O Natal da Família Castle escrita por Denise Reis


Capítulo 1
Capítulo único: O Natal da Família Castle


Notas iniciais do capítulo

Devo postar ainda hoje o capítulo da outra fic "Segredos, Confissões... Amor e Desejo".
Só que hoje eu estava muito saudosa da família CASKETT e com a aproximação do Natal, me bateu uma vontade louca de vê-los...
Criei esta fic de Universo Alternativo que nos possibilitasse ver tudo isso.
Espero que gostem e comentem.
Beijos.



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O período dos festejos de final de ano era muito esperado em todo o mundo e na casa da Família Castle não era diferente e começava na 4ª quinta-feira do mês de novembro. Sim, a celebração do Dia de Ação de Graças que, com certeza, era o mais animado não só na cidade, mas em muitos países, sobretudo no lindo loft da Família Castle.

A comemoração era animada não só pela mesa farta e bonita com alimentos saudáveis e deliciosos e com os melhores sentimentos de gratidão a Deus pelos bons acontecimentos ocorridos durante o ano, mas também pelas indumentárias que os membros da família Castle passaram a usar desde o dia em que Katherine Beckett instituiu este hábito no primeiro ano que comemoraram juntos esta data, ainda como noiva do Rick, tudo por conta de um trote que ele lhe aplicara. Naquele ano, nas vésperas daquela data, ele a prevenira que a família se fantasiava de acordo com as tradições da época e lhe deu uma dica...

— Kate, você poderia se vestir de índia... A Pocahontas... – ele deu a dica e a deixou ao mesmo tempo aflita e pensativa.

Bem, apesar de constrangedor, vestir roupa de uma índia não era assim tão difícil, ainda mais da Pocahontas. No entanto, apesar de não apreciar muito esta ideia, ela procurou se integrar aos princípios, tradições e comemorações da família que iria fazer parte e se preparou a contento, se caracterizando de uma linda Pocahontas, com longas tranças laterais.

Só que Kate sempre foi muito desconfiada das atitudes do Castle, pois, ninguém mais do que ela conhecia o lado zombeteiro dele e, já prevendo suas brincadeiras, lhe trouxera, em sigilo, uma roupa de Colonizador John Rolfe (o marido da Pocahontas), e, sem direito a recusa, o obrigou a vestir assim que foi confirmado o trote e ainda o fez usar um chapéu que fazia parte da indumentária.

Martha e Alexis se divertiram muito da forma hilária como Kate devolveu o trote ao noivo, que, aliás, também amou fazer parte do trote. 

Aquele fora, sem dúvida, o mais animado Dia de Ação de Graças da família.

A partir daquele ano, os subsequentes continuaram do mesmo jeito, sempre com indumentárias específicas da época do início da colonização americana, e ninguém era dispensado de usar os trajes e penteados típicos, para a alegria de todos, o que incluía Martha, Jim, Castle, Kate, Alexis e ficou ainda melhor com o nascimento de Lily, Reece e Jake, os filhos de Kate e Rick e também com a chegada do Benício, o simpático marido da Alexis e o nascimento dos seus filhos, Emilly e Thomas.

O Natal estava próximo e, como era de se esperar, Lily, a primeira filha de Rick com Kate e os gêmeos, Reece e Jake, estavam ansiosos pelos festejos natalinos e, principalmente, com a chegada do Bom Velhinho que, como todos os anos, lhes trariam lindos presentes.

Assim que passava o Dia de Ação de Graças, as propagandas da TV, os mercados, lojas, shoppings e as pessoas em geral só falavam de uma coisa: O NATAL, a festa mais esperada por todas as crianças do mundo e com os filhos de Kate & Rick não era diferente. Não tinha um dia sequer que eles não perguntassem algo sobre o Natal.

— Mamãe, o Natal já é amanhã? – com três aninhos, apesar de muito sabido e maduro para a idade, Reece, como qualquer criança daquela idade, não tinha noção das datas.

