Eu não sou seu uke! escrita por loveHime


Capítulo 3
Eu não sou carente!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, eu tive alguns surtos escrevendo heuheuehuehu



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Kris estava quase para comer os dedos, enquanto a enfermeira do colégio examinava um Kyungsoo desorientado, e dolorido. O baixinho respondia às perguntas da senhora com três segundos de atraso – a mais que o normal – e parecia que ia cair da maca a qualquer momento, fazendo com que o rapaz chinês sentisse aqueles tremeliques de superproteção por todo o corpo.

No fim, Kyungsoo apenas ficaria com gelo no rosto pelo resto da tarde, enquanto descansava na enfermaria, já que não tinha ninguém em casa que lhe pudesse cuidar. Kris quase foi enxotado, mas a enfermeira não queria ver um homem daquele tamanho chorar, por isso deixou que ele ficasse sentado ao lado da maca se prometesse ficar em silencio.

Kyungsoo estava com os olhos fechados e o cenho franzido. Sua cabeça latejava como se alguém estivesse batendo nela com um martelo. Abrir os olhos significava perfurações infinitas e dolorosas em suas córneas. Por isso se limitou a respirar pelo nariz e soltar ar pela boca como foi lhe ensinado. Choramingava de vez em quando, e se encolhia na maca, devido a dor latejante que circundava sua bochecha.

Quase abriu os olhos quando sentiu uma mão grande e quentinha segurar a sua. Na hora sacou que era Kris. Ele começou a cantarolar e a mexer no seu cabelo. Secou uma lágrima que havia escorrido timidamente por debaixo dos cílios.

Ele era tão, tão, tão perfeito.

Como Kris aguentava ficar perseguindo-o se estava na cara que ficava fugindo e ignorando ele pela escola? Sem falar que Kris havia sido o único a se importar a ponto de ficar na enfermaria junto de si. Kris o protegia dos valentões, dividia o lanche, era atencioso e prestativo. Era tantas coisas e só para ele. Kyungsoo não queria chorar, não queria chorar por estar se sentindo tão cuidado e importante como nunca se sentiu a vida toda.

— Kris-shi, obrigada. – Disse baixinho. Ele não pode ver, mas Kris tinha o sorriso mais bonito do mundo enquanto o escutava respirar calmamente e adormecer.

— Ok, nós devemos botar alguns limites nessa relação. – Kyungsoo disse sério.

Ele e Kris estavam lanchando no terraço. Ele não podia imaginar a reação do grandão ao aceitar depois de semanas de pedidos intermináveis, para almoçar com ele. Kris estava super feliz, colocando salsichas e pedaços de arroz na boquinha de Kyungsoo, que comia tudo com a bochechas inchadas. O mais novo também não se fazia de rogado e aproveitava todo o mimo de Kris enchendo a pança, mas deixava ele comer dos seus ovos fritos e pães que tinha comprado na cantina.

— Nós temos uma relação? – Kris encarou o crush sentindo que ia vomitar seu coração e entregar para ele ali mesmo.

— Aigoo, nós somos amigos, não é? – Kyungsoo disse – Afinal, colegas de carteira não são tão próximos a ponto de dividir a comida dessa maneira. Ou são? – Kyungsoo fez uma carinha de duvida que fez Kris sentir uma vontade enorme de colocar ele em um potinho.

— Eu acho que não – Kris tocou o queixo com os jeotgarak (hashi) fazendo uma cara pensativa. – Então nós somos amigos Kyungsoo-ah?

— Para mim isso já estava claro. – Kyungsoo surrupiou um pouco do macarrão de Kris e deu de ombros. – Mas isso não significa que você deve ser invasivo como tem sido! – Ralhou

— Como assim? – Kris olhou para Kyungsoo de lado ainda confuso.

— Não pode me tocar sem permissão, nem ficar falando coisas embaraçosas como... como... você sabe – disse envergonhado – e também nunca em hipótese alguma, deve ir até a minha casa.

— Por que?

