Sirius tinha repugnância pela cor verde. Lhe lembrava sua infância. E a Sonserina. E a quem ele poderia ter sido se seus pais tivessem manipulado ele.

Sua cor era o vermelho. Vermelho grifinório, corajoso, Leal, sem precisar manipular ninguém para ser alguém na vida. Esse era Sirius Black, não um Sonserina fraco, arrogante e mimado.

Ele havia prometido a si e às seus amigos, que se algum dia ele admirasse algo verde,deixava que eles o internassem.
Mas então Marlene apareceu em sua vida.

Cabelos loiros tão lisos que se passasse os dedos por eles não encontraria um nó, branca como papel, vestes de primeira mão, sangue nem tão puro por sua bisavó ser sangue mestiço, grifinória, sua personalidade revestida pelo jeito brincalhão e malicioso... Um sorriso que faria qualquer um suspirar de encanto. E o que Sirius Black mas amou nela não foi nada disso.

Foram seus olhos.

Verdes.

Não, não era um verde como o de Lily Evans; enquanto os da Evans eram um verde claro cheio de ingenuidade os de Mckinnon eram um verde  escuro quase preto que transpareciam maliciosidade e a vontade de viver que ela tinha.

Um verde brilhante, cheio de vida e vazio de tristeza. Parecia que podia saber naquele instante o quão feliz ela foi em toda sua infância e parte da adolescência.

E ele demorou tempos, agarramentos e uma confissão de sentimento para Sirius admitir para si mesmo.

O verde era sim sua cor favorita. Pois o fazia lembrar sua Lene.

 E depois de tantos anos em Azkaban ele sentia falta do verde. Principalmente quando ele sabia que já fazia que aqueles verdes haviam se fechado para sempre.

Depois de fugir daquele lugar infernal, ele passou em frente à casa que pertencia à ela. Foi literalmente o primeiro lugar que ele pensou em ir.

Ele ofegou quando uma garotinha morena de cabelos como o ébano com cachos bem definidos caindo livremente sobre suas costas saiu da casa, branca como papel, suas sobrancelhas  em uma linha naturalmente alinhada, um sorriso branco de orelha à orelha, nariz pequeno e arrebitado.

E os olhos.

Eram verdes.

Aqueles verdes.

— Selene; Não ouse demorar na rua. Estamos saindo em poucos minutos.- a voz de uma mulher ecoou de dentro da casa.

A garota revirou os olhos e sorriu para ele. Ele sentiu seu coração bater mais forte.

Essa garota daria perfeitamente uma filha dele com Lene.
Isso o quebrou.

A garotinha, Selene se aproximou dele e acariciou  seu pelo pois ele estava em sua forms animago e disse:

— Ei, garotão. - ela sorriu. O sorriso que ele reconheceu de ver todos os dias no espelho.

A menina de 5 anos voltou para dentro algum tempo depois.
Sirius não aguentou, correu sem limites. Ele poderia muito bem dizer que aquela menina era sua filha e de Lene.

Se não fosse o fato de que a única chance de que ele teve de ser pai, morreu em 1981, no  ventre de Marlene.