Kate sorriu ao ouvir o tom forte da voz do seu garotinho que brincava no chão com carrinhos coloridos ao lado do Jake, seu irmão gêmeo.

— É, mãe, o Natal é amanhã, é? – Jake indagou com a mesma curiosidade do irmão.

Kate se sentou no sofá e puxou os dois filhos para seu colo, apertando-os num abraço forte e os enchendo de beijos estalados nos rostos e cabelos, deixando-os ofegantes, mas logo tratou de esclarecer a dúvida dos pequenos — Não, meus amores...

— É que já passou o Dia de Ação de Graças... – Jake esclareceu.

— Sim, hoje é sábado. – Kate continuou explicando — O Dia de Ação de Graças foi na quinta-feira e a próxima grande festa da nossa família será o Natal, mas hoje ainda é o dia 2 de dezembro e ainda faltam quatro semanas para o Natal.

— Quatro semanas demora, mamãe?

Diante daquele questionamento, Kate torceu levemente os lábios demonstrando estar pensativa — Mais ou menos, meu amor...

Do mesmo modo que a mãe, as duas crianças também torceram a boca só que os pequeninos demonstraram um misto de desânimo e desagrado com aquela notícia e se ajeitaram para sair do colo de Kate para continuar a brincadeira dos carrinhos.

Percebendo algo no ar, Kate os segurou — Por que os meus príncipes estão querendo saber sobre o Natal, eihm?

— Ah, mãe... É que estamos esperando o Papai Noel..., né Jake?

— É, Reece. Estamos esperando o Papai Noel. – o garotinho fez cara de traquinas igualzinho ao pai e Kate sorriu ao ver a semelhança não só da aparência física, mas da personalidade sapeca entre seu marido e seus filhos gêmeos. Deus fora maravilhoso com ela.

Percebendo a ansiedade saudável dos filhos acerca da chegada do Natal, ela teve uma ideia e queria que sua filha mais velha participasse da folia instrutiva.

— Lily, meu amor, vem cá. – a garotinha estava deitada no sofá lendo um livrinho ilustrado e se levantou, indo até a mãe e os irmãos.

A menina chegou sorridente, espalhando simpatia — Cheguei! O que é, mamãe?

— Filha, você me ajuda com uma tarefa? – a garotinha assentiu e prontamente fez um gesto afirmativo com a cabeça.

Kate continuou — Querida, por favor, pegue suas canetas hidrográficas coloridas porque temos que fazer um jeito para informar ao Jake e ao Reece quantos dias faltam para o Natal. Que tal?

— Ótimo, mamãe!  Vou pegar tudo e já volto. — a menina concordou toda feliz.

— E vocês dois, por gentileza — Kate se dirigiu aos gêmeos, vão ao escritório do papai, e peçam a ele algumas folhas de papel ofício e uma régua. Reece, você pede o papel ofício e o Jake pede a régua, ok? Ah, já que vocês vão lá, digam a ele que eu o amo.

Não só a Lily, mas também os gêmeos vibraram com a ideia da mãe.

Os gêmeos saíram em disparada na direção do escritório do Castle e entraram esbaforidos, fazendo-o sorrir, pois, previu traquinagem — Papai, a mamãe está pedindo algumas folhas de papel “fício”. – Reece pediu.

— Papel “ofício”, filho. – Castle corrigiu o garoto com carinho.

— Foi isso que eu falei, pai... Papel “fício”. – Reece confirmou sem perceber que continuava no erro.

Castle tentou não rir, e deixou pra lá. Ele tinha apenas três aninhos. Depois o garotinho aprenderia a falar corretamente aquela palavra.

— A mamãe também pediu régua, pai. – Jake complementou o pedido.

— E para que os meus garotinhos querem régua e papel ofício? Posso saber? – Castle indagou com trejeitos divertidos bem exagerados, fazendo os filhos caírem na risada.

— Claro que pode saber, pai. – Reece respondeu prontamente.

— É que a mamãe e a Lily vão desenhar, escrever e explicar para mim e para o Reece quantos dias faltam para o Natal... – Jake tentou explicar, mas o irmão o interrompeu para complementar.

