Fúria Liberada escrita por Wanderer


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

A horrenda tragédia ocorrida na casa da família Roubalheira é descoberta,e uma inimiga de Timmy e de seus Padrinhos Mágicos retorna,ansiando por vingança!



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Mas a adolescente enlouquecida, que dormia tranquilamente na mesma casa onde estavam os cadáveres de suas vítimas não era o único infortúnio prestes a ser desencadeado sobre Dimmsdale. Naquela mesma noite uma locomotiva de carga para na estação ferroviária com a sua extensa linha de vagões. Eram prateados com a parte traseira amarela, onde havia pequenas colunas retangulares formando uma área em forma de cunha truncada com um piso metálico, onde alguém poderia facilmente se esconder. Um adolescente robusto, com barba, vestindo um casaco vermelho escuro de mangas compridas com capuz, calças jeans e tênis marrons saem de um desses lugares e corre por entre os vagões, saindo furtivamente do local antes que algum funcionário da ferrovia chegasse para começar a fiscalização.

 Era Francis, que dois anos antes havia agredido brutalmente Elmer, um dos amigos de Timmy. Apesar daquilo ser quase uma rotina, aquela vez foi muito pior do que o habitual porque o garoto cinza havia tomado meta-anfetamina naquele dia e a droga fez ter um surto psicótico tornando sua agressividade muito pior: cortou o furúnculo no rosto do colega de escola, quebrou três costelas e por fim cravou-lhe uma faca na cabeça.

 No hospital, os prognósticos era desanimadores: após fazer uma tomografia os cirurgiões estimaram em oito por cento as chances de Elmer sobreviver a retirada da faca e menos que isso em não sofrer alguma sequela. No entanto o garoto saiu ileso (apenas com uma cicatriz na face)graças a um desejo de Timmy, realizado por Cosmos e Wanda. Por causa disso, o “garoto cinza” acabou condenado há 12 anos por tentativa de homicídio.

   Na prisão juvenil, Francis logo se envolveu com as gangues que atuavam lá, tornando-se membro de uma delas. Para provar a sua lealdade, não hesitou em matar um delator, crime que passou despercebido porque seus novos parceiros conseguiram disfarçar o ocorrido, fazendo tudo parecer um acidente. Mas em uma segunda investida, ele e três colegas foram pegos em flagrante após matar dois membros de uma gangue rival. Por causa disso, após alguns dias na solitária todos foram enviados para um novo julgamento. Mas no meio do caminho, o furgão onde estavam é atingido por uma carreta em alta velocidade.

  O impacto arremessa ambos os veículos fora da estrada, caindo por um barranco em meio a um matagal. O furgão blindado é esmagado sob o peso da carreta e quando os dois veículos param, era quase impossível ver a furgão destroçado embaixo da carreta, de onde Francis sai apenas com alguns arranhões. Ainda tinha algemas nos pulsos, mas as correntes nos tornozelos haviam sido rompidas durante a queda.

Ela examina o local. Seus colegas de gangue estavam mortos. O guarda da escolta estava preso de tal modo nos destroços que era impossível pegar a arma, mas caído no chão ao lado do veículo havia algo ainda mais útil: as chaves das algemas! Ele as pega e abre as que lhe prendiam os pulsos e os tornozelos. Nesse momento, o guarda abre os olhos, ainda zonzo por causa dos ferimentos.

  Para azar dele, o guarda estava caído perto do para-brisa estilhaçado e ao perceber isso, Francis o agarra e com um movimento brusco, corta a garganta do pobre homem nos afiados pedaços de vidro. Então escuta o motorista e seu ajudante que continuavam presos nas ferragens, impossibilitados de sair e clamando por socorro. Francis observa os dois homens e percebe que o ajudante tinha o mesmo tamanho do que ele e perto do caminhão, uma barra de ferro com um metro e meio de comprimento, com uma extremidade afiada, o que o faz ter uma diabólica.

