Inveja escrita por anabfernandes8


Capítulo 21
O garoto Uchiha


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, espero que estejam bem! Demorei pra trazer esse capítulo porque na verdade queria trazer dois capítulos de uma vez, mas acabou que o próximo ainda não está pronto, e decidi não ficar mais esperando e soltar esse logo. Espero que gostem e uma boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/748715/chapter/21

Assim que Sasuke saiu do prédio do Hokage acompanhado do menino, encontrou seu sensei lhe esperando do lado de fora. Presumiu que ele havia ficado preocupado com o que Kakashi poderia querer. 

Para Gai, não havia motivo para aquela reunião, por isso havia ficado tão apreensivo e resolvera esperar. Ele sabia muito bem qual era o posicionamento do Rokudaime em relação ao Uchiha. Ele realmente esperava qualquer coisa, uma repreensão ou algo assim, mas a cena do moreno saindo do local acompanhado de uma criança era uma coisa que ele nunca teria imaginado.

Quem seria o pequeno? Era algum castigo inventado pelos superiores? Nada fazia muito sentido perante seu olhar, mas perceber que Sasuke estava extremamente calmo e controlado fez com que ele se sentisse melhor. Mas ainda se sentia muito confuso. Ele estava prestes a questioná-lo sobre o assunto, quando seu aluno comentou que ali não era o melhor lugar para que falassem e insistiu para que fossem a sua casa para explicar tudo o que havia acontecido. Gai concordou, imaginando que, para chegarem àquela ponto, devia ser um assunto extremamente sério.

O Uchiha queria muito explicar tudo para o seu sensei, no entanto, não achava que ali, no meio da vila, seria o melhor lugar para conversar sobre o assunto. Ele mesmo não era assim tão aceito. O que poderiam fazer com uma miniatura de si mesmo, ainda mais um experimento de Orochimaru? Era perigoso. Sasuke colocou o garoto em suas costas e, juntos, ele e Gai se encaminharam para sua residência. O moreno pediu para que eles fossem rápidos. 

    Eles chegaram rapidamente a casa do Uchiha. Assim que se aproximaram da entrada, perceberam que havia uma pessoa na porta. Era TenTen, que aparentava estar se atrapalhando com as chaves. Ela havia ficado com Sai e Naruto, terminando de tomar o café da manhã, e também com a responsabilidade de fechar tudo depois que saíssem. Quando ela finalmente conseguiu ter sucesso com a fechadura, virou-se, encontrando os recém-chegados.

    A Mitsashi se sentiu um pouco envergonhada em ser pega saindo aquela hora. Naruto e Sai saíram antes pois tinham treino, mas ela tinha ficado até um pouco mais tarde descansando; a casa do companheiro era bastante confortável e ela estava com preguiça de andar o caminho todo até sua casa, que era praticamente do outro lado da cidade. Ela estava prestes a dar uma desculpa qualquer (nunca falaria a verdade, o que pensariam dela? Se orgulhava de ser responsável, seria uma vergonha se a flagrassem sendo menos que aquilo), quando percebeu que havia uma criança desconhecida entre eles. Isso foi o suficiente para aflorar sua já nada pequena curiosidade.

    Mas, assim como fez com seu sensei, Sasuke a cortou antes que ela tivesse chances de começar a fazer milhões de perguntas ali mesmo. Ele insistiu para que ambos entrassem, explicando que seria mais seguro conversarem do lado de dentro. TenTen achou suspeito, mas seguiu as instruções. 

    Os três entraram e se acomodaram na cozinha, pois Sasuke se ofereceu para fazer um chá enquanto conversavam. TenTen ainda encarava o garoto, esperando por uma explicação. Quanto mais o olhava, mais o achava parecido com o amigo. Aquela era uma coincidência ou o quê? 

Percebeu que o garoto não tirava os olhos do seu companheiro de time. Seguia todos os seus passos com aqueles olhos grandes. Era como se tivesse medo de que o outro fosse embora a qualquer momento, então precisava estar atento.

    Assim que o chá ficou pronto, o Uchiha se sentou para explicar, sentindo-se aliviado que havia conseguido reunir os dois; não imaginava tendo que contar a mesma história duas vezes. Explicou, calma e detalhadamente, quem era o garoto, o que fazia ali e o que significava para ele. Gai-sensei pareceu lidar bem com as informações, aparentemente, mas TenTen foi muito mais transparente em suas expressões. Chocada foi pouco para a reação dela; era estranho que ela não tinha começado a gritar como uma louca, como já havia feito algumas vezes. 

