Victor e Yuuri passaram o fim de Outubro, após a Copa Rostelecom, o mês de Novembro inteiro e parte do mês de Dezembro se comunicando entre si por meio de mensagens, visto às diferenças de horário entre Detroit, onde Yuuri treina e São Petesburgo, onde Victor trabalha. É complicado, mas para eles, valem a pena.

Victor também falou com a família dos Katsukis recentemente, já que Yuuri deu para ele o telefone de Mari. É claro que quando ele ligou, foi uma festa e Victor agradece Yuuri eternamente por ter o encontrado na praia anos atrás.

Agora, com o Mundial se aproximando, o treinamento de Yuuri se intensifica e Victor acompanha tudo graças ao Instagram de Phichit Chulanont. E no meio de uma exibição ao vivo ao qual Victor assiste em casa, algo ruim acontece. Yuuri erra um salto e cai de mal jeito, para susto de seus colegas de ringe e técnico.

“Yuuri!” Victor grita, logo digitando uma mensagem.

Mensagem que se mistura ao muitos “o que houve?” “ele está bem?” dos fãs que acompanham o live.

Logo a gravação é interrompida, deixando todos sem resposta. Mas não por muito tempo. Na internet, um site de notícias americano posta:

Patinador japonês Yuuri Katsuki se machuca em treinamento. Afastamento do Campeonato Nacional é quase certo.

Victor tenta ligar para Yuuri, mas só cai na caixa postal. E então, ele toma uma decisão importante.

~x~

Dias depois no Natal e no seu Aniversário, Victor se vê em um avião, voando para Detroit. Ele agradece ter o endereço do japonês em mãos, dado por ele mesmo quando ele mandou um presente para o aniversário dele. Presente esse que só chegou dias antes do acidente.

Victor sabe que sua saúde irá sofrer muito por causa de jet-lag, mas isso é apenas um detalhe a parte. Ele está indo ver Yuuri, e é isso o que importa agora. Depois de quase 16 horas de vôo, Victor chega em Detroit, super cansado e de noite. Saindo do aeroporto, ele pega um táxi e parte para o apartamento que Yuuri e Phichit dividem. Quando ele toca a campainha e Yuuri abre a porta, ele se joga nos braços do Japonês (se esquecendo completamente do machucado dele.)

“Yuuri~!!” Ele grita, o abraçando com força, o assustando.

“Vicchan?!!” Yuuri pergunta, o segurando para ambos não caírem.

De repente, Victor lembra que ele está machucado e se afasta.

“Você está bem? Quebrou algo? Eu vi o vídeo e a notícia que você ia abandonar o Campeonato Nacional me pegou de surpresa…” E então ele percebe que havia algo de estranho. Afinal Yuuri está de pé e usando tênis nos dois pés.

“Vicchan. Eu não quebrei nada. Aliás, estou indo para o Mundial daqui à dois dias.” Yuuri responde, levando a mão na boca para não rir. “Tipo, agora eu entendi por que não consegui entrar em contato com você.”

“Mas eu não consegui entrar em contato com você!” Victor diz, e Yuuri franze a testa.

“Mas eu te mandei uma mensagem via Facebook dizendo que não ia poder atender o celular porque a imprensa estava em cima de mim.” Ele fala, e Victor bate a palma da mão na testa.

“Eu me esqueci de ver meu Facebook.” Ele diz, soltando um gemido e volta a olhar para Yuuri piscando duas vezes. “Você queria entrar em contato comigo?”

“É claro, Baka-Vicchan!” Yuuri sorri, se aproximando dele e lhe dando um beijo. “Tanjoubi Omendetou.”

Victor arregala os olhos, finalmente lembrando que é seu aniversário, já que lá é meia noite do dia 24, e YUURI O BEIJOU!!!!!!

“Ei, namoradinhos! Não se esqueçam que eu estou aqui.” Phichit diz, já com celular na mão.

Yuuri gira os olhos, já acostumado com a personalidade de seu amigo.

