Sangue, Suor, Lágrimas e Estilhaços escrita por Blue Blur


Capítulo 27
A Última Gem a Emergir


Notas iniciais do capítulo

Durante as buscas por Thanos, Amennekht e Sebek recebem um pedido de ajuda de um índio apache que planeja atacar o Jardim Beta e expulsar as gems das terras de seu povo.



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— Pelos deuses, o que houve aqui?

Era de manhã, dois dias depois do incidente envolvendo Thanos e a fuga das gems. O rei de Ahkvata não perdeu tempo em contatar seu irmão, que reuniu uma coluna de soldados para viajar até o vale de Sidim. Amennekht estava diante do lugar que outrora havia sido os portões de Ahkvata. Embora, graças ao uso de tecnologia gem, os cidadãos de Ahkvata tivessem consertado boa parte dos danos, ainda era possível ver muitos destroços resultante da pequena fuga que o grego desencadeou.

(Sebek): Thanos. Foi ele que houve aqui. Entende agora a gravidade da situação, Amennekht?

(Amennekht): É claro como água, irmão. Eu e meus guerreiros faremos o possível para ajudar a achar o fugitivo e trazê-lo a julgamento.

(Sebek): Não esperava outra coisa de ti, meu irmão. Espero que você e as Crystal Gems tenham mais sucesso do que temos tido até então. Thanos fugiu a pé, mas nenhum de nós conseguiu acha-lo.

(Amennekht): Como assim? Ninguém consegue percorrer uma distância tão longa assim em tão pouco tempo a pé! Nem mesmo o Thanos!

(Sebek): Bem, espero que esteja certo. Agora, vamos procura-lo.

(Amennekht): Certo. Vou dividir minhas tropas em três grupos: o primeiro será liderado por eu e minha mãe, Rose Quartz. O segundo grupo será liderado por Garnet e Pérola. O terceiro será liderado por Merit e Topázio Imperial.

(Sebek): Muito bem. Menob e o Samurai virão comigo. Axel, Tyris e Gilius vão com o quinto grupo. O sexto será liderado por Olaf, Baleog e Erik. Mãos à obra, senhoras e senhores!

Dispondo de suas tropas de busca, cada grupo foi numa direção diferente, cobrindo um enorme rastro de busca. A situação era intrigante: os rastros de Thanos eram escassos e erráticos, dificultando o traçado de um padrão, o que poderia ser usado para encontra-lo. O tempo foi passando e, a despeito dos reforços de Amennekht, a busca continuava infrutífera, o que foi deixando Pérola impaciente.

(Pérola, irritada): Quanto tempo mais vamos ter que ficar andando em círculos? Humanos não são tão rápidos assim! Não teria como ele ir tão longe viajando sozinho!

Um dos oficiais de Sebek, que estava no grupo de busca, ouviu a reclamação e concordou.

(Oficial): Realmente, não tem como. Só se uma daquelas pedras que ele libertou tiver ajudado ele a fugir.

(Pérola): Agora de onde, cargas d’água, saíram todas essas gems que o Thanos soltou?

(Oficial): Agora que você mencionou... não sei. O rei não deu nenhuma explicação sobre isso.

(Pérola): Nenhuma? Não é possível! Pelo que foi dito, Thanos ajudou várias gems a fugirem! O que raios elas estavam fazendo para nenhuma sequer ter sido vista durante todo o tempo em que estivemos em Ahkvata?

(Oficial): Não sei, acho que nada. Vai ver o rei simplesmente destruiu as formas físicas delas e manteve as pedras escondidas. Afinal, não poderíamos simplesmente deixar aquele monte de gem voltar para as fileiras de Homeworld, não é mesmo?

Pérola cessou as perguntas, talvez por ter ficado sem argumentos, mas a verdade é que algo naquela história estava mal contado. Garnet também desconfiava de algo e resolveu puxar uma palavrinha com Pérola.

(Garnet, falando baixo): Pérola, tem um momento?

(Pérola): O que foi?

(Garnet): O que a Rose faz com as gems inimigas que ela captura?

(Pérola): Bom... ela embolha as pedras para que não se restaurem nem ofereçam mais ameaça. Assim ela não precisa estilhaça-las.

(Garnet): Algum humano tem poder de embolhar gems?

(Pérola): Não que eu saiba.

(Garnet): Então como Sebek conseguiu manter todas aquelas gems presas?

Aquela dúvida também era a de Pérola, embora ela não tivesse parado para pensar naquilo até então. Garnet também levantou outra questão que atiçou a curiosidade da ruiva.

(Garnet): Thanos foi, sem nenhuma sombra de dúvidas, um dos humanos mais comprometidos com a causa das Crystal Gems. Ele até mesmo entregou para Rose as joias que ele poofou, para ver se Rose conseguia trazê-las para o nosso lado. Ele tem um esquadrão que ele mesmo criou para enfrentar as gems de Homeworld. Por que ele libertaria tantas guerreiras gems inimigas assim, sem mais nem menos?

(Pérola): Isso realmente não faz sentido! Claro, Thanos é meio doido para os padrões de um humano, mas o que ele ganharia traindo sua própria causa? A menos que...

Os pensamentos de Pérola foram interrompidas quando Garnet interrompeu o andar do grupo de buscas, sinalizando para que parassem de marchar.

(Garnet): Vem vindo alguém aí! Não faz parte de nenhum dos nossos grupos de busca

(Oficial): É Thanos? Ou é algum bandido do deserto?

(Garnet): Não sei, mas agora podem ficar tranquilos. Minha previsão acabou de dizer que não seremos atacados.

De fato, havia alguém indo em direção a ele. O indivíduo estava montado num cavalo marrom com manchas brancas, com o corpo coberto de pinturas coloridas e alguns enfeites artesanais feitos à base de penas. (https://images-wixmp-ed30a86b8c4ca887773594c2.wixmp.com/intermediary/f/9971ddf5-559a-4aad-bca8-05b7ba7571e1/d8u7n4t-b4ff5f9f-e3b8-400f-9c71-8062b13dd01d.jpg/v1/fill/w_730,h_1095,q_70,strp/warriors_of_the_plains_by_deskridge_d8u7n4t-pre.jpg)

(Oficial): É um batedor de Sebek.

(Pérola): Ele não se parece muito com um morador de Ahkvata.