    Sasuke percebeu que quanto mais tempo passava e mais falava sobre o assunto, mais se sentia confortável com a ideia. Claro que ainda se assustava um pouco, pois seu exemplo de pai era Fugaku e, bom, não era surpresa para ninguém que o patriarca não havia exercido muito bem a tarefa.

    Seus companheiros questionaram se o garoto compreendia o que eles diziam e se sabia falar. Ele realmente gostaria de ter a resposta para essas perguntas, porque até aquele momento não havia ouvido sua voz e, a julgar por sua expressão, não parecia que ele iria começar a abrir a boca. 

    Passado o choque, e o dono da casa realmente agradeceu por aquele clima estranho estar se dissipando, a única kunoichi do time finalmente retomou o controle da situação. Ela era bem organizada e centrada, se comparada com Gai e Lee que eram bem mais abestalhados e totalmente tomados por suas emoções; isso significava que, em momentos assim, ela conseguia voltar a se concentrar no que realmente importava muito mais rápido que os outros dois.

    Pensar em Lee fez ele perceber que o companheiro não estava ali. E, então, de repente se lembrou que ele provavelmente estava esperando-os no local onde sempre treinavam; não podia acreditar que haviam se esquecido do cabeça de tigela. Gai ficou encarregado de encontrá-lo e explicar a situação, para, que, juntos, pudessem ir atrás das coisas que eram necessárias.

    TenTen foi clara e muito racional. Haviam uma séries de coisas que precisavam ser organizadas para que o menino tivesse o mínimo de conforto naquela residência. A casa Uchiha não era ruim, principalmente por ser grande e, com certeza, uma criança precisava de espaço. Mas, quando Sasuke voltou para a vila, ele havia feito algumas adaptações que achou necessárias. Outras foram deixadas para depois, principalmente depois que viajaram para a missão em outro país. A reforma havia ficado inacabada e agora parecia uma ótima hora para retomá-la, já que o amigo parecia disposto a constituir uma família. 

    A primeira coisa a se pensar em um primeiro momento era no vestuário. O menino não poderia ficar vestindo as mesmas roupas para sempre. E ela mesma se encarregaria de comprar o que fosse necessário. Gai, juntamente com Lee, ficou responsável de comprar algumas plantas para finalizarem o jardim e os materiais necessários para que pudessem fazer um quarto para colocar as novas coisas do mais novo membro da casa. Para Sasuke, sobrou a função de ficar com o pequeno, bem como tentar fazê-lo comer, tomar um banho e descansar.

    Antes que os outros dois saíssem, o Uchiha pediu para que eles esperassem, para que ele pudesse pegar o dinheiro para comprarem as coisas. Se um olhar matasse, no caso dois, ele não existiria mais. Os dois o olharam com uma expressão mortal, dizendo que ele seria um homem morto se ousasse dizer aquilo novamente. É claro que seria um presente do time. 

Depois que saíram, ele se apressou em ir ver o que havia na geladeira que poderiam comer. Ainda havia uma parte do café da manhã que havia feito para as visitas e poderia rapidamente fazer um pouco de arroz; achou que seria o suficiente para que o garoto se alimentasse bem. Enquanto ele se movia de um lado para o outro na pequena cozinha de casa, percebeu dois pares de olhos grudados em suas costas. O menino parecia observar tudo o que ele fazia com bastante atenção.

Isso não o incomodou tanto, ele quando pequeno também era muito observador. Gostaria de saber tudo o que Itachi estava fazendo, seja para aprender a fazer igual ou apenas para ficar na companhia dele; era praticamente a sombra de seu irmão mais velho.

Assim que a comida estava quente, pôs a mesa. No início, os olhos negros do mais novo membro da casa aparentaram confusão, como se ele não soubesse muito bem o que fazer com os utensílios. Sasuke imaginou que talvez ele realmente não soubesse como começar. Sendo assim, ele mesmo fez uma pequena demonstração de como comia. O pequeno prestou atenção por alguns segundos e então imitou o mais velho. 

Passado a parte de fazê-lo se alimentar, o atual membro do time Gai achou que as outras tarefas seriam mais fáceis. Um banho e então fazê-lo se deitar, não poderia ser tão difícil, certo? Errado. Ele despiu o pequeno com cuidado, pois este aparentava estar confuso com o que era aquilo, e se virou para encher a banheira de água morna. Achou que, a partir dali, fosse óbvio o que precisava ser feito, mas assim que se virou de volta, percebeu que o menino tremia enquanto observava a banheira cheia.

