Muito Além da Intuição escrita por TheEpic


Capítulo 12
Como se fosse a primeira vez


Notas iniciais do capítulo

Um ano separa o capítulo anterior deste. Nesse período e nos demais encontros que as frequentes missões diplomáticas proporcionavam, Deidara e Sakura se reaproximaram. Com a superação do passado e um clima que já rolava mais uma vez, finalmente, nossa Saky percebe o que quer.

Uma boa leitura para você. ♥



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― Deidara, me diga, por que você fica toda vez?

Os dois estavam no teto do eterno quartel-general da Akatsuki, sentados sem se importarem com a chuva que os encharcava. Era uma cena nostálgica, de fato.

Sakura tinha ido naquela manhã em direção à Ame, pela primeira vez sem ser em uma missão diplomática. Ela precisava de estar no lugar em que ele estivesse, de sentir a presença dele, e ele, como sempre, estava mais do que pronto para recebê-la.

― Oi? ― Deidara perguntou, confuso com as palavras de Sakura.

― Você é uma pessoa inconstante, detesta que as coisas permaneçam as mesmas e a sua arte é a personificação de como tudo nasce e desaparece em um instante, para você. Mesmo assim, você fica aqui.

― Em Ame? Bem, se eu me desaliar, Iwa vai me caçar como um animal, eu não sou burro e…

― Não, não em Ame. Aqui. ― Ela gesticulou para o espaço entre os dois. ― Comigo. Você sempre está aqui quando eu preciso, não importa quando seja. Você fica, por mim. Quatro anos separados, e mesmo assim você, de alguma maneira, sempre foi constante quando envolve nós dois.

― Por você eu sempre vou ficar, Sakura. Você precisa entender que você é a única coisa que eu quero e gosto que seja fixo para mim, porque as coisas com você fazem sentido, de alguma maneira.

Ela abaixou os olhos para suas próprias mãos, que brincavam nervosas em seu colo. Sakura sabia que aquela era exatamente a resposta que receberia, e ouvir o que queria a deixou com uma sensação de formigamento em todo o corpo, o êxtase a empurrando para falar o que tinha em mente desde que decidiu, repentinamente, partir para Ame naquela manhã.

Sakura buscou por uma das mãos de Deidara, a segurando em um aperto que foi prontamente retribuído. Ainda olhando para baixo, ela confessou:

― Eu acho incrível como você é assim comigo. Eu não me acredito merecedora do cuidado, da paciência e da atenção que você tem comigo. Você tem conseguido me fazer sair do meu esconderijo, me fazer querer viver mais uma vez. Eu realmente não entendo o porquê de você ficar, o que eu fiz de tão bom para você querer ficar.

Ele se aproximou, a mão livre acariciando o rosto molhado pela chuva, os dedos esguios percorreram a pele pálida com o cuidado de como se Sakura fosse quebrar sob seu toque.

― Você me fez sentir e me deu o que eu imaginei que nunca existisse de verdade ou que eu, na vida fodida que eu tinha, jamais fosse receber. Eu pensava que tudo que eu tinha em mim era ódio e minha arte, mas você me fez enxergar que eu sempre tive muito mais do que isso, e a partir de um momento você virou a minha arte. Você me salvou, Sakura.

Ela sorriu, não sabendo se as gotas que escorriam eram chuva ou se ela estava chorando, mas ela sorriu e sorriu.

― E você me salva todos os dias.

E então ela acabou com a distância entre os dois finalmente o beijando. Não houve pressa porque não era necessário, o mundo e o tempo pertenciam somente aos dois. Tudo estava exatamente no lugar em que cada coisa pertencia.

Só se separaram quando não havia mais fôlego, Deidara a envolvendo em si. Presa naquele abraço, Sakura nunca sentiu como se nada fosse tão certo quanto estar nos braços de Deidara. Pela primeira vez em anos, ela voltou a sentir aquele cheiro leve de argila que tanto amava, os músculos fortes que a apertavam com urgência, o olhar cheio de saudade e palavras não ditas.

Sakura sonhou várias vezes com aquele momento, sonhou mesmo quando tudo o que imaginava acordada era em tudo o que tinha perdido e que jamais poderia recuperar, porém ele estar realmente acontecendo parecia um sonho em si. Sentir o toque dele novamente a deixava em puro e repleto êxtase.

― Eu esperei por tanto tempo, Sakura...

Deidara nunca a deixou responder; o loiro tomou seu rosto em mãos e beijou-a longa, forte e apaixonadamente. Dessa vez, havia pressa, quase desespero, como se ela fosse desaparecer dali caso ele a soltasse, e ela respondeu na mesma intensidade. Enfim eles eram um do outro, como há tanto tempo foram.

Naquela noite fizeram amor como se fosse a primeira vez, se explorando e se redescobrindo a cada novo toque. Sentiram coisas como jamais sentiram anteriormente, se envolveram em si mesmos e arderam em paixão.

Quando chegaram ao ápice, Deidara deitou-se ao lado da kunoichi e enlaçou-a em mais um abraço, encarando-a e vendo surgir no delicado rosto o mais doce dos sorrisos. Retribuiu o gesto e viu-a aninhar-se em seu peito. Não disseram nada, a harmonia de seus corpos e almas era o suficiente para expressar o que as palavras não conseguiriam.

Sakura logo dormiu no embraço de seu amante e, então, Deidara teve certeza que ainda a amava. Nunca deixou de amá-la, e o sentimento era tão intenso quanto quando a viu partir no País do Vento. Contudo, daquela vez ele não precisava se reprimir ou temer pelo futuro, pois estariam juntos dali para frente. Ele faria questão de fazer sua ―e poderia finalmente chamá-la de sua― Sakura ter aquele fogo e intensidade que havia recuperado no olhar há tão pouco tempo. O fogo perdido junto ao luto, e agora mais uma vez brilhante como quando a conheceu.

Ele faria questão de amar Sakura cada vez mais a cada vez que visse aqueles olhos jades cheios de sentimento por ele.


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