— Assim, eu e o Jake vamos saber o dia que o Papai Noel vai chegar com nossos presentes de Natal, entendeu, pai?

— Ah, tá. Entendi. Vocês explicaram direitinho. – Sorridente, Castle entregou algumas folhas de papel ao Reece e a régua ao Jake.

As duas crianças saíram correndo, mas retornaram no mesmo instante e na mesma velocidade — Ops! Obrigada, papai! – Reece agradeceu.

— Ah! Papai, a mamãe mandou dizer que te ama. – Jake acrescentou e os dois pirralhos deram as costas ao pai e saíram correndo na direção da mãe.

 

 ... ... ... ... ... ...

  

Aquela atitude de Kate em orientar os filhos acerca da proximidade do Natal pegou Castle de surpresa. Desde o início da amizade deles, ela nunca escondeu ser cética e não perdia oportunidade de zoar com ele acerca dos sonhos e fantasias que ele sempre teve. Com o amadurecimento da amizade, que ao longo dos anos se transformou em amor, ela foi amolecendo o coração no tocante a alguns sonhos e fantasias próprias de crianças, e ele até tinha receio das atitudes dela com relação ao Natal e outras festividades infantis que os filhos participavam, contudo, ela nunca o decepcionara, mas tudo tinha limites e ele procurava respeitar.

Todavia, esta novidade que os meninos contaram fez o coração dele ficar apertado de emoção. Sempre imaginou que a maternidade transformaria Kate e a faria mais leve e sonhadora. Isso já acontecia desde que descobriram que ela estava grávida da Lily e com o passar dos dias, dos meses e dos anos, isso só se multiplicava. Ele era o homem mais feliz do mundo por tê-la como esposa. Não tinha dúvida disso.

Castle ficou morrendo e vontade de se juntar à esposa e aos filhos naquela folia educativa, mas preferiu que desta vez ficaria apreciando de longe a fim de que a criança que havia em Kate continuasse brotando sozinha.

De onde estava, dava para ver a animação de sua família. Ele ia se controlar para continuar sentado no seu escritório. Talvez se juntasse a eles no final.

 

 ... ... ... ... ... ...

 

Muito rapidamente Lily foi até seu quarto e retornou com seu conjunto de canetas hidrográficas coloridas e foi ao encontro da mãe e logo chegaram seus dois irmãozinhos com as folhas de ofício e a régua.

Kate e os filhos se acomodaram à mesa da sala e os quatro, prepararam um lindo calendário do mês de dezembro de 2017.

Enquanto faziam a tarefa, Kate ia explicando como as crianças deveriam consultar os dias e as três entenderam.

Lily, por já ter sete anos, já conhecia calendários, mas mesmo assim, apreciava atenta a explicação da mãe e ainda a auxiliava na orientação dos gêmeos.

Todos deram sua contribuição. Kate instruía como usar a régua e as canetas coloridas. Recortaram figuras atinentes ao assunto, tais como Papai Noel, Árvore de Natal, presentes, brinquedos e colaram ou pregaram no calendário usando alfinetes com pinos coloridos.

Perto de terminar a tarefa Kate mandou seus três filhos chamarem o pai para dar palpite no calendário.

Ao chegar ao lado de Kate, Rick deu sugestões pertinentes e, ao final, fixaram o calendário em um quadro de avisos quadriculado de preto e branco bem próximo à porta da geladeira na altura dos gêmeos.

— Você já conhecia calendários, não é, filha? – Kate perguntou a Lily.

— Sim, mamãe, eu tenho calendários onde eu marco minhas aulas da minha escola, as aulas de dança, de piano, de natação. Eu aprendi acompanhar porque você me ensinou. – a garotinha sorriu.

— E vocês dois, Reece e Jake... Vocês entenderam direitinho como acompanhar os dias até chegar o Natal?

Com carinhas concentradas, porém sapecas, os dois meninos fizeram sinal afirmativo com a cabeça.