 Fingindo ser amistoso retira dos destroços o ajudante, que havia quebrado as pernas. O leva até um lugar onde o motorista não poderia ver e ali golpeia o ajudante na têmpora num golpe tão forte que a barra de ferro atravessa o crânio do desafortunado homem para matar sem sujar as roupas da vítima com sangue. Depois vai até o motorista, golpeando-a na cabeça até mata-lo também.

  Após trocar de roupa, olha por entre as árvores, avistando uma ferrovia nas proximidades, onde uma locomotiva se aproximando devagar, puxando uma grande quantidade de vagões de carga. Sobe num deles e se deita na placa de aço que havia no vão traseiro de um dos vagões. E enquanto se afasta do local, pensa no julgamento.

 Nele Croker o professor maluco havia sido acusado de fazer corpo mole tolerar suas maldades e para se salvar não hesitou em cometer perjúrio, dizendo:
— Esse garoto terrível ameaçava matar a minha mãe!
Aquilo era mentira, mas o júri preferiu acreditar no professor, ao invés de no valentão que durante anos, tinha agredido os seus colegas mais fracos. Francis havia ficado nutrindo seu rancor durante a sua estadia na prisão, e ao perceber que a cidade onde a locomotiva iria parar era Dimmsdale, não consegue resistir ao desejo de sair para se vingar, ao invés de prosseguir na sua fuga rumo ao sul.

 Durante algum tempo Francis perambula sem rumo pela cidade, pensando em como realizar seu plano de vingança Devia entrar na casa de Croker para mata-lo junto com a mãe? O problema era que ele não sabia onde o professor maluco morava. Uma emboscada na rua? Mas como descobrir o trajeto de Crooker da escola até a casa? Ele não sabia o que fazer, porque era burro demais para pensar em algo elaborado. Ainda estava tentando decidir o que fazer quando ouve uma discussão nos fundos de um bar próximo.

Espiando do canto de um prédio ele vê nove homens discutindo. Pareciam ser membros de gangues rivais. Entretanto, o bate-boca dura pouco. Eles se dividem em dois grupos: quatro de um lado e cinco do outro. Todos sacam suas armas, começando um tiroteio. Um membro do grupo menor é atingido por vários tiros, mas isso não para o conflito. Então todos ouvem o som de sirenes da polícia se aproximando. No grupo maior, um homem se distrai por causa da iminente chegada de novos inimigos ficando exposto, e morre com um tiro na cabeça. Todos os bandidos restantes fogem em direções opostas.

Francis age rápido. Vai até os cadáveres, pegando uma pistola Ruger e outra Smith & Wesson, ambas de nove milímetros, junto com três pentes de balas e as carteiras com dinheiro. Depois, corre e desaparece entre os becos escuros, tomando o cuidado de seguir um rumo diferente dos membros das duas gangues. Quarenta segundos depois os policiais chegam ao local e começam a examinar a cena do crime, enquanto luzes acendem em algumas janelas e pessoas enfim aparecem para observar.

 Longe dali após percorrer um caminho tortuoso entre os becos, Francis sai diante de uma pizzaria aberta 24 horas. Mantendo a cabeça abaixada para evitar que alguém visse seu rosto ele vai até um canto mal iluminado e quando a garçonete chega, ele pede duas pizzas grandes (uma de presunto, outra de linguiça calabresa), e uma garrafa de refrigerante.
Após comer, paga a conta e sai do local caminhando até uma região barra pesada, repleta de desocupados, bêbados, traficantes e prostitutas. Escolhe uma loura oxigenada peituda e vai com ela encontrar um hotel barato, do tipo onde os funcionários não pediam documentos, nem assinaturas em livro de registros, apenas pagamento em espécie. Ele paga para poder ficar no quarto até o meio dia sem ser importunado. Após foder a parceira durante duas horas, ele lhe entrega o dinheiro e depois a expulsa do quarto e adormece em seguida, acreditando que estava seguro.

