A realidade ofuscante de uma mente sem esperança escrita por Wesley Lew


Capítulo 1
Capítulo 1 - Piloto




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Cem dias antes.

Nove da manha, despertador começa a tocar, tenho de me arrumar para mais um dia de trabalho. Tomar banho, por uma camisa social branca, calça social preta, sapato preto, crachá, pronto para mais um dia.

Nunca acontece nada demais no trabalho, mesmo sendo estagiário de um dos maiores escritórios de advocacia da região e fazendo maior parte da papelada, nunca levava o crédito e no final o nome que ficava era da companhia. 

Pega papel, protocolo papel, e de novo, de novo e de novo. Enquanto olho disfarçadamente para uma colega, que ta na mesa dela, fazendo o mesmo. Sofia, uma menina linda, parecia ter uns 16 anos, porem, já era mais velha que eu, seus olhos eram verde claro, cabelo loiro natural. Penso comigo - É hoje que chamo ela para sair. 

Fim do expediente, no trabalho a possibilidade de falar com ela era nula. Além de ficar cercada por sua amiga, atrasar os papeis era pedir para ser demitido logo no primeiro mês.

Chego em casa, nem da tempo de comer, faculdade já esta quase na hora, melhor eu não me atrasar. Mesma coisa. Passar aguá no corpo, colocar uma roupa menos social, calça jeans, camisa da turma, pronto. 

—Boa noite. Digo eu entrando na sala, já indo para minha mesa.

—Boa noite. Alguns respondem por educação, e a mesma cena se repete com cada um que entra na sala. 

—Fez o trabalho de Penal?. Pergunto, dirigindo-me a Sofia. -Sim, fiz ontem a noite, madruguei fazendo o trabalho, fim de semana espero estar livre para ir para o Oppen Bar da Ledds

Oportunidade perfeito penso comigo. -Estava pensando em ir também, se quiser posso te dar uma carona. Falo com certa insegurança, afinal, não eramos ainda tão próximos. 

—Claro, assim já posso te apresentar minha namorada, se importa de dar carona para ela também?

Neste momento da minha boca só sai -Sem problemas, a gente combina mais pelo whats. E começo a pensar "Namorada? Como assim, ela é lésbica? Como não percebi? Que burro eu sou. Mas, ela não falou na maldade, da para eu conseguir alguém na cervejada ainda". 

—Boa noite alunos, deixem o trabalho em cima de minha mesa, aula de hoje vai ser sobre...

E assim lá vai mais um dia, um após o outro... 

 

noventa e quatro dias antes

Chega o dia do Oppen Bar, vou pegar as meninas. -Boa noite.

—Boa Noite. Digo enquanto abro a porta do caro.

—Esta é a Camila. Apresenta Sofia.

—Prazer em conhece-la. Respondo gentilmente. -Sou Eduardo, estudo com a Sofia.

—Ouvi falar de você. Responde ela.

—Espero que bem. Forçando uma leve risadinha. 

Começo a dirigir até o local, e Camila comenta -Eu tenho um amigo que você vai amar conhecer, ele também é gay.

Minha mente neste momento vai a mil. —Oi? Como assim, Gay? Elas pensam que eu sou Gay? Como assim, que eu que faço numa situação destas? Se eu responder que não sou gay vão achar mal por eu estar levando elas? Se eu responder que sou, vou estar mentindo. Melhor eu pensar em algo rápido.

—Haha, obrigado pela gentileza, mas, não estou a fim de sair para ficar com ninguém hoje. Comento, sem negar ou afirmar nada. -Estou indo para me divertir com os amigos. Acrescento.

Mano, meu deus do céu, como eu sou trouxa. 

 

noventa e dois dias antes.

E assim se repete mais uma semana. Já é segunda feira, despertador toca as nove da manha. Se banhar. Camisa social branca, calça social preta, sapato preto, crachá. Pronto para mais um dia de trabalho. 

No trabalho ela passa por mim e comenta -Foi divertido, vamos sair mais vezes, você deveria conhecer meus amigos, você vai adorar eles. -Claro. Respondo, e assim começa mais um dia de trabalho.

O pior da faculdade, não é as matérias os alunos mauricinhos, nem os professores que descontam suas frustrações em cima dos alunos, trabalho em cima de trabalho, nem ao menos você ser forçado a comer todo dia a mesma coisa, por eles não ter uma variedade de lanches, além de serem absurdamente caros. É a exaustão que ela deixa em você, o desanimo de você estar lá, fazendo um curso na esperança de ter uma vida melhor... Coisa que acontece com um entre um milhão.

 Naquele dia, parecia ser apenas mais um dia daqueles normais de aula. A grande esperança de acontecer algo grandioso que mudaria tudo era grande. Mas, coisas assim só acontecem em filmes. Então, sim, foi apenas mais um dia normal de aula.


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