? — murmurou ele. 
O garoto parou bem em cima de Black, a varinha ainda apontada para o seu coração, encarando-o do alto. Um inchaço pálido surgia em torno do olho esquerdo do homem e seu nariz sangrava.
— Você matou meus pais — acusou-o Harry, com a voz ligeiramente trêmula, mas a mão segurando a varinha com firmeza.
Black encarou-o com aqueles olhos fundos.
— Não nego que matei — disse muito calmo. — Mas se você soubesse da história completa...
— A história completa? — repetiu Harry, os ouvidos latejando furiosamente. — Você vendeu meus pais a Voldemort. É só isso que preciso saber.
— Você tem que me ouvir — disse Black, e havia agora uma urgência em sua voz. — Você vai se arrepender se não me ouvir.... Você não compreende...
— Compreendo muito melhor do que você pensa — disse Harry, e sua voz tremeu mais que nunca. — Você nunca a ouviu, não é? Minha mãe... Tentando impedir Voldemort de me matar... E foi você que fez aquilo... Você é que fez...
Antes que qualquer dos dois pudesse dizer outra palavra, uma coisa alaranjada passou correndo por Harry; Bichento saltou para o peito de Black e se sentou ali, bem em cima do coração. O homem pestanejou e olhou para o gato.
— Saia daí — murmurou o homem, tentando empurrar Bichento para longe.
Mas o gato enterrou as garras nas vestes de Black e não se mexeu.
Então virou a cara amassada e feia para Harry e encarou-o com aqueles grandes olhos amarelos... À sua direita, Hermione soltou um soluço seco.
Harry encarou Black e Bichento, apertando com mais força a varinha na mão. Os segundos se alongaram. E Harry continuou paralisado ali, com a varinha em posição, Black olhando para ele, com Bichento sobre o peito.
Ouvia-se a penosa respiração de Rony próximo à cama; Hermione guardava silêncio. Então ouviu-se um novo ruído...
Passos abafados ecoaram pelo chão, alguém estava andando no andar de baixo.
— ESTAMOS AQUI EM CIMA! — gritou Hermione de repente.
— ESTAMOS AQUI EM CIMA... SIRIUS BLACK... DEPRESSA!
Black fez um movimento assustado que quase desalojou — Bichento;
Harry apertou convulsivamente a varinha. “Aja agora disse uma voz em sua cabeça”. Mas os passos reboavam escada acima e Harry ainda não agira.
A porta do quarto se escancarou com um jorro de faíscas vermelhas e Harry se virou na hora em que o Profo. Lupin irrompeu no quarto, seu rosto exangue, a varinha erguida e pronta. 
— Expelliarmus!— gritou Lupin.
A varinha de Harry voou mais uma vez de sua mão; as duas que Hermione segurava também. Lupin apanhou-as agilmente e avançou pelo quarto, olhando para Black, que ainda tinha Bichento deitado numa atitude de proteção sobre seu peito.
Harry ficou parado ali, sentindo-se subitamente vazio. Não agira. Faltara- lhe a coragem. Black ia ser entregue aos dementadores.
Então Lupin perguntou com a voz muito tensa.
— Onde é que ele está, Sirius?
Então meu pai apontou a sua mão para Rony.
— Professor — interrompeu Harry, em voz alta —, que é que está acontecendo...?
Mas nunca chegou a terminar a pergunta, porque o que viu fez sua voz morrer na garganta. Lupin estava baixando a varinha, os olhos fixos em Black. O professor foi até Black, apanhou a varinha dele, levantou-o de modo que Bichento caiu no chão e abraçou Sirius como a um irmão.
— EU NÃO ACREDITO! — berrou Hermione.
Lupin soltou Black e se virou para a garota. Ela se erguera do chão e
estava apontando para Lupin, de olhos arregalados. — O senhor... O senhor...
— Hermione...
— ... O senhor e ele!
— Hermione se acalme...
— Eu não contei a ninguém! — esganiçou-se a garota. —Tenho
encoberto o senhor...
— Hermione, me escute, por favor! — gritou Lupin. — Posso explicar...
— Eu confiei no senhor — gritou ele para Lupin, sua voz se descontrolando —, e o tempo todo o senhor era amigo dele!
— Você está enganado — disse Lupin. — Eu não era amigo de Sirius, mas agora sou... Deixe-me explicar..
— NÃO! — berrou Hermione. — Harry não confie nele, ele tem ajudado Black a entrar no castelo, ele quer ver você morto também... Ele é um Lobisomen!
Houve um silêncio audível. Os olhos de todos agora estavam postos em Lupin, que parecia extraordinariamente calmo, embora muito pálido.
— O que disse não está à altura do seu padrão de acertos, Hermione. Receio que tenha acertado apenas uma afirmação em três. Eu não tenho ajudado Sirius a entrar no castelo, diferente de outra pessoa,— Então ele olhou para mim.— e certamente não quero ver Harry morto... — Um estranho tremor atravessou seu rosto. — Mas não vou negar que seja um Lobisomen.
Rony fez um corajoso esforço para se levantar outra vez, mas caiu com um gemido de dor. Lupin adiantou-se para ele, parecendo preocupado, mas Rony exclamou:
— Fique longe de mim, Lobisomen!
Lupin se imobilizou. Depois, com óbvio esforço, virou-se para Hermione e perguntou:
— Há quanto tempo você sabe?
— Há séculos! — sussurrou Hermione. — Desde a redação do Profo. Snape...