— É algo de família. – Kris assentiu parecendo ter entendido tudo.

— Mas Kyungsoo-ah, então eu não posso mais te abraçar desse jeito? – Kris disse enquanto puxava o corpo menor até si o colocando em seu colo e apertando o rosto de Kyungsoo contra o seu peito.

— E – e – e – eu – Kyungsoo teve o nariz e a boca repletos pelo cheiro masculino de Kris que o deixou desnorteado demais para falar qualquer coisa.

 — Nem te tocar assim? – Kris continuou dizendo, enquanto subia as mãos pela linha da coluna até a nuca de Kyungsoo, acariciando ali. O mais novo parecia estar em uma espécie de transe. Mal percebeu quando Kris tocou a barra da sua camiseta e tocou sua pele com a ponta dos dedos fazendo todo só seus pelos se arrepiarem. – Eu não posso nem te tocar assim Kyungsoo-ah?

Kyungsoo estava todo corado e entregue as carícias de Kris. Não sabia o que estava acontecendo com seu corpo, mas sabia que só devia ser algum feitiço maluco.

Ele não podia estar gostando tanto das mãos de um homem em si!

Não mesmo!

Mas era tão gostoso! Kyungsoo não queria sair dali nunca, nunca mesmo. Se segurou na blusa social de Kris, tentando não gaguejar a cada palavra que saia de sua boca.

— Pode, mas só quando estivermos sozinhos – Sussurrou – E- e- e- u tenho vergonha.

— De mim? – A voz de Kris pareceu séria demais de repente.

— Não. – Gemeu de frustração – De mim mesmo, eu não consigo resistir a isso!

Kris riu alto de felicidade. Era impossível não se conter. Afinal, seu crush disse que não resistia a ele! Nossa! Essa sensação, é realmente incrível. Kris se sentia muito bem com Kyungsoo em seus braços, parecendo um gatinho com seus carinhos.

— Eu sou tão vergonhoso. – Kyungsoo resmungou. Kris achou bonitinho a carinha de cãozinho que caiu da mudança que ele fez. Quando percebeu, estava com as mãos no queixo do pequeno que arregalou os olhos ao perceber o que estava para acontecer.

— O que pensa que está fazendo, idiota? – Kyungsoo saiu do colo de Kris com um pulo, sentindo seu rosto ferver como se estivesse em chamas.

— Me desculpe Kyungsoo-ah, eu prometo que não vou mais fazer! – Kris disse perseguindo o baixinho pelo terraço – Soo-ah!

Mas Kyungsoo não parecia mais disposta a se deixar ser pego.

— Se maníaco sexual! – Gritou, ainda sem acreditar que aquele gigante sem noção ia realmente fazer aquilo. Ele realmente ia, ia, ia... – Não chega perto! – Kris estava fazendo um beicinho arrependido por ter sido precipitado demais. Sabia que seu crush ainda não estava preparado para algo como um beijo. Ele era como um filhotinho; puro e inocente.

Kyungsoo ficou sentado de costas para Kris, depois dele prometer que não ia fazer mais nada. Terminou de comer seu último pãozinho da cantina, ainda com birra demais para ter que olhar para o colega chinês e saber o que ele estava fazendo. Kris estava cabisbaixo – poxa – o dia tinha começado tão bom. Agora ia terminar brigado com o seu baixinho.

Enquanto isso o rapazinho mais novo estava pensando, estava pensando em como Kris o havia dado um apelido, mas sem deixar de usar o honorifico. Quer dizer, eles eram amigos, amigos não se tratam como estranhos, não é?

— Ei, Kris... me chame pelo nome apenas, sem honoríficos. – Kyungsoo disse baixinho. Mesmo que Kris fosse um pervertido idiota, ainda era o pervertido idiota que se importava com ele.

— Yifan, - Kris disse com um sorriso pequeno – Você pode me chamar de Yifan, Soo.

Ah! O ensino médio.

Não estava sendo nem um pouco como Kyungsoo esperava.


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