(Oficial): Ele não é. Existe um povo que mora numa terra ao Oeste, uma terra muito distante. O único jeito de chegar lá é com os teletransportadores. Alguns guerreiros desse povo trabalham como batedores para o Sebek.

O viajante parou em frente ao grupo liderado por Pérola e Garnet, levantando a mão em sinal de saudação.

(Viajante): Salve, guerreiros de Muro de Pedra. Lâmina Ardente traz aos companheiros de armas a saudação de sua gente, os apaches das regiões montanhosas.

Pérola e Garnet estranharam bastante a forma de falar de Lâmina Ardente, enquanto que os outros guerreiros que as acompanhavam pareceram entender um pouco.

(Pérola, cochichando): Quem é “Muro de Pedra”?

(Oficial, cochichando): Provavelmente é o nome que deram a Sebek.

(Garnet): Faz sentido. Então viajante, o que deseja?

(Lâmina Ardente): Há uma mensagem urgente para Muro de Pedra: os peles de cristal ocuparam as montanhas dos apaches e estão usando o poder de seus totens para invocar novos guerreiros. Preciso dos guerreiros de Muro de Pedra para expulsar os invasores.

(Garnet): Ele deve estar falando dos injetores. Temos que chamar Sebek.

Garnet liderou o grupo para voltar até Sebek, que aguardava às portas da muralha pelo feedback dos grupos de busca, a fim de dar novas ordens.

(Sebek): Garnet? Pérola? Acharam o Thanos?

(Pérola): Não, mas achamos um guerreiro que dizem ser batedor seu.

(Lâmina Ardente): Chefe Muro de Pedra, venho em nome dos apaches das montanhas pedir sua ajuda!

(Sebek): Diga, guerreiro!

(Lâmina Ardente): Os peles de cristal acamparam numa região montanhosa e construíram ali seus totens de metal. Estão abrindo buracos nas montanhas, de onde estão surgindo novos guerreiros. Devemos detê-los antes que ameacem nossas aldeias!

(Sebek): Totens de metal? Buracos de onde surgem novos guerrei... Pelos deuses! As gems de Homeworld provavelmente construíram outra zona de produção de gems!

(Pérola): O nome é Jardim de Infância! As perdas que causamos ao exército da Diamante Rosa devem tê-la forçado a produzir novas gems! Temos que viajar até o Jardim Beta e parar o processo!

(Sebek): Vocês duas, me ajudem a reagrupar os grupos de busca. Suspenderemos a caça ao Thanos por hora, a prioridade é fazer o reconhecimento desse “Jardim de Infância”! Precisarei também da ajuda do meu irmão e do Esquadrão Platina.

(Pérola): Certo!

Dito e feito, Sebek e Amennekht conseguiram reunir um grande grupo de guerreiro, aproximadamente 5000 homens, além de 200 Crystal Gems e saíram para viajar até o lugar onde o apache havia avistado o Jardim de Infância Beta. Conforme Amennekht e Sebek haviam suspeitado, lá estava o Jardim de Infância, cuja posição era denunciada pelos injetores que se destacavam no alto da montanha. O exército estava dividido em 4 grupos iguais, liderados por Amennekht, Sebek, Rose Quartz e Lâmina Ardente, além de Menob, que foi escalado por Sebek como líder provisório do Esquadrão Platina, para substituir Thanos. Os quatro grupos estavam bem separados um do outro, apenas os líderes estavam juntos num canto, planejando a estratégia para o ataque.

(Sebek): Lâmina Ardente e seus guerreiros conhecem essa região melhor do que nós, por isso eles devem iniciar o ataque. Com as táticas de guerrilha apaches, podemos facilmente confundir as gems inimigas e impedi-las de criar uma formação defensiva. Quando os outros três grupos chegarem, vindo de direções opostas, será o fim delas.

(Amennekht): É uma ótima estratégia, irmão!

(Lâmina Ardente): Quando atacarem, lembrem-se de uma coisa importante: os corredores entre as montanhas são estreitos, de forma que apenas uns poucos homens podem atravessá-los de cada vez. Se não tomarem cuidado, poderão acabar encurralando seus próprios guerreiros, dando tempo ao inimigo para formar uma barreira.

(Rose): Entendo. Um garrote induzido por uma formação geológica natural poderia fazer um pequeno grupo de defensores vencer um grupo muito maior, independente da proporção dos atacantes.

(Lâmina Ardente): Chegou a hora! Vamos arrancar os escalpos daqueles cães das Diamantes!

O apache nem sequer se preocupou se aquelas palavras iriam ou não soar ofensivas para Rose. Ele simplesmente partiu para se juntar ao grupo.

Com todos os grupos e seus líderes em posição, a estratégia de ataque começou a ser executada: Os apaches, liderados por Lâmina Ardente, foram cavalgando a toda velocidade, emitindo seu estridente e intimidador grito de batalha. Suas armas consistiam em arcos e flechas, tanto normais quanto aqueles feitos com material gem, machadinhas, porretes, lanças e sabres. Apenas uma minoria quase inexistente portava blasters gems. Do alto dos céus, escondida nas nuvens, estava a nave de Hessonita, com a Comandante em pessoa sorrindo enquanto assistia a cena.

(Hessonita, pensando): Vamos ver se sua petulância pode salvá-la agora, Cornalina.

Algumas guerreiras gems, lideradas por Cornalina e Ônix, se dirigiram até o lugar onde os gritos eram ouvidos, prontas para iniciar uma estratégia defensiva.

(Cornalina): Todas as gems recém-formadas, fiquem na parte mais interna possível do Jardim de Infância! Vocês devem cuidar de qualquer humano que passar por nós!

(Ônix): Todas as gems que tiverem armas de ataque à distância fiquem comigo! Uns bons tiros de blaster devem espantar os invasores!

Os primeiros tiros foram disparados, gerando as primeiras baixas. Os índios revidaram, alguns chegando ao ponto de atirar machadinhas à distância. Embora poucos disparos dos índios acertassem as gems, eles conseguiam forçar um grande número delas a manter a cabeça abaixada, reduzindo consideravelmente o poder de fogo das defensoras.

Os índios começaram a se separar, com alguns tentando flanquear a formação rochosa e entrar por brechas desprotegidas. A estratégia deu certo e as defensoras começaram a ser alvejadas dos dois flancos, forçando a recuada delas.

