Fuck You - Parte ll escrita por ahyuga


Capítulo 1
Capítulo 1




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Vai ficar tudo bem Hermione, apenas mantenha a calma e não olhe para os lados.

Eu estava um turbilhão de sentimentos, mas o que estava ganhando espaço era o medo.

Medo de ser abandonada, não, sei que isso não aconteceria, mas era muito provável que tropeçasse na porcaria do vestido e caísse de quatro no meio do corredor. Eu odiava ser o centro das atenções, odiava saber que todos os meus movimentos estavam sendo observados minuciosamente.

Foco.

Levantei meu olhar e na outra ponta do corredor um ser no auge de sua arrogância me encarava com um sorriso minúsculo. Estreitei os olhos, ele estava debochando de mim. Como se entendesse meus pensamentos, sua postura mudou, parecia mais relaxado agora e, arqueando uma sobrancelha inclinou a cabeça para a direita, indicando o lugar ao seu lado.

Rumei em sua direção, ignorando os olhares e a música no ambiente. Minha atenção estava apenas nele.

Assim que parei em sua frente o sorriso debochado voltou.

— Seu cabelo está horrível.

Meu rosto esquentou instantaneamente. Uma mulher que estava parada ao lado dele soltou um sorrisinho contido. Vadia.

Não me dei ao trabalho de responder sua provocação, não iria me sujeitar a uma cena patética justo hoje. Quando ele enlaçou meu braço me guiando na direção correta todos os meus pensamentos e temores sumiram. A única coisa que conseguia era sentir a presença imponente daquele imbecil ao meu lado.

Foi então que algo me despertou de meu devaneio.

— Draco Lucius Black Malfoy, você aceita receber esta mulher, cuja mão você está segurando agora, como sua legítima esposa?  

— Sim, aceito.

— Você promete solenemente, diante de Deus e destas testemunhas cuidar dela, amá-la e defendê-la, e ser-lhe fiel enquanto Deus lhe conceder vida?

— Sim, prometo.

Meu coração não cabia mais em meu peito, meus olhos umedeceram e precisei de muito esforço para não começar a chorar naquele momento.

— Hermione Jean Granger, você aceita receber este homem, cuja mão você está segurando agora, como seu legitimo esposo?

— Sim, aceito. – A segurança em minha voz me pegou completamente de surpresa.

— Você promete solenemente, diante de Deus e destas testemunhas unir-se a ele à fim de amá-lo e ser-lhe fiel durante toda a vida, sob qualquer circunstância, até que a morte os separe?

— Sim, prometo.

O restante da cerimonia passou como um borrão, não me lembro da troca de alianças, ou do pronunciamento final, nem mesmo a benção pastoral.... Minha única lembrança era da mão de Draco apertando a minha gentilmente enquanto olhava atentamente para o ministro, passando toda a segurança que eu precisava naquele momento.

—––––––

As pessoas olhavam horrorizadas enquanto Fuck You tocava no grande salão. Como se não bastasse ser minha música favorita, era sempre bom provocar minha adorada sogra.

— Minha mãe vai adorar a música.... – Draco falou enquanto me ajudava a sentar.

— Quem sabe assim ela aprenda a não meter o bedelho no casamento dos outros.

Ele sorriu enquanto se ajeitava ao meu lado, puxando sua cadeira para mais próxima a minha.

De longe eu podia notar alguns antigos colegas de faculdade. Gina estava radiante em seu vestido de madrinha, Luna ao seu lado em um vestido de mesmo corte, mas em outro tom. Elas pareciam discutir enquanto seus noivos bebiam algo.

— Você podia ter escolhido madrinhas melhores. – O tom debochado, já conhecido por mim soou de algum lugar em minhas costas.

Olhei rapidamente sobre o ombro, arqueando a sobrancelha em desafio.

— E você seria uma escolha melhor? – Minha voz soou fria enquanto a garota se aproximava de nós, como uma cobra, pronta para dar o bote.

— Claro que não, mas como noiva eu seria a escolha perfeita, disso estou certa.

Astória pousou a mão sobre o ombro de Draco, que me olhou claramente entediado.

— Por isso que você ficou plantada ao lado de Draco até o último segundo? Na esperança que ele me trocasse por você? – A olhei de cima a baixo, dos sapatos caros ao mega hair. –Convenhamos Astória.... Pansy seria uma escolha melhor.

— Ei! – Draco tirou a mão de seu ombro a olhando irritado, provavelmente pelo aperto de suas unhas pontudas. Sorri minimamente, preparada para o ataque.

— Você é um desqualificada, nunca vai ser aceita na família Malfoy.

O sorriso em meu rosto ampliou.

— Querida, a partir de hoje eu sou uma Malfoy. Você querendo ou não.... – Olhei para Draco, pronta para dar a cartada final e me livrar dessa garota, pelo menos até o fim da festa. – Não é irônico uma Greengrass chamar qualquer pessoa de desqualificada?

