- O que esconde de mim Mello?! – Roger perguntou novamente, já bastante estressado pelo silêncio do garoto a sua frente.

    - Nada... N-Nada – Mello falava, tentando não parecer nervoso (só tentando) -  Eu só estou aqui... pensando na vida... em tudo... – Mello pensava na vida sim enquanto estava de guarda, mas ele não saberia dizer o que era a vida dele, ou melhor dizer, QUEM poderia ser.

    - Pensando na vida? Num corredor? Em pé? Na frente de uma porta? – Parece que Mello realmente subestimar o Roger, afinal ninguém é assim tão fácil de enrolar, né?

    - É, sabe, eu adoro bancar uma de filósofo para as janelas, as portas, os corredores e para certo diretor carrancudo também! – Ele falou dando um sorriso amarelo com a mínima esperança que “o diretor carrancudo” risse e fosse embora!

    Uma veia saltou da têmpora do diretor! Já era o cúmulo para ele!

    - Saia da frente dessa porta, A-G-O-R-A! – Ele falou em um tom ameaçador.

    - Não Roger! Pra que? Não precisa entrar aqui! Acredite em mim, não quer ver o que tem aqui! –  Mello desesperou-se, afinal não tinha muito o que fazer.

    Nessa hora, ouve – se um baque que foi feito por Mello, que bateu o cotovelo na porta com esperança de as pessoas do outro lado percebessem.

    - Quero saber quem está aí, anda! Saia, Mello! – Com um rápido movimento, aproveitando o nervosismo do garoto, Roger conseguiu tirá-lo de frente da porta e entrar...

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    Quando Roger entrou na biblioteca tudo estava normal e em seu lugar, não aparentando ter ninguém ali.

     Por que então será que Mello estava nervoso? Roger se via fazendo essa pergunta mentalmente.

    - Viu Roger. Eu disse que não estava te escondendo nada! – Mello falava, no fundo aliviado por Roger não ter descoberto nada.

    - Parece que tudo está em perfeita ordem aqui... Só não entendo o por quê de não querer me deixar entrar já que como mesmo disse, não me escondia nada... – Disse Roger autoritário, como se sabia que ele estava escondendo algo mas simplesmente deixaria passar? Ou entraria na biblioteca e procurasse algo ou alguém que nem sabia ao certo? Desistindo, mesmo sem ainda entender o que raios acontecia, simplesmente proferiu:

    – Vá para a aula! E não tente mais fazer isso, e nem proteger mais nada nem ninguém. – Disse guiando Mello até a porta para que pudessem sair.

    - Não estava protegendo ninguém! – Mello falou, se arrependendo depois.

    - Eu não disse que estaria protegendo só alguém – Roger falou, triunfante. Mello teve que engolir em seco enquanto via o diretor sumir por entre os corredores mas não antes de dizer novamente – Vocês todos, vão para a sala!

    Quando Mello ouviu as palavras de Roger sabia que ele tinha sacado tudo, o que fez ficar com muita raiva e chamar pelo...

    - MATT! Vem aqui agora! Já pode aparecer! Ele já foi mas... sabia que tinha gente aqui

    - Ele já foi? – Então aparece uma cabeleira ruiva saindo detrás de uma estante.

    - Sim. – Matt sai detrás da estante com  Linda. Isso mesmo! Eles eram o motivo por Mello quase ficar de detenção ou pior expulso. – Da próxima vez, não me peça para vigiar a porta quando estiverem se agarrando ‘ tá! Se virem, vocês que quiseram desafiar as regras pois bem, podem viver perigosamente mas SOZINHOS! Não me incluíam!

    - Qualé né Mello! – Matt se pronunciou – Até parece que você não vive sua vida tão perigosamente assim poxa, é um dos mais rebeldes daqui, pô! – Matt falou, fazendo Linda concordar.

    Mello olhou para eles pegando um chocolate logo depois ironizando – Um dos?! Sou o top. Mas me aventuro sozinho para não deixar ninguém estragar a diversão.

    - Mello, Mello... não sabe o que perde! Viver uma aventura à dois é o dobro de emoção, o dobro de aventura. – Realmente Mello não sabia mas naquela mesma semana saberia...  - Foi mal, Mells! Por.. ter te pedido ajuda né! É que se o Roger descobrisse eu poderia ser expulso! Valeu mesmo cara! – Ele me disse com aquele sorriso bobo no rosto! – Se não tivesse batido na porta...

    - ‘Tá, ‘tá! Vamos logo para a aula! Não ouviu o Roger, não? – Mello falou indicando com a cabeça a porta e indo na direção da mesma.

    - Vem Linda! – Disse Matt, pegando na mão da menina.

    - Quer ser suspenso? – Falou Mello enquanto separava os dois

    - ‘Tá legal, já sei! Ser mais discreto, falou! – Matt acenou para ele como que “entendido a mensagem”

    E seguiram para a sala...

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    Apesar da bronca de Mello, Matt e Linda ainda sim gostavam de desafiar as leis do grande orfanato. No meio da aula de ciências Linda manda cartões ao Matt dizendo coisas de menina tipo “Te amo”, “Estou com saudades” e várias outras mensagens. Ela sentava na terceira fileira e Matt na quinta sendo que ela estava três cadeiras atrás dele.

    Ela é muito gata e beija muito bem! Estou esperando essa aula acabar logo para dar uns pegas nela. Pensava Matt como se fosse um vidente pois naquele momento o sinal toca.

    O som do sinal despertou os alunos todos saindo da sala alguns com pressa outros lerdando apenas para ficar de bate-papo com alguns colegas. Olhando um para outro agora sem um professor para que tivesse a possibilidade de interferir.

    - Vamos para algum lugar com menos... público. – Falava Matt baixinho para que só Ella ouvisse. Ela, como resposta, morde o lábio inferior.

Olha a sedução! Linda demais!! Linda Linda! (N/A: uma ironia pelo fato dela ser Linda e do Matt achar ela Linda, Bonita... Entendedores entenderão!!) Pensamentos como estes e similares ecoavam na cabeça de Matt que já levava a garota (mais ou menos já que não podiam ser vistos juntos: Matt andava e Linda o seguia uma distancia não muito longe) ao laboratório de ciências tentando os dois passarem por todos nos corredores despercebidos. A próxima aula no Laboratório só seria daqui à uma hora. Não teria problemas e ninguém iria os atrapalhar...

    Era o que eles pensavam...

    Até mais ou menos uns vinte minutos depois, quando ouviram a porta abrir...

CONTINUA...