S I S escrita por NathyYellow


Capítulo 4
Recalcular


Notas iniciais do capítulo

As palavras da semana foram: Disforme e Protesto.

E desculpa o atraso aaaaaaaaaaaa fim de ano ta tenso, logo logo sai o ultimo cap ♥



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Marylin encarava o papel em suas mãos como se tivessem anunciado o próprio apocalipse. Ela o amassava até ficar disforme, engolia em seco e encarava a porta de casa como se esperasse a sentença de morte. E quase o era.

Sempre tinha gostado de fazer compras, era quase um hobby, dinheiro nunca fora um problema, mas aquela ultima do blog tinha feito literalmente uma reforma completa, e depois tinha os sapatos, aquela bolsa e aqueles vestidos que comprou para si. Nunca tinha dado problema, nunca tinha ultrapassado os limites.

Até aquele dia. Quando fora comprar uma bolsa e o cartão de crédito não passou, alegando limite estourado.

Foi um choque de realidade na garota, ok, compras era praticamente a forma que ela tinha de se sentir bem quando nada mais funcionava, mas nunca teve um problema daquele antes.

— Norah, minha mãe vai me matar. — Ela afirmou quando chegou pálida a casa da prima entrando quando ela abriu.

— Que? O que você fez?

Marilyn a puxou para um canto escondido para que as tias não ouvissem.

— Eu estourei o cartão de crédito dela. — Ela falou num tom de quem anunciava uma morte.

Norah começou a rir, ela sabia que a garota falava sério, mas riu muito da cara dela mesmo assim.

— Se fodeu. — Ela falava ainda rindo da cara de Mary.

— Norah! Isso é sério! Pelo amor de deus! Eu vou ser morta e enterrada. Pior ainda, não vou poder viajar e já era Paris! — Ela chacoalhava a prima que ainda ria, e então respirava fundo.

— Mary! Calma. Olha só. — Ela segurou nos ombros dela a olhando. — Respira fundo. Primeiro, você tem que ver se consegue devolver as roupas, se não conseguir, tenta vender na internet e pagar a fatura, ao menos o mínimo.

— Ok. Vender na internet é mais fácil, eu consigo fazer isso, e assim à mãe nunca descobre o que houve.

— Não terminei. De qualquer forma, foi errado pegar o cartão dela, depois você tem que pedir desculpas. Não esconder isso.

— Mas...! — Marilyn começou em protesto, mas sabia que ela estava certa, mesmo ela sendo três anos mais nova, a prima às vezes parecia ter mais juízo do que ela, e muitas vezes era um grilo da consciência do Pinóquio.

Marilyn se despediu dela depois de ambas conversarem como seria melhor resolvido a situação e forma de vender, tinha mais ou menos uma semana para resolver tudo e pedir desculpas para a mãe.

Greta foi outra que riu da cara da irmã quando ela contou, mas ajudou a resolver o problema mesmo assim, era fácil trabalhar as três unidas naquilo, até onde Mary sabia, ainda não tinham conquistado o mundo por falta de tempo.

A situação foi contida depois de algumas roupas, sapatos e bolsas vendidos, era fácil quando se tinha muitos seguidores no blog e redes sociais, as coisas pareciam perfeitamente tranquilas, até que Marilyn teve que ir contar a mãe.

Ela preparou terreno, tentou cozinhar... E quase queimou toda a comida, pediu de um restaurante japonês, comprou vinho, e arrumou e limpou toda a casa sozinha, ao menos não tinha risco de colocar fogo.

Christal obviamente estranhou aquilo tudo, mas aguardou o que viria. As gêmeas não sabiam dizer se a mãe sabia ou não do pequeno delito, já que a mesma estava fora toda a semana em gravações, era o primeiro trabalho dela desde que o pai falecera, e não iam contar aquilo por telefone.

Marilyn esperou até depois do jantar para falar.

— Mãe... Eu tenho algo a dizer.

— Que você estourou meu cartão? Eu já sabia. E também já vi que você pagou. — Christal falava na maior tranquilidade do mundo, o que deixou  a garota surpresa.

— Como você... É você. Eu só... Me desculpe. Eu não tinha a intenção, eu tentei consertar o mais rápido que consegui, e prometo isso nunca, nunca mais vai acontecer.

— Tudo bem, filha. Eu sei que não vai. Eu aceito as desculpas. Agora, o que temos para a sobremesa? — Ela perguntou olhando de Greta a Marilyn que estavam atônicas ali. — O que foi eu não estou brava. De verdade. Eu confio na sua palavra, você cometeu um erro e se desculpou além de consertar isso. Não se preocupe agora vamos comer.

Marilyn estranhou, mas acreditou, por hora, mesmo conhecendo o histórico da mãe, não achava que ela faria alguma coisa com ela. Já Greta não se manifestava sobre o assunto, já que não tinha muito o que fazer ou pensar.

—---

— Alo Irina? — Christal falava no telefone, longe de casa, tomava um café na esquina. Não queria ter o risco de nenhuma das duas ouvindo a conversa, conversava em francês.

— Chris! Há quanto tempo! Como estão as coisas aí?

— Estão se ajeitando como dão. Mas bem, eu estou ligando para pedir um favorzinho. Coisa pequena.

—... Conheço esse tom. O que ta aprontando?

— Ainda bem que já sabe. Minha filha estourou o meu cartão de credito, e eu sinto que ela esta precisando além de um castigo, algo que faça ela repensar bem o modo como vê o mundo. Então... Talvez... Um tempinho longe da civilização seja bom, eu não quero cancelar a viagem dela, mas não quero...

— A deixar sair sem uma lição. Eu vou conversar com Abe e vamos combinar isso certinho com Lily... Eu também conheço uma pessoa que está precisando parar de pegar a minha moto escondido e passar um tempinho na fazenda da tia.

Christal riu baixinho.

—Orion? Da para ver quem ele puxou.

— O avô dele. Eu era uma santa.

— Uhum... Preciso comentar quando fugimos para ir ao parque?

— Isso não vem ao caso. Eu tinha dezessete anos. E hoje em dia somos mais maduras.

— Tudo bem! Não ta aqui quem falou. Então... Mande-me uma mensagem, e ah...  Não conte nada ao seu filho. Eu quero ver a cara dela quando ela descobrir e a dele também por estar a levando para o castigo sem saber. Eles se davam tããoo bem quando pequenos.

— Chris, você é realmente um demônio loiro. Eu te aviso.


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Notas finais do capítulo

Christal e Irina são melhores amigas desde sempre. Elas compartilharam muitos momentos juntos. Abe é Absynthe que é o marido de Irina e era o melhor amigo de Henry, os dois são padrinhos das gemêas.

Norah é uma linda e quero agradecer a Nathy Ferry e a irmã dela pela betagem, e a sobre chamar a Chris de demônio é uma brincadeira interna que veio com a mãe dela e é passado de gerações ♥

Nota: Não confie em uma mãe calma demais depois que você aprontar.



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