Enquanto isso, as forças de Amennekht, Sebek e Rose já haviam avançado, entrando por diversos lugares do Jardim de Infância. Várias defensoras, que ainda estavam desorganizadas nas alas mais internas do Jardim Beta começaram a ser surpreendidas pelas tropas humanas, que foram atropelando-as com os cavalos e espetando-as com as lanças.

— É UMA DISTRAÇÃO!!! OS HUMANOS ESTÃO ENTRANDO PELO LADO SUL!!!

— NÃO, ELES ESTÃO VINDO PELO LADO LESTE!!!

— COMANDANTE CORNALINA, O LADO NORTE ESTÁ SENDO TOMADO PELAS CRYSTAL GEMS!!!

As defensoras reagiam de forma brutal, mas errática e desorganizada: As que tinham blasters disparavam a torto e a direito, e as outras simplesmente brandiam suas armas da forma mais exagerada possível, o que contrastava com os guerreiros que, apesar da gritaria selvagem, atacavam estrategicamente. Três apaches avançaram para cima de uma quartzo com machadinhas e lanças, encurralando-a, até que veio um cavaleiro e atirou nas costas dela um cântaro cheio de óleo inflamável e com um pavio aceso. Outro cavaleiro apache apareceu e laçou uma citrina pelo pescoço e saiu arrastando ela pelo campo de batalha.

Esmeralda foi correndo ajudar uma peridote que tinha sido atravessada por uma lança indígena. Quando ela foi curar a gem verde antes que ela perdesse sua forma física, a peridote deu um grito assustado.

(Peridote): ATRÁS DE VOCÊ!!!

Um arqueiro do deserto estava com Esmeralda na mira antes de ser atingindo por uma pedra de tamanho considerável, arremessada por Celestita, que praticamente esmagou ele e sua montaria. A flecha que ele iria disparar em Esmeralda acabou acertando a peridote na perna, fazendo ela perder de vez sua forma física.

(Celestita): Esmeralda, você está bem?

(Esmeralda): Sim! Felizmente eu consegui salvar a pedra dessa peridote!

(Celestita, gritando para as defensoras): Precisamos recuar para a zona mais interna do Jardim de Infância e organizar uma defesa mais robusta. Repassem essa informação!

Com a informação repassada, todas as gems pouco a pouco foram recuando, incluindo as defensoras que lutavam contra os homens de Lâmina Ardente. A maioria estava caindo perante os atacantes. Uma peridote foi surpreendida por um grupo de mais ou menos 12 apaches e começou a atirar neles com seu realçador de braços. Foi o último erro que ela cometeu antes de ser atingida por dois golpes de sabre. Os egípcios que vinham atrás também desencorajaram qualquer gem mais invocada a reagir. Cornalina e Ônix já haviam se juntado ao grupo principal que recuava e instruíam todas as gems a abrirem caminho para que todas recuassem para o ponto combinado.

(Ônix): Todas as gems que puderem atirar, atirem à vontade! Mantenham os humanos afastados até que as engenheiras abram um caminho para recuarmos!

Embora mais organizadas, as gems continuavam levando a pior: para cada humano que uma gem matava, outros cinco apareciam e vingavam a morte do companheiro trucidando a responsável das formas mais perturbadoras possíveis: uma peridote teve o realçador de membro da perna direita estraçalhado e foi arremessada para uma turba, que começou a ataca-la com espadas e lanças. Outra gem foi cortada ao meio por um golpe de machado, perdendo sua forma física.

Os humanos avançavam, seguindo de perto as defensoras. No meio daquele apinhado de humanos e gems, estava o Esquadrão Platina. Menob e seus parceiros ainda não haviam entrado em combate, tamanha foi a eficiência da tática de Lâmina Ardente, mas aquilo aborreceu o gigante anaquim, que queria estilhaçar gems a todo custo.

(Menob): Maldição, todas as gems deste lugar são raquíticas e molengas! Não tem nem graça! Vamos nos separar, assim cobrimos uma área maior e terminamos o trabalho mais rápido.

(Olaf): Não Menob, a estratégia-padrão do Capitão Thanos exige que fiquemos juntos, assim podemos proteger um ao outro e criar uma falange impenetrável!

(Menob): Proteger de quê, Olaf? Todas essas gems são defeituosas! É mais fácil a gente se acidentar com a própria arma do que um desses trastes nos ferir!

(Olaf): Mas Menob, Merit está com Amennekht. Sem uma arqueira para transitar no campo de batalha, eliminando atiradoras inimigas, uma atiradora poderia se colocar num canto estratégico e nos alvejar um por um...

(Menob): Chega Olaf, eu estou no comando agora, e eu digo para nos separarmos! Sozinhos somos o suficiente para dar conta desse bando de gems defeituosas! Agora vamos!

(Erik): Ô SEU TIÇÃO DO INFERNO!!! NÓS NÃO VAMOS SIMPLESMENTE QUEBRAR A PORCARIA DA FALANGE PORQUE NOSSAS ARMAS DEPENDEM DA AJUDA UMA DAS OUTRAS!!!

Ignorando os conselhos dos colegas de Esquadrão, Menob se afastou para ir atrás de sua própria presa. Por crueldade do destino, ele avistou Esmeralda cuidando de algumas gems que estavam com as pedras rachadas. Ao perceber que ela tinha poderes curativos, o gigante não hesitou em ir para cima dela.

(Menob, erguendo o machado): Oi, gracinha!

Antes que Menob atacasse a pequena gem verde, uma parede do lado direito dele se abriu e uma gem saltou do buraco. A gem em questão era a Celestita, que deu um soco no cotovelo esquerdo do gigante, fazendo sua mão esquerda largar a arma. Depois, Celestita chutou a mão direita de Menob, arremessando a arma para longe.

(Celestita): Eu suspeitei que um de vocês tentaria atacar nossa gem de cura, então fiquei escondida para atacar na hora certa.

(Menob): Bom, muito bom. Enfim uma gem de verdade no meio desse monte de trastes!

(Celestita): Você é um platina, não é? Reconheci pelo desenho da bigorna na sua arma!

(Menob): Sou. Eu sou Menob, descendente de Anaque, antigo capitão do exército de Hebrom e atual capitão do Esquadrão Platina!

(Celestita): “Atual” capitão? O que houve com o antigo?

