Memórias Ao Vento. escrita por Beni Oliveira


Capítulo 8
Tentando acertar.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas do outro lado da tela.
Recentemente vi que tem pessoas acompanhando a fic, já tentei de todas as formas descobrir quem são, mas parecem invisíveis. Bom de todo modo, mesmo não tento a menor ideia de quem vcs são, muito obrigada mesmo, do fundo do ♥.
Quero dedicar esse capitulo a vcs que mesmo com mil e umas coisas, tiram um tempo só pra ler algo que saiu da mente de uma garota muito louca.
bjs, boa leitura mores ♥



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Então era isso, escrevi durante 50 dias naquele diário, e só fui dormir depois que li cada dia, e vi cada memória.

Com certeza eu não estava feliz com minha vida, sempre soube que Debrah e seu grupinho era pura aparência, me forcei ser quem eu não sou só pra agradar ela, mas eu a odiava tanto quanto odeio Ambre agora. Nunca amei Dakota, na verdade, nunca senti nada por essa gente além de desprezo e nojo.

 Descobri que a antiga eu, estava como agora, cansada, confusa, cheia das implicâncias de Debrah, cansada da falsidade de Ambre. Queria mais era me livrar de Bia, a menina era o único motivo de brigas entre mim e Dakota. Kentin foi a primeira e única traição que eu cometi apesar de não sentir nenhum remoço. Nem mesmo gostava de Dake, só estava por estar, um casal de aparências. Por algum motivo, os primeiros dias daquele diário, foram os únicos em que Castiel foi citado, depois de uns 5 dias nem encontrei nada que pudesse ser ligado a ele.

Em grande parte só estava escrito sobre farra e brigas de Anastácia e meu pai.

Hoje é domingo, e eu sei que a antiga eu iria para uma festa, sairia com as amigas, mas acho que chegou a hora de fazer a coisa certa. Estou cansada de ser marionete, de ser a garota superficial de sempre, cansada de ver tanta injustiça e não fazer absolutamente nada!

Não adianta eu me preocupar tanto com o que eu era, agora o que me importa é quem eu vou daqui para frente.

Se a antiga eu me visse agora, tenho certeza que me mataria. Um batom rosa claro, tênis vermelho, calça com a barra dobrada, blusa simples listrada, coque mau feito, casaco e uma bolsa simples.

Olhei mais uma vez para o enorme prédio, respirei fundo, fui para a recepção perguntar onde ela morava, assim que obtive minha resposta fui até seu andar.

Não era algo do tipo ambiente em que estou acostumada. Não tinha portas de porcelanas, vasos gregos caros nos corredores, chão impecavelmente encerado, crianças se comportando como robôs de seus pais. Era apenas um prédio normal.

Bati na porta, uma, duas, três vezes, pensei que não tivesse ninguém em casa, mas escutei alguém destrancando a porta, e lá estava Iris, seu cabelo curto naturalmente ruivo, sardas, pele incrivelmente branca e olhos verdes, e sua tia professora Agatha, agora com o cabelo preto curto, olhos castanhos escuros. As duas olhavam intensamente para mim, eu não sabia o que falar e nem o que fazer. Senti vontade de sair correndo dali, mas era tarde para recuar, comecei, tenho que terminar.

— O que você quer? – Agatha interrompeu o silencio –

— Eu... – olhei para baixo e suspirei – Eu sei que no último ano, não fui bem um amor de pessoa, e não facilitei muito a vida de vocês. – Elas me olharam com mais atenção – Mas eu estou aqui para pedir desculpas por tudo – Iris parecia surpresa, mas Agatha me olhava desconfiada –

— Entra – Agatha abriu mais a porta para que eu pudesse entrar. Uma prateleira com vasos vermelhos e plantas, paredes brancas, a sala dividindo espaço com a mesa de jantar, era um lugar pequeno e modesto, mas muito bem arrumado. –

— Em primeiro lugar, Agatha, eu sei que não posso colar seu cabelo de volta, mas prometo que vou ser a melhor aluna possível – ela mexeu no cabelo curto e sorriu –

— Acho que gostei mais dele curto mesmo – balançou a cabeça de leve, mas ainda estava desconfiada – Mas o que você realmente quer? – Engoli em seco –

— Eu realmente vim pra me desculpar, entendo se não acreditar em mim, eu também não acreditaria. Certo, fui um monstro, uma vadia, mas acredite em mim...  E Iris, sinto muito que eu tenha sabotado seu teste para entrar nas líderes de torcida, mas você é excelente e se quiser, segunda-feira poderá refaze-lo – abri minha bolsa e retirei um pequeno embrulho – E isso lhe pertence –

Observei a ruiva abrir o embrulho, seu rosto se iluminou quando viu os brincos.