— Então, Jake, diz para a mamãe qual é o dia do Natal? Aponte no calendário, meu amorzinho.

Prontamente, o garotinho apontou para o dia 25.

Nem ele nem o irmão ainda sabiam ler e escrever, mas Kate havia dito anteriormente que o dia 25 estava no quadradinho vermelho, e eles conheciam as cores.

— Todas as manhãs eu vou riscar o dia anterior com um “X” bem grande e aí a gente fica sabendo quantos dias faltam para o Natal, viu, meninos? – Lily avisou de modo doce para seus irmãozinhos e eles sorriram e entenderam.

— Faz agora, Lily, faz. – Jake pediu.

— É, Lily, faz o “X” no dia de ontem. – Reece reforçou o pedido do irmão.

E assim, Lily pegou um pincel atômico azul e fez um “X” bem grande no dia primeiro de dezembro e os meninos pularam de alegria.

— Conta aí, Lily... Faltam quantos dias para o Papai Noel chegar, eihm?

Lily foi apontando o dedo dia a dia e contava em voz alta quantos dias faltavam para o Natal e ao final, os meninos novamente pularam de alegria.

Castle passou o braço pelos ombros da esposa e o casal admirava com alegria o entusiasmo e o entrosamento dos seus três filhos.

Passados alguns minutos, os gêmeos retornaram à brincadeira com os carrinhos coloridos e Lily recolheu e guardou todas as suas canetas hidrográficas e retornou à leitura do seu livrinho ilustrado.

Kate e Castle recolheram e guardaram o restante do material utilizado no calendário e, juntos, ficaram olhando os detalhes dos desenhos e fotos que os filhos quiseram colocar no calendário.

Kate apontou para as fotografias dos brinquedos escolhidos pelos filhos— E aí, Bonitão, já está vendo o que nossos filhos querem, não é?

— Uaaauu!!! – ele fez uma careta ao apontar a figura da bateria acústica.  Isso deve fazer um barulho infernal e incomodar até os vizinhos... Que maldade, acho que vai perturbar até aqueles com deficiência auditiva. – Rick pilheriou e o casal riu  Amor, acho melhor não fazermos essa maldade com nossos vizinhos. – ele completou já em tom sério.

— Os nossos gêmeos querem autorama, bola, carrinhos coloridos... A Lily quer bonecas... Os três querem ir à praia...

Por coincidência, o casal deu um suspiro longo. — Vamos resolver isso juntos, amor. Teremos um Natal maravilhoso com muitas alegrias e muita saúde, com a graça de Deus! – Castle ficou de frente à esposa e deu um selinho nela e, sorridentes, seguiram abraçados e se sentaram em um sofá próximo aos filhos.

— Papai, que dia você vai me ajudar a escrever a cartinha para o Papai Noel? – Jake indagou curioso.

— Eu também quero escrever a cartinha para o Papai Noel. – Reece gostou da ideia do irmão.

— Amanhã! Que tal?

— Êba!!!

— Êba!!!

Os gêmeos ficaram animados.

Com a curiosidade que lhe era peculiar, Castle perguntou aos filhos para ver a intensidade dos desejos — E o que é que vocês vão pedir ao Papai Noel?

— A gente colocou as figuras lá no calendário que fizemos, pai. – Reece respondeu — Eu quero um carro da polícia com luzinha piscando e sirene tocando igual ao do meu Dindo Javier. O da mamãe também é assim, né, mãe?

— o Dindo Ryan e o tio Javi são Detetives e a mamãe é Capitão. – Jake explicou— O carro de polícia da mamãe é bem grande. É uma SUV igual ao do papai, só que a da mamãe é preta e é da polícia e cheia de aparelhos... Tem rádio da polícia e comandos para prender os bandidos e o do papai é branca e não tem nenhum comando da polícia.

Ficaram conversando sobre os desejos dos presentes por mais algum tempo.