(Menob): Isso não interessa! Eu sou mais que o bastante para dar conta de vocês!

(Celestita): Seja como for, vocês platinas não são nada estando separados!

Celestita desferiu um soco rápido e bem forte, que seria suficiente para deixar marca numa parede, mas Menob o agarrou sem dificuldades. Ela tentou outra vez, e sua outra mão ficou imobilizada também.

(Menob): Eu não preciso de ninguém, nem mesmo de armas! Vou tirar sua vida com minhas mãos nuas, da mesma forma que seu povo tirou a vida do meu!

Os anaquins têm uma média de altura de 3 metros, enquanto que a média de um quartzo normal é de 2,5m de altura, mas aqueles 50 centímetros de desvantagem não intimidaram Celestita, que deu uma cabeçada feroz no peito de Menob. O gigante pareceu ficar sem fôlego por alguns instantes, mas ele se reergueu, ainda segurando Celestita pelas mãos. Ele a agarrou pelo pescoço e deu três cabeçadas no rosto dela, uma atrás da outra, depois deu um soco no pescoço dela, jogando-a contra o buraco na parede de onde ela viera.

Menob olhou para Esmeralda, para ver a reação da pequena gem, mas Celestita ergueu uma parede de pedra, para evitar qualquer intenção ruim que o gigante tivesse. Após se recuperar, a quartzo novamente partiu para o ataque: Celestita foi desferindo alguns jabs, acertando em cheio o queixo de Menob, que nem se preocupava muito em bloquear. Os jabs foram intercalados com alguns ganchos, mas Menob continuava sem reagir, apenas levantando os punhos, fazendo menção a atacar, mas sem se mover.

Celestita se movia agilmente de um lado para o outro, desferindo golpes no queixo e na mandíbula de Menob, enquanto ele fazia pouco ou nenhum esforço para evita-los. Apenas erguia o braço direito, fazendo menção a desferir um ataque que nunca vinha.

Quando Celestita foi engatar um soco mais forte, o ataque tardio de Menob veio, e veio com juros: o gancho que ele disparou foi tão forte que a quartzo azul-claro perdeu a postura. O segundo gancho a acertou na orelha, seguido de dois golpes na altura das costelas. Menob havia planejado aquilo enquanto levava os golpes no rosto: ele viu que Celestita tinha uma postura de combate voltada para deslocamentos ágeis pela forma como ela se movia de um lado para o outro naquele corredor estreito. Porém, naquele lugar, o tamanho superior de Menob e sua postura rígida e estática davam vantagem a ele, já que qualquer deslocamento só era possível se fosse para frente ou para trás. Para os lados quase não havia espaço.

Atingida novamente no nariz, Celestita perdeu o equilíbrio e caiu de lado. No chão, a quartzo azul-claro deu um chute, que foi agarrado por Menob. Segurando-a pelo tornozelo, Menob a ergueu de ponta cabeça no ar, chutou-lhe o rosto, deu um soco em sua barriga e a arremessou na direção da parede que ela criara.

Celestita mal havia se levantado e o gigante investiu com um soco atrás do outro no rosto da quartzo. Os socos eram tão fulminantes que Celestita nem conseguia mais manter uma postura defensiva. O gigante encerrou com um chute, que fez a parede atrás dela ceder, derrubando-a numa clareira do Jardim Beta.

Esmeralda ainda estava lá. A gem verde não teve coragem de abandonar sua companheira, a gem com quem ela havia se fundido, à própria sorte. O olhar de ambas se cruzou. Celestita viu como Esmeralda estava sofrendo por vê-la ferida, mais do que ela própria. O choro que escorria em cascatas dos olhos de Esmeralda, bem como sua postura corporal de urgência, diziam tudo.

“Aguente mais um pouco! Eu vou te ajudar! Nós vamos sair dessa juntas!”

Embora o rosto de Celestita refletisse sua dor nos inchaços em suas bochechas e na região próxima dos olhos, bem como nos cabelos desgrenhados por causa dos murros que levou no rosto, ela ainda conseguiu mandar de volta um olhar severo e fixo, que também dizia tudo.

“Vai embora! Me esqueça! Eu não vou deixar ele te machucar, mas você precisa fugir e viver para lutar outro dia! Não me faça ser estilhaçada em vão!”

Uma simples troca de olhares falou mais do que milhares de palavras.

(Menob): Anda, sua besta! Levanta! O que foi? Ficou atordoadinha? Já desmaiou? Espero que aquela sua amiga gorda e baixinha tenha mais fibra que você!

Celestita odiou aquelas palavras e novamente se pôs de pé, mesmo debilitada.

(Menob): Isso, de pé, se levanta! Faça como meu povo fez e lute de pé até o final! Assim eu posso fazer como o seu povo fez!

(Celestita): Você tem razão, ela tem mais fibra que eu! Diferente de mim, ela não emergiu perfeita, mas ela faz muito mais do que gems ditas perfeitas! Talvez você não entenda porque seu cérebro é subdesenvolvido demais para entender isso, mas eu me importo com ela. Dane-se, eu amo ela! Mesmo se eu perder essa luta, ela vai ficar bem, e isso é o bastante para mim!

(Menob): Você não faz ideia do que é amor, sua aberração! Vem falar que luta porque se importa por alguém, depois de ter matado todo mundo que era importante para mim? Vocês destruíram minha cidade, mataram meu povo! Eu não vou aceitar ouvir palavras sobre empatia saindo da boca de vocês!

Na clareira, Celestita tinha maior liberdade de movimentos. Ali sua tática poderia funcionar. Ela começou a se deslocar de um lado para o outro, mas debilitada por conta dos ferimentos, ela estava bem mais lenta que o normal. Menob baixava a guarda propositalmente, provocando Celestita para que ela o acertasse. A gem reagia dando socos que atingiam o nada, parando a centímetros do rosto de Menob.

Um soco em falso acertou inofensivamente a defesa de Menob, e o gigante recomeçou o castigo, socando vez após a outra o rosto da quartzo azulada. Ela reagiu com um outro soco, que atingiu o vazio. Praticamente apertando Celestita contra uma parede, Menob começou a soca-la mirando no lugar onde estava a pedra dela, depois foi subindo até voltar a atingir o rosto.