— É a única memória que tenho da minha avó – ela me olhava com os olhos marejando –

— Sei disso, meu pêsames por ela – digo abaixando a cabeça –

— Sabe... – Agatha levantou a voz – Pode ser outra brincadeira sua, mas sei que todos merecem um segunda chance – sorri feliz – Soube o que aconteceu com você, sobre suas memórias, mas se quiser... Posso te ajudar – olhei curiosa para Iris e logo em seguida para Agatha –

— Como assim? –

— Sei de muita gente que você vai ter de pedir desculpas se quiser começar do zero – ela sorriu e eu também – Pode começar pelo Nathaniel e Melody, acho que era seu passatempo favorito irritar eles –

— Será um prazer me desculpar por tudo -

Iris me levou até a porta, mas antes que eu saísse, ela segurou meu braço.

— Se precisar de amiga, eu to aqui – sorri para ela.

Assim que sai do prédio, Hugo me olhava quase incrédulo.

— Tem certeza que está tudo bem com a senhorita? – Ele disse abrindo a porta do carro –

— Como nunca antes – disse alegre – Me leve a mansão Damon –

— Se me permite, não sei se é uma boa ideia – fiz sinal para que ele continuasse a falar – Aquela garota Ambre – ele respirou fundo – pode fazer muito mal a senhora –

— Ela não vai ser problema para mim –

Não demorou muito para que chegássemos a mansão. Avistei Ambre na varanda de seu quarto. Assim que desci do carro, ela me fuzilou com os olhos, ignorei e me dirigi ao portão.

Toquei no interfone e acho que uma empregada atendeu.

*- Como quem deseja – ouve um barulho e escutei a voz de Ambre ao longe – Me dá isso aqui. Sabia que voltaria para se desculpar, esqueça, você está na minha lista negra*

*-Meu assunto não é com você, é com seu irmão, me poupe de seus draminhas*

*-Dake não está, sabe a fila anda- ele deu uma risada antipática*

*-Não vim falar com ele*

Não obtive resposta.

*-Nathaniel está? *

*- O que quer com ele?*

*-Meu assunto é com ele não com você*

*-Não, meu irmão não está*

Desliguei e voltei para o carro. Fomos direto para casa.

Mal abrir a porta e encontrei Jenna sentada no colo de meu pai com um vestido que Anastácia costumava usar.

— Serio isso? – falei perplexa –

— Ué? – Jenna deu um beijo nele olhando para mim

— É sério? Anastácia mal saiu desta casa e você já pôs essa vadia para dentro? -  esbravejei –

— Cale-se! – meu pai gritou –

— Que moral tem para falar de mim? – Jenna provocou –

— Cale-se Também Jenna, agora saia daqui – Jenna se levantou e me encarou –

— Sou muito melhor que ela – ela disse com um maldito sorriso de canto –

— Claro, e tem de usar as roupas dela para substituir ela – provoquei –

— Ora sua – Jenna levanta a mão para mim, mas meu pai bate forte na mesa –

— Eu disse para sair! – meu pai berra. Jenna abaixa a cabeça mas lança um olhar vitorioso para mim –

— Será que não tem um pouco de consideração por Anastácia? – gritei – Ela foi incrível todos esses

— Não se fala mais o nome dela nesta casa! – meu pai gritou me interrompendo – Você vai ter de respeitar Jenna nesta casa, está ouvindo? –

— Ela é uma vadia, não merece ficar aqui! – ele se levantou e agarrou meu braço bruscamente

— Você também, e nem por isso te expulso da minha casa – ele me sacudiu e me soltou logo em seguida me fazendo cair no chão -

— Como pode dizer isso? Sou sua filha! – grito chorando –

— Filha que eu nunca pedi para ter! Só aceitei seu nascimento porque sua mãe foi a única mulher que eu amei! – ele berra. Respira fundo, toma um gole de vinho e se senta novamente – Amanhã você irá numa entrevista comigo, e falara que Anastácia não passava de uma vadia –

— Jamais! – Choro alto – Não vou fazer parte desse teatrinho -

— Ela não passava de uma ordinária que nunca me concebeu um filho – ele bate o copo numa mesinha próxima a poltrona e o copo se estraçalha –

— Então esse é o problema? Porque sou mulher? – falo pasma me levantando –

— Claro que sim, uma herdeira que não saberá como administrar os negócios! –

— Seu idiota – gritei –

— Cale a boca se não quiser ir para uma escola interna –

— Monstro! – Corri para meu quarto e tranquei a porta –

Fui para meu closet, me escondi atrás de umas roupas, peguei uma caixinha que tenho usado a uns dias, tirei uma lamina de dentro dela.

— Nada que alguns cortes não aliviem...


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Notas finais do capítulo



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