À noite, Kate ajeitou Lily para dormir e a menina adormeceu rapidamente. Logo em seguida ela se juntou ao marido para colocar os gêmeos para dormir. Esta tarefa era mais demorada porque os garotos eram realmente iguaizinhos ao pai e adoravam conversar e, por terem uma curiosidade saudável, queriam saber de tudo.

— Mamãe, eu e o Reece estamos com uma dúvida muito grande. – o garotinho fez cara de drama idêntica a do pai e isso fez Kate sorrir.

— Diga, amor, qual a sua dúvida.

— Nós dois estamos achando que o Papai Noel não vem para nossa casa... – Reece se queixou.

— Porque? – Kate quis saber.

— Ah, mãe. É porque todo mundo sabe que o Papai Noel entra nas casas das pessoas pela chaminé e na nossa casa não tem chaminé.

Sem saber o que responder, Kate tentou desconversar — Mas temos várias lareiras, meus amores.

— Sim, mamãe, temos lareiras, mas outro dia o papai disse que a lareira daqui do loft é elétrica e não tem chaminé, entendeu? E o Papai Noel só entra pela chaminé... – ele fez uma carinha de aflição mais linda do mundo.

As crianças continuaram fazendo uma pergunta atrás da outra sobre Papai Noel e sobre lareiras e sempre afirmando que o Papai Noel chega pela chaminé....

— Eu esqueci de dizer, meninos, que a lareira da varanda tem chaminé, porque ela não é elétrica. – Castle foi sincero e as crianças ficaram felizes.

— Mas e se a lareira tiver acesa na noite do Natal, eihm... Então o Papai Noel não vai poder colocar os presentes porque senão ele vai se queimar e também vai tocar fogo nos presentes... – Jake opinou.

— Ah, uma coisa que vocês esqueceram... – Kate teve uma ideia brilhante — O papai Noel tem no seu trenó vários extintores de incêndio guardados para esse tipo de emergências.

— Ah, mãe, você sabe das coisas, né? Igual ao papai. O papai sabe tudo também.

Mas é bom vocês saberem que o pai de vocês não vai acender a lareira na véspera do Natal justamente para facilitar as coisas para o Papai Noel. Nada de presente queimado.

— Êba!!! Êba!!!

— Êba!!! Êba!!!

Os meninos comemoraram aquela notícia.

Aliviada por ter solucionado o impasse da chaminé, Kate beijou os filhos — Bem, meus anjinhos, já está tarde e vocês têm que dormir...

— Mas mamãe, eu também estava pensando outra coisa... – Reece se sentou na cama e pelos vincos que se formaram na testa do filho, Kate previu que o garoto continuava preocupado.

— É sobre a quantidade de presentes, é, Reece? – Jake quis saber.

— É, mano. – Reece olhou para o irmão balançando a cabeça de forma afirmativa e, curioso, indagou – Mamãe e papai, eu e o Jake estamos sem saber como é que o Papai Noel dá conta de entregar tantos presentes para todas as crianças do mundo, se ele é somente um.

— Como ele consegue, eihm? – Jake reforçou o questionamento.

Kate tomava fôlego para pensar no que iria responder quando foi interrompida pelo seu filho.

— E o mais importante ainda... – Reece acrescentou com o queixo trêmulo, como se fosse começar a chorar — ... é que o Josh, um coleguinha idiota que temos lá na escola...

— Ops! Que palavra feia é essa? – Kate repreendeu o filho—Não podemos chamar o coleguinha com nomes feios! 

— Também, né, com esse nome... Josh... Tinha que ser idiota! – Castle acrescentou baixinho só para a esposa ouvir e ela lhe dirigiu um olhar ameaçador, mas ele sorriu ao final.

Ao ouvir o nome do médico que fora seu antigo namorado, de quem Castle ainda morria de ciúmes, Kate lhe dirigiu um olhar ameaçador, mas ele sorriu ao final.

— Huuummm!! – Kate ralhou com o filho e o marido simultaneamente — Mas diga, meu anjo, o que foi que esse seu coleguinha te falou.