Celestita não conseguia mais enxergar quase nada. Sentia as imagens ao redor sendo misturada em flashes epilépticos e sensações nauseantes. Uma das poucas imagens que ela conseguiu ver e distinguir foi a silhueta de Esmeralda correndo em sua direção, com o escudo verde na mão, para ajuda-la. Celestita se jogou contra o corpo de Menob para tentar ver melhor a gem verde.

(Celestita, agonizando): Não, Esmeralda!

A gem verde não conseguiu obedecer aquela ordem e continuou correndo. Depois de tudo o que elas haviam passado juntas, Esmeralda não podia simplesmente deixar Celestita para trás.

(Celestita, agonizando): NÃO VENHA!!!

A dúvida acabou em segundos: Menob a agarrou na parte de trás da cabeça, pelos cabelos, e deu uma cabeçada com tudo na testa dela. O corpo de Celestita se enrijeceu instantaneamente, e ela caiu de costas no chão.

(Esmeralda, chorando): CELESTEEEE!!!

Esmeralda continuou correndo na direção de Celestita para socorrê-la, mas acabou levando um chute tão forte que a jogou contra a parede.

Em outro canto, as defensoras já haviam praticamente perdido a batalha: estavam encurraladas numa clareira, enquanto todas as saídas possíveis eram bloqueadas pelo exército dos humanos.

(Amennekht): Acabou! Rendam-se agora e meus homens e as Crystal Gems mostrarão misericórdia! Palavra do Hórus Vivo na Terra, governante do Alto e Baixo Egito!

(Larimar): Cornalina, o que a gente faz agora?

Cornalina estava paralisada. Não fazia ideia do que deveria fazer. Ela não acreditava na palavra de Amennekht, mas sabia que mandar todas aquelas gems, incluindo as que haviam emergido recentemente, lutarem até o estilhaçamento era cruel demais.

(Jet): Comandante! Ordens!

(Cornalina): Peçam por um milagre...

Jade não estava disposta a ver suas companheiras de Esquadrão, principalmente Cornalina Laranja, caírem nas mãos dos rebeldes. Então, num momento de loucura, Jade sacou seu machado de batalha e fez menção de avançar contra Amennekht, atraindo a mira de dezenas de arqueiros.

(Amennekht): NEM MAIS UM PASSO OU EU...

Jade não conseguiu dar o outro passo porque caiu no chão, mas não por ter sido atingida por flechas. Do nada, a terra ao redor começou a tremer de forma intensa, agitando os cavalos e fazendo muitos guerreiros dos dois lados perderem o equilíbrio.

(Amennekht): O que está acontecendo?

(Sebek): Olhem ali!

Sebek apontou para a parede que estava às costas das gems defensoras do Jardim Beta, o que também direcionou a atenção delas para lá. A parede estava criando uma rachadura pequena, que foi gradativamente se expandindo até cobrir uma área enorme. Pedaços da parede começaram a cair, obrigando tanto humanos quanto gems a se afastarem do lugar, isso sem falar nos pedaços que eram arremessados e às vezes até chegavam a atingir alguns dos presentes.

Quando os pedaços caíram todos, o que restava era um buraco com uma silhueta vagamente antropomórfica com braços erguidos. Do buraco saía uma densa nuvem de vapor, cujo calor podia ser sentido até por aqueles que estavam mais afastados (https://i.kym-cdn.com/photos/images/newsfeed/001/247/862/4bd.jpg)

Uma silhueta saltou para fora do buraco na parede, parando num espaço entre as defensoras do Jardim de Infância Beta e os atacantes. Os guerreiros de Sebek e de Lâmina Ardente não perderam tempo e começaram a jogar laços para amarrá-la.

(Cornalina): CUIDADO!!!

Quando a gem foi totalmente amarrada e imobilizada, um dos guerreiros de Sebek tomou a iniciativa e, balançando um mangual, mirou o ataque na pedra que estava no nariz dela. Antes que a bola espinhenta atingisse o alvo, a nova gem abocanhou a correntinha e, com um puxão, arrebentou-a, fazendo o guerreiro recuar assustado.

(Amennekht, impressionado): Que gem é aquela?

Urrando como um leão enfurecido, a gem foi fazendo força até lentamente arrebentar as cordas que estavam laçando seu corpo. Ao se colocar de pé, todos viram com clareza a sua aparência: era uma gem de pele laranjada e cabelos brancos longos e rebeldes. Em seus braços e no seu rosto haviam marcas tribais de cor vermelha. Sua pedra tinha um formato de losango, e a cor dela realçava o brilho dourado feroz que surgia de seus olhos (https://images-wixmp-ed30a86b8c4ca887773594c2.wixmp.com/intermediary/f/e5d2fcfb-a9d5-4322-bc1b-cfc8e3fb5af2/dbihahm-54c557d0-0638-4585-a8f4-aba3680f0d9f.png/v1/fill/w_891,h_897,q_70,strp/jsp_by_marineflames_dbihahm-pre.jpg). Em seu uniforme havia alguns losangos rosas desenhados, simbolizando a Corte Diamante à qual ela pertencia.

(Lâmina Ardente): Matem o pele de cristal!

Emitindo seus alaridos inumanos, os apaches avançaram com tudo, se jogando sobre a Guerreira Gem, até que ela fosse ocultada pelo monturo de índios. Pouco depois, a guerreira se ergueu novamente, atirando seus atacantes para todo lado!

Aquilo começou a intimidar todos os soldados, mas Sebek se recusava a acreditar no que via. Voltando seu olhar furioso para as Crystal Gems, ele começou a bradar furiosamente!

(Sebek): Não fiquem aí paradas, suas inúteis! Peguem aquela abominação laranja!

Um lanceiro egípcio fez uma investida com sua arma, mas a Guerreira Gem o jogou por cima de seus ombros. Uma ametista das Crystal Gems sacou uma espada, mas a guerreira laranjada encaixou um soco na barriga dela, um soco tão forte que poofou a adversária e deixou sua pedra no ar. Depois, a gem recém-formada deu um murro na pedra, jogando-a com tanta força numa parede que a pedra se quebrou em pedaços

Apaches, egípcios, guerreiros de Ahkvata e de outras cidades do Oriente Médio e mesmo alguns helenos avançavam de todas as direções, mas a guerreira tinha uma postura de batalha infalível, despachando todos com socos e pontapés. Quatro hoplitas avançaram com seus escudos erguidos, criando uma parede, mas a guerreira laranja pegou uma Crystal Gem pela perna, a girou no ar, e a jogou contra os hoplitas, derrubando-os todos.

