P.S: Eu Te Amo escrita por Cisne Negro


Capítulo 2
Para: Hyūga Neji


Notas iniciais do capítulo

Eu devia ter postado quarta, desculpem por isso.



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Hinata, Neji e Mayuri estavam tomando chá juntamente com Hiashi, quando Hanabi entrou na sala.

― Com licença, meu pai. ― Anunciou sua chegada, ganhando a atenção dos presentes.

― O que quer? ― Questionou, no seu costumeiro tom gélido ― Não deveria estar treinando?

― Perdão, meu pai. ― Evitou contato visual com o mais velho ― Eu tenho algo para Neji.

― O que? ― O Hyūga mais novo perguntou.

― É uma carta. ― Estendeu o envelope para o primo ― É de TenTen.

Sem dizer uma única palavra, Neji observou o envelope por alguns segundos e então estendeu a mão para pegá-lo. Após tê-lo em mãos, guardou-o no bolso.

― Não vai ler, Neji? ― A voz de Mayuri soou pelo que parecia ser a primeira vez desde que se sentaram àquela mesa.

― Mais tarde. Não deve ser nada importante.

O modo frio como Neji falara fez com que Hinata, que já imaginava do que se tratava a carta, se pronunciasse:

― Neji-nii-san... Acho que devia ler... TenTen-san teria vindo pessoalmente se não fosse nada sério ao ponto de fazê-la escrever.

Depois de ver a insistência ― quase um pedido desesperado ― nos olhos da prima, o rapaz tirou a carta do bolso e pôs-se a lê-la.

Conforme seus olhos perolados iam correndo pelas palavras escritas naquela folha de papel, a postura do Hyūga tornava-se mais e mais rígida. Quando finalmente chegou ao fim da carta, trincou o maxilar e apertou a folha com força. Como ela ousara fazer isso? Como foi sem se despedir de forma digna? Mas, acima de tudo, como pôde deixar de dizer tais palavras olhando-o nos olhos?

Respirou fundo algumas vezes, fazendo o possível para se manter ilegível ― mesmo que por dentro estivesse gritando e amaldiçoando tudo e todos. Voltou seu olhar para Hinata, que parecia apreensiva e mantinha as mãos unidas em frente ao corpo, como se fizesse uma prece silenciosa.

― Para onde ela foi? ― Tentou soar o mais controlado que pudesse.

― E-eu não sei... ― O pesar na voz da prima não fora suficiente para convencer Neji de que a mesma desconhecia o paradeiro de TenTen.

― Onde ela está, Hinata? ― Tornou a questionar, mas, desta vez, ficando de pé.

― O que há, Neji? ― Hiashi indagou, estranhando o comportamento do seu sempre tão controlado sobrinho ― O que esta carta tem que lhe deixou tão transtornado?

― É a TenTen, meu pai. ― Hinata tratou de responder-lhe ― Ela foi embora...

― TenTen... ― O mais velho buscou a imagem da jovem eu sua mente ― Ah, sim. A mestra de armas, sua antiga parceira de time. Mas o que tem ela ter ido embora?

Aquela era uma pergunta que nem Neji nem Hinata poderiam responder, ou melhor, não queriam responder. Hiashi não entenderia, ainda mais com toda a questão do noivado.

Felizmente haveria uma reunião e ele precisou se ausentar, deixando ali apenas os mais jovens.

 

~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~•~

 

Neji e Mayuri caminhavam pelas ruas de Konoha lentamente. Vez ou outra a moça tentava iniciar um diálogo com seu noivo, mas este estava tão perdido em pensamentos que mal lhe dava atenção.

― Diga-me: o que havia naquela carta, Neji? ― O olhar frio do homem recaiu sobre si, fazendo com que ficasse arrepiada. Os olhos perolados dele eram tão iguais aos seus e, ao mesmo tempo, tão diferentes ― Desde que Hanabi-sama entregou aquele pedaço de papel você ficou distante.

Sem dizer-lhe uma única palavra, Neji entregou a carta para ela.

Leu com atenção cada palavra gravada ali, surpreendendo-se com o final.

― Neji, ela... E-ela estava apaixonada por você? ― Os olhos arregalados da moça evidenciavam sua surpresa.

― Ao que parece....

― Ora, Neji, não aja como se isso não o afetasse! ― A irritação presente na voz da jovem fez com que o Hyūga a encarasse com uma sobrancelha arqueada, numa pergunta silenciosa ― A confissão dela mexeu com você. Mesmo que tente negar, isso fica visível. É recíproco, não é? ― Mais uma vez o silêncio foi a sua resposta. Mas um silêncio carregado de pesar, e foi isso que deu a ela a confirmação que precisava ― Ah, Neji, devia ter me contado! Este tempo todo você esteve passando pela mesma situação que eu e guardou isso para você. Se tivesse dito, talvez nós dois pudéssemos ter lutado juntos contra esse noivado.

― Estamos fazendo isso pelo clã. ― Ignorou o nó que se formara em sua garganta. Se convencer daquilo era a única forma de conseguir suportar.

― É isso que Hiashi-sama diz. É isso que meu pai diz sempre que me vê. ― Gesticulava com as mãos sem parar ― "Você se casará com o futuro líder do clã, Mayuri. Devia estar honrada", "Vocês irão encher nosso clã de orgulho." Você realmente acha que isso valerá de algo quando estivermos jurando fidelidade um ao outro desejando estar com outras pessoas? De quê valerá todo o orgulho e a honra quando olharmos para nossos filhos e buscarmos outros traços que não os nossos? Estão nos exigindo um sacrifício grande demais.

― Talvez... Talvez algum dia nós cheguemos a nos amar. ― A falta de convicção na voz dele fez com que a moça sorrisse. Talvez aquela fosse a brecha que precisava para fazê-lo entender.

― Neji, olhe para mim. ― Ela parou e o gênio dos Hyūga fez o mesmo, olhando-a nos olhos ― Me responda com sinceridade: você acha mesmo que me amará algum dia?

― Não. ― Respondeu, dando-se por vencido. Nunca poderia amá-la, nunca poderia amar ninguém senão aquela bruta e barulhenta mestra de armas.

Para a total surpresa dele, o sorriso de Mayuri se alargou ainda mais.

― Então vá atrás dela, Neji! ― Segurou a mão dele ― Dane-se o que o clã pensará, não cometa o mesmo erro que eu. Não permita que ela parta assim.

As palavras da jovem envolveram o coração do gênio de Konoha, mas não seria fácil assim. Se ele fosse atrás dela, estaria dando as costas ao seu clã, sua família. Se não fosse, perderia a única mulher que já amou em toda a sua vida.

O que ele devia fazer, afinal?


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Notas finais do capítulo

Vou postar o último capítulo domingo ^^



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