Foi difícil convencê-lo a entrar na água. Sasuke chamou-o cerca de três vezes e até mesmo pegou em sua mão para acompanhá-lo, mas nada fazia efeito. Além disso, sua expressão era de puro terror. O mais velho não podia sequer imaginar o que se passava na cabeça do outro; teria ele algum trauma de água ou algo assim? 

Ele precisou entrar na água, de roupa e tudo, provando que aquela não era uma ameaça, para que, só assim, o mais novo pudesse dar uma chance. Ele o ensinou a ensaboar-se e enrolou-o em uma toalha quando eles finalizaram. Pegou-o no colo para que pudessem sair e ele não escorregar em toda aquela bagunça que havia sido feita pelo chão.

Encontrou os membros do seu time descarregando algumas coisas na sala assim que saiu do banheiro. TenTen, Gai e Lee pararam para observar aquela cena no mínimo cômica que se desenrolava: Sasuke estava com as roupas encharcadas, carregando uma versão menor de si mesmo enrolado em uma toalha. Todos riram dele, mas apenas TenTen não teve vergonha de questioná-lo o que havia acontecido. Assim que ele explicou toda a situação, eles riram ainda mais e ele foi questionado sobre o porque não havia tirado as próprias roupas e aproveitado a situação para ele mesmo tomar um banho. 

Observando a bagunça que estava fazendo no chão, foi inevitável que ficasse vermelho; realmente não havia pensado naquilo. Kami sabia como já havia gastado bastante energia só para convencê-lo a tomar um simples banho, não conseguiria pensar em mais nada além de atingir seu objetivo. 

Assim que ambos estavam limpos, totalmente secos e já com outras roupas, Sasuke pôde voltar para verificar o que havia sido comprado: algumas peças de vestuário, alguns móveis pequenos com gavetas, um colchão futon e uma infinidade de plantas; aquilo com certeza absoluta era coisa do seu sensei. Nem sabia onde colocaria todas. 

Enquanto Sasuke, TenTen e Gai guardaram e organizaram tudo da melhor forma possível, Lee se dispôs a ficar cuidando do pequeno; o Rock se apaixonou no momento em que colocou os olhos nele. O tempo passou rapidamente e logo todos estavam tão cansado que o anfitrião ofereceu a casa para que pudessem passar a noite, em agradecimento a toda a ajuda que haviam prestado.

***

No outro dia, eles acordaram cedo para terminar o que não havia sido concluído na noite anterior. Lee fez questão de deixar claro que ele ficaria com o garoto enquanto os outros trabalhavam; era como se fosse seu próprio filho. TenTen e Gai trabalharam no jardim a manhã inteira. Por sua vez, Sasuke ficou responsável por tentar terminar de organizar um cômodo antes inutilizado, pois eles haviam definido que ali seria o quarto do garoto, próximo ao seu. Antes que ele tivesse concluído, sua companheira de time entrou no recinto para ajudá-lo.

“Ei. Como você está?” Ela pareceu falar aquilo com naturalidade, mas o moreno a conhecia bem o suficiente para saber quando ela se aproximava com intenções mais profundas.

“Tudo bem, falta pouco para acabar de organizar tudo.” Viu com o canto dos olhos TenTen assentir. Ficaram em silêncio por um instante antes que ela voltasse a falar, dessa vez parecendo que diria o que realmente estava lhe incomodando ao invés da típica conversa fiada.

“Então…” A Mitsashi não sabia muito bem como começar aquele assunto. Sabia, no fundo, que corria o risco de estar sendo extremamente intrometida, na verdade sempre era quando se tratava do amigo, mas, naquele caso, achou necessidade de interferir porque parecia que ele não havia pensado sobre alguns assuntos. E ela se sentia no direito de chamar sua atenção para aquilo. “Você não acha que deve contar isso ao Sai?”

Claro que aquela conversa era sobre o Sai, não sabia como não havia imaginado que ela tinha se aproximado com aquela intenção. Não havia pensado muito nele devido aos acontecimentos recentes. Sim, achava que ele tinha o direito de saber, mas não sabia nem por onde começar a ter aquela conversa. E não achava o momento adequado. Tinha prioridades: queria organizar tudo para o pequeno ficar confortável primeiro e, depois, pensaria como começar a resolver os demais aspectos de sua vida. 

