Sweet Creature escrita por mandy


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Ei, turubon?
Esta fanfic surgiu muito expontaneamente, enquanto pensava no fim de One Direction e me apaixonava por Harry Styles. Sweet Creature foi a música que mais coube nos meus devaneios e só estou aqui para reafirmar Larry como um dos meus OTP favoritos! Espero que gostem (:



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Wherever I go, you bring me home¹

 

Ainda era três da madrugada. Mais uma vez ele voltava sozinho para casa, sóbrio. Vazio. Automaticamente seguiu para a cozinha, olhando a pia cheia de louças e pensando se realmente a vontade de fome valia o esforço. Teria de lavar, secar, preparar alguma gororoba. Optou por um copo de leite e, sem pegar o copo, tirou da geladeira a caixinha e tomou no caminho para o quarto.

Morar sozinho tinha suas vantagens. Louça acumulada, leite na caixinha, cama bagunçada. Louis provavelmente reclamaria. “Bagunças não trazem boas energias”, diria. E, em questão de segundo, já estava pensando nele. Morar sozinho também tinha daquela coisa, aquelas saudades. Distrair-se pensando nele. Sentia falta dele.

Harry deixou o leite na escrivaninha ao lado e deitou-se em cima das roupas jogadas na cama. Pegou o celular. Nenhuma mensagem. Cinco dias e nenhuma mensagem. Já haviam ficado algum tempo mais sem se falar, mas Louis sempre cedia. Enviava uma mensagem de trégua, enviava uma mensagem dizendo que sentia saudades. Não deveria demorar muito para perceber que aquela briga era mais uma besteira, mas a distância era tão incerta...

Ficou olhando o teto escuro por um tempo. Pensou no que os havia levado ao silêncio. Louis nunca quis largar a Carolina do Sul, tão distante daquele fim de mundo em que fora se meter. Os sonhos dele estavam ali, observados por rostos iguais, por vidas pacatas, fincados naquele jardim onde haviam se conhecido e dedicado tantas horas a carícias e beijos estalados. Harry queria conhecer o mundo. Fazer faculdade, conhecer pessoas novas, encher-se de novos sonhos. Mas as coisas deixavam de fazer sentido ali.

Pensou que deveria ter aceitado o convite do rapaz de barba no bar, ido para a casa dele. Ele falava de filosofia e revolução, parecia se enquadrar na ideia de pessoa interessante que criara em sua cabeça. Ter alguém numa noite de sábado deveria suprir aquele vazio, mas Harry estava em casa, degustando o nada. Em seu quarto um colchão duro e estranhamente confortável, a arara de roupas e uma escrivaninha com pilha de livros e papeis rabiscados. No mínimo três trabalhos para fazer, e não tinha sequer iniciado. Desde quando estudar música se tornara tão difícil? Ninguém lhe oferecia palcos e microfones, nenhum futuro lhe abriria as portas.

Havia também um violão no quarto. Pensou em tocar alguma coisa, mas sentiu-se imobilizado pelo silêncio, quebrado apena pelo pensamento em Louis. Lembrou-se de sua voz de menino, um menino de 25 anos preso em Carolina. Já fazia um ano. Um ano sem tocá-lo, sem senti-lo, sem ouvir de perto sua voz de menino cheio de motivações. Harry respirou fundo uma vez, sentindo o peito apertar.

Precisava dormir. Pulou da cama para um banho rápido, relaxante e enquanto a água quente lhe massageava os ombros, planejou o domingo. Acordar, limpar a casa, concentrar-se nos trabalhos. Esperar uma ligação de Louis. Ele já não estava cansado?

Vestiu-se apenas de uma cueca e deitou-se de novo, ligando o abajour e fechando os olhos. Amanhã aquela sensação teria ido embora. Amanhã as coisas estariam em ordem novamente.

Mas quando acordou tudo ainda era muito escuro. Mesmo com a luz do sol entrando pela janela, mesmo com a lâmpada quente do abajour ligado em sua escrivaninha. Demorou um pouco para entender onde estava, a assimilar aquela realidade vazia com a sua nova vida – ou não tão nova assim – sem música, sem cor, sem ele.

Nenhuma mensagem no celular. Harry precisou trancar-se no banheiro para tomar coragem, como se ali pudesse se esconder do orgulho e finalmente apertar o botão verde. Ligou e esperou. Já era dez da manhã, Louis não deveria estar dormindo. Ou era mais cedo? Tirava o telefone do ouvido para conferir a hora quando ouviu o timbre moleque do outro lado. Um alívio quente tomou conta de todo o seu corpo.

— Oi... – Cochichou ao telefone.

Não sabia como iniciar uma conversa. Se deveria se desculpar ou simplesmente perguntar como estava. Era tão diferente, mas apenas Louis o completava, ninguém mais. “Pode ficar se quiser, eu volto para você”, pensou em dizer, mas antes de articular ouviu a respiração longa do outro.

Sinto a sua falta.

Harry soube que qualquer explicação poderia ficar para depois.

— Eu sinto a sua falta também.

Tudo ficaria bem se ele estivesse ali. Fosse a onde fosse, qualquer lugar que seus pés tocassem, não importava. Louis estava ali, tão dentro dele que podia senti-lo respirar em seu próprio corpo. Ele era o seu lugar, a sua casa. A escuridão se dissipava, o céu ganhava cor, as cordas do violão eram um convite à uma ode para ele.

— Me conta sobre os seus dias.

E se esquece de qualquer planejamento bobo de domingo. Poderia ficar horas no telefone com ele.


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Notas finais do capítulo

¹ Música: Sweet Creature (Legendado) - https://www.youtube.com/watch?v=h9YCrHJwFIQ



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