 Mas como sempre, o garoto cinza estava enganado. O motorista do furgão policial havia sobrevivido ao desastre e, além disso, testemunhado o brutal assassinato dos ocupantes do caminhão. Ao ser encontrado horas depois por patrulheiros rodoviários, conta tudo para eles antes mesmo que a ambulância chegue para leva-lo até um hospital. A polícia é alertada, e começa a fazer buscas ao alvorecer.

 No dia seguinte como sempre, Tootie acorda para ir á escola. Opta por um suéter preto de mangas compridas e gola role (para ocultar as marcas das chicotadas), uma calça comprida cinza e sapatos pretos. Arruma a mochila, pondo dentro a wakizachi e a pistola sob o suéter. Ao sair do quarto vê Doidle parado diante do quarto de Vicky, arranhando a porta e choramingando. Ela agacha e afaga o cão dizendo:
— Esqueça Vicky, meu querido. De hoje em diante, somos só você e eu. Agora, venha comer!
A garota desce as escadas e após alguma hesitação, Doidle a segue. Na cozinha, Tootie enche a vasilha do animal de estimação com ração canina, olha a geladeira e prepara o café da manhã dos sonhos de qualquer adolescente: pizza no micro ondas, com sobremesa de bolo e refrigerante à vontade. Depois, escova os dentes e ao ouvir o som de uma buzina, sai de casa fechando a porta, para entrar no ônibus escolar. Os vizinhos não dão importância a aquele fato rotineiro. Afinal de contas, era só uma adolescente saindo de casa e indo ás aulas...
    No ônibus escolar, os alunos conversavam entre si. Nenhum deles ou o motorista percebe a van vermelho alaranjada seguindo-os discretamente. Dentro dela estava uma inimiga que havia voltado, ansiando por vingança: a implacável e terrível Dona Perdição.

Anos antes, a caçadora de fadas havia sido derrotada por uma inusitada e fugaz aliança entre Timmy e Crooker, que havia providenciado para que um ônibus atropelasse a mulher que havia lhe tomado o emprego, e que foi hospitalizada com graves lesões na coluna vertebral. Os médicos disseram que ela nunca mais voltaria a andar sem o auxílio de muletas. Mas para surpresa de todos, a mulher de cabelos brancos e olhos alaranjados se recuperou totalmente, porque tinha uma motivação poderosa: vingança!

Após receber alta, ela saiu da cidade, para criar novas armas anti-fadas e aperfeiçoar seus equipamentos de detecção, entre eles o dispositivo do tamanho de uma caixa de sapatos afixado sobre o painel do carro. Era preto, com uma pequena antena côncava transparente pouco maior que um pires de chá. O Radar de Magia 3000.
Perdição havia demorado anos para cria-lo, e tinha muito orgulho dele. Era um detector de magia, centenas de vezes superior às estrelinhas douradas que ela havia usado anos antes na Escola Elementar de Dimmsdale, para descobrir as fadas de Timmy. Seu novo aparelho era capaz de encontrar fadas a uma distância de até 27 metros.

 Uma pesquisa na internet havia mostrado que Timmy havia completado o ensino elementar, indo para outra escola. E como na vez anterior alguns colegas de classe do garoto também tinham sido mostrados como possíveis suspeitos de ter fadas, ela optou por não se descuidar: iria seguir o ônibus da escola secundaria durante todo o trajeto, usando o detector para examinar cada estudante e seus lares, a fim de descobrir se mais algum tinha fadas consigo.
Parando a van, vê Tootie sair de casa e entrar no ônibus. O radar não indicava haver qualquer fada junto com a garota ou dentro da casa. Doombringer põe seu veículo em movimento. E de repente, sente um forte calafrio lhe percorrer todo o corpo. Aquilo a deixa perplexa e confusa.
(Porque de repente eu estou tendo essa sensação horrível, como se estivesse próxima de um local que foi tocado pela Morte?)
Com toda a atenção concentrada na perseguição,e excluindo tudo que não estivesse relacionado a isso, a caçadora de fadas nem olha para o lado e deixa de perceber que naquele exato momento, ela estava passando bem ao lado da casa da família Roubalheira...