(Sebek): Avancem! Avancem! Parem de brincar, seus pedregulhos inúteis! É só uma maldita gem! UMA ÚNICA MALDITA GEM!!! ARRANQUE O ESCALPO DELA, LÂMINA ARDENTE!!!

(Amennekht): É inútil avançarmos aleatoriamente, temos que formar uma falange antes de confrontá-la.

Os soldados de Amennekht entenderam o recado e começaram a investir em formações sólidas, ao invés de mandarem soldados sozinhos avançarem bradando as armas. A primeira falange ainda conseguiu empurrá-la para trás antes de levarem um murro horrível nos ouvidos. A joia da gem começou a brilhar, fazendo surgir um elmo laranja com uma proeminência na região da testa (https://i.ytimg.com/vi/9eCksYHCiys/maxresdefault.jpg)

(Sebek): Nem arma aquela maldita tem! É só um elmo! PEGUEM ELA!!!

A despeito dos brados ensandecidos de Sebek, um grupo específico não atacava: o Esquadrão Platina. Estudando a postura da gem em questão e analisando o terreno onde ela se encontrava, eles perceberam que não poderiam usar livremente os poderes de suas armas para atacarem, do contrário poderiam acabar atingindo aliados, já que a distância entre inimigos e aliados era minúscula naquela clareira. O único jeito de vencê-la era usando a formação-padrão do Esquadrão Platina.

Só tinha um problema: essa formação necessitava da presença de Menob.

(Sebek, gritando com o Esquadrão Platina): O que vocês estão esperando, seus filhos de meretrizes? Ataquem!

(Axel): Maldito seja, seu rei de aleijados! Se usarmos nossos poderes aqui, podemos acabar ferindo dezenas de aliados!

(Olaf): Por que Menob foi se afastar da formação? A gente precisa dele agora!

(Samurai): Se ele não voltou até agora, significa que deve estar com problemas!

(Axel): Erik, Samurai, vocês são os mais ágeis entre nós! Vão atrás do Menob, nós ficamos aqui!

(Samurai): Está bem, mas lembrem-se: nosso Esquadrão só é tão forte quanto nossa formação! Não avancem sem nós! Evitem combate direto a todo custo até trazermos Menob de volta!

(Axel): Certo!

Vestindo o elmo, a guerreira deu uma cabeçada na testa de um Crystal Gem, espalhando estilhaços de pedra azul-ciano próximo do próprio rosto. Cada guerreiro que avançava recebia dois ou três socos antes de uma cabeçada fatal, que os matava por traumatismo craniano ou fratura cervical. Teve um que tentou bloquear um soco dela com o escudo, que era de ferro, mas o punho dela acabou atravessando como se fosse de papel.

Um soldado jogou um laço no pescoço da Nova Gem, mas quando o cavalo foi arrancar, ela puxou o laço, puxando o soldado para perto dela. Como se não bastasse, ela ainda saiu girando o laço, com guerreiro e tudo, e saiu usando como arma para acertar os inimigos. O coitado que tentou laçá-la se espatifou contra três ou quatro falanges antes de virar uma bolsa de ossos quebrados e manchas de sangue.

Três jaspes das Crystal Gems avançaram para cima da Nova Guerreira, que assumiu uma forma de spindash (https://pm1.narvii.com/6297/48882071db2b720a5839bd53d3e9dbc14bfd0c19_hq.jpg), emitindo energia de forma ameaçadora.

(Amennekht): Usem seus escudos de energia! Bloqueiem o ataque!

(Rose): Não faça isso Amennekht! Eles não vão aguentar o impacto!

Não aguentaram, independente da estratégia ter sido bem pensada. A inimiga saiu atropelando a todos como um trator atravessando um campo de trigo, espalhando respingos de sangue e estilhaços para todo lado, sujando até mesmo o vestido e o rosto de Rose.

(Rose): Recuar! Todos recuem agora!

(Sebek): Meu exército nunca perdeu uma batalha! Não parem! Ataquem até destruírem ela!

(Amennekht, puxando Sebek pelo braço): Temos que recuar para fora dessa clareira e tentar emboscá-la nos corredores do Jardim de Infância! Se continuarmos com isso, nenhum de nós terá mais exército!

Entendendo a nova estratégia de Amennekht, Sebek consentiu e repassou a ordem de recuar para seus soldados. Tal cena deixou Cornalina perplexa: uma única gem que, literalmente, não tinha nem 1 hora de vida, havia forçado o exército das rebeldes a recuar!

(Cornalina): Essa é a nossa chance! Divisão Sigma, atacar!

As gems do Jardim de Infância Beta voltaram a avançar destemidamente, agora levando a batalha para fora da clareira, em direção aos corredores onde ficavam os buracos de saída das diversas gems.

Voltando a Menob, ele olhava para a diminuta Esmeralda que ele havia acabado de chutar, a mesma Esmeralda que se esforçava para salvar a Celestita.

(Menob): Você realmente é uma gem estúpida! Aquela celestita estava disposta a morrer por você, disposta a deixar seus estilhaços sobre essa terra para que você pudesse viver mais um dia. Eu não sou homem de clemência, mas se às vezes eu não fosse clemente, eu seria como vocês! Em respeito à minha adversária, eu deixarei você fugir hoje.

Menob se voltou para Celestita.

(Menob): Ouviu, Celestita? Minha luta é com você! Espero que sua Esmeralda entenda o recado!

Menob voltou sua atenção para Celestita, que ainda se esforçava tentando se levantar. Justo quando ele baixou a guarda e se abaixou para puxar Celestita pelos cabelos, Esmeralda apareceu do nada. Com seu escudo, ela avançou com tudo para atropelar o gigante, acertando-o no rosto. Menob perdeu o equilíbrio e caiu no chão. Antes que o gigante tivesse oportunidades para entender o que aconteceu, Esmeralda voltou rapidamente com Celestita e, levando sua força até o limite, ela pôs o braço de Celestita em seus ombros e tentou carrega-la, apesar de conseguir arrastá-la apenas por uns poucos metros.

(Celestita): P-Por que... Esmeralda? Ele vai estilhaçar você! Fuja!