— Ele ficará encantado — disse Lupin tranqüilo. — Passou aquela redação na esperança de que alguém percebesse o que significavam os meus sintomas. Você verificou a tabela lunar e percebeu que eu sempre ficava doente na lua cheia? Ou você percebeu que o bicho-papão se transformava em lua quando me via?
— Os dois — respondeu Hermione em voz baixa.— Mas a Aly já sabia muito antes de mim...
Lupin forçou uma risada.
— Você é uma das bruxas de treze anos mais inteligente que já conheci, Hermione.
— Não sou, não — sussurrou Hermione. — Se eu fosse um pouco mais inteligente, teria contado a todo mundo quem o senhor é!
— Mas todos já sabem. Pelo menos os professores sabem.
— Dumbledore contratou o senhor mesmo sabendo que o senhor é um Lobisomen? — exclamou Rony. — Ele é louco?
— Alguns professores acharam que sim — respondeu Lupin. — Ele teve que trabalhar muito para convencer certos professores de que eu sou digno de confiança...
— E ELE ESTAVA ENGANADO! — berrou Harry. — O SENHOR ESTEVE AJUDANDO ELE O TEMPO TODO! — O garoto apontou para Black, que, de repente atravessou o quarto em direção à cama de colunas e afundou nela, o rosto escondido em uma das mãos trêmulas. Bichento saltou para junto dele e subiu no seu colo, ronronando. Rony se afastou devagarinho dos dois, arrastando a perna.
— Eu não estive ajudando Sirius — respondeu Lupin. — Se você me der uma chance, eu explico. — Olhe...
O professor separou as varinhas de Harry, Rony e Hermione e devolveu- as aos donos. Harry apanhou a dele, espantado.
— Pronto — disse Lupin, enfiando a própria varinha no cinto. — Vocês estão armados e nós, não. Agora vão me ouvir?
Harry não sabia o que pensar. Seria um truque?
— Se o senhor não esteve ajudando — disse, lançando um olhar furioso a Black —, como é que soube que ele estava aqui?
— O mapa. O Mapa do Maroto. Eu estava na minha sala examinando-o... — O senhor sabe trabalhar com o mapa? — indagou Harry desconfiado.
— Claro que sei — disse Lupin fazendo um gesto impaciente com a mão. — Ajudei a prepará-lo. Eu sou Aluado, esse era o apelido que meus amigos me davam na escola.
— O senhor preparou...?
— O importante é que eu estava examinando o mapa atentamente hoje à noite, porque imaginei que você, Rony e Hermione poderiam tentar sair, escondidos, do castelo para visitar Hagrid antes da execução do hipogrifo. E estava certo, não é mesmo?
Lupin começara a andar para cima e para baixo do quarto, com os olhos fixos nos garotos. Pequenas nuvens de pó se levantavam aos seus pés.
— Você poderia estar usando a velha capa do seu pai, Harry...
— Como é que o senhor sabia da capa?
— O número de vezes que vi Tiago desaparecer debaixo da capa... —
disse, fazendo outro gesto de impaciência com a mão. — A questão é que, mesmo quando a pessoa está usando a Capa da Invisibilidade, ela continua a aparecer no Mapa do Maroto. Observei vocês atravessarem os jardins e entrar na cabana de Hagrid. Vinte minutos depois, vocês saíram e voltaram em direção ao castelo. Mas, então, iam acompanhados por mais alguém.
— Quê? — exclamou Harry. — Não, não íamos!
— Eu não podia acreditar no que estava vendo — continuou o professor, prosseguindo a caminhada e fingindo não ter ouvido a interrupção de Harry. — Achei que o mapa não estava registrando direito. Como é que ele podia estar com vocês?
— Não tinha ninguém com a gente!
— Então vi outros dois pontinhos, andando depressa em sua direção, rotulado Sirius Black e outra pessoa... Vi-o colidir com você; observei Sirius quando arrastou dois de vocês para dentro do Salgueiro Lutador...
— Um de nós! — corrigiu-o Rony, zangado. 
— Não, Rony. Dois de vocês.
Ele parou de andar, os olhos em Rony.
— E como pode ter sido outra pessoa que atacou Rony, só se...— Então Hermione pensou um pouco.— A fênix fosse um animago, já que bichento não é!
— Sim Hermione, você é uma das bruxas mais inteligentes da sua idades, sim, a fênix é uma animaga para falar a verdade.
— Mas então quem é?
— Vocês nunca se perguntaram por que a Aly nunca ficava o dia inteiro no passeio? Ou sumia sem avisar?
— Então quer diz que...— Rony falou.
—... A Aly que é a fênix?— E Mione completou.
Então eu saltei da cadeira e me destransformei.
— C-como, como?
— Me desculpe, mas tive que fazer o que é certo.
— VOCÊ NOS TRAIU, POR QUE? VOCÊ É DESPREZÍVEL, VOCÊ AJUDOU A MATAR OS MEUS PAIS!
— Entenda que tudo isso vai acabar bem... além disso, me dê o rato.
— Quê? — repetiu Rony, segurando Perebas mais perto com um ar apavorado. — Que é que meu rato tem a ver com qualquer coisa?
— Isto não é um rato — disse Sirius Black, de repente, com a voz rouca. 
— Que é que você está dizendo... É claro que é um rato...
— Não, não é — confirmou Lupin calmamente. — É um bruxo.
— Um Animago — Eu disse — que atende pelo nome de Pedro Pettigrew.


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