 No ônibus, Tootie estava sentada ao lado de uma colega das aulas de balé: Winnie, uma garota loura de olhos verdes, cujos cabelos estavam arrumados em três pequenos cachos de cada lado. As duas logo começam a conversar.
— Você parece muito feliz hoje, Tootie!
— Sim, ontem eu resolvi definitivamente alguns... Problemas!
— De que tipo?
— Prefiro não falar sobre isso no momento.

Alguma coisa nos olhos de Tootie eriça os cabelos de Winnie, que decide não fazer mais perguntas e discretamente, examina a amiga com mais atenção. Tootie sempre havia gostado de usar uma combinação de blusa branca, colete preto e saia cinza. Mas do modo como estava vestida naquele dia, mais parecia uma gótica. Aquilo era esquisito, porque não combinava com ela. O que teria acontecido? Mas faltava-lhe coragem para perguntar.    
 Um ano antes, Timmy havia ficado livre de Vicky porque ao completar 14 anos, seus pais haviam decidido que ele estava crescido o bastante para cuidar de si mesmo, dispensando a supervisão de uma babá. Ele havia se graduado na escola elementar, indo para a escola secundária. Seus amigos também haviam se mudado junto com eles sendo que AJ tinha sido agraciado com uma bolsa de estudos no MIT e estava contando os dias para sair da escola secundária e ir para o prestigiado instituto.

Na Escola Secundária de Dimmsdale, não havia ninguém como Francis porque ali, qualquer caso de bullying era punido com muita severidade, o que obrigava Tad e Chad a importunar Timmy de modo mais discreto e menos frequente. No entanto, Trixie continuava a ser colega de escola dele (sem dúvida, ótimo) assim como Tootie, algo não tão bom. O garoto enfim havia aprendido a trata-la melhor como seus padrinhos mágicos tinham pedido tantas vezes, mas ainda não conseguia gostar dela. Para ele, a irmã caçula de sua malvada ex-babá era um incômodo mais do que qualquer outra coisa. Crooker também se negava a deixa-lo em paz, persistindo em seus planos bizarros para tentar capturar Cosmos e Wanda.

Mas Timmy estava estudando em outra escola, e a distância entre elas atrapalhava bastante as investidas do professor maluco. Só que os duendes, as anti-fadas e outros inimigos ainda continuavam a surgir para causar problemas, de modo que Cosmos e Wanda ainda tinham um bocado de trabalho para defendê-lo, e o mesmo era válido para Chloe.
 Quando o ônibus para ao lado da casa dos Turner e o garoto embarca, Doombringer percebe com surpresa que o radar não indicava a presença de fadas com Timmy ou no local.
(Será que as fadas o abandonaram, porque ele ficou mais velho e não precisa mais delas?)
 Mais adiante, a paciência de Doombringer enfim é recompensada porque, quanto Chloe Carmichael sai de casa rumo ao ônibus da escola o radar de magia dá o alarme, indicando que havia fadas junto com a garota loura. A mudança estava ligada a chegada da adolescência: Timmy queria conquistar Trixie por seus próprios méritos, ao invés de utilizar a magia de seus padrinhos. No entanto, aos 15 anos Chloe continuava a ter uma mentalidade e um comportamento quase tão infantis quanto no dia em que ela havia sido apresentada a Cosmos e Wanda, que por causa disso passavam a maior parte do tempo na casa da menina.

