P.O.V. Edward Cullen

Mexo minha mão e percebo que ainda posso senti-la. Ótimo. Respiro fundo e espero a coragem vir me buscar para eu me levantar da cama e dos lençóis quentes e confortáveis que me protegem.

Às sete horas da noite eu recebi um e-mail avisando que tem uma vaga para mim no restaurante Good Lunch, que eu deveria me apresentar às oito da manhã para uma entrevista formal. Claro que pensei em ignorar, mas as palavras de mamãe e Isabella vieram à mente e então resolvi tentar. Reanimo o resto do meu corpo e me obrigo a tomar um banho.

Depois eu vou para o meu closet e escolho a melhor roupa para me apresentar e desço as escadas, ainda fazendo o nó da gravata.

— Edward, o que faz acordado pela segunda vez tão cedo? – Mamãe pergunta surpresa, mas com um sorriso feliz, dando um beijo em minha bochecha e fazendo o nó por mim.

— Bem, ontem eu tive a resposta de um restaurante, às oito eu devo estar lá para uma entrevista. – Mal terminei de falar e ela soltou um gritinho.

— Parabéns, meu amor! Estou tão feliz vendo que está finalmente entrando nos trilhos.

— Mãe, assim eu me sinto culpado. – Resmungo a abraçando de lado e nos levando para a cozinha.

— Deveria, seu moleque. – Fala e dá um tapa no meu braço. – Ainda não sei o que aconteceu, mas estou gostando do resultado. – Ela fala, enquanto nos acomodamos à mesa e nos servimos.

— Bem, quero que minha mãe tenha orgulho de mim. – Digo e dou um beijo em sua bochecha. Outro motivo é que quero que Isabella veja que por trás do que eu era, existe um cara responsável, mas não admitirei em voz alto nem sob tortura. – E onde está o papai?

— Ainda dormindo, pegou plantão de meia-noite até às seis da manhã. Provavelmente dormirá por um bom tempo. – Comentou.

— Você tem várias funcionárias novas desde a última vez que estive aqui. – Digo, querendo puxar assunto e saber mais de Isabella.

— Bem, sim. Algumas pessoas se mudaram, outras foram demitidas, então tivemos que substituir, claro. – Falou distraidamente, bebendo seu suco. – Quer saber de Isabella, Edward Cullen? – Perguntou, com os olhos estreitos.

— E-eu? Ima-magina. – Me engasguei com um pouco de café, gaguejando um pouco.

— Edward, eu falei sério sobre não chegar perto dela, não vou deixar que ela seja mais um brinquedo em sua mão. – Alertou, com as sobrancelhas arqueadas.

— Não é nada disso, eu só fiquei curioso. – Respondo sinceramente. 

O jeito dela de pensar é tão maduro, não parece aquelas pessoas que gostam de diversão, pelo pouco que vi é focada e séria, apesar de estar sorrindo na primeira vez que a vi. Ela sabe o que quer e não parece ter nem 22 anos.

— Okay, ela só passou por coisas demais na vida, Edward. Na outra vez que você foi lá ela estava em experiência, acompanhando de perto uma decoração, por isso não a viu. Ela foi subindo e agora ela avalia a decoração de longe em sua própria sala, ela é brilhante. – Diz com um sorriso.

— Ela parece mesmo. – Falo, terminando meu café e guardando as informações sobre Isabella, que são meio escassas. – Mas agora tenho que ir, quer uma carona?

— Vamos. – Ela levanta e eu a sigo, ela pega sua bolsa e saímos de casa.

Vamos começar o dia de uma vez.

(...)

A entrevista foi tranquila, Eleazer me aceitou de bom grado em seu restaurante, depois de ver os vários cursos de gastronomia que eu fiz.

Como o restaurante abre no almoço e ele estava precisando muito, eu comecei no mesmo dia. Como eu ainda estava em fase de testes, não comecei a fazer as refeições, apenas aquelas coisas básicas como cortar temperos e verduras, lavando louça e às vezes eu até servia. 

Não foi como eu sempre pensei que seria, no começo foi meio confuso, mas depois de algumas horas nós pegamos o jeito e trabalhamos como uma equipe bem eficiente. Eu, Jasper, Percy e Thalia trabalhamos em uma sincronia bem legal, enquanto Eleazer estava ocupado com algumas outras coisas de fora. Nós almoçamos lá mesmo, quando o restaurante fechou pela parte da tarde, sentamos em uma mesa e começamos a falar sobre nossa vida e nos conhecemos melhor.

— Cara, minha namorada me chama de Cabeça de Alga desde quando eu estava surfando e voltei com várias delas. – Percy falou, enquanto terminava de limpar o fogão.

— Rá, o meu irmão me chama de Amazona, ele diz que eu deveria ser lutadora ao invés de cozinheira. – Thalia fala, rolando os olhos.

— Mas parece mesmo. – Jasper fala, ganhando um guardanapo na cara.

— Eu não tenho nenhum apelido. - Falo, pensativo.

Tive vários colegas, fiz amigos em vários cantos do mundo, mas não lembro de nenhum apelido. Só Emmett que às vezes me chama de Cabeção, mas não é relevante.

— Não criemos pânico. Nós arrumaremos um pra você, não hoje, estou super lento. – Percy fala, batendo em minhas costas.

— O problema é saber quando não está. – Thalia brinca.

— Rá, rá. Que engraçado..

— Acobreadão? – Jasper sugere.

— Jasper, você é pior de que eu. – Thalia fala e nós rimos.

Com o final do meu expediente, eu peguei o meu carro e segui para a decoradora para buscar mamãe, já que eu a trouxe.

Assim que eu estaciono bem à frente da Sweet Home, eu vejo Isabella bem na frente, acenando freneticamente para os táxis que passavam pela rua.

— Isabella, o que aconteceu?

— Eu só preciso ir urgentemente para o hospital. – Falou, parecendo estar preocupada.

— Você está bem? – Pergunto preocupado.

— Sim, é meu irmão.

— Vem, eu te dou uma carona. – Falo e logo em seguida, abro a porta para ela.

— Edward, não precisa...

— Entra, eu faço questão. – Ela pareceu indecisa por alguns segundos, mas entrou rapidamente.

— Hospital Saint Mary. – Falou nervosamente.

Ponho o carro em movimento imediatamente. Não sei o que aconteceu, mas pelo jeito que ela está preocupada deve ser grave. O que será que deve ter acontecido de tão grave para ela estar nesse estado?