“Victor Nikiforov, conheça Phichit Chulanont. Colega de quarto e ringue, e futuro patinador da categoria adulta. Phichit, ele é Victor, meu melhor amigo que gostaria de poder namorar a partir de hoje.” Yuuri diz, dando risada deles e se afastando, indo para a cozinha. “Agora, quem está com fome?”

“Eu!” Victor diz, com a barriga roncando.

“Então… Aqui.” Yuuri diz, estendendo duas tigelas de Katsudon para eles.

Eles comem, e Victor nota que o Katsudon de Yuuri é mais semelhante do de Hiroko-san do que o dele. Ele franze a testa.

“Ei Yuuri.” Victor diz, no sofá, e o japonês empalidece.

“Sim?” Ele pergunta, se sentando ao lado dele enquanto Phichit lava a louça.

“Posso ver como você cozinha Katsudon depois? Eu sinto que eu estou fazendo algo de errado.” Yuuri o olha e inclina o rosto.

“Você não faz nada de errado. Mas…” Yuuri se interrompe, mordendo os lábios.

“Mas?” Victor insiste, preocupado.

“Você trabalha em um restaurante. Você precisa correr contra o tempo para preparar diversos pratos. E isso te faz ser como uma máquina, sem sentimentos. Sem apreciar a arte de cozinhar.” Yuuri diz, se encolhendo. “O seu Katsudon é muito bom sim. Mas não é feito com amor.”

“Mas como…” Victor começa a perguntar, mas Yuuri pega no rosto dele com as duas mãos e faz com que ele o olhe nos olhos.

“Vicchan, vamos fazer uma aposta?” Ele pergunta, sério.

Victor engole em seco e afirma com a cabeça, sem desviar o olhar dele.

“Se eu ganhar ouro, você faz Katsudon para mim?” Ele pede, inclinando o rosto.

“Ok.” Ele diz, tocando nos lábios do japonês. “E eu quero ser sim seu namorado.”

Yuuri abre um largo sorriso, o abraçando de leve.

Naquela noite e no dia seguinte que se segue antes do embarque para o Japão, Victor dorme no mesmo quarto de Yuuri. Quando Yuuri finaliza os preparativos para a viagem, chama Victor e amostra para ele… Um bilhete de avião no nome dele de Detroit para o Japão?

“Feliz aniversário, Vicchan.” Ele diz, o beijando no nariz.

Como resposta, o Russo o derruba na cama, e ambos dão gargalhadas.

~x~

Yuuri ganhou ouro. Mesmo viajando sem técnico, para a estranheza do russo. Então Victor prepara Katsudon para ele em Hasetsu. E quando o japonês dá a primeira mordida, ele solta um longo gemido e estende a tijela para Victor, que come também e para a surpresa dela, é idêntico ao dos Katsukis. Então ele compreende o significado das palavras de seu namorado.

Quando Victor vai comprar uma passagem de volta para São Petesburgo, Yuuri fala que já comprou para ele e estende o bilhete. No aeroporto, Victor o vê de mala também e pensa que o japonês vai voltar para Detroit. Eles se despedem e ele segue para o embarque. No avião, ele cruza os braços e faz bico por ter que se afastar de seu amado quando escuta uma voz familia…

“Com licença, poderia me ajudar com minha bagagem?”

Quando ele gira o rosto para a pessoa,.vê ninguém menos que Yuuri, que acena para ele, sorrindo.

“Você….mas… São Petersburgo... e Detroit…?”

Yuuri começa a rir dele.

“Vicchan, eu aceitei fazer contrato com um técnico russo chamado Yakov Feltsman. Meu novo ringue de treinamento é em São Petersburgo.” Ele fala, sorrindo. “E… como é de última hora, gostaria de poder morar com você até me habituar, sabe como é…”

Mas assim que Yuuri se senta na poltrona, Victor o abraça com força e o beija.

“Eu amo quando você me surpreende.” Ele diz, e os dois dão risadas.