— Ah, mãe... Ele disse que seria impossível uma pessoa sozinha entregar tanto presente para todas as crianças do mundo. Ele disse que Papai Noel não existe! – os meninos estavam quase chorando E agora, mãe?

— Meus queridos – Kate começou enquanto ia pensando no que falar, pois na idade deles ela já sabia que Papai Noel realmente não existe — Bem... – Kate tentava ganhar tempo e olhava aflita para o marido como forma de pedir ajuda, mas ele piscou o olho para ela, incentivando-a a seguir em frente.

Como o marido não falou nada e ela estava aflita sem saber o que explicar aos filhos, ela verbalizou o pedido de ajuda — Castle!

Os filhos olharam o pai e pediram ajuda — E aí, papai? O Papai Noel existe, não é? Como ele faz para entregar sozinho tantos presentes para todas as crianças do mundo, eihm?

Mesmo sabendo que Kate era cética e desde os três anos não acreditara em nada disso, deixou nas mãos dela a decisão de contar ou não a verdade aos filhos. Queria ver o que ela iria fazer e prometeu a si mesmo que não se chatearia com a esposa caso ela decidisse por destruir a ilusão de fantasia infantil dos filhos — A mamãe sabe explicar direitinho. – Castle deixou a decisão nas mãos de Kate. — Ontem mesmo ela estava me falando sobre isso. Conte para seus filhos, amor.

Katherine Beckett engoliu em seco, deu um suspiro profundo, apertou os lábios e os torceu. Estava aflita, mas resolveria da melhor forma. Pelo menos era o que intuía — Bem, meus amores... Antes de mais nada preciso dizer que esse seu coleguinha, o Josh, não é muito esperto...

— É um idiota mesmo... Igual a um certo médico que eu conheço com este nome. – Castle falou baixinho.

— Então... como eu estava falando... – Kate preferiu não esticar o assunto acerca do Josh, seu ex-namorado, afinal de contas, ele era um idiota mesmo — Antes de mais nada, filhos, eu quero dizer que o Papai Noel existe, sim. E, apesar de existir somente um Papai Noel, é bom que vocês saibam que além de ele ter uma imensa fábrica de brinquedos, ele ainda conta com a colaboração de milhões de ajudantes... Os ajudantes do Papai Noel são os Duendes e existem milhares deles que não deixam o Bom Velhinho sozinho, não só na fabricação dos brinquedos como também no momento de entregar os presentes para todas as crianças do mundo.

— Ah! – as duas crianças riam felizes e o Castle sorria também diante da imaginação fértil de sua esposa.

— Agora vocês vão dormir, rapazinhos... Já estou vendo que vocês estão com os olhinhos cansados. – Kate se levantou da cama do Reece e o fez deitar nos travesseiros macios, cobrindo-o com um grosso edredom e o encheu de beijos.

Castle ajeitou o Jake da mesma forma que Kate fez com o Reece.

Antes do casal sair do quarto, ajudaram aos filhos a fazer a oração da noite. Não demorou nada e os gêmeos já dormiam.

Em seguida Kate e Rick desceram para a sala de estar.

Castle serviu taças de vinho para eles, se sentaram próximos à lareira e, em silêncio, apreciaram a bebida.

Com delicadeza, Castle retirou a taça de vinho das mãos da esposa e a colocou na mesinha em frente, fazendo par com a sua. Ele a trouxe para mais perto de si e deu um beijo longo e romântico nela e logo quebrou o silêncio — Primeiramente quero te dizer que te amo.

— Eu também te amo, Rick. – ela se aconchegou a ele, feliz por tê-lo como marido.