O arfar de Astória foi melhor que qualquer troféu que eu poderia receber. Sem responder ela virou as costas e saiu rapidamente para junto de sua madrinha, que infelizmente também era minha sogra.

—––––––

Não estou brincando Malfoy, peça desculpas! – HMalfoy

Não importa os anos que tenham passado, parece que vivo em função de arrumar a bagunça que Draco faz.

Suspirei colocando uma almofada sob meus pés. O notebook em meu colo aberto em um jogo RPG aleatório que provavelmente eu iria abandonar antes de chegar ao meio da história.

Hermione, de um jeito no seu marido se não quiser ficar viúva. – GinaP

Como você suporta ele?! – LLuna

Quanto ele te paga para suporta-lo? – Blasio

Espero que não tenha esquecido do jantar hoje à noite. – NarcisaMalfoy

As mensagens não paravam de chegar, a maioria eram ameaças a meu marido, que andava descontando suas frustrações nos funcionários da empresa.

Fechei a aba do jogo, não conseguiria me concentrar nele de qualquer forma.

Precisava conversar com Draco, entender o que estava o chateando tanto.

Estou em reunião. – Sua voz soou do outro lado da linha.

— Tem certeza que vai mentir para mim? – Meus sentidos ficaram em alerta.

Não quero discutir, não com você. – Ele suspirou, podia imagina-lo com o cotovelo sobre a mesa enquanto passava a mão pelos cabelos.

— Não liguei para isso.... Só quero saber o que está acontecendo. Porque está todo mundo me mandando mensagem reclamando do seu mal humor.... – Minha voz estava baixa, quase um sussurro.

Mione.... – Definitivamente tinha algo errado.

— Vem para casa.

Não posso sair do escritório agora.

— Por favor....

O silencio por parte dele fez meu coração se encher com uma necessidade absurda de tê-lo em meus braços.

Chego em 20 minutos.

Assim a ligação se encerrou, sem despedidas.

Desci até a sala, sentando no sofá de frente para o corredor de acesso. Exatos 20 minutos depois a porta da frente se abriu e um Draco visivelmente cansado caminhou em minha direção. Seus cabelos estavam bagunçados, algo que nunca acontecia, a gravata não estava mais no seu pescoço e sim atirada no chão.

Levantei abrindo os braços, um convite mudo que foi prontamente aceito. Ficamos ali, abraçados, por um bom tempo, até Draco sentar no sofá, me puxando para seu colo.

— O que está acontecendo?

— Nada.

— Draco, você precisa confiar em mim.

— Eu confio em você.

— Certo, vou reformular minha frase. – Levantei a cabeça, o encarando. – Você precisa confiar em mim nos momentos ruins também.

Seu aperto ao meu redor aumentou.

— Desabafar não é sinal de fraqueza. – Falei, roçando levemente nossos lábios.

— Meu pai está querendo entregar o controle financeiro da empresa na mão do Sr. Greengrass.

— Ele está louco? Não aprendeu da última vez?

— Ele esta tentando convencer o conselho, disse que mesmo com os desfalques os lucros que aquele ladrão gerou eram superiores aos atuais.

— Claro que eram, ele falsificava tudo! – Sua expressão demonstrava todo seu descontentamento, mas tinha algo a mais ali. – Mas não é isso que está te incomodando, certo?

Ele negou com a cabeça, fixando seu olhar no meu rosto, estudando minhas reações.

— Você lembra quando assumi a direção da Malfoy’s? – Acenei com a cabeça, confusa com o rumo que ele estava seguindo. – Eu nunca quis isso e você disse que me apoiaria no dia que eu jogasse tudo para o alto.... Parece que você sabia que esse dia chegaria....

Um sorriso singelo surgiu em meus lábios. Eu tinha certeza que ele não aguentaria muito dentro daquele escritório, Draco não nasceu para ficar discutindo valores de importação. Ele cursou Engenharia Civil por ser sua paixão, mas por pressão de seu pai acabou cedendo e assumindo a empresa da família.

— Eu conversei com o Theo, ele disse que me queria como sócio dele. – Pousei minha cabeça em seu ombro, beijando seu pescoço. – Eu quero muito aceitar, mas nosso padrão de vida iria cair um pouco, é impossível começarmos no topo.

Continuei na mesma posição, esperando que ele me falasse exatamente o que estava o perturbando.

  – Quero deixar claro que não aceitei nada, ele ainda está entrando em contato com alguns sócios do seu pai.... Eu teria que procurar alguma sala comercial para montar o escritório enquanto ele vai atrás de clientes....  – Ele suspirou, algo que não é comum. – Não quero que você se sinta obrigada a ter uma vida simples novamente.