 Quando o ônibus para diante da escola Secundária de Dimmsdale, o furgão para a apenas nove metros de distância e Perdição pega outro equipamento a fim de capturar as fadas: um tubo cinzento com dez centímetros de diâmetro e sessenta de comprimento, com um visor LED do tamanho de um maço de cigarros na parte superior. O Arrebatador. A caçadora o apoia no ombro direito, observa o visor e aguarda pelo momento certo para agir.
Os alunos começam a sair do veículo para percorrer o passeio cimentado até o prédio, sem nem olhar para o furgão ou dar importância a sua presença. Mas quando Chloe entra na mira, Perdição puxa o gatilho. Um raio ultravioleta, invisível para olhos humanos, passa através do para brisas e atinge a mochila arrancando Cosmos, Wanda e Poof de dentro dela, prendendo-os no aparelho antes que eles percebam o que estava acontecendo.
 Com um sorriso maligno a caçadora vê o visor indicar que o trio de seres mágicos estava dentro dele. Discretamente, ela põe o Arrebatador sobre o banco ao lado e o furgão sai do local. Chloe Carmichael estava sem as suas fadas, e isso teria graves consequências.

 Enquanto isso, na zona boêmia Francis acorda com as batidas na porta e percebe que já devia ser meio dia. Ele levanta se veste e sai, indo para um restaurante que apesar de estar localizado numa área de má reputação, servia comida de boa qualidade.

 Ali ele come um grande bife, peito de galinha assado, macarrão com queijo e salada, além de beber uma garrafa de cerveja. Em outros locais, nunca conseguiria tomar bebida alcoólica porque tinha apenas 17 anos, quatro a menos que o exigido pela legislação da Califórnia. Mas ali ninguém ligava para aquele tipo de detalhe. Além disso, o tipo robusto de Francis e a barba de seis dias o faziam parecer mais velho do que ele realmente era. Graças a isso, o garoto cinza saboreia o almoço e sai sem ser incomodado.

 Nas ruas, mantém a cabeça baixa e as mãos nos bolsos canguru. Anda a esmo tentando decidir se iria atrás de Croker ou aguardar a chegada da noite para tentar embarcar as escondidas em algum trem rumo ao sul. Nesse momento, ele vê seu ex-professor passar bem ao lado dele num Ford Fusion prateado, com a mãe Dolores ao lado. Faz sinal para um taxi e ao entrar, ordena:
— Siga aquele carro,seu filho da puta!

O chofer era um nipo-americano de cabelos pretos e olhos cinza, não gosta daquele tom rude. Mas por sorte quando Francis se senta, ele consegue perceber o volume de duas armas na cintura e fica com medo. Dirige temendo pela própria vida e quando seu passageiro o manda parar e sai sem esperar pelo troco,sente um enorme alívio.

  Escondido entre os carros, Francis olha o professor e entrarem no hospital, onde a velha senhora iria buscar os resultados de exames cardíacos. O movimento no saguão e um carro de polícia perto da rampa de entrada o fazem desistir de ir atrás dos dois. E então ele se lembra de algo que havia aprendido na prisão.

   A vários quilômetros dali, Perdição estaciona a van em um terreno onde havia funcionado uma fábrica de calçados. Todas as máquinas e móveis haviam sido retiradas, restando só o prédio vazio, cercado por muros altos. O portão da frente estava fechado com correntes e um cadeado, assim como o dos fundos. E é por ele que Perdição entra, após destruir o cadeado com uma arma de raios portátil. O andar térreo era uma vasta área vazia, o lugar perfeito para ela matar as fadas que havia capturado sem ser vista por pessoas curiosas ou a polícia.

Porém no momento em que sai do furgão e tenta tirar as fadas do recipiente onde estavam o Arrebatador apresenta um problema técnico. Estava emperrado e ela sabia que tentar abri-lo na marra faria o aparelho explodir na cara dela como uma granada de mão. Sem outra escolha, começa um delicado exame para descobrir e resolver o problema.