(Esmeralda): Eu sei disso... mas ele também vai estilhaçar você! Eu não posso ficar parada vendo isso acontecer! Sabe por quê? PORQUE EU TAMBÉM SINTO O MESMO POR VOCÊ!!!

Celestita teve que se segurar para não chorar de emoção, então ela puxou bruscamente para si o corpo da pequena Esmeralda, criando um brilho verde-azulado ofuscante.

Menob, já recuperado e com seu machado, voltou ao lugar em busca de Esmeralda e Celestita, mas a única coisa que ele viu foi uma única gem de quatro braços.

(Menob): O que significa isso? Onde estão aquelas duas gems? Quem é você?

Batendo os dois punhos das outras duas mãos abertas, a fusão respondeu com firmeza.

(Fusão): Eu sou Celestita, eu sou Esmeralda, e o mais importante: Eu sou Turmalina Paraíba!

(Menob): Você pode ser a união de duas gems, mas eu sou a fúria, eu sou o senso de justiça, eu sou o sangue que clama das terras de Hebrom! Eu sou Menob, o último filho de Anaque!

Turmalina entrou em postura de combate, criando escudos em seus quatro braços. Menob avançou violentamente, com machado em mãos. Turmalina arremessou dois escudos, que foram rebatidos pelo gigante. Menob deu um golpe de direita com o machado, bloqueado pelo escudo da mão esquerda de Turmalina. Com a mão superior direita, Turmalina deu um soco em Menob, mas o gigante se abaixou e deslizou por baixo do braço dela, então desferiu um golpe de machado com as duas mãos. Turmalina se abaixou e desviou, mas não viu o grande punho de terra que surgiu e lhe acertou um soco tão forte que lançou ela no ar. Porém, Turmalina pousou em pé.

(Menob, pensando): Como eu pensei, essa fusão é mais forte que aquela celestita. Minha intenção era apenas medir a força dela. Golpeei com uma só mão para abrir espaço para uma esquiva, mas ela é muito mais forte do que pensei. Dei um golpe direto e ela nem cambaleou. E o soco de terra poofaria qualquer quartzo, mas apenas a arremessou a uma altura pequena.

Turmalina materializou mais dois escudos para substituir os que ela havia lançado, depois arremessou os quatro escudos de uma vez. Girando seu machado, Menob repeliu os escudos. Turmalina novamente materializou 4 escudos, mas dessa vez ela avançou com tudo. Usando os escudos tanto para proteção como ataque, Turmalina começou a confrontar Menob corpo a corpo. Graças à fusão, as duas gems agora formavam um ser mais alto que o gigante anaquim, apesar da diferença ser de apenas uns 10-15 centímetros.

Os dois trocaram socos e golpes de machados de forma constante, mas ineficaz, pois as esquivas eram equivalentes dos dois lados. Diversas vezes, Turmalina Paraíba arremessou os escudos como se fossem discos, mas nenhum deles atingiu Menob para valer, pois ele usava seu machado para se defender. O gigante fez um movimento com seu machado, que fez emergir da terra uma grande pilastra de pedras. Turmalina usou os quatro escudos para se defender, e a pilastra se partiu em pedaços, criando uma enorme nuvem de poeira. Do meio da nuvem, um escudo apareceu do nada, mas Menob bloqueou o ataque. Os outros três vieram logo em seguida, mas inexplicavelmente eles fizeram curvas estranhas, se dispersando: um atingiu o chão perto do gigante, o segundo atingiu uma parede e o outro foi parar bem longe. A nuvem se dissipou e Turmalina viu a cara de confusão do anaquim.

(Menob, pensando): Mas o quê? Tem algo errado! Ela errou os escudos propositalmente! Além disso, minha coluna de terra era bastante forte! Não tinha como ela quebrar tão facilmente! A não ser que...

Maldita! Ela também controla terra! Está usando os escudos para anular meu controle e se manter no solo! Assim ela teria superioridade por controlar a terra! Essa maldita é mais esperta do que eu pensei!

Turmalina materializou mais quatro escudos, lançando-os freneticamente enquanto Menob os ricocheteava com o machado, aproximando-se lentamente dela. Quando ele estava a uma distância “x”, Menob ergueu o machado para dar um ataque de cima. Por puro reflexo, Turmalina ergueu os quatro braços para bloquear, mas o gigante golpeou com o cabo, mirando na pedra de Esmeralda e acertando com tudo. Não fosse pelo fato delas estarem unidas numa fusão, a pedra teria rachado. A fusão recuou e todos os escudos se desmaterializaram.

(Menob): Hahaha, por essa você não esperava, sua meretriz! Meu capitão me ensinou que algumas gems, principalmente fusões, têm capacidade de materializar mais de uma arma, e que a materialização dessas armas se deve a uma energia que é tirada da pedra. Funciona da mesma forma que um castelo de cartas: quanto mais cartas, mais instável é o castelo. Basta uma pancada bem dada para que ele se desfaça completamente, igual seus escudos.

(Menob, pensando): Pelo que meu capitão falou, ela vai ter que ficar um tempo sem usar os escudos. É a minha chance de acabar com essa fusão!

Menob atacou novamente, mas Turmalina se esquivou. O machado atingiu o chão, criando uma rachadura.

(Menob): PUNHO DE ATLAS!!!

Um enorme punho de terra saiu do chão, acertando em cheio a fusão Turmalina Paraíba, espremendo-a contra a parede. A fusão ficou alguns segundos sem dar sinal de vida, até que, do nada, Turmalina saiu da terra bem atrás do gigante. Menob não perdeu tempo e girou nos calcanhares, dando um golpe de machado certeiro, partindo a fusão ao meio.

Ou era o que ele pensava.

Ao prestar atenção, notou que havia cortado ao meio apenas uma escultura de sua oponente. Ao se virar novamente de costas, deu de cara com a mão de Turmalina agarrando seu pescoço e o jogando de costas no chão.

(Menob, pensando): Porcaria, ela me pegou de jeito! Ela está me asfixiando!

Naquele momento, Menob teve um flashback. Era igual ao seu treinamento com Thanos: o grego, muito menor que ele, deu um agarrão daqueles em seu pescoço e, com uma rápida rasteira, o derrubou no chão. Ele também se lembrou de uma fala de seu capitão.

(Flashback com Thanos): Um golpe bem localizado vale mais do que cem golpes na doida.