Sem pronunciar nenhuma palavra, me levantei de seu colo, fui até nosso quarto pegando meu notebook. Quando retornei ele estava com os cotovelos apoiados no joelho e bufava com o rosto entre as mãos.

Me sentei ao seu lado, colocando o aparelho sobre minhas pernas enquanto esperava iniciar.

— O que está fazendo?

— Você não vai encontrar a sala perfeita se não começar a procurar....

Fui impedida de terminar minha frase, seus lábios selando os meus. Ele se afastou o suficiente para encarrar meus olhos, a tempestade que ele carregava no olhar expressando tudo que sentia no momento. Mas como se apenas assim não fosse o suficiente ele disse minhas palavras preferidas.

— Eu te amo, idiota.

— Eu te amo, imbecil.

—––––––

— Onde está sua mulher? – A voz de Narcisa não escondia o desagrado em fazer aquela pergunta, muito menos em ela ser referida a mim.

— Já está chegando mãe. – Em compensação a voz de meu marido parecia extremamente entediada, como se já tivesse respondido aquela pergunta dezenas de vezes.

Puxei a cadeira ao lado de Draco, a cafeteria era pouco movimentada naquele horário, o que era bom caso o clima esquentasse na nossa mesa.

— Está atrasada. – Draco comentou enquanto encarava meu vestido, visivelmente desgostoso com o que via.

— Eu tenho relógio e sei ver as horas, mas obrigada por me lembrar.

Narcisa bufou com minha resposta. Mudando seu foco imediatamente para a pequena lista que tinha no papel a sua frente.

— Eu tomei a liberdade de incluir alguns nomes. – Ela levantou seu olhar, me encarando quase em suplica. – São todos amigos próximos da família, seria uma desfeita não convida-los.

— Tire os Greengrass. – Minha voz soou cortante, não teria discussão nesse ponto.

— Draco, meu filho, coloque um pouco de juízo na cabeça dessa insolente. Não podemos cortar da lista de convidas o diretor financeiro da empesa.... Nem minha afilhada! Céus!

— Tire os Greengrass. – Draco reiterou meu pedido.

— Vocês dois se merecem! – Mesmo contrariada, Narcisa riscou os nomes de sua lista. Os demais não me incomodavam, eram desagradáveis, mas não insuportáveis.

O café com Narcisa foi tranquilo no final das contas, ela não me atacava mais a cada segundo, parecia estar se acostumando a minha presença, ou pelo menos tolerando melhor.

Era estranho ver a mulher que cuidou de mim na infância me tratar tão mal agora. Mas também não poderia dizer que facilitei sua vida, principalmente depois que Draco e eu assumimos nosso relacionamento. Ela não me tratava bem, eu a tratava da mesma forma....

Assim que chegamos em casa me senti livre para tirar os sapatos que apertavam meus pés, calcei as pantufas que atualmente ficavam ao lado da porta e rumei para a cozinha.

— Esse vestido deixou você gorda.

A voz de Draco não carregava o deboche costumeiro, sinal que ele falava sério.

— Seu filho me deixou gorda. – Respondi apontando para minha barriga de sete meses.

— Nosso filho deixou você linda. – Ele se aproximou, colocando a mão sobre o volume em meu abdômen. – Esse vestido é horrível.

— Ele é muito confortável, e no dia que você engravidar entendera o valor que uma peça de roupa que não aperte tem.

— Ouviu isso Scorpius? Sua mãe está tentando me enrolar. – Sua voz suavizou, enquanto acariciava minha barriga. – Vou guardar esse vestido para você concordar comigo.

— Você está pressionando a criança ou é impressão minha?

Sua expressão inocente não me convenceu em nada.

— Ele é um Malfoy, terá bom gosto. – O orgulho que ele exalava ao falar do filho que ainda nem havia nascido me emocionava.

Virando de costas para mim, ele caminhou até a geladeira, pegando o recipiente com a salada de frutas. Serviu um pouco e entregou para mim. Acompanhei seus gestos com um sorriso tímido no rosto, não acreditando que aquele babaca havia se tornado o homem carinhoso a minha frente.

— Não se acostume a esses mimos, não são para você, mas para minha cria.

Me enganei, ele continuava sendo o mesmo babaca.


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Notas finais do capítulo

Me avisem quaisquer erros, por favor....

Me leiam.... Me leiam... *você está sendo hipnotizado*

Quando comecei a escrever essa estória a única coisa que passava na minha mente era a necessidade de me divertir com uma fic. Não queria nenhum drama, nada muito complexo, apenas algo simples e fácil de ler. Acho que por isso essa é a minha fic preferida XD

Pra quem pediu bônus... Aí está.
Pra quem não pediu... Da próxima vez peça u.u

Obrigada a você que leu, saiba que é graças ao seu apoio que nós, autoras, continuamos dando asas a nossa imaginação.



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