  Em uma delegacia bem longe de onde a caçadora estava uma policial peituda de olhos azul claro brilhante e cabelos louro cinza arrumados em um coque olha para a lista que havia recebido do 190, o telefone de emergências. Aquilo parecia um caso banal, mas a intuição feminina lhe dizia o contrário. Ela se levanta e vai até a sala do comissário de polícia, um quarentão com cabelos castanho avermelhado e olhos azul acinzentados. Ela diz:
— Com licença capitão Paley, mas parece que temos um possível caso de desaparecimento múltiplo ou algo assim. Todas as vítimas são garotas com idades entre 18 e 20 anos.
— Qual é o problema,cabo Darien?
— Quatro garotas. Elas saíram de casa para uma festa de aniversário na casa de uma amiga na Rua Sherman 230 e ainda não voltaram. Os pais delas estão muito preocupados!
— Tem mais alguma informação disponível?
— A amiga delas se chama Vicky, geralmente trabalha como babá, e era uma festa de 21 anos.
— Festa de 21 anos, hem? Provavelmente a tal Vicky comprou um monte de bebidas, elas ficaram bêbadas como gambás, e agora devem estar com uma ressaca monumental! Se estivermos diante de um caso onde bebidas alcoólicas foram servidas a menores de idade, essa aniversariante está numa grande encrenca! Mande um carro de patrulha para lá.

 Dez minutos depois uma viatura policial para diante da casa de Vicky e Tootie. Dois policiais saem. Um deles com idade no meio dos trinta, cabelos castanhos médios e olhos azuis escuros. Seu parceiro era um jovem cabo com cabelos negros e olhos verdes claros. O cabo toca a campainha e espera, mas ninguém vem atender. Um vizinho de cabelos e olhos castanho escuros diz:
— Não tem ninguém em casa! A filha caçula foi para a escola hoje de manhã.
— Viu alguém sair da casa depois disso?
— Não senhor. Mas o cachorro deles está uivando faz horas, e ninguém dentro da casa faz nada para calar o bicho!
O sargento tem um pressentimento desagradável e aí,seu parceiro mexe na porta, que se abre.
— Veja sargento! Não foi trancada, estava só fechada.
 O sargento fica ainda mais ressabiado. Ele agradece ao homem e entra junto com o cabo. Dentro, ele podia ouvir apenas o som dos próprios passos e os do parceiro além dos uivos do cão, que parecia estar arranhando uma porta e o zumbido de insetos. Além disso, havia no ar um cheiro desagradável,que ele conhecia e do qual não gostava.

— Que fedor é esse, senhor? – pergunta o patrulheiro.
— O cheiro da morte! – responde ele, sacando a pistola Glock calibre 40, no que é imitado pelo parceiro. Logo chegam à sala de estar e param atônitos e horrorizados com o que veem: havia sangue coagulado no sofá, chão e paredes, com bandos de moscas pousados nas manchas rubras e sobre o que pareciam ser fragmentos de cérebros. Uma trilha de sangue subia escada acima e cada vez mais apreensiva os dois policiais a seguem, com os nervos a flor da pele. Param ao ver Doidle arranhando uma porta. Eles a abrem e entram, seguidos pelo cão.

Dentro veem os destroços do que havia sido a mobília do quarto de Vicky, lençóis, roupas, tudo metodicamente destruído por Tootie. O rastro de sangue atravessava o quarto de um lado a outro, indo até outra porta onde se podia ver uma escada conduzindo ao porão, cuja luz estava acesa. Doidle passa por eles e desce as escadas para segundos depois uivar muito mais alto ainda, e de um modo mais agourento do que antes.

 Ao chegarem a porta e olharem para baixo, os policiais tem dificuldade para encarar o cenário de horror.O sargento Luís Morete e o patrulheiro Evans Fleming precisariam de muitas seções de terapia para superar o trauma emocional que estavam tendo...  


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