(Menob, pensando): Droga, eu não vou me render!

Com um rápido movimento, Menob prendeu suas pernas ao redor do pescoço da fusão, aplicando um mata-leão reverso. Menob começou a empurrar a cabeça da Turmalina Paraíba para trás, forçando-a a largar seu pescoço.

*Cruk*

Turmalina Paraíba se levantou calmamente e respirou profundamente, aliviada.

(Turmalina Paraíba): Ainda bem que acabou. Se fosse apenas a Celestita, ela provavelmente teria estrangulado ele, mas sendo nós duas, sabia que seria mais rápido ir direto na traqueia... você era um bom guerreiro, Menob. Perverso? Com certeza. Mas você teve seus motivos pessoais. Quer saber? Acho que, no final das contas, somos iguais. Metidos em guerra de terceiros, buscando um motivo próprio para lutar.

O som de armas se batendo e gritos de batalha, foi se tornando cada vez mais próximo, até que silenciou-se de forma súbita. Quando Turmalina levantou os olhos, viu que DEZENAS de testemunhas haviam acabado de chegar, tanto aliados quanto inimigos. Até mesmo a nave de Hessonita, que estava escondida nas nuvens, captou aquela cena inacreditável:

Uma fusão derrotou um soldado do Esquadrão Platina.

(Bixbita, da Divisão Sigma): Inacreditável.

(Larimar): Inacreditável.

(Jade): Inacreditável.

(Hessonita, furiosa): INACREDITÁVEL!!!

O susto de ter sido flagrada em fusão fez com que Turmalina se separasse, voltando à Celestita e Esmeralda.

— MATEM AQUELA DESGRAÇADA!!! VAMOS VINGAR O MENOB!!!

Axel Battler tomou a iniciativa e avançou com tudo contra as duas gems. Ônix sacou seu mangual e golpeou o bárbaro yuriano nas pernas, fazendo ele perder o equilíbrio e cair. Gilius sacou seu machado e cortou fora o braço de Ônix, fazendo ela perder sua forma física no processo. Larimar ficou furiosa, arreganhou os dentes e mostrou as garras, e teria voado no bárbaro se o Samurai não tivesse intervido.

(Samurai): GILIUS, CHEGA!!! NÃO DESONRE O COMBATE DE MENOB!!! Foi uma luta justa, ninguém interrompeu! Ninguém interviu! Se está a fim de vinga-lo, primeiramente, mantenha a honra de seu amigo.

Enquanto o Esquadrão Platina foi pegar o corpo de Menob, Samurai ficou no meio dos grupos, pronto para sacar sua katana caso alguém tentasse algo. Larimar não parava de rosnar, com a pedra de Ônix em suas mãos e, logo ali perto, todas as próteses que ficavam no corpo dela. O Esquadrão Platina pegou a arma e o corpo do Menob e foram embora.

(Baleog, falando com o corpo de Menob): Vamos amigo, vamos embora.

Trilha sonora: https://www.youtube.com/watch?v=Fpc5oVdsT0A

Foram necessários quatro membros do Esquadrão Platina para carregar o corpo de Menob. Eles tiveram que voltar pelo trecho de onde vieram, atravessando o campo de batalha. Os mortos já se acumulavam pelo chão, pedras estilhaçadas de Crystal Gems jaziam próximas aos pés da misteriosa guerreira que havia emergido no meio daquela batalha, mas tudo isso pareceu nada diante daquela procissão silenciosa que atravessou o lugar. Alguns até mesmo pararam de lutar para digerir aquela cena que contemplavam.

Quando o Esquadrão Platina saiu de cena, Sebek e Amennekht sabiam que estava tudo acabado. Sem a principal força de combate da humanidade, a moral caiu entre todos os guerreiros. Resultado: as rebeldes fugiram do lugar.

As defensoras do Jardim de Infância não foram atrás de seus inimigos. Ficaram aturdidas demais com tudo aquilo. Não comemoraram a morte do inimigo, tamanho foi o impacto da cena que contemplaram. Mas quando viram seus atacantes fugindo, elas se tocaram da verdade incontestável:

O Esquadrão Platina não era invencível, e cada membro morto significaria um passo mais perto da vitória de Homeworld.


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Notas finais do capítulo

Este capítulo foi algo que eu estava morrendo de vontade de escrever há muito tempo. Quando o Esquadrão Platina fez suas primeiras aparições, todos achavam que eles eram invencíveis e que iriam limpar o chão da história com as pedras da Divisão Sigma. Agora vocês veem um dos membros mais proeminentes da história ser morto pela fusão de Celestita e Esmeralda, o que certamente terá consequências seríssimas.

Não bastando isso, temos a aparição de uma das personagens favoritas dos fãs, além de uma das vilãs mais icônicas do desenho: Jasper. A campeã da Diamante Rosa faz aqui sua estreia, fazendo jus à sua fala "eu luto desde o primeiro segundo que emergi" e ao fato de que ela estilhaçou várias gems assim que saiu do seu buraco. Uma oponente formidável, tanto para as Crystal Gems, quanto para os humanos.

Outro conceito trabalhado aqui foi o fato de ter colocado nativos norte-americanos. Como vocês devem ter percebido, toda a invasão gem mudou bastante a geografia do planeta, e a instalação de teletransportadores permitiu que povos separados por continentes se encontrassem. Some isso ao fato de que o Jardim de Infância Beta fica num ambiente que remete ao oeste dos EUA e temos os índios americanos entrando em ação.

Espero que tenham gostado do capítulo. Aguardo seus comentários honestos. Até a próxima.
PS.: Com o fim das minhas férias chegando, bem como o fim do arco que eu queria tanto desenvolver, é bem provável que eu volte a escrever "Além de Rainhas e Generais", pondo fim ao hiato.

A propósito, fanart da fusão de Celestita e Esmeralda, a Turmalina Paraíba. Feita por MusaAnônima12345: https://images-wixmp-ed30a86b8c4ca887773594c2.wixmp.com/intermediary/f/099c85fd-9202-4f4a-9d12-92b9f7dd7f09/dcjebds-f476b0d4-3bd3-463f-a5ef-75209a400e56.jpg/v1/fill/w_762,h_1048,q_70,strp/turmalina_paraiba_by_12345laurakarolyne_dcjebds-pre.jpg



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