Castle continuou a falar — Eu te conheço há quinze anos, Kate, e você consegue me surpreender positivamente a cada dia. O dia de hoje é um belo exemplo. Primeiramente você usou de sutileza e didática para explicar aos gêmeos quantos dias faltam para o Natal. Apesar de eles ainda não saberem ler e escrever, eles compreenderam a aritmética do calendário e, de forma lúdica e com a valiosa ajuda da Lily, vão excluindo os dias até o dia 25 de dezembro. E de quebra, você ainda os ajudou a encontrar os presentes que eles querem ganhar no Natal. E agora à noite, você deu uma explicação que eu nunca pensei que você daria acerca da existência do Papai Noel, dos Duendes, da Fábrica dos Brinquedos e tudo o mais que você falou... inclusive a chaminé. Eu não sei como você consegue explicar algo que você mesma não acredita.

Sentindo-se muito feliz pelas palavras amorosas do marido, ela deu um selinho nele — Sabe, Rick, você, mais do que ninguém, sabe que sempre fui cética. Gosto de acreditar somente naquilo que eu posso ver e tocar. Gosto das minhas coisas tipo, “preto no branco”... É uma expressão meio antiga, você sabe, onde os fatos e as afirmações têm por obrigação serem verdadeiros. Contudo, há aproximadamente treze anos, alguém que eu amo muito e é muito importante para a minha vida, me disse algo interessante e muito verdadeiro e que eu nunca vou esquecer... Ele disse que se eu não acreditasse em nenhuma possibilidade de alguma coisa mágica, jamais eu a encontraria. Depois que eu ouvi dele essa informação valiosa, eu passei a ter mais cuidado com meus pensamentos e desejos e dar mais atenção aos meus sonhos, por mais que pareçam fantasiosos. Ah, Rick, não foi assim tão fácil. Aliás, difícil foi quebrar as duras barreiras e saltar em direção aos meus sonhos, antes tidos como impossíveis e hoje estou aqui... Transformei meus sonhos em realidade e sou, com certeza, a mulher mais feliz do mundo por ter você como meu marido, o homem que eu respeito, admiro e amo com toda a minha verdade e que me fez mãe de três crianças maravilhosas... Isso sem falar que você é o homem mais bonito do mundo e o meu escritor favorito... – ela riu.

— Uaaauuwww!!! – ele ficou sem palavras. — Fico feliz em saber que você me escutou quanto eu te disse aquelas coisas, Kate. – ele deu um selinho nela — Você viu a carinha de frustação dos gêmeos quando falaram acerca da possibilidade do Papai Noel não existir? Oh, meu Deus! Mil dúvidas passaram pelas cabeças deles... A chaminé... Os ajudantes do Papai Noel para fabricar e entregar os presentes... Tantas coisas, não é, e bastou uma explicação linda e simples sua para eles voltarem a sorrir. Ah, sabemos que daqui a alguns anos, eles vão descobrir a verdade, mas até lá, vamos deixá-los sonhando e acreditando nestas fantasias que fazem a vida deles serem mais coloridas e alegres.

— Cada dia que passa eu me apaixono mais por você, Rick.

— E eu por você, Kate. – eles se abraçaram.

Passados alguns minutos, ele se afasta um pouco da esposa — Querida, você sabe se a Lily ainda acredita no Papai Noel?

— Huummm!! – ela apertou os lábios em sinal de dúvida — Ih, eu não sei... Ela nunca me falou sobre isso... Mas também não vou perguntar nada. Se ela vier me perguntar algo sobre isso, a depender do que ele me disser e da forma como ela falar, eu esclareço, mas vou levar em consideração que ela tem sete anos e não três, como os gêmeos. Até lá, vamos apreciando os sonhos deles, não é?

— Ah, sim. Kate, acho que este ano teremos o melhor Natal das nossas vidas.

— Todo ano você fala a mesma coisa, amor. – ela sorriu do jeito doce e travesso que ele tinha.

É como eu te disse há uns treze anos, Kate... Se não acreditarmos em uma possibilidade de alguma coisa mágica, jamais a encontraremos.

 

 

F I M

 

 


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Notas finais do capítulo

Comentem!!!
Ah, quero dizer uma coisa: Adorei desenhar esse calendário que postei na fic. Juro que pensei estar acompanhada da Lily, do Reece, do Jake, da Kate e do Castle. Amei! rsrsrs ❤



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