“Não é o momento. Vou conversar com ele quando for a hora certa.” Ela quis falar mais, quis dizer que nunca haveria momento certo porque o momento certo se cria. Mas ouvir a risada do garoto chamou sua atenção. Ela olhou para ele, que brincava com Lee, e pensou que Sasuke já tinha preocupações o suficiente por enquanto. O menino parecia mais esperto e descontraído do que no dia anterior. Já comia sozinho e até mesmo estava rindo, o que já era um bom sinal. 

Eles terminaram rapidamente o cômodo e o Uchiha agradeceu a ajuda de TenTen. Na sala, Gai havia se juntado ao aluno para fazer companhia ao garoto. Os recém-chegados se sentaram e então eles estavam todos juntos no recinto. O sensei foi o primeiro a se pronunciar. 

“Então, qual é o nome dele?” Era um ótimo questionamento, Sasuke pensou. Surpreendentemente, foi Lee quem respondeu.

“Eu perguntei seu nome várias vezes, mas a resposta foi sempre a mesma.” O ninja levantou a palma da mão, mostrando aos companheiros a resposta que o menino havia dado repetidas vezes. O próprio Rock não entendeu o significado no início, mas achou que o menor não tinha compreendido muito bem a pergunta, já que, em sua mente, ele estava respondendo quantos anos tinha. “Eu acho que ele está tentando dizer que tem cinco anos.” 

“Ou talvez seu nome seja cinco.” Sasuke apontou, surpreendendo a todos com o rumo dos seus pensamentos. Para ele, era bem simples; claro, estavam falando dele mesmo em outro corpo. Sempre fora esperto. Por mais que o menino não entendesse muito no início, aprendia rápido. Não havia chances de que ele desse outra resposta para a pergunta que havia sido feita. “Talvez ele seja o experimento número cinco. Kakashi disse que Orochimaru estava tentando aperfeiçoá-lo.”

“Você é muito inteligente, Sasuke-kun.” Rock Lee fez dois joinhas para ele, achando sua resposta incrível; ele mesmo nunca chegaria àquela conclusão sozinho. 

“É muito triste que uma pessoa seja reduzida a um simples número. Ele merece um nome.” TenTen comentou e todos concordaram. A partir de quando eles saíram da sala do Hokage, a intenção é de que ele começasse uma nova vida. Um novo nome parecia uma ótima forma de iniciar.

“Eu acho que Itachi é um ótimo nome.” O moreno do Rinnegan disse com sinceridade. Queria homenagear seu irmão mais velho e aquela era ótima oportunidade. Mas, observando o olhar de reprovação dos seus companheiros presentes, ele se sentiu acuado. Não era um bom nome?

“Você é tão piegas.” A kunoichi suspirou, balançando a cabeça em total desaprovação. Bem, não estava surpresa; era a cara de Sasuke ser previsível e monótono. Lee, ao seu lado, também tinha uma reação parecida. O “rival” era tão inteligente para umas coisas, mas tão bobo para outras.

“Itachi é um bom nome, mas para o seu irmão. O garoto precisa de personalidade. Ele precisa de um nome original para expressar seu fogo da juventude. Um nome de um ninja já conhecido assim… todo mundo vai se lembrar do verdadeiro Itachi assim que ele se apresentar.” O moreno de cabelos espetados tinha que concordar que eles tinham razão. Por mais que quisesse homenagear o irmão, dar seu nome ao seu “atual filho” não era a melhor das soluções. Devia haver uma outra forma de fazer aquilo.

"Acho que vou pensar um pouco sobre isso." Sasuke disse, sua mente já a todo vapor. Não entendia muito de nomes, talvez precisasse pesquisar para achar algo interessante e que combinasse.

TenTen bufou, murmurando que ele era um idiota por ainda não ter pensado naquilo. Ou o que, eles ficariam chamando o garoto de "menino" ou "ei, você" o tempo todo? Lee deu um sorriso gentil, voltando sua atenção para o pequeno, bem como Gai.

Enquanto observava todas aquelas pessoas, a criança se sentiu quente; era aconchegante todos a sua volta. Muito diferente do frio congelante da câmara de água em que costumava ficar internado. Ele ainda não sabia o nome que poderia dar aquela união de pessoas, só sabia que era bom e esperava que nunca tivesse que ficar sozinho novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Foi isso, espero que tenham gostado desse capítulo. Realmente não aconteceu muita coisa, mas acho que é um capítulo importante pra chegar na parte da história que eu quero. Se tudo der certo o próximo vai vir bem em breve. Que minha criatividade me ajude!!! Um beijo grande a todos, e até a próxima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inveja" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.